Meu Bônus Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 64
Roupas debaixo


Notas iniciais do capítulo

Não estavam levando fé que eu postaria o próximo capítulo em menos de um mês, não é?
Não posso culpar vocês por isso, levando em consideração que o último capítulo demorou uma eternidade para sair. Mas aqui está um novinho em folha, e com apenas alguns dias de distância do anterior.

Boa leitura, seus lindos.



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Thomas respirou fundo antes de contar a história.

– F-Foi uma aposta. – Miou ele. Eu franzi o cenho encarando-o e esperando pelo resto – O Joe passou a manhã comigo, aí conversamos sobre os adultos. Eu disse que você era adulta. Ele disse que você não era adulta. Aí eu disse que era sim, senhor, mas ele disse que não era porque...

Thomas olhou para Apolo e Ares, com vergonha, e chegou mais perto de mim. Sussurrou no meu ouvido, mas infelizmente alto o suficiente para que eles ouvissem.

– Porque você não tem seios. – Meu rosto inteiro ficou vermelho, e meu queixo caiu. Ares e Apolo começaram a gargalhar.

– Eu tenho sim! – Exclamei.

– Eu disse isso para ele! Eu disse que você até usava sutiã, porque era adulta, mas ele só riu de mim! – Respondeu ele revoltado, mas também com vergonha – Aí eu apostei que você usava sutiã e que eu podia achar um e levar para ele ver.

– E o que ele apostou? – Perguntei com raiva e vergonha.

– Que você não usava calcinha. – Respondeu Thomas inocentemente. Apolo e Ares estavam quase deitados no chão de tanto rir.

– Por que você não roubou uma calcinha também para provar? – Perguntou Ares gargalhando. Eu rosnei para ele – Que foi? Eu estou tentando ajudar o garoto.

– Eu não consegui achar o par. – Respondeu ele frustrado.

Thomas! – Exclamei com raiva, e ele deu um pulo. Apolo arfou tentando buscar por ar – Mais uma piadinha suja, e eu esfolo vocês dois vivos!

– Você está com raiva, não está? Me desculpa! Eu só queria provar para o Joe que...! – Eu o interrompi.

– Você não tem que provar nada para aquele imbecil do Joe, porque...! – Eu cerrei os punhos tentando controlar a minha raiva. De repente, tive uma boa ideia de vingança – Porque ele está escondendo um grande segredo.

– O quê? – Thomas piscou os olhos – Que segredo?

– É, que segredo? – Quis saber Ares, erguendo uma sobrancelha. Ele e Apolo queriam ver como seria a minha vingança.

– Não conte para ninguém que eu disse isso, mas... – Eu me curvei para frente e fingi estar sussurrando – Joe é que usa calcinha.

Ares e Apolo prenderam o riso. Thomas franziu o cenho.

– Não usa não. – Ele negou, confuso.

– Ele usa calcinha. – Assenti. – Pois é. Eu achei... Ah, só um minuto. – Eu olhei para trás, e lá estava ela. Nunca falhava. A minha bolsa da Hèrmes estava em cima da bancada já limpa, esperando para que eu a pegasse. Abri e puxei de seu interior infinito uma calcinha vermelha – Isso! Eu achei isso no quarto dele.

– Não acredito! – Exclamou Thomas chocado – Ele é uma menina?!

– Thomas, isso seria muito indelicado de perguntar. – Disse negando com a cabeça – Depois com mais calma eu te explico sobre identidade de gênero, mas por enquanto vamos só aceitar o fato de Joe usar calcinha.

– Quem mais tem segredos? – Perguntou em um sussurro.

– Alice. – Disse Apolo. Eu olhei para ele, e ele negou com a cabeça – Olha a bagunça que você está fazendo.

– Ele tem o direito de saber sobre os próprios familiares! – Disse revirando os olhos. Apolo cruzou os braços, me encarando e eu suspirei pesadamente – Não sei o segredo de mais ninguém, Thomas.

– Dwayne é um vampiro? – Perguntou preocupado – Eu sempre achei que ele era um vampiro!

– Não, é claro que não! – Disse negando com a cabeça. Não aguentei a deixa – A Heather é uma vampira, mas ele não... Ops! Ah, Deuses, onde eu estava com a cabeça?

– A Heather é uma vampira! – Exclamou ele chocado – Você tem certeza?!

Não, ela não tem certeza, Thomas. – Disse Apolo respondendo por mim – Ela não tem certeza de nada disso, e seria melhor para todo mundo se deixássemos os segredos dos outros em paz.

– Ele tem razão, eu não deveria ter dito tudo isso. – Eu encolhi os ombros, fingindo me sentir culpada – Acho que você vai ter que confirmar todas essas informações por conta própria.

– Uh, eu adoro ela. – Disse Ares abrindo um sorriso maldoso, compartilhando do meu gosto por uma boa vingança.

– Como eu faço isso? Sou só uma criança! – Exclamou frustrado. Ele era tão adorável que era difícil ter raiva dele por muito tempo.

– Bem, eu só sei de vampiros o que vi nos filmes. Mas não tinha alguma coisa sobre eles queimarem quando atingidos por alho...? – Murmurei fingindo estar pensativa.

– Alho! Isso! – Arfou Thomas.

– Alice... – Apolo olhou para mim, censurando-me.

– Thomas, espera. – Ele estava pronto para sair correndo e testar as teorias, mas eu o impedi – Nós temos que deixar uma coisa clara antes de você sair daqui. Primeiro, eu não te falei nada sobre nada disso, entendeu? Não podem saber que eu te contei. Não acreditariam em você, e nem ficariam muito felizes comigo. Você não quer me ver em uma enrascada, não é?

– Claro que não, Alice. Você é a minha namorada. – Assentiu ele – Não vou contar nada, eu juro.

– E sobre o meu amigo ali ser um bruxo... Isso é o mais importante. – Disse apontando para Apolo – Você tem que jurar mesmo que não vai dizer uma palavra sobre as mágicas que viu aqui.

Ele assentiu.

– Espero que esteja falando a verdade. Senão ele vai te pendurar de cabeça para baixo na beira do telhado. – Thomas arregalou os olhos e depois se virou para Apolo.

– Não vou contar, eu juro! – Disse assustado.

– Não sei não. – Apolo negou com a cabeça – Acho melhor nós prendermos ele pelas orelhas na parede do porão só para ter certeza....

– Não! – Exclamou colocando as mãos nas orelhas – Por favor, não faça isso! Eu não vou falar nada sobre vocês, eu prometo!

– Uhm... Vou confiar em você então. – Disse assentindo com a cabeça – Agora vai embora.

Ele abriu um armário da cozinha, encheu um bolso de alho, e no outro colocou a calcinha vermelha. Saiu correndo sem falar mais nada.

– Usando uma criança para se vingar? Que maldade, Alice Kelly. – Apolo negou com a cabeça.

– Crianças podem fazer qualquer besteira! Ninguém se importa, porque são crianças. – Eu respondi me defendendo – E você viu o que o cretino do Joe falou para ele? Alguém tem que fazer ele e a maldita da Heather sofrerem um pouquinho.

– Não tente se explicar para esse idiota. – Disse Ares indo até mim e me dando um beijo. Ele separou nossos lábios e fitou meus olhos bem de perto – Eu amo essa minha geniazinha do mal.

Talvez, no entanto, só talvez eu devesse ter ouvido o Apolo.

POV Hermes

Jenny continuava em pé ali, ao meu lado, sem falar uma única palavra.

Se ela me irritava quando estava discutindo e reclamando? Sim. Mas vê-la em silêncio era extremamente perturbador. Eu já tinha trocado o peso do corpo de uma perna para a outra, inquieto. Não sabia o que podia dizer, nem mesmo o que ela queria que eu dissesse.

Na verdade, sabia que ela provavelmente esperava um pedido de desculpas. A única coisa que eu absolutamente não estava a fim de dar.

Desde que ela soube que estava esperando Alice, Jenny começou a sair com esse tal desse William Hanks.

Isso era ruim? Absolutamente, mas eu entendi. Ela queria montar uma família, e provavelmente não poderia ter isso comigo. Nos primeiros instantes, eu entendi completamente. Por que não? Eu também não queria compromisso. Gostava da minha vida de solteiro, tinha sido assim por milênios, muito antes de Jenny nascer e continuaria sendo muito depois de sua morte.

No entanto, tinha alguma coisa que eu invejava em tudo aquilo. Eu não era Apolo, não tinha nove namoradas simultâneas e nem estava interessado. Era o fato de estar preso a alguém que realmente me assustava. Mas vendo Jenny esperando Alice nascer, enquanto escolhia qual apartamento comprar com Will, discutindo qual de qualquer cor gostaria de pintar a sala de estar, saindo para caminhar de noite de mãos dadas me deixava triste.

Eu queria dizer qual bairro era melhor para escolher um imóvel.

Eu queria sugerir que a sala de estar fosse verde claro.

Eu queria caminha de mãos dadas em uma noite de lua cheia para comer uma pizza gordurosa no restaurante virando a esquina.

Mas nunca fui eu. Podia ser? Claro que podia ser. Se não tivesse aquele idiota para pegar o meu lugar.

Aí veio Alice. Adoro minha filha desde o momento em que vi aqueles olhinhos curiosos piscando para mim, e queria estar lá para ensinar ela a andar, depois a correr, depois a roubar uns doces, depois a correr após roubar uns doces, e muitas outras coisas sábias que ela precisaria. Mas não.

Will ensinou ela a falar, a contar de um a dez, a andar de bicicleta, a não falar com estranhos e a não roubar doces.

Quem ele pensa que é?!

O cara era um idiota. Por mais que ele realmente gostasse de Alice e tentasse ajuda-la, ele nunca achava que ela era boa o suficiente.

Andou de bicicleta? É, mas deveria ter feito isso sem ralar o joelho.

Contou de 1 a 10? Ok, mas e os outros números tipo 7670842?

Não roubou doces? Bom, mas... Espera. Que papel de bala é esse aqui no chão?!

E tinha Jenny, claro.

Os dois discutiam várias vezes, mas ele sempre fazia alguma coisa pouco original e pouco romântica para demonstrar ¼ de sentimento por ela, e Jenny continuava “apaixonada” por ele. Argh.

Revirei toda a minha história com ela na minha cabeça, cena por cena. Pensei em todos os dias que passamos juntos, os que eu queria que tivéssemos passado, e sobre tudo que ela já me contou sobre Will.

Comecei a me tocar, enquanto estava em pé do lado dela, que talvez eu realmente devesse chutar esse cara para escanteio e tê-la como esposa. Por mais que eu gostasse de ser um aventureiro solitário – sim, eu gosto desse termo – eu gostava ainda mais dela e de Alice.

Mas eu amava Jenny? Amava o suficiente para conviver com ela para o resto da vida?

Uhm... Amava.

A verdade era que eu morria de medo de imaginar o dia em que ela iria de fato morrer. Quando isso acontecesse, eu nunca mais a veria. Nunca mais.

Olhei-a de soslaio e vi que encarava as árvores, franzindo levemente o cenho. Dei uma pequena virada para o lado e puxei meu celular.

Ssssim, senhor? – Sibilou Martha baixinho.

– Uma aliança. Preciso de uma agora. – Falei em um tom extremamente baixo.

O sssenhor precisa de uma aliança? – Perguntou George estranhando.

– Não me faça perguntas, seu intrometido. – Alertei – Arrume uma aliança agora antes que eu transforme os dois em minhocas.

– O que está fazendo? – Perguntou Jenny tentando olhar por cima do meu ombro. Eu dei um pulo, assustando-me com sua voz. Ela me olhava desconfiada, de braços cruzados.

– Eu... Nada. – Neguei com a cabeça, enquanto escondia o celular no bolso.

Quem é essa? – Perguntou Martha.

– Calados. – Sibilei de volta.

Nossa, é a Jenny! – Exclamou George.

– Quem...? – Ela franziu o cenho para o bolso.

– Eu mandei ficarem calados! – Exclamei.

Meus parabéns, Jenny! – Disse Martha alegremente.

– Quietos! Ainda não! Vão estragar tudo! – Disse afastando-me de Jenny. Queria estrangular aqueles dois por serem tão indiscretos.

Isso é uma sssurpresa? – Perguntou Martha – Ora, não sabíamos!

Não estragamos nada, Martha! Todos sabem que ele é caidinho por essa mortal! – Falou George – Ei, Alice está aqui? Ela está me devendo um rato!

– Eu vou jogar vocês do ponto mais alto do Olimpo, seus...! – Eu tirei o celular do bolso e estiquei para cima, pronto para lança-lo longe, mas Jenny foi extremamente rápida. Ela passou por mim, tomou o celular das minhas mãos e saiu correndo para manter uma distância – O quê...?

– Então todos sabem que ele é caidinho por mim? – Perguntou rindo como uma garotinha que lê revistas de boy bands. Eu olhei-a estupefato.

– O que pensa que está fazendo?! – Uma mortal tinha acabado de roubar meu caduceu. Mesmo estando ainda na forma de telefone, aquela era minha arma de maior poder, meu símbolo. Extremamente poderoso – Você tem que me devolver isso agora.

Uau! Ele não te matou ainda! – Exclamou Martha surpresa – Ele te ama mesmo!

Se fosse outra pessoa, já tinha virado churrasquinho. – Confirmou George.

– Quer dizer que eu sou especial? – Falou sorrindo para mim – Bem, isso não importa. Eu é que quero fazer churrasquinho dele.

Problemas no paraíso? – Perguntou George – O que o mestre fez?

– Eu estou falando sério, Jenny, devolve isso! – Exclamei esticando a mão.

– O mestre transformou o meu marido em um porco. – Contou Jenny olhando para mim de modo raivoso – Depois de anos fingindo que tinha qualquer interesse em mim, ele se sentiu no direito de ter ciúmes do único homem que realmente quis um compromisso sério. Sem falar que eu estou em pé nesse maldito gramado esse tempo todo e tudo que ouvi vindo dele foi um espirro!

Ih, isso tem cara do mestre mesmo. – Concordou George.

Às vezes parece que ele não tem coração. – Disse Martha.

– Seus dois traidores! – Pisei forte no chão, com raiva – Parem de concordar com ela! Sou eu que mando em vocês. E ela contou muito mal essa história.

– Querem ver uma história mal contada? Eu chamo de “Hermes empurrou um compromisso com a barriga por mais de vinte anos”!

– Isso é um absurdo! – Exclamei de volta para ela.

Você não é a Jennifer Kelly? – Jenny assentiu, confirmando para Martha – É ela, George! Senhor Hermes gosta de ficar olhando suas fotos no celular.

– E de gravar notas bobas como “Hermes e Jenny, emoticon de coração, emoticon de estrela”. – Continuou George. Jenny olhou para mim, surpresa e com vontade de rir.

– Calúnia! – Acusei.

Desbloqueia a tela e mostra para ela, George!

– Desbloqueando!

– Não! – Sibilei e tentei tirar o celular das mãos dela. Jenny desviou a tempo de ver as milhares de notas com rabiscos inúteis mostrando o quanto eu pensava nela durante o dia. Meu rosto ficou vermelho, mas eu consegui arrancar o aparelho de suas mãos.

Olhei para ela, que tentava prender um sorriso bobo inutilmente.

– Você quer rir? Vai! Pode rir! – Reclamei esmagando George e Martha com o punho – Você só acharia isso uma gracinha se viesse do seu marido, não é mesmo?

Ela franziu o cenho para mim.

– Hermes, eu acho isso uma gracinha. – Ela assentiu – Como eu também achei uma gracinha as flores que você me deu no nosso primeiro encontro, mesmo sabendo que eram roubadas.

– Não eram não.

– Estavam com um recado de “parabéns pela cegonha” pendurado.

– Ah.

– Eu arranquei para você não perceber que eu percebi. Como eu também fingi que foi você que pintou aquele quadro com a torre Eiffel, mesmo sabendo que era de um pintor bem underground da escola de artes da California. – Nossa, ela era realmente boa – E muitas outras coisas que não fazem sentido ficar citando. Mas saiba que eu achei todas elas uma gracinha, e muito, muito românticas.

– Mesmo sabendo que a maioria eram farsas? – Perguntei franzindo o cenho.

– Eu sabia que seus sentimentos eram sinceros, e isso para mim sempre foi o bastante. – Ela balançou a cabeça. Eu respirei fundo – Eu só queria...

– Eu sei. Eu sei, eu... – Eu peguei meu celular e puxei George. Ele sibilou, mexendo-se inquieto no ar e eu transformei em um anel – Jenny, eu...

– Não, não, espere. – Pediu interrompendo-me – Eu não quero que case comigo só porque eu gritei com você.

– Por que você e Alice sempre acham que mandam em mim? – Perguntei atordoado – Estou te pedindo em casamento porque eu quero. – Eu me coloquei de joelhos e tentei abrir um sorriso charmoso, embora meu nervosismo estivesse transparecendo mais do que eu queria – Jenny, me daria a honra de aceitar meu pedido de casamento?

Ela olhava para mim com um sorriso no rosto, mas a resposta não foi lá o que eu esperava.

– Eu... Não sei. – Respondeu. Travei por alguns instantes.

– Eu... Não sei. – Repeti ouvindo o som daquelas palavras no ar – Você não sabe.

– Hermes – Eu a interrompi.

– Você não sabe. – Levantei-me rapidamente – Ah, não, tudo bem! Você não sabe. Você só teve uns vinte anos para pensar no assunto, só deixou o seu marido-porco me atacar na cozinha, gritou comigo e quase me esfaqueou...!

– Eu não “quase te esfaquei”! Eu nem mesmo tinha uma faca na mão! – Exclamou.

– Mas faria se tivesse! – Acusei apontando para ela – Depois de tudo você não sabe se quer se casar comigo!

– Eu tenho que levar várias coisas em consideração! – Respondeu ela – O que vou fazer com o Will se aceitar me casar com você? Eu tenho que...

– Você mesma disse que ia se divorciar! – Exclamei com raiva – Está inventando desculpas para me deixar na mão, e ainda tem a audácia de dizer que eu sou o covarde que não quer assumir um compromisso?!

– Você é um covarde que não quer assumir um compromisso! – Exclamou de volta para mim cerrando os punhos – Só está me pedindo em casamento, por causa da nossa briga!

– Quantas vezes eu tenho que dizer que eu estou fazendo isso porque eu quero?!

Messtre! Está me esmagando! – Abri a mão e vi o anel de cobra se desfazer – Ufa, bem melhor.

Ergui os olhos para Jenny mais uma vez e tentei achar uma solução para o problema.

– Ok, ok. Vamos pensar como adultos civilizados. – Respirei fundo – Você se casaria comigo se não tivesse o Will?

Jenny arregalou os olhos.

– Você não vai...!

– Não! Eu não vou fazer nada com ele! – Revirei os olhos – Meu ponto é... Quando ele morrer, você vai estar livre. – Ele franziu o cenho para mim – Aceita se casar comigo daqui a uns 10 anos?

– 10 anos?! Ficou louco?! – Sua voz desafinou – Will tem 43!

– Já viu as porcarias que aquele cara come? As artérias dele não vão aguentar muito. – Ela quase rosnou para mim – Ok! Ele deve durar ainda uns 30 e tantos anos, ou eu sei lá. Mas quando ele morrer...

Se eu não morrer antes dele. – Completou ela.

– Isso, isso. Aí você se casa comigo? – Tentei. Foi a vez de Jenny respirar fundo e pensar antes de falar.

– Esse foi o pedido de casamento mais mórbido que eu já vi. Hades deve estar batendo palmas. – Murmurou. Eu continuei aguardando e ela acabou assentindo com a cabeça – Tudo bem. Parece um plano para mim.

– Fico te devendo um anel. – Disse depois de vascular meus bolsos e só encontrar papel de bala. Ela acabou rindo, voltando ao humor normal.

– Só tente não roubar um.

– Não prometo nada. Não prometo nada...


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo promete muita comédia! Então deixe aí o seu comentário.

Muito obrigada por ler e acompanhar!



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