Me On Shibusen escrita por Katagyu Suzuki


Capítulo 6
A missão


Notas iniciais do capítulo

Yaaay, então pelo jeito, a luta começa aqui! Esse é um dos capítulos que eu mais gostei de escrever até agora, porque também, é o que tem mais ação e tals. Eu não demorei pra postar, viu? u3u Então, se gostarem, por favor, me deixem reviews...



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Perdi as contas de quantas vezes eu me espreguicei e bocejei. Eu ainda estava morrendo de sono. As vezes, dormir me deixa com mais sono ainda.

– Pare com isso, Dani! – disse Ingrid, depois de eu bocejar pela milésima vez. – Foi você que dormiu a viagem inteira!

– Deixa ela, Ingrid – disse Lih – Deve ter sonhado com o Kid!

– Você... – eu suspirei, enquanto os outros riam. Eu me segurei pra não contar o sonho estranho, apesar de aquilo me consumir por dentro. Aquilo foi um sonho, mas parecia tão real... Ah, mas até parece que ia acontecer de verdade. Aliás, o que o Kid ia fazer comigo? Eu pensei nisso, e senti meu rosto queimar: devia estar corando novamente.

– Há! Se entregou! – brincou Wook, cutucando minhas bochechas – Se en-tre-gou! – a cada sílaba ele ia cutucando minha bochecha. – Seu rosto tá até quente!

– Calado – dei um tapa na mão dele, e novamente ele riu.

– Vamos nos concentrar na missão. – disse Ingrid, com os olhos brilhando. – Ouvi dizer que Loozy ataca pelo dia...

– Dia? Por quê? – perguntei, piscando os olhos.

– Talvez seja pra chamar a atenção, ou porque trabalhava de dia... – começou Wook.

– Não, mas ele nem chegou a trabalhar... Morreu pensando e depois se arrependeu, deixando seu espírito preso aqui... – disse Lih.

– Tch. Não passa de um idiota. – disse, mexendo com algumas mexas do meu cabelo. – Não deve ser tão bom quando dizem.

Andamos um pouco pelo Canadá, mais precisamente em Toronto. Lá era realmente legal, e extremamente frio. Ingrid estava tremendo.

– Q-Que frio! – e ela estava com uma calça jeans e uma blusa azul com detalhes em prata que formavam vários tipos de flores pela blusa, que aliás, era de manga comprida.

– Nah, sua fresca – eu disse. Eu tava com uma boina preta (não daquelas francesas, aquelas que parecem um boné), com um short branco e com um moletom preto dois ou três números maior que o meu. Ele tinha bolso na frente, e um capuz. Ou seja, totalmente simétrico!

– Nem vem, tá frio mesmo. – disse Lih, com uma blusa de frio roxa, e por baixo uma blusa preta, ainda de manga comprida. Usava uma calça jeans.

Wook não falou nada, mas dava pra perceber que também estava com frio. Usava uma blusa com mangas curtas preta, com os dizeres “The GazettE” nela, uma blusa igual à que vi Ingrid usando ontem, junto com uma calça jeans (meus amigos adoram calças jeans). Pelo jeito ambos adoravam essa banda. Ele tremia de leve, enquanto suas mãos estavam dentro dos bolsos.

– Frescos. – disse, mostrando minha língua, e colocando minhas mãos no bolso central do moletom.

Andamos por mais um tempo por Toronto. Era uma cidade até que bem calma. Por dentro do casaco, eu brincava com os dedos. Todos nós não trocamos uma palavra, o que deixou um silêncio incômodo entre nós, cada qual com seus pensamentos. Eu estava, é claro, pensando no sonho.

Porque eu estava diferente? Quando foi que eu prometi algo ao Kid, e ele prometeu algo a mim? Desde quando meu cabelo estava diferente? O que tinha naquele espelho? Porque eu me sentia insana ao me aproximar do espelho? Desde quando eu tinha aquele vestido curtíssimo? O que o Kid ia fazer comigo? Talvez me ajudar a quebrar o espelho que eu não sabia o porquê precisava quebrar?

Eu suspirei. Eu queria dormir de novo. Saber o fim do sonho era algo de prioridade pra mim.

Então eu senti uma lâmina passar voando pela minha cabeça, que interrompeu meus pensamentos. Ouvi gritos, e eu e Lih nos entreolhamos.

– Pelo jeito ele nos achou, não é? – disse Wook, olhando para a frente.

Várias pessoas corriam para longe de nós. Eu passei a mão na minha bochecha. Tinha um corte nela.

– D-Droga...

– Dani, não se desespere, foi um corte pequeno só! – disse Ingrid, então comecei a gritar.

– M-Mas assim eu vou perder minha simetria! Como eu posso ficar assim! Hey, você! – apontei para Loozy, à nossa frente. – Dá pra fazer outro corte na minha outra bochecha, no mesmo lugar em que fez esse?!

Só aí eu notei o inimigo à nossa frente. Ele era bem magro e alto. Tinha um enorme topete preto e bem feito. Usava um óculos de aviador na cabeça. A calça era de um uniforme da aeronáutica, mas a blusa era uma de marca, e por incrível que pareça, ela aparentava ser nova em folha. Ele poderia ser confundido com um cara exótico, se não saíssem longas navalhas das unhas, e duas asas de avião dos braços, completando com um sorriso psicótico no rosto.

– Whoa... – Lih deu um passo pra trás. – Então você é o tal do Loozy?

– Há! – riu Wook, colocando uma mão na frente de sua boca, escondendo o sorriso bobo – Vai ser fácil lutar com você.

– Loozy. – eu olhei novamente para o ovo de kishin, que mexia os dedos ameaçadoramente. Ele me lembrou de relance o Edward mãos de tesoura fazendo aquilo – Estamos aqui pra levar a sua alma!

Aquela frase soou bem encorajadora, e também acho que pareci estar com tudo sobre controle, ou pelo menos uma boa lutadora. Loozy saiu correndo em direção a mim, e começou a diferir golpes com as mãos, as vezes fazendo movimentos de tesoura com os dedos, tentando me acertar novamente. Eu desviava facilmente, e agora estava sem as mãos nos bolsos. De propósito, deixei que uma das lâminas fizesse um corte no meu outro lado da bochecha. Pronto, finalmente simétrica novamente. Abri um largo sorriso, e ao puxar o braço dele para baixo, chutei seu rosto, fazendo-o cair a alguns metros adiante. Lih, Ingrid e Wook olhavam pra mim surpresos, enquanto eu finalmente recolocava minhas mãos nos bolsos novamente.

– Que é? – eu falei, olhando pra eles. – Ele tá fácil demais!

– Como... Você... – disse Ingrid, espantada comigo.

– Hey! – interrompi, com um sorrisinho – Até parece que eu não sei lutar!

– Não sabia que você sabia lutar sem seu braço de espada! – disse Lih.

Olhei para Loozy, que já se levantava novamente.

– Ele não vai morrer só com esses meus golpes! – eu dei alguns passos pra trás, enquanto Loozy já estava praticamente de pé – Depois eu explico, ok? Mas podemos lutar? Estou empolgada!

Com um mortal pra trás, eu virei uma longa espada negra. Algumas sombras ficaram em volta de mim quando Lih me segurou. Fechei os olhos quando fui virando uma arma, mas os abri novamente quando Lih já me girava nos dedos. Wook já havia virado uma kama, e Ingrid acenou positivamente com a cabeça para Lih. Ambas ficaram em posição de batalha...

Loozy começou a correr para ambas as meninas, que correram para lados diferentes, dando um grande “olé” no ovo de kishin. Ele avançou para Ingrid, fazendo novamente os movimentos de tesoura com os dedos. Lih avançou para as costas de Loozy, que se virou rapidamente.

– Vai pra esquerda! – eu gritei, e Lih me obedeceu. Uma das lâminas iria atingi-la em cheio se fosse um pouco mais lenta. Ingrid cravou a kama no pescoço de Loozy, fazendo um corte fundo. Começou a pingar muito sangue, e com as lâminas da outra mão, atravessou uma no estômago da garota.

– INGRID! – Lih berrou. Aproveitou que o monstro estava distraído e terminou de cortar o pescoço dele comigo.

Loozy caiu morto no chão. Ganhamos.

– Não foi difícil... – eu disse, enquanto eu ficava em minha forma humana novamente. Transformei meu braço em uma lâmina negra novamente, e cravei-a no peito do cadáver, apenas por diversão. Ele se desintegrou, deixando apenas uma alma vermelha.

Olhei para Ingrid novamente. Wook estava segurando-a nos braços. Apanhei a alma e coloquei-a no bolso do casaco.

– Tem que ter algum hospital aqui... – disse Wook, com os olhos cheios de lágrimas. Ingrid arfava, seu rosto estava contraído de dor. – Tem que ter... – repetiu.

– Calma. – Lih disse, colocando uma mão em seu ombro. – Deve ter algum médico aqui, ou alguém que saiba aonde fica o hospital de Toronto...

Eu suspirei. Ver Ingrid daquele jeito era péssimo pra mim. Tipo, ela era minha amiga.

– AÊ! – eu me virei de costas, andando até uma multidão que se afastava do cenário da luta. – ALGUÉM AQUI SABE ONDE FICA O HOSPITAL? SE ALGUÉM SABE, FALA LOGO, PORQUE EU NÃO TO COM PACIÊNCIA!

Minhas mãos estavam dentro do casaco, brincando com a alma. Eu cerrava meus dentes. Algumas pessoas tremeram de medo ao me ouvirem gritar com elas. Mas eu realmente tava sem paciência. Dei uma espiada por cima do meu ombro, e vi a mancha de sangue de Ingrid aumentando, e agora começando a formar uma pequena poça de sangue em baixo dos pés de Wook. Lih me olhava feio, como se dissesse “tenha mais educação!”, mas eu nem liguei.

– NINGUÉM SABE? EU VOU MATAR ALGUÉM SE NÃO ME DISSEREM! – não, eu não estava mentindo. E eu estava desesperada. – NÃO TEM NENHUM MÉDICO AE?

Lih colocou as suas mãos no meu ombro.

– Calma... – ela começou.

Uma das moças se adiantou na multidão, e correu até eu e Lih. Usava uma calça legging preta, com uma camisa de gola alta e mangas compridas azuis.

– Meu nome é Jullye – ela disse, quando chegou perto de nós. Seus cabelos eram cortados em “V”, e eram bem curtos e pretos. Os olhos dela eram cinzas, bem claros. – E-Eu sei onde fica o hospital... Quem é o ferido?

– Ela. – Lih apontou, e Wook a trouxe para mais perto. Jullye suspirou, sorrindo.

– É... Foi bem fundo... A sorte é que o hospital não é tão longe daqui... – ela disse, e esticou os braços, e Wook a entregou Ingrid à Jullye. – Não dá nem cinco minutos a pé.

– Valeu Jullye! – disse com um enorme sorriso. Juntos, nos quatro começamos a correr em direção ao hospital.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? A luta ficou chata? Por favor, falem aê Ç-Ç