Me On Shibusen escrita por Katagyu Suzuki


Capítulo 7
Retorno


Notas iniciais do capítulo

Olá~
Desculpem ter ficado pouco tempo sem postar. Mas novidades! Daqui a alguns segundos eu vou postar o 8° capítulo! ~ninguem pira~
Ficar sem internet na chácara da tia tem algumas vantagens ._.
Aproveitem ~se conseguirem~ aê o/



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Ainda bem que o hospital era perto.

Talvez Ingrid tenha tido uma hemorragia, porque quanto mais corríamos, mais sangue ela derramava pela rua.

Jullye era uma mulher realmente boa, apesar de que eu não confiava muito nela, ou em alguém ali. Eu já tinha explodido uma vez, seria difícil me manter calma de novo, ainda mais com uma amiga ferida.

Tirei as mãos do meu bolso do moletom, para conseguir dobrar levemente os braços e correr melhor, com um pouco mais de equilíbrio. Não me preocupei muito com a alma. Ela estaria segura. E mesmo se ela caísse, eu iria ver.

Depois de apenas uns quatro ou cinco minutos – assim como Jullye nos dissera – chegamos a um hospital grande. Tinha pelo menos cinco andares, e ocupava meio quarteirão.

Apenas Lih e Jullye trocavam palavras como “obrigada novamente” e “apenas ajudei quem precisava”. Mas pude ver nos olhos dela quando chegou perto de nós que estava com mais medo de eu ferir alguém do que queria nos ajudar.

No tempo de corrida, eu fiquei pensando no ovo de kishin que acabáramos de derrotar. Minha mãe dissera que ele podia voar. Que tinha agilidade e velocidade incrível nos movimentos. Para aquela descrição, foi fácil demais.

Mas a alma dele estava segura dentro do meu bolso central do moletom. Daqui a pouco, eu ou Wook iríamos devorá-la. Nesse momento, nós nos entreolhamos. Percebi que ele merecia devorá-la mais do que eu.

Lih e Jullye entraram no hospital com Ingrid. Eu segurei Wook pelo braço.

- Hey. Calma.

- Olha quem está dizendo – ele disse simplesmente. Eu segurei o riso. – Não é seu shokunin que está ferido.

- Sei disso. Só quero dizer uma coisa... – suspirei, colocando a mão dentro do bolso do meu moletom, indo pegar a alma para dar à Wook.

Meu coração falhou uma vez.

Sumira.

-...

- O que foi? – perguntou Wook, quase em tom de impaciência.

-... A gente não completou a missão.

- COMO?!

Nesse momento, eu senti que o mundo dera várias voltas rápidas, como um gira-gira, e fiquei um pouco tonta. Segurei minha cabeça com as mãos, piscando os olhos algumas vezes, e a tontura passou.

- Isso não tem graça – ouvi-o dizer, enquanto se afastava de mim e corria em direção ao hospital. Acho que pediu por respostas enquanto eu estava com as mãos na cabeça.

Que estranho. Agora eu podia sentir tudo e todos em volta de mim. Como se eu pudesse ler as suas almas.

E sentia que Loozy ainda estava lá.

Não estava muito longe, mas não estava ao redor. Eu não iria entrar no hospital até encontrá-lo.

Saí correndo dali. Depois eu me encontraria com os quatro novamente, Ingrid estaria melhor e eu poderia encará-la de novo.

Parei de correr, pensando. Eu o vi se desintegrando, eu vi a alma dele, eu peguei nela...

Desde quando ele tinha um corpo falso?

- Que merda... – comentei pra mim mesma, enquanto corria – Que merda, merda, merda.

Eu sentia que a alma dele estava bem perto de mim. Muito perto. Quase no mesmo lugar.

Parei de correr e dei um risinho cínico. As pessoas continuavam se afastando de mim, mas eu nem tinha feito nada agora: eu só tinha corrido alguns metros, e a maioria nem estava na hora da luta ou me vira berrar e perder a paciência.

Era simples de entender o porquê.

Corri pro lado, e por um segundo o Loozy de verdade não me acertou. As asas que ele tinha nos braços estavam iguais as de um jatinho, pra completar com as novas turbinas que tinha em vez de pés.

- Você voltou – eu comentei. Arregacei ambas as mangas do moletom - dane-se o frio -, e transformei meu braço direito em uma lâmina de espada negra novamente. – Pode vir – desafiei-o, sorrindo.

Loozy avançou com uma velocidade tão grande que foi impossível desviar. Uma das lâminas de sua mão se chocou contra o meu braço não transformado, fazendo um corte que ia do pulso até metade do antebraço.

Não foi tão fundo quanto o de Ingrid, mas meu braço pingava sangue também e aquilo ardia. Só agora que eu notei o quanto eu odiava ficar naquela forma.

Primeiro: eu não tinha um shokunin pra me manusear.

Segundo: meu braço era totalmente diferente do outro.

Por um momento de loucura, pensei em lutar sem o braço transformado, já que eu tinha tido um resultado positivo com o falso Loozy. Mas não... Se eu não conseguiria matar o falso sem o braço transformado, eu não conseguiria matar o verdadeiro também. Então eu apenas fiquei em posição de batalha. 

Quando olhei em volta tentando ver aonde ele estava para eu conseguir contra-atacar, Loozy já tinha desaparecido. Mas claro, ele não sabe que por algum motivo eu conseguia ver almas.

Não, não era de um jeito que eu fechava os olhos e um mapa da cidade com as almas de todos aparecia na minha mente, igual meu pai sabia fazer. Eu sabia onde elas estavam, e era apenas isso.

Atrás de você, disse uma voz na minha cabeça.

Pulei para a direita e desviei-me com facilidade da lâmina que iria acertar o meu pescoço. Diferi uma cotovelada com meu braço esquerdo bem no meio das costas dele, fazendo-o perder um pouco de equilíbrio. Mas mesmo assim, conseguiu velocidade e voou novamente.

Ele deveria estar camuflado em algum lugar. Olhando ao redor, eu não conseguia encontrá-lo. Fechei os olhos, e eu vi que estava realmente camuflado. Ele estava pegando velocidade a alguns metros de mim, mais ou menos a uns vinte, trinta metros. Abri os olhos novamente, enquanto ele voava com os dedos esticados, pronto pra me esfatiar.

Pulei pro lado direito, conseguindo cortar sua asa direita, fazendo-o perder o equilíbrio e dar de cara no cimento e ir derrapando por mais ou menos dez metros.

Quando ele se levantou, eu quase berrei de dor de medo.

De dor, novamente ele conseguira acertar novamente meu braço esquerdo com uma das lâminas enquanto eu tentava desviar, e meu ferimento tinha se aberto mais. De medo, porque a cara dele não estava mais do jeito que era antes.

Bem, antes eu não tinha descrito a cara dele. Imagine um cabeleleiro bonito, com um topete preto e óculos de aviador. Agora imagine com ele com um “quê” de importância e ter um nariz empinado. Fácil, certo? Complete com olhos vermelhos e um sorriso psicótico no rosto.

Agora, o rosto do ovo de kishin estava totalmente em carne viva, pingando o que eu acho que era sangue, apesar de ser muito mais viscoso e nojento. Até os olhos tinham sido prejudicados, e me parece que ele perdeu as pálpebras. Apesar de ele estar muito mais horrendo, eu tive sorte: ele não poderia mais me ver ou se camuflar, já que seria inútil.

Eu ri cinicamente de novo, colocando meu braço esquerdo na minha cintura – apesar de doer muito –, e deixando meu peso na perna direita. Coloquei minha boina no bolso do meu moletom, jogando meu cabelo pra trás. Pra descrever a minha adrenalina naquela hora em poucas palavras?

Agora a luta tinha ficado séria.

Corri o mais rápido que pude, a minha lâmina mirando o pescoço dele. O rosto de Loozy estava tão acabado, que ele demorou pra me notar. Com a coluna machucada, a velocidade dele tinha caído um pouco, mas ainda estava incrivelmente rápido. Ele tentou voar novamente, mas sem a outra asa, não demorou a se desequilibrar. Aproveitei e cortei sua outra asa.

Pronto: ele não poderia mais sair do chão, e nem acelerar demais com as turbinas.

- Que foi? – debochei, rindo, apesar da dor – Não consegue me ver?

Eu esqueci que quando alguém perde um dos sentidos, os outros ficam bem melhores.

Graças à audição, ele conseguiu descobrir onde eu estava.

Virou aquela cabeça horrenda bem na minha direção, enquanto eu fazia uma careta enjoada. Mais daquele líquido viscoso pingava em sua camisa de marca.

Apenas estendi meu braço, correndo até ele, me desviando das lâminas – ou unhas, chame do que quiser – e cortando seu corpo no meio. Agora sim, venci.

Mas eu não consegui desviar de todas as lâminas.

Não sei como, mas foi tão rápido que só deu pra eu sentir a dor. Antes mesmo de ele se desintegrar e deixar uma alma verdadeira flutuando ali, ele conseguiu diferir uma das lâminas – na parte do corte – nas minhas costas, mas bem perto do pescoço. Se eu fosse mais baixa eu teria morrido na hora. A lâmina tinha entrado totalmente, deixando um corte fundo.

A dor era insuportável, mas mesmo assim eu não gritei. O meu moletom estava com uma mancha vermelha nas costas, tirando o enorme corte que ganhei nele. Eu sentia o sangue quente escorrendo pelas minhas costas.

Destransformei meu braço, deixando-o normal novamente. Nenhuma pessoa levantou um dedo pra me ajudar. Ficou apenas observando toda a luta, de longe. E agora que eu olhava pra eles, se distanciavam ainda mais. Bando de inúteis.

Arrastei-me até o hospital novamente, mas meus pés estavam tão pesados que parecia que alguém amarrara dois pedaços de chumbo neles.

Jullye, Lih e Wook estavam parados na porta do hospital. Ingrid estava com sua camisa lavada, e dava pra ver que ela estava melhor, apenas muito cansada. Pelo jeito os curativos tinham sido feitos na hora.

Os quatro estavam conversando com expressões preocupadas. Lih era a mais desesperada, e chegava a chacoalhar Wook pela gola da camisa. Talvez estivessem se perguntando aonde eu teria ido.

- Oi!

Acenei com o braço bom, um sorriso de vitória no meu rosto. Os quatro viraram as cabeças em minha direção no mesmo minuto, e ao me virem, suas expressões ficaram uma mistura de surpresas e assustadas. Senti minha mão que segurava a alma se afrouxando, e, sem aguentar mais o sorriso ou ficar de pé, cai de joelhos no chão, para logo depois cair no cimento duro. Minha visão perdeu o foco, e finalmente, não consegui enxergar mais nada.


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Notas finais do capítulo

HÁÁÁÁ achavam que era algo do tipo "Retorno à Shibusen"? u3u
Bem, o Loozy ter um corpo falso e uma alma falsa vocês não esperavam não é? o/ Que reviravolta ~nada~ emocionante!
Reviews?
Dan-Aye!



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