– Então quer dizer que nos encontramos de novo. – falei passando a mão no cabelo e olhando pra sua mão a procura de uma aliança que eu não vira.

– Anda me seguindo? – ele sorriu.

– Eu iria lhe fazer a mesma pergunta. – franzi a testa, sorrindo inocentemente pra aquele sujeito lindo, com aqueles olhos azuis que meu Deus... que olhos. Mordi os lábios minha vontade era de perguntar se ele estava a fim de...

– Acho que sua... A menina que estava com você naquele dia... Bom...

– Lindsey, ela foi... sabe, urinar. – fiz um bico dando de ombros da Lindsey.

Grissom por sua vez revirou os olhos antes de me olhar. Balançou a cabeça e apontou para o banheiro, ele pensava em falar algo, mas novamente balançou sua cabeça e então me encarou, e foi nos olhos. O que me deixou um tanto arrepiada. “Me gusta boy.”

– sabe eu acho que ela estava chorando. – ele curvou os ombros meio em duvida. Ele pelo jeito adora interromper meus devaneios safados com ele. Que malvadinho ele é.

Ah, tudo era ela, tudo, tudo. E eu onde fico na historia? Fiquei de pé bufando por dentro. A parada era eu ficar amiga ao máximo de Linds pra conseguir mais e mais próximo do gatinho a minha frente.

– Eu vou ver se ela esta bem. – me apoiei na cadeira olhando pra ele.

Então seu sorriso apareceu e ganhei uma piscadela.

– Sara, acho melhor ir logo. Sabe o ônibus... – ele olhou pra trás – Acho que ele já esta pra sair.

– Você esta naquele ônibus? – arregalei os olhos. Aquilo só poderia ser o destino. Eu e ele, pra sempre. Oh belezoca.

– Claro. Estou indo pra Vegas também. – ele parecia um tanto presunçoso, mas o que importava? Ele era um gato mesmo. - sara?! – ele me interrompeu de novo. Minha visão voltou focando ele.

– Sim... sim. – balancei a cabeça me virando.

– Vá rápido. – ele gritou ao me ver correr.

Sai correndo que nem uma desvairada até o banheiro feminino onde encontrei Lindsey sentada na pia choramingando.

– Pare de chorar Lindsey. – franzi a testa.

– Me deixa em paz! – ele virou o rosto.

Mordi os lábios pra não ter que xingar mil palavrões antes de arrastar ela pro ônibus. Respirei fundo e prossegui.

– Vamos embora. – me aproximei dela.

– Não! – ela cruzou os braços.

– Achei que quisesse ver sua mãe. – agora eu estava um tanto surpresa.

– E eu quero. – ela me olhou de soslaio.

– Então vamos. – ergui o braço doida pra ela descer logo dali pra eu voltar a flertar...

– Só se você prometer que não vai ficar ai pelo mundo gritando comigo. – seu biquinho fofo se formou, mas eu não me abalei aquilo, ela era malandra, aproveitava do meu bom humor e da minha ansiedade pra ter o que queria.

– Ok. Vamos Linds. – franzi a testa.

– Então prometa de dedinho. – ela arqueou a sobrancelha mostrando seu miúdo dedinho.

– Ok. – suspirei revirando os olhos e me aproximei dela fechando todos os dedos menos o dedinho que entrelaçou ao dela.

– Agora sim. – ela pulou da pia com um sorriso malicioso estampado no rosto e então andou pra fora do banheiro.

Eu que parecia mais uma boboca do que sara Sidle sai logo atrás dela. Mas a loirinha irritante estava bem ali parada olhando pro nada.

– O que foi? – olhei na mesma direção vendo um ônibus se movimentar – Não, não... Não. – comecei a gritar. Meu futuro. Minha metade da laranja lima estava indo embora naquele ônibus. Comecei a correr, mas tive que parar pra puxar Lindsey que parecia uma tartaruga velha se arrastando por ai. Ela gritava enquanto eu a puxava.

– PARA ESSE ONIBUS. PARE. – eu gritava tentando alcança-lo – PARE.

– AAh. – Lindsey me irritava. Puxei ela pro meu colo e corri, mas era impossível chegar ao ônibus com um peso a mais. Talvez eu devesse deixa-la ali e ir atrás de Cath. Não. Ela poderia causar uma terceira guerra mundial.

– PAREE. – eu berrei mais uma vez. E de longe pude ver Grissom me olhando pela janela.

– Sara! - ele gritou de volta – Te esperarei na próxima parada. – ele acenou pra mim.

– PARE O ONIBUS. – minha voz começou a falhar, minhas pernas começaram a protestar e então parei quando não pude mais ver nem Grissom pela janela.

Respirei fundo, estava ofegante, soada e com raiva. Coloquei Lindsey no chão que bateu com o pé no chão algumas vezes fazendo a poeira subir mais do deserto.

– Para. – gritei ao olhar pra ela – Foi tudo o seu plano, né?

– Quem dera. – ela deu de ombros.

– Garota, você tem sorte que me controlo...

– Por quê? Iria me bater? – ela fez um bico requebrando a cintura.

– Seria até uma boa. – pensei – Mas te deixaria aqui sozinha. – olhei mais uma vez pra estrada – Droga meu celular esta na mala. – fiz uma careta passando a mão no rosto.

– Falei pra pegar a mala.

– Deveria ter me contado que perderíamos o ônibus. – a encarei – E por causa de você.

– O moço bonito disse que vai te esperar. – ela saiu andando voltando pro pequeno restaurante.

– Ei volte aqui menina. – gritei – E... E... E como ele vai saber qual é minha mala? – comecei a segui-la.

– Porque você é maluca. – ela ria – E tem seu nome enorme nela.

Parei, aquilo era verdade. Suspirei e fomos, nós duas pro restaurante ver se conseguíamos alguma coisa.

Era engraçado, eu não sabia nada sobre ele, mas parecia saber tanto. Mais uma vez eu tinha me encontrado com ele, e mais uma vez ele tinha ido embora de forma... Tão... Tão insensível... Meu Deus, estou apaixonada por ele! E isso é um ótimo motivo e incentivo pra eu continuar o meu caminho pra Las Vegas... Mas o que ele faria em Las Vegas?

Dei de ombros, iria comprar algumas cervejas.

Olhei pra menina que arrastava a mochila até o restaurante.