Me On Shibusen escrita por Katagyu Suzuki


Capítulo 8
Explicações no hospital


Notas iniciais do capítulo

Tchaaaaaaram! Como prometido, capítulo 8 de Me on Shibusen lançado segundos depois do sétimo u3u
Esse é um dos que eu menos gostei de escrever :/ Era pra ser o capítulo perfeito, já que é o 8°, mas o que foi o "perfeito" foi o 7°, na minha humilde ~e ridícula~ opinião.
*PULA
DE
UM
PENHASCO*
Bem, ~se conseguirem~ aproveitem aí.



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– Hm...

Pisquei meus olhos algumas vezes. Beleza, eu não tinha morrido. Mas a minha visão ainda estava embaçada.

Consegui me sentar na cama, e cocei meus olhos com a mão direita, já que era a livre. Percebi primeiramente que eu não estava com meu moletom, e nem com a minha boina. Mas eu estava com o peito enfaixado, juntamente com minha barriga, costas e os dois braços. Praticamente, todo o meu torso. Pisquei mais algumas vezes, tentando focalizar a pequena sala.

Do meu lado esquerdo, tinha uma bolsa de sangue presa a um cabo de metal, que estava ligada por um fio ao cateter preso ao meu braço. Eu quase tive um enfarte, porque eu odeio agulhas, principalmente as que estão atravessadas na minha pele. Eu estava em uma daquelas camas de hospital. A salinha não era muito grande, eu deveria estar em uma daquelas de emergência. Ela era inteirinha branca. Do meu lado direito tinha uma bancadinha com uma bandeja de metal com algodões e mais agulhas e injeções arrumadinhas e prontas para ser usadas. Em frente à essa bancada, um armário de metal e vidro com vários remédios estava postado.

Rodeando minha cama, três cadeiras com três pessoas me olhavam com sorrisos enormes. Lih e Ingrid estavam do meu lado esquerdo e Wook do meu lado direito. Dava pra perceber que Lih tinha chorado, ou pelo menos se desesperado, porque tinha trilha de lágrimas em suas bochechas, seus cabelos castanhos estavam bagunçados e os olhos inchados. Wook estava mais tranquilo, talvez tivesse ficado com sentimento de culpa porque não me seguiu depois. Ingrid estava sorrindo, mas ela também tinha chorado já que também estava com os olhos vermelhos. O estranho era que os três estavam usando roupas diferentes de antes de eu ter desmaiado. Ingrid estava usando um top preto, deixando à mostra a barriga enfaixada com uma calça vermelha de moletom. Wook usava uma jaqueta de couro preta, com uma blusa azul marinho escura por debaixo, e deveria estar de jeans. Lih usava uma blusa cinza e de gola alta com mangas compridas, com algumas caveiras desenhadas, completando com uma calça preta de lycra.

Meu corte no braço estava pelo jeito restaurado, porque as faixas não estavam sujas nem muito novas. Afastando o cobertor do hospital das minhas pernas, descobri que ainda estava usando meus jeans, e estava descalça. Não entendi o porquê eles enfaixaram meu braço direito, já que ele estava intacto. Minhas costas não doíam mais.

– Ah. Oi. – foi o que consegui dizer. Também notei uma outra cadeira do lado do pequeno armário no canto da sala com meu moletom, meus tênis, minhas meias, minha boina e minha blusa. A alma de Loozy flutuava em cima delas.

– DANI! VOCÊ QUER ME MATAR DO CORAÇÃO? PRA ONDE VOCÊ FOI? VOCÊ TÁ DOIDA? – Lih começou a gritar. A sorte era que a porta estava fechada. Ela se levantava um pouco da cadeira e sentava novamente, como se estivesse se segurando pra não me abraçar. Wook e Ingrid se mexiam um pouco desconfortáveis. Pelo jeito eles tinham mandando eles não me abraçarem ou talvez não tocarem em mim. Pessoal de hospital fresco.

– Lih! Não, não quero te matar. Eu fui lutar com o ovo de kishin, e não, eu não to doida – respondi as perguntas, sorrindo – E você Ingrid, como está?

– Eu estou bem – ela disse, se debruçando na cama, mas ainda sem me tocar – Obrigada por perguntar. Mas estamos preocupados com você agora.

– Mas esse negócio do ovo... – começou Wook, também se debruçando – Nós não tínhamos derrotado o Loozy antes?

Expliquei toda a história, tentando parecer que fiz algo incrível e não louco ou insano. Eles não me interromperam.

– Mas ele criou um corpo falso pra nos distrair, foi isso? – perguntou Lih, um pouco mais calma agora – Mas... Como e quando você descobriu que ele não estava morto?

– Foi quando eu coloquei a mão dentro do meu bolso do moletom – apontei com a cabeça a peça de roupa – E a alma não estava mais lá. Eu meio que fui chamar o Wook para devorá-la – ele ficou um pouco constrangido nessa parte –, e simplesmente a alma tinha sumido. O mundo começou a dar voltas e eu comecei a sentir as almas... Inclusive a do Loozy.

– Que estranho – disse Lih – Muito estranho. Você consegue ainda sentir as almas?

– Consigo – admiti – Mas eu queria que aparecesse um mapa na minha cabeça com as almas de todo mundo. Eu só consigo senti-las e tal.

– Hey, não é o Kid que consegue ler almas? – perguntou Wook – Quero dizer, ele é um shinigami.

– Tem razão – disse Ingrid, estralando os dedos – Porque você não pede ajuda pra ele?

– Posso pedir – eu não consegui encarar ninguém. Falei olhando pra alma, tentando manter o rosto sério e sem corar. Apesar de que eu tinha perdido muito sangue pra conseguir corar.

– E outra coisa... – Lih semicerrou os olhos – Você disse que o ovo tinha te dado um ataque nas costas antes de morrer, não disse?

– Disse – falei, voltando meu olhar pra ela, piscando algumas vezes – Por quê?

– Por que... Suas costas tão intactas.

– Como? Porque elas estão amarradas então?

– Bem, no início, elas realmente estavam sangrando demais, com um corte fundo nelas – disse Ingrid – No seu braço também – apontou pro meu braço esquerdo – Parece que você perdeu sangue demais e colocaram o cateter...

– Não me lembre do cateter... – gemi um pouco de dor.

– Pra repor um pouco do sangue – soltei um gritinho interno nessa parte. Eu DETESTO mesmo agulhas. Principalmente aquelas que tiram ou dão sangue pra você – Calma, fizeram isso comigo também, já que o meu foi bem mais fundo que os seus. Mas só de limpar o sangue que o machucado desapareceu.

–...

Fiquei muda nessa parte. Como assim, aquele corte daquele tamanho tinha desaparecido assim, do nada?

– Tem a cicatriz dele ainda – Lih disse – E não é pequena. É realmente estranho ter sumido assim, tão rápido. A Ingrid ainda teve que ser atendida de emergência. Graças a Deus que aquela lâmina apenas ultrapassou o corpo dela e não atingiu nenhum órgão.

– Também não quebrou nenhum osso? – suspirei aliviada quando os três negaram com a cabeça – Hey, cadê a Jullye?

– Teve que ir embora – respondeu Wook – Nos ajudou levando você aqui pra dentro, mas depois recebeu um telefonema dizendo que ou ela ia pro trabalho naquele momento ou ela ia ser demitida.

– Depois de tudo que ela nos ajudou, não tem problema ela ir embora – disse. Depois olhei pra Wook, semicerrando os olhos – Cê não vai devorar a alma não?

– Por quê? Foi você quem derrotou o Loozy, não foi? – ele foi até a alma e segurou-a acima da minha cabeça – Bom apetite.

– Hey, eu não posso comer isso – eu disse, apesar de estar olhando para a alma praticamente babando.

– Foi ele quem te machucou – disse Wook, balançando-a um pouco.

– Machucou sua shokunin também.

– Mas quem derrotou ele foi você!

–...

– Eu não vou devorar isso aqui. Tem que ser você ou eu.

–... Tá bom, solta aí – eu abri a boca. Wook soltou a alma e eu a devorei. Aaah, que gosto bom tem essas almas! Tá, elas não tem quase nenhum gosto, mas ao passar pela garganta... Bem, é indescritível.

– E você disse que ia nos contar alguma coisa – lembrou Lih, depois de eu já ter engolido a alma – Sabe, como você consegue lutar? Você conseguiu com o falso Loozy. Não sabia que você tinha aquela força...

Eu suspirei.

– Meu pai.

– O que tem ele? – Wook levantou uma sobrancelha pra mim.

– Ele me ensinou técnicas de luta. Sabe, ele também era um shokunin e minha mãe é uma arma. Ambos me ensinaram tipos diferentes de lutas, e por isso eu consigo lutar sem ou com o braço de espada.

– Era? – Ingrid questionou.

– Meu pai morreu faz alguns anos.

Silêncio total.

– Não tem problema, viu? – eu era a única que não estava se incomodando – Eu meio que já superei. E ele me ensinou várias técnicas pra lutar com ou sem estar um pouco transformada. Por isso eu sei lutar daquele jeito.

– São bem legai as suas técnicas. – disse Wook.

– Obrigada – eu sorri – Por isso eu não fico triste. Meu pai me ensinou muita coisa boa. Ele me deixou muito conhecimento e eu fico muita agradecida com ele por isso.

– Seu pai devia ter sido incrível – sorriu Lih.

– Realmente... – suspirei – Mas bem, mudando de assunto. Porque estão com roupas diferentes?

Os três se entreolharam.

– O que foi? – perguntei um pouco mais impaciente – E quando eu vou receber alta?

– Daqui a pouco. Estamos só esperando a enfermeira chegar – disse Wook.

– É que você acabou ficando inconsciente por dois dias – falou Ingrid – E precisávamos comprar roupas.

– D-Dois dias?! – eu quase engasguei com minha própria saliva.

– É – Lih colocou a sua mão atrás da cabeça, com um sorriso nervoso – Parece que aquele corte que ele fez, segundo você, atingiu a sua coluna. Mesmo cicatrizando, você continuou inconsciente... Dormimos aqui ontem e anteontem...

– Eu sinto muito – suspirei, abaixando a cabeça.

– Não tem problema! – disse Ingrid – É sério. Pelo menos fizemos compras. Compramos um moletom legal pra você!

– E chegamos em uma loja que dava pra personalizar roupas também – Wook completou, sorrindo. Agora os três sorriam abertamente.

Lih andou até onde estavam minhas roupas. Eu não tinha notado que debaixo do meu moletom, tinha outro. Ela pegou-o pelos ombros e esticou-o, conseguindo mostrar inteiro pra mim. Ele era preto, com um bolso central e um capuz. Até aí, normal. Mas no meio dele, um desenho enorme da caveira do Shinigami-sama em branco.

– Vê? – ela disse – É totalmente simétrico!

– E por falar em simetria – disse Ingrid – Pedi pra enfaixarem seu outro braço também.

Eu confesso que quase chorei ali. Nunca conheci ninguém que faria isso pra mim um dia. Mas apenas continuei sorrindo.

–... Obrigada pessoal!

Naquele momento, uma enfermeira em seu uniforme – curtíssimo, permita-me dizer – entrou na sala, segurando uma prancheta. Usava óculos e seus cabelos pretos estavam em um coque.

– Daniella Ward? – perguntou, arrumando os óculos com a ponta do dedo médio da mão direita, enquanto a esquerda segurava a prancheta.

– Eu mesma.

– Então, se troque, porque você vai ter alta agora. Se seus amigos puderem esperar lá na sala de visitas...

– Claro – disse Wook, enquanto os três se levantavam. – Estaremos de esperando lá, Dani.

Dei um aceno com a cabeça, enquanto eles fechavam a porta e a enfermeira tirava o cateter do meu braço. Eu finalmente poderia voltar à Shibusen.


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Notas finais do capítulo

Apenas um detalhe:
EU QUERO UM MOLETOM ASSIM Ç______________Ç
Bem, eu que inventei o moletom, mas agora eu quero um.
Reviews?
Dan-Aye!



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