POV’s Jake.

Eu tinha ficado algumas horas sem poder chegar perto de Katy alguma força acima de mim me prendia longe dela, ela ficou sem segurança, corria perigo, tanto que ela conseguiu ser demitida e ainda terminar o namoro. Mas agora eu estava perto dela, podia voltar a cuidar da mulher que deixei há uns anos atrás quando morri. Eu ainda alimentava esperanças de que Katy fosse me ver que ela me sentisse quando eu tocasse nela. Eu estava me tornando um daqueles anjos iludidos que sonha em poder conversar com alguém vivo alguém de baixo. Mas poucos conseguiam isso, e só depois de muitos anos. Essa incerteza me torturava por dentro e eu tentava acreditar que ela poderia me ver, nem que fosse por um instante, ela já me sentia presente o que custava deixá-la me ver?

Sentei-me no sofá ao lado dela, fiquei a olhando, vendo o jeito que ela estava nervosa, exatamente como era há alguns anos atrás. Ela não tinha mudado as manias dela, não tinha mudado em nada, só estava um pouco mais velha e com um pouco mais de maquiagem. Mas continuava radiante como sempre fora. Eu a amava ainda e ver ela daquele jeito, vendo o rumo que a vida dela estava tomando me deixava mal, ainda, mas sabendo que a culpa era minha por não ter cuidado bem de Katy, culpa minha não poder ter ficado ao seu lado nas ultimas horas, e a culpa maior era realmente dos anjos, que tinha me proibido de chegar perto.

Ela começou a chorar me partiu o coração aquilo, já havia visto Katy chorar antes, mas agora estava me deixando mal.

- Por favor, não chore minha rainha! Você é mais forte do que isso! – disse colocando meu braço em volta dos seus ombros.  Ela virou o rosto para mim como se me olhasse nos olhos. Aquele olhar forte e desesperado, precisando de ajuda. – você vai conseguir sei que você já tem algo em mente meu amor, você  é mais que todos eles juntos anjo. – disse agora segurando seu rosto. – você sempre tem ideias maravilhosas e que dão certo agora vá em frente, eu estarei do seu lado. – ela sorriu o sorriso que ela sempre dava quando tinha uma idéia.

Ela ficou em pé e enxugou a lagrimas que estavam no seu rosto.

- Não quero mais nem saber daquela empresa! Vou fazer outra coisa! – ela disse subindo as escadas. Subi atrás dela, com uma sombra, e no corredor passei a andar do seu lado. Quase correndo.

- Jake, cadê você nesses momentos hein? eu preciso tanto de você aqui. – ela disse entrando no quarto.

- Estou aqui Katy, sempre vou estar, mas você não pode me ver. – sussurrei cabisbaixo. Coloquei a mão no ombro dela.

Pov’s  Katy

Já estava dentro do meu quarto e parei na frente da porta, eu estremeci, como se tivesse alguém ali, como se Jake estivesse presente naquele momento.  Peguei minha bolsa, e o celular que estava no sofá, sai de casa, e fui até aonde Jake tinha sofrido o acidente, estacionei o carro no acostamento e fiquei olhando dali o precipício em que ele caiu com o mustang. E era como se ele estivesse ali, do meu lado, segurando a minha mão, virei às costas e voltei para o carro. Fiquei um momento ali dentro sem fazer nada, apenas olhando pra frente na direção do nada. Alguns minutos depois liguei o carro. Olhei na direção do abismo.

- Adeus Jake. – sussurrei. Dirigi de volta para casa.

Cheguei em casa e fui direto dormir, dormi grande parte da tarde, Emma estava na casa dos avós paternos e como eu não tinha mais um trabalho resolvi ir descansar um pouco. Precisava parar de pensar em Nicholas, em Jake, nos meus problemas, precisava me distanciar do mundo e essa era a melhor forma.

Dormi até as sete horas de noite, e Emma chegou uma hora depois da casa dos avôs.

- Mãe, o que está acontecendo? - ela indagou quando me viu de pijama jogada no sofá, comendo Cheetos.

- Fiz Nicholas me demitir e terminei o namoro! – disse-lhe estendendo o pacote grande de cheetos, ela negou com a cabeça.

- E agora mãe? o que vamos fazer? - ela sentou do meu lado.

- Amanhã vou procurar um trabalho! Vai ficar tudo como era antes, pelo menos parecido! – disse pegando o controle remoto e mudando de canal.

- Ta bom então. Se precisar de ajuda... – ela disse subindo as escadas

- Em, você quer jantar? - perguntei.

- Não, já jantei na vovó! – ela sorriu.

A chuva começou a cair na rua, e junto vieram trovoes e raios. Desliguei tudo e fui até o quarto de Emma, eu percebi que ela não estava bem.

- O que você tem minha filha? - indaguei sentando ao lado dela na cama.

- Eu não sei, sinto um vazio, uma coisa estranha, como se faltasse alguém! – ela deitou no meu colo, fazia tempo que ela não fazia isso.

- Eu também sinto isso minha filha, e sabe de quem eu sinto falta?- ela negou com a cabeça. – do seu pai, Jake, ele sempre esteve do meu lado, era o meu mundo e depois que ele se foi eu estou assim, mais um tanto faz, ele era tudo pra mim. E agora meu tudo é você. – senti meus olhos arderem e me arrepiei toda.

Ela ficou me olhando e levantou. – Posso chamar a Alexia pra dormir aqui hoje? - ascenti.

As duas ficaram no quarto de Emma direto e eu no meu quarto, sozinha. Eu precisava falar com alguém, mas já era tarde e não ousaria ligar pra ninguém. Então decidi conversar com Jake aonde quer que ele esteja ele teria que me ouvir.

- Jake, eu não sei mais o que fazer, meu chão ta desmoronando, mas eu sei que tenho que reconstruí-lo, me sinto tão sozinha ultimamente, mesmo com tanta gente perto. E eu sei por que me sinto sozinha, é por que você não está aqui, por que não posso deitar no seu colo como eu fazia antes. Eu sei que nunca mais terei você, e dói tanto. Era pra você estar aqui meu amor, do meu lado, me ajudando.  – travei, não consegui disser mais nada.

Virei para o lado e dormi. De novo