Em Busca De Uma Willows escrita por Little Fish


Capítulo 3
Sempre a loirinha


Notas iniciais do capítulo

Oi gente....Estou vomitando arco-iris. AGSYAGSY. estou vendo que estão mesmo gostando. Fico feliz por isso :D
tenham uma boa leitura.



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Fui acordada não porque eu quis acordar, ou porque pássaros cantavam naquela manha, ou até mesmo porque o despertador deu a louca, mas sim porque senti um cheiro um tanto desagradável que me fez erguer a cabeça e tentar reparar de onde ele estava vindo... Cozinha... Lindsey!

Fiquei de pé em um único salto e ainda meio tonta corri até a cozinha, escorregando no meio do corredor. O fogão pegava fogo e Lindsey enchia um pote pra tacar água no fogão. Rapidamente peguei o pote de suas mãos e taquei, mas não adiantou muita coisa, larguei o pote no qual Linds pegou de novo e começou a enchê-lo e peguei um pano tacando no fogão e aos poucos o fogo diminuía, desliguei a boca mas a panela ainda tinha fogo alto.

Virei-me pra pegar o pote, mas Linds me tacou a água, errando a mira. Ela abriu a pequena boquinha assustada e com raiva peguei uma jarra com água e taquei no fogão jogando logo um pano em cima e apagando todo o fogo.

O cheiro de queimado era horrível. Respirei fundo e olhei pra pequena que estava realmente com um olhar apavorado.

– Você esta tentando nos matar? – falei com raiva.

– Não! – ela começou a choramingar – é só estava fazendo café da manhã pra você.

Fechei os olhos e mais uma vez respirei fundo, e então mais calma olhei pra ela.

– Desculpa. – murmurei.

– Sempre da tudo errado. – ela olhou para o chão soluçando.

– quer ver realmente sua mãe? – aquela pergunta me deu uma dor no peito.

– Mais do que tudo. – ela me olhava com aquele olhar perturbador.

– Então vá arrumar suas coisas na mochila. – cocei a cabeça e sem que eu esperasse a pequena pulou em meus braços me dando um abraço apertado.

**~~~

Acho que esse foi o melhor plano de toda a minha vida. Carregar Lindsey de volta pra mãe. Não estava nem ai se Cath iria estar sem dinheiro ou sei lá, só queria ficar livre da peste loira.

Enquanto eu comprava as passagens do ônibus Linds quicava ao meu lado, estava alegre que só.

Todos olhavam pra mim e pra ela. Estávamos com mochilas iguais, mas a minha era maior que a dela, talvez achasse que fossemos irmãs, ou mãe e filha, mas acho que nunca imaginariam que ela fosse minha afilhada, o que era trágico.

Por Lindsay ter apenas dez anos, quer dizer, nove, e por sorte aquele dia a passagem estava em promoção então a menina não precisava pagar a passagem.

Esperamos por um bom tempo na estação até que o ônibus chegasse. O local estava cheio então peguei no braço de Linds e falei quase berrando.

– Entre por trás. Entendeu? – ela balançou a cabeça em um sim – E me espere dentro do ônibus e guarde meu lugar.

Ela sorriu e então a larguei deixando ela na pequena fila que tinha na porta dos fundos.

Fui pra minha fila que também era pequena, fui a ultima a entrar. E logo ao fazer isso o motorista ligou o ônibus, dei o meu bilhete e passei pela roleta. Então o ônibus deu sua partida.

– Moça. – olhei pra mulher que me cutucava.

– Pois não?!

– Aquela menina não esta com você? – ela perguntou apontando pro lado de fora do ônibus pra onde uma parte do pessoal olhava. Olhei pra todos os bancos procurando a menininha branca de cabelos loiros, mas nada vi. Devo ter xingado alguns palavrões porque algumas pessoas reclamavam, e quando olhei pela janela pude ver Lindsey correndo atrás do ônibus e gritando.

– MOTORISTA! PARE ESSE ONIBUS. – berrei algumas vezes antes de conseguir fazê-lo parar.

As portas foram abertas e uma menina acabada de tanto correr entrou no ônibus cansada e vermelha, com o rosto completamente molhado de lagrimas. Me abaixei em sua frente.

– Por que não entrou? – franzi a testa.

– Porque você disse que era pra te esperar. – ela soluçava.

– Mentirosa. – arregacei os olhos – Disse nada disso.Ela se afastou de mim indo se sentar no ultimo assento. Dei de ombros e sentei ao seu lado tombando a cabeça pra trás e dormindo.

– Honey, honey. HONEY. – abri os olhos encarando Lindsey que griatava no meu ouvido.

– Sabia que eu não sou surda? – balancei a cabeça.

– Desculpa. Mas estou com fome! – ela mordeu os lábios.

Olhei pela janela, o ônibus estava parado aquela altura...

– Onde estamos? – me virei pra loirinha que olhava pro lado de fora da janela.

Ela me olhou com aquela cara de triste angelical.

– Não sei. Mas já estamos a horas aqui dentro. – ela suspirou.

– Ok. – fiquei de pé vendo apenas um homem moreno dormindo em um acento a frente – Venha. – estiquei o braço pra que Lindsey pegasse a minha mão.

– Não vai levar a sua mala? – ela ficou de pé segurando a minha mão e olhando pra minha mala no canto.

– Não precisa, só vamos comprar algo pra comer e já voltaremos. – pisquei pra ela sorrindo – Pode deixar sua mochila ai também.

– Não! – ela franziu a testa.

– Você é quem sabe. – a puxei saindo do ônibus.

Deixei Lindsey sentada em uma cadeira próxima enquanto fui comprar nosso lanche. Ao recebê-lo, fui me sentar. Dei seu suposto lanche e comi o meu, foi ai que reparei o quanto estava com fome.

O sol ainda estava forte. Eu poderia muito bem pegar o celular e ver as horas... Mas estava na mala e a preguiça não deixava, ou então...

– São que horas? – perguntei pra loira que lambia os dedos.

– Não sei! – ela deu de ombros.

– Ok! Achei que fosse uma menina prodígio, mas não é. – fiz cara de deboche.

– O que? – ela me encarou – Fala serio, só tenho nove anos. Não sou obrigada a saber as horas em relógio analógico.

– Você consegue me irritar. – fiz um bico e logo continuei – então por que usa esse relógio horrível que sua mãe te deu?

– Porque talvez ela tenha me dado. – ela fez carão como se eu fosse obrigada a saber daquilo.

Torci os lábios. Queria por um momento que aquela menina fosse maior de idade. Ai ela ia ver o que era bom.

– Você é burra. – falei torcendo os lábios e comendo uma batata frita dela.

Como eu não esperava ela ficou de pé e saiu correndo pra dentro do pequeno restaurante. Respirei fundo e bati com a cabeça três vezes na mesa.

– Vai acabar ficando com um inchaço na cabeça. – ergui a cabeça vendo quem? Quem? Ele mesmo. Pois é, que mundo miúdo.

– Oi. – sorri como se nada tivesse acontecido.


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Notas finais do capítulo

Eita, quem será ? acho que já sabem ;)
Até a próxima.