Black Butterfly escrita por Very Happy


Capítulo 7
Cap. 7: 1 ] Dia em um Lugar Diferente part. 2


Notas iniciais do capítulo

Gente, tá ai mais um. Espero que gostem.
Ah,e leiam a história "A governanta" de Anna Caroline. É bem legal ^.^
Especialmente para Anjo Azul, Anna Caroline e Amina14.Thanks for you.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/215074/chapter/7

Senti os pelos de minha nuca arrepiarem. Todos viraram para mim. Acho que sabiam quem eu era devido ao fato de ter faltado a algumas aulas.

-Sophia May? – repetiu o professor

Levantei-me e segui, descendo as escadas, para o centro da quadra. Sentia-me pequena e insignificante. Cheguei mais perto do professor, que me olhou de cima a baixo.

-Black Butterfly? – ele perguntou

Assenti com a cabeça.

-Ótimo. Não é tão difícil assim. – ele falou, sorrindo para mim. – Você só precisa enfrentar o que te espera. Está com o disco?

Tirei o mesmo do bolso e mostrei para ele.

- Perfeito. Ele se transformará sozinho, só dependerá de suas necessidades.

Ele se afastou. Virei-me para a porta. Meu coração acelerou e minhas pernas tremeram. Com um estalar de dedos, as portas se abriram.

Saíram de lá várias borboletas. Voavam para lá e para cá. Olhei para as arquibancadas. Os alunos não riam, mas não pareciam estar tão surpresos como estavam quando viram a raposa. Envergonhada, voltei-me a olhar para as mesmas. E acho que elas também me perceberam. Voavam paradas, como se não quisessem sair do lugar. Batiam suas asas numa velocidade média, que me assustava por algum motivo. Senti algo em minha mão tremer. Olhei e me assustei.

O disco que antes havia ali tinha se transformado em uma pequena adaga de prata com detalhes em preto. “Só dependerá de suas necessidades”. O que ele quis dizer com aquilo?

-CUIDADO! – ouvi alguém gritar.

Levantei a cabeça ao mesmo tempo em que um vulto vinha para cima de mim. Cai com este pairando sobre meu corpo. De olhos fechados, cortava o ar com a adaga. Sentia pequenos cortes se formarem ao longo de meu corpo. Várias vezes senti pequenos “pés” pousarem em meu rosto e deixarem pequenos cortes nos locais.

Cortava o ar ao mesmo tempo em que balançava a outra mão sobre meu rosto, para evitar que aquilo não me ferisse mais. Com mais uma cortada, o vulto se desfez e pude abrir os olhos. Virei minha cabeça  para o lado e vi uma grande borboleta se chacoalhando de agonia no chão. Vendo aquilo, senti uma pontada aguda no peito ao mesmo tempo em que o professor se aproximava.

- Você está bem? – ele perguntou, me ajudando a me sentar.

Encarei os cortes em minhas pernas, cochas e braços e apenas assenti com a cabeça. Sentia filetes de sangue escorrerem por meu rosto ao mesmo tempo em que era levantada por outras pessoas.

-Levem-na.  – ordenou George.

Carregaram-me para fora do local, me arrastando para uma pequena sala que continha uma placa escrita “ENFERMARIA”. Abriram a porta e me colocaram em uma maca. Olhava para aquele lugar colorido meio zonza, como se tivesse caído e batido com a cabeça.

-O que houve com você? – perguntou uma voz feminina.

Olhei para a ponta da maca e vi uma mulher loira horrorizada ao me encarar.

-Borboletas. – falou um dos homens que tinha me carregado para lá.

Tudo aquilo chegava aos meus ouvidos de um modo abafado. Aquela cena daquela borboleta não saia da minha cabeça. Sentia pontadas em meu peito só de me lembrar daquilo.

- Ok, ok. Vou ceda-la e aplicarei remédios apropriados. – ela disse. – Agora vão. Depois do “S” vem o “T”, se é que me entendem.

Eles saíram as pressas do local. A mulher saio da sala e voltou com uma agulha em mãos.

-Pode doer um pouco. – ela disse, aplicando a agulha em meu braço.

Em segundos tudo embaçou e logo a escuridão me tomou.

---------- Dias Depois ---------

Acordei meio atordoada. Olhei para os lados e, vendo aquele lugar, me lembrei do que tinha acontecido. Levei minhas mãos ao rosto e senti uma coisa gosmenta e pegajosa espalhada por alguns lugares.

-Vejo que a acordou? – falou-me uma voz familiar.

Olhei para o lado e vi a ruiva de antes. Não tinha notado sua presença.

-Oi. – disse.

-Como está se sentindo?

- Estranha, atordoada... – deixei as palavras se prenderam em minha garganta.

- Entendo.

- Há quanto tempo estou desacordada? – perguntei.

- A uns 2 dias. Já estava começando a me preocupar.

- Dois dias?

-Sim. – ela disse, levantando-se e indo até a beira da maca. - Seus ferimentos não foram graves, mas quando você viu a borboleta... seu quadro se agravou.

 - Por quê?

-Vamos dizer que você tem mais sensibilidade aos animais de seu nome e que te seguem Quando você viu a borboleta, aquilo lhe atingiu de uma forma profunda e amarga. E como se você visse um parente ou uma pessoa que você ama muito sofrer algo ou alguma coisa, certo?

Encarei o teto por um segundo, enquanto me lembrava da cena. Uma pontada atingiu meu peito me fazendo piscar rapidamente. Virei-me para a ruiva e assenti com a cabeça. Ela sorriu e disse:

-Bem, vou deixa-la aqui por mais algumas horinhas, só em observação. Ah, você tem visitas.

Ela se afastou e pude ver Rodrigo encostado na porta. Ela sorriu e se retirou.

-Oi. – ele disse, se aproximando.

- Oi. O que faz aqui? – perguntei.

-Bem, como você não conhece muita gente por aqui, resolvi vim te visitar.

-Obrigado.

-Que isso. E também, precisava contar para alguém: recebi meu mascote.

-Sério?! Como ele é?

-Bem... – ele disse, tirando a mão esquerda do boldo de seu casaco e me mostrando um corte horrível.

-Meu deus! – não me contive

-Calma, queria o que? Ela é uma coruja.

-Ela?

-Sim, é fémea.

Mordi meu lábio para não rir.

-Interessante. – falei.

Ficamos em silêncio por um tempo. Ele cutucando o machucado e eu encarando o teto.

-Você... sente algo quando vê uma raposa se machucar ou algo assim? – perguntei.

Ele me encarou.

-Às vezes sim. Acho que é por causa da ligação.

- Como?

-A ligação. Acha que escolhem nossos nomes por acaso? Escolhem por nossas características e atitudes.

Pisquei algumas vezes para absorver aquilo. Como essa gente era estranha. Quase fui morta e eles continuam a vida?

-Querida, Mira te liberou mais cedo. Pode ir. – falou a enfermeira.

Sem reclamar ou perguntar quem era Mira, me levantei e, acenando para Rodrigo, que saíra pela porta, segui para o banheiro para me trocar.

-----------Minutos depois----------

Sai da enfermaria o mais rápido que pude. Corri pelo jardim e cheguei ao meu quarto. Abri a porta e vi minha bolsa em cima da cama. Ótimo, estava mesmo procurando por ela. Abri a mesma e de lá tirei o disco com o desenho da  borboleta. Observei-o por um momento.

Desde que fui para a quadra, não parava de me lembrar dele. Acontece que quando as borboletas “voaram para cima de mim”, o disco que estava em minha mão sumiu a apareceu aquela adaga. Estava querendo descobrir como aquilo aconteceu.

Levantei-me como mesmo na mão e fiquei parada, tentando arrancar alguma coisa daquele disco. Nada. Cai na cama, vencida. Joguei o disco para longe que caiu intacto no chão. Zangada, peguei minha mochila e sai do quarto. Segui pelo corredor até uma parte em que ainda não tinha ido. Era uma espécie de corredor, cheio de janelas sem vidros e bem florido. Adorei o local. Larguei a bolsa em um banco e encostei em uma das janelas. O vento cortava meu rosto e atravessava meus cabelos, me fazendo arrepiar levemente.

  Estava observando o local quando percebi que alguém se aproximava. Corri para pegar minha mochila e quando me virei, bati em algo duro. Cai sentada no chão e minha bolsa se abriu, espalhando meus objetos por todo lado. Envergonhada, comecei a catar meus papeis, logo uma mão começou a me ajudar, uma mão grande e masculina.

Enfiei tudo na bolsa, me levantei e olhei no rosto do mesmo. Ele era lindo. Tinha olhos verdes e cabelos castanhos escuros, levemente alongados e bagunçados. Usava uma armadura que o valorizava muito.

-Desculpe. – disse, voltando a realidade.

-Que isso. – ele disse, sua voz soando calma– Eu que peço desculpas.

-Não, sério. A culpa foi minha. Estava distraída.

-bem, então, vou aceitar. Não vemos mais pessoas educadas assim.

Corei. Acho que ele percebeu, pois ele abriu um lindo sorriso, que me deixou balançada. Retribui o mesmo e sai do local.

-Ei! – ele gritou

Virei-me para encara-lo.

-Qual seu nome?

-Shopia May – respondi.

- Você é a garota das borboletas? – ele perguntou.

-Sim. – respondi com medo pelo que vinha pela frente.

Ele correu até mim.

-Sério? Soube que você se machucou feio. Você tá bem?

Corei ainda mais.

-E-Estou, obrigado.

-Não precisa ficar envergonhada. Muitos outros alunos sofrem no primeiro dia. Já teve casos de pessoas que ficaram em coma ou algo do tipo.

-Ah. – falei.

-Bem, então, até. Você parece ser bem legal. – ele disse – ah. Me chamo Daniel, Daniel Heavy.

-Prazer. - disse, virando-me e saindo do local. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?