O Death. escrita por BohMalfoy


Capítulo 4
Capitulo três – Escape plan.




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     - Alguma nova lembrança? – O Dr. Jackson perguntou para a garota loira. Estavam ambos no consultório dele. As coisas finalmente tinham começado a se normalizarem. Fazia duas semanas que encontraram uma tal de Silena com o pescoço quebrado. Ninguém soube se foi algum acidente ou assassinato.    

     - Não. – Annabeth respondeu com simplicidade. – Acho que não tenho mais jeito. Só a boneca mesmo. Nada mais.   

     - Hum... – Ele assentiu. – Vamos mudar o remédio e ver no que dá.        

     - Dispensada? – Perguntou com descaso.      

     - Dispensada. – O Dr. Jackson assentiu e ela logo tratou de sair dali. Foi escoltada por dois enfermeiros até seu quarto, ou como passara a chamar, sua cela. Sentou na cama analisando todo o espaço.                Ela já havia decorado todas as rachaduras do teto e da parede. Já havia decorado cada arranhão na cerâmica do piso. Já havia decorado tudo naquele quarto. Já havia decorado tudo no corredor em que sempre passava para ir ao consultório. Os jardins, as portas, as janelas. Ela já havia decorado tudo naquele local. Estava pronta para fugir.     

                                                                  ...            

    - O caso de Silena Beauregard foi considerado assassinato. – O policial com feições ranzinzas encarou o Dr. Jackson. – Dois assassinatos em uma única semana. Sendo você o médico dela... A paciente continha algum inimigo?        

     - Não... Ela pouco se socializava. – Percy respondeu frio. – Ela tinha alucinações muito fortes. Estava melhorando, mas preferia ficar no quarto.         

     - Alucinações? – O policial arqueou uma sobrancelha. – Que tipo de alucinações?       

     - A irmã dela morreu em um incêndio. Na maioria das vezes, Silena achava que todos estavam pegando fogo. Ou que ela estava pegando fogo. Apenas a ultima alucinação que teve foi diferente. Ela pensou ter visto a morte.          

     - Não seria o assassino da copeira? – O homem agora anotava algo em algum bloco.

     - Não senhor. Ela afirmava não ser um assassino, e sim a própria morte. – Dr. Jackson explicou, o policial tentou abafar uma risadinha.       

     - Agora entendo o motivo de ela estar aqui. Está dispensado Dr. Jackson. – Percy assentiu. – Mais uma coisa... Onde ficam os jardins? Quero dar uma analisada no perfil das pacientes. – O Dr. Jackson apontou a direção e logo retirou, dando as costas para o policial, totalmente enojado com o pensamento dele. Claro que é bem mais fácil achar uma paciente altamente perigosa que se enquadre no caso e culpá-la, do que achar o verdadeiro assassino.         

    Ao passar por uma enfermeira de cabelos ruivos, o policial foi parado. A jovem mulher segurava seu braço com delicadeza, mas logo o soltou, vendo que chamou a atenção do policial.         

   - Sabe o que dizem sobre os loucos, além de serem perigosos? Dizem que eles são altamente sensitivos também.       

                                                                  ...

     - Dr. Jackson! – Um enfermeiro vinha correndo de encontro com Percy. – Estava procurando pelo senhor...        

     - Luke... Aconteceu alguma coisa? – Preocupou-se ao ver o estado do rapaz.    

    - A paciente Grace surtou. – Percy disparou para o quarto da paciente Grace. Afinal, Thalia Grace era uma das pacientes mais problemáticas. Se não fosse controlada, poderia causar um estrago realmente grande.          

    - Thalia! – O Dr. Jackson chamou pela garota, que estava vermelha de raiva, ao entrar no seu quarto. – O que aconteceu?       

  - Não é justo! Não é justo! Por que aquela loira, Annabeth, pode sair daqui, e eu não? Só porque você sente atração por ela? Não é justo!  - A garota de cabelos pretos repicados reclamava com raiva. 

    - Você está louca? – Ele perguntou. – Precisa se acalmar. Sabe das suas condições.     

  - Sim! Estou louca! Não é por isso que estou aqui? – O sorriso debochado brotou de seus lábios. – Não devia dar tantos privilégios para ela, Jackson. A garota é perigosa.   

  - Perigosa? – Perguntou incrédulo.     

   - Não deixe que uma carinha bonita lhe engane... Ela pode ser sim, uma boa pessoa. Mas está aqui. Em um hospital para loucos. E loucos são perigosos.         

    - Tudo bem, Grace. Vou ficar de olho nela.    

    - Não use os olhos errados... Garoto apaixonado. – Thalia riu, acalmando-se.    

     - Não estou apaixonado. Cristo! Ela é minha paciente. Por favor, Grace, não passe dos limites no sarcasmo, sim? – Ele a repudiou. Tinha que tomar cuidado ao dar liberdade demais a Thalia.    

   - Tudo bem... Mas ainda está devendo-me uma fuga dessa porcaria.      

   - Depois, ok? – Ele deu uma risadinha e saiu do quarto. – Perigosa... Até parece.  

                                                                  ...

  

   Fogo. Palavras estranhas. A garotinha chorava. Chorava de medo, de tristeza. Chorava também porque não entendia nada. O que estava acontecendo? Por que estava amarrada? Por que tomaram-lhe sua boneca favorita? Ela fizera algo errado? Ela não fora uma garotinha boa? E, céus, que frio era esse que lhe invadia a alma?      

  

   - Annabeth! – Percy bateu na porta de seu quarto. – Está tudo bem? – Falou abrindo-a. Deu de cara com uma loira chorando. – Hey... – Aproximou-se dela.      

  - Por que eu não consigo lembrar? – Dor na voz da garota. – Eu só quero ir embora...            

   - Você vai embora daqui... Lembra? Eu prometi a você. Não fique assim... Os remédios foram trocados. Esses são melhores. Vai lembrar rápido. Prometo.       

   - Já disse que você faz promessas demais? – Ela enxugou as lágrimas.    

   - Acho que sim... – Ele riu. – Nunca mais chore por algo bobo como isso, certo? Eu já prometi que você vai sair daqui. Se eu prometi, você vai.   

    - Está bem... Você queria dizer algo?  

    - Eu só vim avisar que seus remédios novos chegam amanhã de madrugada, então, não se espante quando um dos enfermeiros vier aplicar a dose assim que o pacote chegar, ok? Com essa história de assassinatos... Todos ficam com medo de alguém invadindo seus quarto no meio da madrugada. – Ele falou e ela assentiu rindo baixinho. – Agora tenho que ir. Vê se fica bem.

     - Vou ficar. Prometo. – Ela falou. – Vou sair daqui, você vai ver.   

    - Sei disso. – Ele disse saindo do quarto. Ela analisou a porta, e, assim que percebeu que ninguém entraria, rumou para o banheiro. Encarou seu reflexo. Seus olhos pareciam pegar fogo.  

   - Eu vou sair daqui. Por bem, ou por mal.      

                                                                  ...            

  

   No dia seguinte, Annabeth foi guiada até o jardim. Era o dia de respirar um pouco de ar fresco e sentir o sol esquentando seu rosto. Sentou em um dos bancos vazios e tratou de observar. Várias garotas se socializavam. Várias garotas apenas deitavam na grama. Não tinha muito o que se fazer por ali. Nunca tinha.             

   - Olá, Annabeth. – A garota de cabelos repicados sentou-se ao seu lado. – Soube que planeja fugir daqui para sempre. – Thalia sorriu. A loira olhou-a desconfiada.      

    - Como sabe? Eu não contei para ninguém...            

   - Ah... Acostume-se. Eu sei de tudo por aqui. – Um sorriso presunçoso tomou conta dos lábios da garota. Annabeth desviou a atenção para a grama verde.        

  - Então... Vai me delatar para os enfermeiros?         

   - Não. Eu quero ser incluída no plano. Eu quero fugir. – Annabeth olhou para a garota com certo interesse.      

    - Em uma semana esteja pronta. Deixe o resto comigo, você precisa só causar uma grande distração. Exploda algo, estrague alguma coisa. Não sei, apenas faça algo. – Thalia sorriu.     

   - Pode deixar comigo. Estrago é a minha área.         

                                                                  ...

  

   - Doutor? – A enfermeira ruiva entrou na sala com uma pequena pasta.            

    - Sim, Rachel? – Percy encarou a jovem.        

    - Achei algo que possa interessar o senhor. Os policiais mandaram puxar a ficha completa de cada paciente e... Bem, Annabeth não tinha nada na fixa. Eles encarregaram-me de procurar algo, qualquer coisa sobre ela. Achei algo... Peculiar.  

   - O que encontrou? – Ele parecia curioso.     

     - A família dela... A mãe e o pai, na verdade, não tiveram outro filho além dela... Bem eles... Entregaram a única filha a um homem. Um sacerdote. Hoje, os pais dela estão mortos.   

     - E o sacerdote?  

    - Ele continua vivo, eu acho. Bem, não achei nada sobre a morte deles.  

    - Os pais dela... Morte natural ou assassinato?        

    - A mãe... Cortaram a garganta. O pai... Não se sabe se foi suicídio ou assassinato. Morreu enforcado. Os Chase são odiados na pequena cidade em que eles viviam, doutor. Dizem que foi horrível o que o sacerdote fez com a garotinha.           

    Percy encarou Rachel. Sua mente pairava em uma Annabeth mais nova. Que diabos tinha acontecido com a garota?          


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Notas finais do capítulo

Queria agradecer pelos reviews, sério gente, obrigada :D
Então... o que vocês acham que aconteceu com a Annabeth?