Meu Bônus Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 14
O solteiro e as calcinhas


Notas iniciais do capítulo

Acho que vocês já estão ansiosos para lerem só por terem visto o título, né? HAHAHA!
Aqui vai. Boa leitura!



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Nós continuamos parados olhando os carros. Ares continuava resmungando sobre Thomas, e eu fingia que me importava com o que ele estava falando.

Ele só parou de falar quando ouviu um assovio do Apolo.

– Fiu, fiu! Esse lugar não é tão ruim assim! – Riu ele. Sabia exatamente de quem ele estava falando.

Uma garota loira e com um corpo perfeito saiu do banco de trás do conversível preto. Ela soltou o cabelo, e o vento o bagunçou, como se fizesse parte de um comercial de shampoo. Ela o prendeu novamente e depois curvou-se para pegar sua mochila no banco de trás.

Os olhos dos dois Deuses foram direto para os bolsos de trás da bermuda apertada dela, se é que me entendem. Apolo tentava esconder um sorriso, e Ares também (passando a mão na boca para eu não notar). Olhei para os dois, e revirei os olhos.

– Vocês não prestam. – Comentei.

– O que? – Perguntou Apolo fazendo-se de desentendido – Eu só quero conhecer a sua família. Então... Vai apresentar?

Olhei para ele e cruzei os braços.

– Você insiste para que eu apresente? – Perguntei erguendo uma sobrancelha. Ele riu para a loira e depois olhou para mim, tentando lembrar do que eu tinha perguntado – Tsc. Esquece. Ela é a Heather. A bailarina esnobe e anoréxica.

– Bailarina, é? – Repetiu Ares, e os dois tiveram uma surpresa. Heather tinha aquela mania absurda de estar sempre se alongando.

Ela largou a mochila no chão e colocou a palma da mão inteira no chão sem dobrar os joelhos. Depois, pegou um de seus pés e o esticou para cima. Até seu joelho praticamente praticamente no seu nariz, ela não parou de esticar a perna.

O queixo de Apolo e de Ares caíram ao verem a cena. Eu suspirei pesadamente.

– Legal... – Murmurou Ares e Apolo hipnotizados. Eu empurrei o queixo dos dois novamente para cima, e eles acordaram do transe.

– Ahm... Então. Quando vamos poder... Interagir com a sua família? – Perguntou Apolo fingindo inocência.

– No jantar. Está ansioso por algum motivo? – Perguntei um tanto irritada.

– Eu? Talvez. Eles... Parecem ser tão... Legais. Vou adorar conhecê-los. – Respondeu pausadamente, enquanto fitava Heather.

– Ela... – Ares tinha um sorriso bobo no rosto – Ela abre as pernas em um ângulo de 180º graus. O que mais aquela garota sabe fazer?

Apolo deu uma risada maldosa com Ares, e eu revirei os olhos.

– Querem saber? Eu estou melhor com o Thomas do que com vocês dois, seus pervertidos! – Reclamei desviando o olhar.

– Uh, alguém está com ciúmes. – Comentou Ares para implicar – Não se preocupe, Ally. A minha queda sempre vai ser por garota sem graça como você, tá bom?

– Uma pena, porque minha queda por idiotas sem cérebro pode acabar bem rápido. Só falta um motivo. – Ameacei fuzilando ele com um olhar. Ares ia dizer algo, quando Apolo lhe deu um empurrão.

– Viu? Para de pensar besteira, inteligência rara! Ficar dando em cima de uma do lado da sua namorada é muita falta de maturidade! – Reclamou Apolo. Ares negou com a cabeça.

– Ah, e o quem é você para falar isso de mim?! O que você estava fazendo?! – Rebateu ele irritado.

Eu? Eu vou te dizer o que eu estava fazendo. – Apolo olhou fixamente para mim – Eu estava olhando para outra garota do lado da minha ex namorada, porque alguém aqui terminou comigo, não é mesmo?!

Senti vontade de rir do que ele tinha dito.

– Escuta aqui...! – Eu fui interrompida.

– Sh! Nem tenta! – Exclamou ele – Foi você que terminou comigo, o que quer dizer que agora eu estou completamente disponível, para o delírio de várias gatinhas.

– Gatinhas. Nossa, perfeito. Vai lá, então. Conquista as gatinhas. – Assenti.

– Eu vou mesmo. – Confirmou ele, mas abriu um sorriso torto – Entretanto... Se alguém sentir ciúmes, essa pessoa pode falar comigo, que aí a gente ajeita os nossos assuntos, sabe? Porque se esse alguém está com ciúmes, quer dizer que ainda sente algo por mim. E eu não me importo nada em voltar com essa pessoa.

– Ah, não, que isso! Você mesmo disse. É um homem livre agora, Apolo. Pode ir dar em cima das gatinhas, se isso te faz feliz. – Respondi tranquilamente.

– Que bom. – Assentiu ele. Apolo ajeitou o cabelo e depois as roupas. Assim que ele começou a andar na direção do carro, eu segurei seu braço e o puxei para trás com força.

– Pode ir ficando aqui mesmo! – Exclamei com irritação. Ele olhou para mim com um sorriso torto, e eu revirei os olhos – Eu disse gatinhas e não megeras manipuladoras.

– Você está com ciúmes? – Perguntou Apolo animado.

– É, você está com ciúmes? – Quis saber Ares com irritação.

– Não, eu não estou com ciúmes. É...! – Eu cruzei os braços – É ela. Ela não presta. Eu estou fazendo um favor á vocês dois. Acreditem.

– Ah, claro. – Confirmou Apolo sem acreditar – Conte-me mais sobre isso então.

– Bom... – Eu mudei de posição desconfortável – Ela é bailarina profissional, não come nada com mais de 80 calorias por refeição, e um de seus passatempos favoritos é tornar a vida das pessoas miserável. Ela e a ganguezinha dela.

Nesse momento, duas outras garotas saíram do carro. Ambas loiras e vestidas de rosa. Ares e Apolo franziram o cenho ao verem que elas carregavam malas rosas também. Eu revirei os olhos, e fiquei ainda mais impressionada ao ver que eles sorriram torto para as garotas também.

– Eu não acredito nisso! – Exclamei incrédula – Essas garotas representam tudo de mais errado na sociedade. São superficiais, arrogantes, e egoístas, mas mesmo assim os caras gostam delas! E depois se perguntam porque nunca acham uma garota que realmente seja boa. Não me diga!

– É difícil explicar para você algo desse tipo. – Murmurou Apolo – É que... Elas são bonitas. E são fáceis, geralmente. Isso atrai muita gente.

– É. Eu estou vendo. – Revirei os olhos.

Foi a minha vez de sorrir ao ver outra pessoa sair do carro e tampar a visão de Apolo e Ares. Uma senhora com cerca de 70 anos. Eles dois fizeram uma careta de choque ao verem sua paisagem ser alterada tão drasticamente.

– Querem conhecer a família agora? – Perguntei, enquanto eles passavam a mão pelos olhos.

– Claro. Por que não? – Murmurou Apolo.

– Essa é a mãe do Will. Lauren. – Contei sorrindo torto – Ela mora com eles. Os pais delas geralmente chegam atrasados. Eles também não gostam muito das reuniões de família.

– Adorável. – Assentiu Apolo.

– Ela está mais para a sua idade. – Comentei fingindo estar distraída.

– Não sei do que você está falando. – Rebateu ele fingindo estar distraído também. Eu ri e vi o garoto que estava dirigindo sair do carro – E quem é ele?

Eu demorei um pouco para responder. Eu desviei o olhar, e olhei novamente para o garoto de cabelo extremamente preto caído pelos olhos. Suas roupas eram sempre as mesmas. Uma calça jeans surrada e manchada de mostrada no joelho esquerdo, e uma camisa extremamente grande com o símbolo de alguma banda. Dessa vez, Avenged Sevenfold.

– Ele é o Dwayne. – Respondi finalmente.

– E o que ele tem de especial? – Perguntou Ares.

– Ele... Não gosta de ninguém. – Respondi.

– Quer andar logo e pegar as malas, seu inútil? – Perguntou Heather para ele – Eu nem acredito que você é meu irmão. Você é mesmo ridículo.

– Ao menos não sou eu que fico colocando o pé atrás da cabeça toda hora que paro em algum lugar. – Resmungou ele indo até a mala do carro e tirando de lá várias e várias mochilas cor de rosa.

– Tsc. Perdedor. – Disse ela revirando os olhos. A mãe do Will passou ignorando a briga dos irmãos e andou até onde nós estávamos. Quando notou que era eu, ela parou e deu um leve sorriso.

– Alice. – Disse ela – Como vai você?

– Bem, vovó. – Sorri de volta por pura educação. Ela era uma das pessoas mais implicantes de lá, e logo isso seria notado. Ela olhou para Ares e Apolo forçando a vista por detrás de um óculos pequeno demais – Esse é Tyler, meu amigo, e esse é Harry, meu namorado.

– Humpf. – Foi tudo que ela respondeu. Ela mexe com a mão inquieta e depois se estressou. Ela jogou a mala para cima de Apolo, que agarrou-a com um susto – Você, bonitinho. Leve isso para mim. Onde já se viu deixar uma senhora carregar peso? Era para sua mãe estar aqui. Onde está ela?!

Eu sorri torto, com maldade.

– Terceiro quarto á direita depois de subir a escada. Se ela não abrir a porta, insista. Ela está lá. – Contei. Ela assentiu e empurrou Apolo para a sua frente.

– Vamos! Força nisso! Não está tão pesada assim! – Reclamou Lauren – Aí dentro só tem uns bons livros e as minhas calcinhas.

Apolo fez uma careta de nojo, mas minha avó empurrou ele novamente, e o Deus do sol teve que virar carregador de mala de velhinhas. Ares esperou até eles entrarem na casa, e começou a rir desesperadamente. E o pior é que eu ri também.

– Ah, eu vou espalhar isso para todo mundo. – Riu Ares. Eu ri disso.

– Que maldade! – Ri dele. Ares tentou parar de rir, e olhou para mim.

– Maldade? Eu vi a cara que você fez quando contou onde sua mãe estava, sua espertinha. – Disse ele apontando para mim – Não minta. O que você aprontou?

– É a sogra chata da minha mãe. Ela odeia a Lauren de coração. – Contei rindo, e Ares riu ao notar o que aconteceria. Uma velhinha batendo com raiva na porta de Jenny, e enchendo a paciência dela.

– E por que você fez isso? – Perguntou ele ainda rindo.

– É bem feito para a minha mãe. Ela me trouxe para cá. O mínimo que pode fazer para equilibrar as coisas é ser atormentada como eu. – Respondi.

Ares segurou minha cabeça e olhou fixamente para mim.

– Nunca subestime a mente maligna de uma filha de Hermes. Estou de olho em você, caso pense em aprontar comigo. – Comentou ele, e depois me soltou rindo. Eu ri e desviei o olhar, quando...

– Vai ficar no caminho o dia todo, derrotada, ou vai sair do caminho para as pessoas normais passarem? – Perguntou Heather. Olhei para ela parando de rir, e dei um sorriso forçado.

– Estou te incomodando? – Perguntei, e ela sorriu forçadamente confirmando – Dá a volta então. É bom que você queima umas calorias.

Ela deu uma risadinha falsa, e as amigas seguidoras fizeram o mesmo. Heather cruzou os braços e olhou para mim por alguns segundos.

– Ah, querida, por favor. Eu tenho mais o que fazer do que perder o meu tempo com você. – Sorriu Heather erguendo uma de suas sobrancelhas – Agora, seja boazinha, e saia do caminho com as suas roupinhas do Exército da Salvação. Ah, e se possível... Ajude o Dwayne com as malas. Ao menos para isso vocês devem servir.

Eu abri a boca para responder á ela, quando notei que Ares tinha sorrido e chegado para o lado. Heather notou a presença dele, e ergueu as sobrancelhas surpresa e interessada. Respirei fundo.

– S’il vous plait. – Disse Ares em francês. Heather sorriu para ele, e depois para seus músculos.

– Merci, amigo da Alice. – Disse ela sorrindo torto.

Namorado. – Corrigi puxando-o e tampando o caminho novamente. Ela aproveitou aquilo para se divertir um pouco mais. Heather esticou as mãos e tocou os óculos escuros de Ares. Ela os tirou, e sorriu para ele.

– Bem, namorado da Alice. Acho que estes óculos não estão te deixando ver direito. Usa eles sempre que saí com ela? – Perguntou Heather e as outras garotas riram. Ela ficou na ponta dos dedos do pé, de modo que ficasse de frente para o rosto do Deus da guerra – Agora deve estar vendo melhor.

Heather colocou os óculos nele novamente, e deu a volta com suas amigas. Eu cerrei os punhos com raiva, e Ares continuou parado lá com um sorriso torto no rosto.

– Pensei que não soubesse francês. – Comentei sem olhar para ele.

– Só sei aquela frase. E merci. – Respondeu.

– Que conveniente. – Resmunguei. Ares tentou me abraçar para implicar comigo, mas eu o empurrei e andei na direção oposta.

– Você ficou irritada mesmo? Ah, qual é? – Perguntou ele revirando os olhos. Nesse momento, Dwayne passou por nós. Ele olhou para mim, e eu para ele. Senti-me sem graça, como sempre me sentia perto dele.

Eu dei um sorriso desajeitado.

– Oi, Dwayne. – Disse quase que em um murmuro.

Ele demorou para responder. Dwayne parou, ajeitou as malas, olhou para Ares e depois para mim. Por fim disse...

– Oi. – E continuou andando sem falar mais nada. Ares olhou para ele e franziu o cenho.

– Esquisito. – Murmurou Ares, e depois olhou para mim – Anda. Perguntei se você ficou mesmo irritada com aquilo.

Eu continuei olhando para Dwayne se afastando com as malas, e Ares esperou pela minha resposta.

– Kelly. – Disse ele, mas eu não notei – Kelly, eu estou falando com você!

– O que? – Perguntei acordando de repente. Ares olhou para a direção onde eu olhara e notou. Ele ficou um tanto irritado e cruzou os braços.

– O que foi? Vai dizer que ele é o seu namorado também? – Perguntou com irritação.

– Ele não é nada meu. – Respondi friamente.

– Ah, mesmo? – Perguntou ele insistindo ainda irritado.

– Eu já disse... – Repeti calmamente – Ele não gosta de ninguém.

Não podia negar a leve decepção em minha voz, e Ares notou. Ele foi até a varanda e me puxou até lá. Sentou-se em uma das cadeiras de balanço que tinha, e eu me admirei ao ver que o seu corpo gigante cabia ali.

– Pode começar a contar. – Sorriu ele, mas sabia que no fundo estava morrendo de vontade de matar Dwayne.



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Notas finais do capítulo

Queria agradecer aos 60 leitores que essa fic conquistou. Obrigada a cada um de vocês, seus lindos.
Espero que tenham gostado. Essa semana eu vou tentar relaxar mais. Estou perto de uma prova de vestibular, e tenho que manter a minha cabeça fria.
Então mandem reviews, porque dessa vez eu vou responder. Juro pelo Estige.
Sentiram que a coisa ficou séria, né? Até lá então!
Beijos e obrigada por lerem Meu Bônus Infernal!