Meu Bônus Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 66
Alguém tem que pagar


Notas iniciais do capítulo

OLHA QUEM AINDA ESTÁ VIVA!
A wild Mandy-Jam appears depois de meses de ausência. Chegaram as minhas merecidas férias, e agora eu vou aproveitar para colocar essa história em dia.

Tentei caprichar o máximo nesse capítulo. Boa leitura!



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POV Ares

Revirei os olhos e apontei com o dedo para a porta, quando Apolo deixou o quarto.

— Milênios de existência e ele não consegue ficar mais inteligente que isso. – Resmunguei. Alice balançou a cabeça.

— Ele é inteligente sim, tá bom? – Defendeu – Só se perde de vez em quando.

— Ele se perde, mas a sua honra não? – Perguntei rindo e vi o rosto dela corar.

— Ora, cala a boca. – E foi então que seus olhos correram rapidamente para o meu corpo – E será que dá para colocar uma roupa? Eles estão quase prontos para o jantar.

Eu adorava o jeito como ela ficava sem graça. Também adorava o rubor das suas bochechas e o jeito como ela tentava desviar o olhar, mesmo querendo – lá no fundo – mantê-lo em mim. Coloquei as mãos na cintura, onde a toalha ainda estava amarrada e sorri torto.

— Meu corpo está te tirando a concentração, docinho? – Perguntei erguendo uma sobrancelha.

— Ah, me poupe. – Ela desviou o rosto, fingindo não estar ligando – Eu só vim aqui para avisar que o jantar já está quase pronto.

— Uhm, jantar. É, parece divertido. – Assenti sem ligar muito, mas ainda com um sorriso torto no rosto. Alice olhou para mim sem entender – Você quer ver uma coisa ainda mais divertida?

— O quê? – Ela perguntou, inocentemente, e abri a toalha revelando meu corpo nu. Alice deu um gritinho de surpresa e desviou o rosto queimando em vermelho. Eu comecei a gargalhar – Você é um exibicionista!

— Ah, qual é, benzinho! – Eu ainda estava rindo da reação dela – Eu pensei que já tínhamos passado da fase de ter vergonha de ficarmos nus na frente um do outro.

— Você algum dia teve essa fase? – Ela rebateu rindo, e eu a acompanhei.

— Alice Kelly, essa foi uma pergunta muito atrevida. – Falei em um tom sedutor.

— Nem começa. – Disse negando com a cabeça, mas com um sorriso bobo.

— Eu vou ter que te dar uma lição. – Continuei e avancei alguns passos.

— Pode ir parando com isso. – Tentou novamente.

— Vem para mim, garota da guerra. Eu estou mandando. – Chamei-a com o dedo indicador. Alice olhou para e prendeu o riso – O que foi? Não está levando minha ordem a sério?

— Você quer ver uma coisa atrevida? – Perguntou e puxou a camisa para cima revelando um sutiã preto. Ela fez uma expressão de falso choque e depois abaixou a camisa novamente. Eu mordi o lábio, sentindo-me extremamente tentado.

— Pensei que você não usasse sutiã. – Comentei.

— Você não ouviu o Joe? Eu não uso calcinha. – Rebateu rindo.

Segurei sua cintura e puxei-a contra mim. Beijei seus lábios com vontade, e ela retribuiu por alguns segundos.

— Nós temos que descer. – Lembrou olhando para mim – O jantar já está quase pronto e...

— Podemos pular para a sobremesa. – Falei erguendo as sobrancelhas sugestivamente – Eu não conto, se você não contar.

— Nós realmente temos que ir. – Insistiu enquanto eu beijava o seu pescoço.

— Deixa eu te dizer uma coisa, coração. – Eu segurei seu rosto e fitei seus olhos – Eu sou Ares, Deus da guerra e da violência, senhor das lutas. Eu não tenho que fazer nada.

Eu pude ver Alice perder o ar por alguns instantes.

— Quando você fala assim você fica tão... – Ela mordeu o lábio inferior, tentando controlar um sorriso. Sem dar mais tempo, ergui-a do chão e coloquei-a sobre meu ombro – Ares! Qual a necessidade disso?!

— Estou te reivindicando. – Disse e joguei-a no colchão. Alice olhou para mim sem entender – Agora a sua atenção será somente minha e qualquer parente seu que queira mudar isso vai ter que passar por isso – mostrei meu bíceps direito – e isso. – mostrei o esquerdo.

— Corta essa, tá bom? Nós temos que descer logo. E você tem que colocar uma roupa. – Repetiu começando a se controlar novamente.

— Só um pouquinho. – Pedi sentando-me perto dela – Vamos ser rápidos.

— Rápidos? – Repetiu ela rindo – Ok, você tem 2 minutos.

— Não tão rápido. – Revirei os olhos frustrado – Me dê uns 40 minutos.

— Nem pensar. – Respondeu ela. Eu abri a boca para argumentar, mas ela nem mesmo me deu chance – O que você acha que eles vão pensar se eu e você descermos para o jantar 40 minutos atrasados? Vamos ser as únicas duas pessoas faltando!

— Eles vão pensar que estávamos conversando. – Respondi encolhendo os ombros.

— Sim!

— E nós realmente estaríamos!

— Pior ainda! – Exclamou e apontou para o armário – Vai vestir uma roupa, agora!

Bufei pesadamente, e me levantei para vestir uma roupa, mas não antes de dar mais um beijo em Alice.

Maldita pirralha, maldita casa no meio do nada, malditos parentes inconvenientes, maldita viagem. Quem foi que teve a maldita ideia de ir para o Alabama?!

Ah, é. Fui eu.

Não, eu não. Foi coisa da mãe-militar dela. Aquela Jenny.

Maldita mortal irritante. Eu devia...!

Parei por alguns instantes. Percebi que enquanto eu vestia a camisa, Alice estava prendendo risadinhas. Olhei para ela sobre o ombro, e ela parou imediatamente, fingindo olhar para algum ponto na parede. Virei novamente para o armário, estranhando aquilo. Já estava de cueca, quando ouvi novamente.

Virei-me para ela e estreitei os olhos.

— O quê? – Perguntei. Ela corou e tentou ficar séria.

— O que o quê? – Respondeu.

— Que risinho é esse? – Perguntei cruzando os braços.

— Não tem risinho nenhum. – Falou sem jeito. Eu continuei fitando-a e Alice desviou o olhar – Eu só estava lembrando de uma piada.

Parei para pensar por alguns instantes.

— No que estava pensando? – Perguntei, e ela negou com a cabeça, insistindo que não era nada. Eu me virei novamente, quase desistindo daquilo.

Fez-se silêncio por alguns instantes, até que ela comentou:

— Seu bumbum é uma gracinha.

Eu respirei fundo e fechei os olhos. Abotoei a calça e virei para Alice, fitando seu sorriso travesso e suas bochechas vermelhas.

— Sabe o que você fez, Kelly? Você jogou um balde d’água na minha fogueira. Foi isso que você fez. – Falei apontando para ela – Agora não me vem com essa, porque se o meu fogo voltar, pode esquecer isso de comer com a família. Meu jantar vai ser você.

Ela ergueu as mãos em rendição.

— Agora vamos logo. – Eu estava prestes a andar quando olhei para ela de novo – E você vai na frente.

Alice caiu na gargalhada, mas obedeceu e saiu do quarto.

POV Apolo

— Seu futuro marido roubou meu carro! – Exclamei revoltado, enquanto Jenny colocava travessas de comida na mesa de jantar. Ela ergueu os olhos para mim.

— É, eu vi. Sinto muito por isso. – Falou desamarrando o avental que vestia.

— E você ajudou ele! – Completei lembrando-me – Eu poderia te castigar por isso!

Ela parou. A ameaça de um Deus sempre era algo que os mortais temiam.

— Ora, seria uma pena se você fizesse isso. – Comentou com calma – Quem mais faria bolo e te deixaria lamber a massa de tigela?

Ela tinha um bom argumento.

— Uhm, você também é bem legal, e acha que eu deveria ficar com a sua filha. O que já é bem mais que o idiota do meu irmão acha. – Murmurei pensativo – Tudo bem, eu não vou castiga-la. Mas você tem que me ajudar a pegar meu carro de volta.

— A Hermes só está sendo Hermes. – Ela revirou os olhos – Uma hora ele vai se cansar e devolver o seu carro para você. Eu não me preocuparia, Apolo.

— Sabe quanto tempo isso pode demorar? – Protestei incrédulo – Aquele marginal quer pôr as mãos no meu carro faz séculos!

— Bem, você sempre pode roubar o carro de volta. – Sugeriu depois de tomar uns segundos para pensar sobre o assunto. Eu bufei de frustração.

— Claro. Seria tão fácil quanto afogar Poseidon. – Resmunguei – Ele não vai largar aquele carro por nada! Preciso que você o convença a devolver para mim.

— Apolo, de onde você tirou que eu posso convencer Hermes a fazer alguma coisa? – Perguntou enquanto ajeitava os talhares na mesa. – Você sabe muito bem que ele faz o que bem entende e não se importa muito com as consequências.

— É isso que eu estava pensando! E se nós criamos uma consequência que faça ele desistir do carro? – Abri um sorriso largo para ela. Jenny ergueu as sobrancelhas.

— Está falando em chantagem? – Perguntou – Mas o que você usaria contra ele?

— A ideia original era usar a Alice, mas ela é uma péssima atriz. Tem muito o que aprender comigo, pobre criança. – Comentei pensando em como teria que dar aulas de teatro a minha nova musa – Então eu pensei que talvez você pudesse ter uma ideia melhor, já que é a esposa dele.

Futura esposa. – Corrigiu olhando em volta – Não fique repetindo isso, alguém pode ouvir.

— Me salve, Jenny. – Eu queria convencê-la, por isso resolver usar um pouco do meu charme para que seu coração amolecesse. Segure uma de suas mãos e a levei até meus lábios de forma charmosa, dando um beijo – Meu destino está em suas mãos.

Ela franziu o cenho.

— Ahm... Claro, Apolo. Você pode largar a minha mão agora. – Pediu e eu larguei – Olha eu posso até falar com Hermes, mas para isso eu preciso que ele esteja aqui, e ele não está. Duvido muito que volta também...

Nesse instante, o cômodo ficou absurdamente quente. Nós dois olhamos pela janela e vimos um carro esporte brilhante estacionar no gramado. As rodas pareciam pegar fogo. A porta do motorista se abriu e Hermes desceu do carro usando óculos de Sol e exibindo um sorriso de felicidade e satisfação.

— Canalha miserável. – Rosnei atravessando a porta como um raio e indo para fora da casa. Jenny me seguiu em passos largos, tentando chegar a Hermes antes de mim.

— Ei, ei! Calma, sem brigas! – Pediu tentando me segurar pelo ombro. Conseguiu me desvencilhar dela com grande facilidade e parei alguns metros de Hermes.

—Kon’nichiwa, irmão! – Exclamou abrindo os braços.

— Kon’nichiwa?! – Repeti com raiva – Você foi até o Japão com o meu carro?!

— Não. – Negou com a cabeça – Quero dizer, não diretamente ao Japão. Eu fiz uma parada no Canadá, dei um pulinho na Itália, uma passadinha pela India.

— Eu vou te dizer para onde você pode ir, seu miserável! – Jenny colocou-se entre nós dois no exato momento em que eu avancei.

— Calma! – Pediu e depois olhou para Hermes – Para que você voltou?

— Para te trazer sushi. – Falou erguendo um pacote com letras japonesas. Jenny o pegou com relutância, e suspirou pesadamente.

— Obrigada. – Respondeu.

— Obrigada?! – Repeti.

— Ahm, olha Hermes, é melhor você devolver o carro. – Falou virando-se para o seu amante. Hermes prendeu o riso diante do pedido – Hermes, estou falando sério.

Aos poucos, ela ganhou novamente a sua pose de durona, o que aumentou a minha felicidade. Finalmente aquilo daria certo!

— Sabe muito bem que esse carro não é seu. É do Apolo. Por isso devolva as chaves para o seu irmão agora mesmo. – Ordenou. Hermes ergueu as sobrancelhas.

— Agora mesmo? – Repetiu e ela assentiu com a cabeça.

— É, agora mesmo, idiota. Não escutou a sua mulher? – Reclamei e estendi a mão. Hermes assentiu concordando. Ele estendeu a mão e me entregou o que eu achei ser o molho de chaves, mas na verdade era só papel de bala.

Irritado e começando a perder a paciência, fiz o papel pegar fogo nas minhas mãos e trinquei os dentes.

— Está achando isso engaçado, seu ladrãozinho? – Rosnei. Ele riu.

— Pode apostar.

— Sua mãe nunca te ensinou que roubar é errado? – Reclamou Jenny.

— Talvez tenha sido essa mensagem que ela queria passar quando me prendeu no meu berço no dia em que eu nasci, mas eu estava distraído e não absorvi a ideia. – Comentou fingindo pensar no assunto.

— Distraído roubando de mim! – Atirei – Desde o dia em que você nasceu, tudo o que você faz é pegar as minhas coisas. Eu estou farto disso! Devolva-me o meu carro imediatamente!

— Se eu te devolver o seu carro, o que eu ganho em troca? – Perguntou erguendo uma sobrancelha de modo presunçoso.

— Você vai ter feito a coisa certa. – Tentou Jenny. Ele soltou uma gargalhada.

— Não, sério. O que eu ganho?

— Se você me devolver o meu carro, eu poupo os seus dentes de um morro. – Respondi sorrindo forçadamente – E não faz essa cara de desapontamento! Você não vai ganhar nada por ser uma pessoa decente e fazer a coisa certa!

— Então nesse caso, eu fico com o carro. – Deu de ombros.

— E eu fico com a sua filha. – Rebati e ergui uma sobrancelha ao ver que prendi a atenção dele – Se acha que vai se divertir com o meu carro, não tem ideia de como eu vou me divertir com Alice. Se é que me entende.

Hermes estreitou os olhos para mim, e tirou alguns segundos para pensar. Assentiu a cabeça, por fim, e voltou a sustentar meu olhar.

— Você quer o seu carro? – Perguntou.

— Quero. – Respondi, irritado e impaciente.

— Inteiro?

— Mas é claro que sim!

Ele avançou na minha direção e Jenny saltou para a frente impedindo que nós dois nos chocássemos. A mortal, espremida entre nós, tentava inutilmente apartar a situação.

— Então é melhor você manter os seus dedos de mocinha longe da minha filha, porque cada centímetro de pele que você tocar dela vai ser uma peça do seu carro que eu vou ter o prazer de destruir com minhas próprias mãos. – Rosnou de volta.

— Hermes, ele não vai...! –

— Já chega! – Exclamei com raiva – Você acha que tem o direito de ofender os meus dedos, me ameaçar e ainda roubar de mim e sair impune?!

— O que vai fazer? – Zombou ele em descaso – Correr para trás da minha filha do mesmo jeito que você correu para trás da minha mulher? Eu não temia você nem mesmo quando era uma criança.

Trinquei os dentes com raiva.

— Você pode não me temer. – Assenti com a cabeça – Mas ela teme.

— O quê? – Ele franziu o cenho ao me ver apontando para Jenny. A mortal ficou tão confusa quanto Hermes.

— Se você não me devolver o carro, ela vai sofrer as consequências desse crime.

— Apolo, o que você...? Ei! – Exclamou quando, com facilidade, eu a ergui do chão e coloquei-a sobre meu ombro. Para mim, ela não pesava mais do que uma pluma.

— Vou levar a sua mortal tão amada para Zeus e contar que ela te ajudou nesse plano. Depois, nós pensaremos em uma punição adequada. – Expliquei. Eu sabia que ele tinha sido pego de surpresa, mas se esforçava para manter uma expressão neutra – Você pode me devolver a chaves ou dizer adeus para a sua noiva.

— Não! Hermes! – Disse Jenny em um tom de preocupação e nervosismo. Esse era o tipo de atuação que eu esperava da Alice. Será que era pedir demais?

— Você sabe muito bem que ela não roubou o seu carro. – Rebateu.

— Não, mas ela é uma parte sua que eu posso esmagar. – Repliquei.

— Se você a matar, sabe muito bem que as suas chances com a minha filha morrem junto. – Cruzou os braços.

— Não se preocupe. Ela vai continuar sendo a minha musa, e vai ter o resto da eternidade inteira para lidar com o luto. Uma hora ela supera. – Falei.

— Hermes, eu não estou gostando do tom dele. – Falou preocupada – Acho melhor devolver esse carro.

— Não vou devolver o carro! – Reclamou olhando para Jenny, torta sobre meu ombro na tentativa de vê-lo – Está me dizendo mesmo que você vai condenar uma mulher inocente por um crime que eu cometi?

— Sim. – Confirmei.

— Apolo, isso está indo um pouco longe demais. – Falou com medo – Me coloca no chão.

— Vou te colocar no chão quando chegarmos ao Olimpo. – Respondi seco.

— Eu duvido. – Acusou Hermes.

— Repita isso, e nunca mais verá a sua amada. – Desafiei.

— Hermes! – Gritou Jenny.

— Du-vi-do. – Repetiu pausadamente.

— Liga tão pouco para a vida dela? – Perguntei.

— Ligo.

O quê?!— Gritou ela chocada. Jenny bateu nas minhas costas e eu olhei para ela – Vira. Anda! Vira agora mesmo! – Eu me virei um pouco e ela tentou se jogar para frente para deferir um soco em Hermes. Puxei-a de volta antes que fosse possível – Seu filho da mãe! Bastardo miserável!

— Ah, menos, Jenny! – Ele revirou os olhos.

— Menos?! Se ele me matar por culpa sua, seu idiota, eu vou fugir do Mundo Inferior e te arrastar para as profundezas do Tártaro! Eu vou fazer você sofrer, seu canalha! – Exclamou tentando alcança-lo.

— Vamos embora. – Disse andando para longe de Hermes. Jenny começou a se debater ainda mais.

— Me solta agora, Apolo! Isso não é justo! Não pode fazer isso! – Exclamou e depois olhou para Hermes, que ainda estava parado no lugar, chocado – Só um soco! Por favor, me deixa dar um soco na cara daquele...!

— Ei. – Chamou Hermes, mas eu ignorei – Ei! Espera aí! Para!

— Não!

— Tá bom! – Exclamou correndo como o vento. Passou por mim com facilidade, e parou na minha frente, obstruindo o caminho. Jenny tentou chutá-lo, mas ele recuou um passo antes que fosse possível – Larga ela e eu te devolvo a chave do carro.

— Quero um pedido de perdão. – Exigi fuzilando-o com o olhar. Hermes coçou a cabeça, considerando se aquilo realmente valeria a pena.

— Você ainda está pensando?! – Rugiu Jenny.

— Está bem, está bem! – Cedeu com um suspiro pesado – Eu peço perdão por ter roubado o seu carro. Por favor, me desculpe pelo meu crime. Agora solte ela, e eu te darei as chaves.

— Jura pelo Estige? – Perguntei erguendo uma sobrancelha, duvidando da palavra dele. Hermes estava prestes a reclamar, mas Jenny o interrompeu.

— Diz logo! – Gritou.

— Eu juro pelo Estige! – Falou apressadamente – Pronto! Toma aqui as suas chaves.

Com a mão livre, peguei o molho de chaves que Hermes me entregara. Deixei-me abrir um largo sorriso de felicidade e satisfação, espantando toda aquela expressão raivosa que estava esboçando antes. Minha encenação estava concluída.

— Toma. – Disse literalmente jogando Jenny nos braços dele. Hermes gritou um “não” em desespero, mas era tarde. Ele acabou segurando Jenny no ar, impedindo que ela caísse no chão.

Ela se debateu como um gato raivoso que é jogado em um balde de água fria.

— Tira as suas mãos de mim! – Exclamou deferindo diversos tapas em meu meio-irmão – Traidor!

— Ai! Para com isso, eu te salvei! – Exclamou se defendendo com as mãos.

— Você ia deixar ele me levar por causa de um carro?! – Gritou com ódio.

— Tudo bem, Jenny. – Disse eu, rindo casualmente – Não precisa mais continuar com a atuação. Nosso plano funcionou.

Ela olhou para mim confusa, como se não entendesse o porquê de eu estar tão calmo. Será que a pobre mortal tinha mesmo acreditado na minha atuação? Pobrezinha.

— Bem, vou deixar vocês se entenderem. – Conclui ao ver que, se ela estivesse realmente com raiva, eu não queria estar perto dela.

— Não pode segurá-la por mais alguns minutos? – Pediu Hermes, e foi atingido por um tapa. O estalo proporcionado pela mão de Jenny soou alto e doloroso - Ah!


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Notas finais do capítulo

Gente, eu peço milhões de perdões pelo atraso! Eu fico morrendo de vergonha em postar um capítulo com meses de atraso, mas espero que vocês entendam que a faculdade está cada vez mais pesada e eu não tenho mais tanto tempo quanto eu tinha quando estava na escola.
Anyway, não vou largar a fic. Vou continuar postando mesmo que demore um pouquinho, só peço que vocês compreendam a minha situação. MUITO OBRIGADA pelos reviews maravilhosos que vocês me mandam. Sério, eu amo cada um de vocês, seu lindos!
Beijos e até o próximo capítulo!



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