Em Busca De Uma Willows escrita por Little Fish


Capítulo 12
Você me faz sentir uma pessoa boa.


Notas iniciais do capítulo

Tenham uma ótima leitura. ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/214867/chapter/12

– SOCORRO. - eu gritava pelo pequeno hospital, enquanto carregava nos braços a pequena - SOCORRO.

Meu suor escorria, meu coração ia a mil. Eu iria perde-la.

Duas enfermeiras então apareceram, com uma maca. Uma delas pegou Lindsey do meu colo e a colocou na maca, ela verificou a pulsação da menina e encarou a outra enfermeira.

– O pulso dela esta baixo demais. Temos que correr.

– O que? - eu tentava entender.

As duas enfermeiras gritaram "emergência" e saíram em disparada pra um corredor, por onde as segui. Mais dois enfermeiros apareceram quando elas entraram em uma sala. Tentei passar pela porta, mas fui agarrada.

– Desculpa, não pode entrar. - um homem de branco falou.

– Mas ela é minha..

– Não pode senhorita.

– O que ela tem? - meus olhos lacrimejavam.

– Ainda não sabemos, quando soubermos falaremos pra você. - ele dava leves palmadas em meu ombro.

– Eu quero saber agora. - deixei a mochila dela cair no chão enquanto eu lutava pra entrar na sala - Ela não pode morrer. Ela não pode. - eu gritava no meio do hospital.

Então mais um medico apareceu e junto com o outro me arrastou pra longe dali.

**~~

– você esta melhor? - um deles perguntou.

Balancei a cabeça em um sim.

– Posso então deixa...

Olhei pra ele tristemente.

– Sara.

– Sara, posso deixa-la aqui, enquanto vou ver se sua filha estar bem?

Minha filha? Como ela poderia ser a minha filha? Como um dia eu poderia ser mãe? Eu era um monstro. E se ela morresse? E se ela já estivesse morta? Então seria a minha culpa.

– Sara?! - o encarei e mais uma vez balancei a cabeça em um sim.

Ele sorriu pra mim e então ficou de pé sumindo em um dos corredores.

Fiquei por alguns longos minutos ali sentada, com o coração na mão e ninguém apareceu pra me dar uma noticia boa ou ruim.

Apertei os olhos, a noticia deveria ser ruim, porque ninguém apareceu.

Chorei. Meu corpo se movia com o movimento de meus soluços que vinham fortes.

Uma mão passou por minhas costas. Deveria ser algum medico tentando me reconfortar com toda aquela dor. Mas agora me abraçou, o que me fez erguer o olhar e ver que não era um medico, mas sim Grissom.

Olhei pra ele, que também tinha o olhar triste e o abracei aos prantos.

**~~

Agora eu só soluçava enquanto ele tentava colocar meus cabelos pra trás de minha orelha.

Uma medica apareceu, sorrindo para nós.

– Você é Sara? - ela perguntou.

– Sim. - a olhei.

– A menina esta melhor. Mas tem que repousar por algumas horas.

– O que ela teve? - perguntei eufórica.

– A pressão dela arriou e ela quase teve um ataque cardíaco. - o tom de voz da jovem era lamentável.

– Obrigada. - solucei abaixando o olhar.

– Quando ela acorda chamaremos você. - foi apenas isso que ouvi dela.

Mas uma vez Grissom me abraçou, sem ao menos falar nada. a jovem talvez tivesse ido embora, porque não ouvi mas sua voz arrastada.

– Como sabia?

– O que? - sua voz estava rouca.

– Que eu estava aqui!

– Sabe quando você tem um pressentimento ruim? - ele sussurrou - Quando vi você entrando no ônibus com Linds, senti isso e logo que o primeiro ônibus deu partida vim atrás de vocês. - ele pigarreou quando me afastei dele - Vi você correndo na beira da estrada com ela nos braços e então pedi que o ônibus parasse pra eu descer e...

– E sua palestra? - limpei as lagrimas em meu rosto.

– Posso apresentar depois. - ele deu um meio sorriso.

– Você é tão bonzinho. - olhei pro chão - Ela esta aqui por minha culpa.

– Creio que não!

O olhei.

– Eu fui ruim com ela por todo esse tempo, sempre a maltratei. E em troca... ela me defendeu no ônibus quando levantei a mão pra ela. Ainda bem que esta viva se não seria um peso pra mim, o que eu faria? O que eu falaria pra mãe dela? - meus soluços voltavam.

– Que o tempo todo tentou fazê feliz.

– Mas o problema é que eu não tentei!

– Ela disse pra mim que o melhor ano dela foi passar ao seu lado. Ao lado da honey dela. - sua voz amoleceu.

Perdi a fala. Como ela ainda poderia me amar depois de tanto mal? O arrependimento, as coisas que fiz, o que falei a ela...

– Eu disse que a mãe dela não a amava! - meus olhos se estreitaram – E agora ela esta aqui.

– Hoje é aniversario dela. - ele olhava pro relógio - Bom, já tem três horas que é o aniversario dela. - ele sorriu.

– Hoje? - arregalei os olhos.

– sim! - ele segurou a minha mão - Esta fazendo...

– Dez anos.

– Isso mesmo.

– Como eu poderia esquecer? - balancei a cabeça.

– As vezes acontece quando se esta com mil coisas a mente. - ele sussurrou.

– E ela esta aqui. - comecei então a chorar.

– Ah. - ele deu um pulinho enfiando uma mão em uma sacola ao seu lado e tirando dali uma coisa... - Ela me disse que você iria comprar isso a ela depois.

Ele me amostrou aquele objeto, aquelas duas no balanço. A afilhada e a marinha.

– Meu Deus. - coloquei a mão sobre a boca - Eu menti quando disse que iria comprar outro dia.

– E ela acreditou em você. - seus olhos eram preguiçosos - Tome. - ele colocou aquilo em meu colo - Dê a ela e diz que foi você quem comprou de presente.

– Obrigada. - e mais uma vez o abracei - Obrigada Grissom.

– Não há de que. - ele me apertou em seu abraço quente e reconfortante.

- Ah Grissom. - eu afundava meu rosto em seu ombro.

– Sua mala ainda esta comigo. - ele gargalhou - Tenho que devolver aquilo. As pessoas acham que meu sobrenome é Sidle. - ele passou a mão em meu cabelo.

**~~

– Senhorita? - alguém me cutucou - Senhorita Sara?!

Um fio de luz me cegou por alguns segundos, me fazendo apertar os olhos.

A mesma enfermeira que me dera a noticia de Lindsey estava ali sorridente.

Olhei pros lados a procura de Grissom e só encontrei o objeto com as duas meninas.

– O homem que estava lhe acompanhando disse que eu não deveria acorda-la. Mas é que já são nove da manhã e a menininha esta pra acordar. - ela deu uma leve pausa - Ah. A mochila dela, esta no quarto.

– Onde ele esta? - me sentei passando a mão nos olhos.

– Ele foi embora. Disse "boa sorte" - ela tombou a cabeça pro lado e prosseguiu - A sala dela é a quarta daquele corredor. - ela apontou pro corredor a direita. Sorri pra ela e fiquei de pé seguindo pro tal corredor.

A porta estava encostada. Respirei fundo e entrei no quarto que estava claro. A menina dormia na cama grande demais pra ela. Me aliviei ao ver que não havia nenhum fio nela ou algo do tipo.

Eu não sabia se poderia acorda-la e simplesmente perguntar se ela estava bem.

Mordi os lábios e me aproximei dela deixando o objeto que ela tanto quis em cima do criado mudo, o balanço do objeto se movimentou e a menina balançou junto com o balanço.

– Parece nós duas. - levei um susto ao ouvir aquela voz.

Olhei pra ela e meus olhos marejaram.

Sem pensar a puxei da cama, deixando-a sentada e abracei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Isso ai mesmo. Ela esta bem.
Mas ainda falta achar uma Willows em Vegas e Grissom? o que será de Grissom pra Sara?
Ah, e será que Sara e Linds vão mesmo ficar de bem ou a menina vai culpar Sara pelo ocorrido ? hnnnn veremos. Até o próximo gente :D