O Death. escrita por BohMalfoy


Capítulo 2
Capitulo um – Medicine.




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Annabeth contorcia-se na cama. Já passava da meia-noite e a garota parecia estar envolvida em um terrível pesadelo. Gritos. Gritos apavorantes, dolorosos. Enfermeiros entraram no quarto e trataram de acordar a garota. Ela suava frio. Parecia destruída. Um dos enfermeiros mais forte logo retirou uma seringa de uma pequena maleta. Annabeth enlouqueceu.

      - Não! – Gritava com todas as forças tentando fugir antes que lhe aplicassem outra dose da droga. – Não! Por favor! – Ela chutava e arranhava os enfermeiros.


      - Controle-se garota. Isso irá ajudá-la a ficar sã. – Falou friamente o enfermeiro. – O Dr. Jackson mandou aplicar doses quando qualquer tipo de ataque acontecesse. E pela minha experiência, isso é um ataque.


      Annabeth relaxou. Parou de tentar lutar contra os enfermeiros. Quando o que tinha o remédio vinha aproximando-se ela rapidamente chutou a seringa para longe. Mordeu a mão do enfermeiro que a segurava e correu para longe de seu quarto.


      Após virar o corredor, bateu de frente com o Dr. Jackson. Olhou para ele apavorada. Talvez ele agora, depois desse episódio, tivesse certeza de que ela era louca. Por mais que ela negasse para ele. Ele nunca acreditaria nela agora. Mas ela não podia tomar o remédio.


      - Annabeth. – Ele falou calmo. – Você tem que tomar o remédio. Ele vai ajudá-la a melhorar.


      - Não! Ele não vai. – Ela argumentou. – Por favor, Dr. Jackson! Ele só vai acordá-la, por favor!


      - Acordar quem Annabeth? Viu? Está tendo alucinações, precisa dos remédios. – Ele segurou o braço dela delicadamente. – Nada de mal vai acontecer. Você vai melhorar. Tudo vai ficar bem, eu prometo.


      - Você... Promete? – Ela olhou torto para ele.


      - Claro que sim. – Falou ainda bastante calmo. Guiou-a até o quarto dela, onde foi medicada e logo adormeceu.


      ...


      A garota tinha os cabelos preso em duas tranças delicadas. Perfeitas. Um olhar vazio e sanguinário ao mesmo tempo. Um sorriso malicioso. A faca ensanguentada ia até os lábios, onde deslizava delicadamente de um lado ao outro, manchando os lábios da garota. Estalou os dedos e do nada, como mágica, um pequeno pergaminho apareceu na sua frente. Ela o abriu e encontrou um nome. O nome da próxima vítima.


      Annabeth acordou assustada. Eram apenas pesadelos. Levantou lentamente da cama, entrou em um pequeno banheiro todo branco. Fez o que tinha que fazer ali. Ela bateu na porta do seu próprio quarto três vezes e logo dois enfermeiros estavam ali para guiá-la até a sala de seu médico.


      Entrou, a sala ainda estava vazia. Mas ele chegaria logo, ela sabia disso. Sentou-se em uma poltrona desconfortável. Ele abriu a porta e sentou-se no seu lugar. Como disse, ele chegou logo.


      - Alguma melhora? Lembra-se de algo? – Ele perguntou como de costume.


      - Não. – A resposta de costume.


      - Nada? Nem mesmo um fato sem muita importância? Como por exemplo... Se você tinha algum animal de estimação...


      - Não. – A mesma resposta. – Estou dispensada?


      - Não.


      - Parece que não é a única palavra que se é pronunciada nesta sala. – Ela constatou.


      - Bem observado. Vamos tentar algo diferente hoje. – Ele levantou-se. – Você gosta de alguma música? – Falou observando um pequeno aparelho de som na enorme estante que ali existia.


      - Não sei. – Annabeth também se levantou. – Eu sei de algo que não gosto. Essa sala. Podemos sair daqui?


      - Como quiser. – Ele falou abrindo a porta. – Vamos dar uma volta no jardim, certo?


      Caminharam até o jardim. Era um jardim grande. A grama verde bem aparada. Um pequeno canteiro de rosas. Pacientes espalhados, tomando um pouco de sol. Enfermeiros por toda parte.


      - Acho melhor mudarmos o seu tratamento... Esse não vem dando resultado algum! – Dr. Jackson comentou.


      - Quando vou poder ir embora daqui? Não sou louca. Só estou sem memória.


      - Em breve. Eu prometo.


      - Você faz promessas demais... – Ela olhou para ele. Não nos olhos, não conseguia encarar aqueles belos olhos.


      - Bem observado, novamente. Você é uma boa observadora. E quanto a fazer promessas demais... Elas vão ser cumpridas. Você vai sair daqui em breve. Eu não vou desistir de tratar você. Não vou desistir de você.


      Annabeth assentiu. Caminharam por menos de uma hora até ele ter que voltar para a próxima consulta. A loira foi trancafiada no quarto novamente. Foi até o banheiro e encarou o reflexo no espelho. Atrás dela uma garota a encarava. Uma garota não. Ela mesma se encarava, uma versão ensanguentada. Annabeth sorriu.

     
- Minhas congratulações ao tratamento do Dr. Jackson, que vem sim dando algum resultado. – Annabeth falou, abrindo uma pequena gaveta. Atrás de uma caixa branca de sabonetes encontrava-se uma faca ensanguentada. Ela a segurou, deslizando entre os lábios.


      ...


      Percy Jackson andava pelos corredores vazios do hospital. Já tinha dado o toque de recolher para os pacientes. Tinha dedicado sua vida para isso, não que ele fosse velho. Era jovem. Mas desde pequeno frequentava aquele ambiente. Seu pai trabalhava aqui. E agora ele trabalha aqui. Dr. Jackson.


      No final do corredor uma garota de cabelos loiros encontrava-se sentada ao chão, encolhida. A cabeça escondida entre os braços. Ele reconheceu a garota. Annabeth. Sua paciente. Apressou o passo.


      - Annabeth? Há algo de errado? Por que não está no seu quarto? – Perguntou preocupado. A garota levantou a cabeça.


      - Eu não quero ficar lá sozinha. É muito solitário, e escuro. – Falou baixinho.


      - Então, tem medo do escuro? – Ele sorriu. Ela corou.


      - Um pouco.


      - Vamos, eu fico lá até você dormir.


      Ela deitou-se na cama e ele sentou-se na poltrona no canto do quarto. Estava cansado. O expediente fora puxado.


      - Acho que você não deve mudar o meu medicamento. – Ela falou tranquila.


      - Mas não vem dando resultado algum...


      - Vem sim, hoje descobri que tenho medo de escuro. – Ela sorriu.


      - Então está bem. Vamos continuar com ele. – Disse olhando para o teto. – A propósito... Como você conseguiu sair do seu quarto... Ele deveria estar trancado.


      - Todo louco sabe dar um jeito de escapar de seus medos. – Falou, adormecendo logo em seguida.


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Notas finais do capítulo

Próximo capitulo só com Reviews t-t



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