O Mais Belo Dos Lírios escrita por meganallard


Capítulo 8
Laços


Notas iniciais do capítulo

ÊEEE! Estou 22 minutos atrasada do que prometi, mas estou aqui! Tentarei atualizar semanalmente, a partir de agora... Mesmo porque se não, não vou terminar isso nunca hihihi. Espero que gostem do capítulo de hoje! *-* Está beeeeeeeeeeeeeeeem emotivo, hm. E deu uma dózinha da Yuki, tadinha ♥. Ok, vou parar de dar spoiler e deixar vocês lerem!
Espero que gostem! ^^



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– Sasuke-kun! – chamou.


O garoto olhou para baixo e, dentro de segundos, já estava em pé no chão, encarando Sayuri.


– Ah, era você! – disse simplesmente.


– Desculpe incomodá-lo...


– Não precisa pedir desculpas.


– Certo... Eu... Hm... Você também vai participar do exame chunnin? – de repente parecia que todas as palavras haviam fugido de sua mente, junto com a coragem que antes a preenchia. Estava nervosa e encarava os próprios pés, se perguntando o porquê de ter lhe chamado.


– Vou! Você também?! – perguntou, já notando o papel preenchido e um pouco amassado entre as mãos da garota.


– Sim!


– Legal.


– Boa sorte!


– Certo. Você também.


Alguns minutos de silêncio se passaram, em que nenhum dos dois se encaravam completamente, mas também nada diziam. Decidindo acabar logo com aquilo, Sasuke tomou alguma coragem para falar:


– Você não precisa entregar isso ao hokage? É melhor ir logo, daqui a pouco acabará o prazo...


– Ah, sim! Bem lembrado! Tchau. – a menina disse baixo, antes de seguir andando.


– Tchau! – ele se despediu algum tempo depois, mesmo sabendo que ela provavelmente não o escutaria.


Sasuke não queria que ela pensasse que ele não sentia a sua falta. Na verdade, ele sentia. E como sentia! Mas talvez era melhor assim. Seu objetivo era a vingança e ele não tinha tempo para gastar com seus amigos. Fora por isso que se afastara, aliás. Mas era inevitável pensar no que teria acontecido se não tivesse escolhido aquele caminho, ou como seria, caso ele desistisse da ideia de vingança.


Ambos ainda se lembravam dos momentos em que passaram juntos na infância e ainda sentiam, de alguma maneira, todos os mesmos sentimentos cúmplices de sempre. Eles nunca precisaram manter uma conversa, para que pudessem entender um ao outro. O silêncio era, na verdade, quase tão aconchegante como a sensação de estarem próximos.


Flashback


– Ohayo, Mikoto-san! O Sasuke-kun está? a pequena garota de cabelos rubros perguntava tímida, parada em frente a uma das mais belas casas na parte da vila que era reservada ao clã Uchiha.

Claro, querida! Só um instante! respondeu a mulher de aparência jovial, com longos cabelos escuros que combinavam com o ônix de seus olhos, sorrindo amigável. - SASUKE! Sua namoradinha está aqui!

A maneira com que a mulher havia se referido à ela fez com que suas bochechas ficassem tão rubras quanto seus cabelos, e um sorriso tímido escapasse. Logo Sayuri pôde ver o garotinho com uma aparência bem semelhante à mãe surgindo de dentro do local, fazendo com que seu sorriso tomasse um pouco mais de coragem.

Kaa-san, a Sayuri não é minha namorada! ele reclamou envergonhado para Mikoto, o que arrancou um pequeno riso da menina.

Certo! Não voltem muito tarde! Mikoto se despediu dos dois, que já deixavam o local lado a lado, ignorando o comentário de Sasuke.

Eles caminharam assim por mais algum tempo, constrangidos com o que acontecera, até que o garoto se lembrou do que havia aprendido no dia anterior e logo se empolgou.

Sayuri-chan! Vem! Eu vou te mostrar a nova técnica que o otou-san me ensinou! a puxou para o lago em que treinava, pedindo para que ficasse logo atrás dele. E então, fazendo alguns selos com a mão, Sasuke liberou seu katon, impressionando-a.

O que achou?

Sasuke-kun, isso foi muito bom!

Ele sorriu tímido.

O do nii-san é muito maior... lembrou, perdendo um pouco de sua animação.

Tenho certeza de que o seu logo estará tão bom quanto o do Itachi-san! a garota tentou o confortar, tocando em sua mão, o que fez com que ele se assustasse. Percebendo a reação que sua aproximação causara no menino, Sayuri riu disfarçadamente.

Do que vamos brincar hoje? ela puxou assunto.

Não tenho tempo para brincar, Sayuri-chan! Eu preciso treinar para alcançar o nii-san! respondeu sério.

Sei... ela riu novamente. Então acho que terei que encontrar outra pessoa para fazer dupla comigo na brincadeira do pessoal. provocou. Tchau, Sasuke-kun! Bom treino! começou a se mover em passos lentos, enquanto cantarolava alguma canção infantil, deixando aos poucos o menino sozinho.

Sayuri sabia que ele mudaria de ideia. Conhecia Sasuke melhor do que ninguém! Mesmo que para ela fosse um pouco fácil desvendar as pessoas, não havia ninguém que ela entendia tão bem quanto o garoto! Ninguém que ela conseguisse sentir tão bem quanto ele, em qualquer lugar que estivesse.

Sayuri-chan! a chamou depois de algum tempo Você precisa mesmo de uma dupla, não é?!

Preciso... respondeu, se virando de novo para o Uchiha.

Certo... Eu acho que posso te ajudar e deixar o treino para mais tarde...

Sério?! - perguntou com os grandes globos azuis brilhando, mesmo que já soubesse que aquilo aconteceria. Vem! o puxou pela mão, antes que ele pudesse desistir.

Fim do flashback.


x.x


Yuki estava tão animada que já havia cogitado parar três estranhos por quem passou no caminho para lhes contar as novidades. Mas desistiu do pensamento nas três vezes, por lembrar que provavelmente eles nem ligariam. Precisava contar aquilo à alguém! Já estava a ponto de explodir!


Foi aí então que avistou seu jounin preferido, lendo um de seus usuais livros, encostado em uma árvore.


– Perfeito! – vibrou.


Kakashi estava distraído em sua leitura, em uma das melhores partes da narrativa. Os personagens principais finalmente pareciam estar se entendendo, o que significava que a parte mais esperada viria a seguir: A noite de reconciliação! Pulou para a próxima página, na intenção de chegar logo nas cenas quentes, porém assim que começou a ler, escutou uma voz fina logo atrás de si.


– Kakashi-sensei, o que tem de tão especial nesses livros?! – a garota com cabelos de cor exótica perguntava, espiando as páginas que o jounin lia.


Ele corou, fechando o livro rapidamente.


– Ah... O-Ohayo! – coçou a nuca, constrangido.


Ela abriu um largo sorriso, fazendo com que ele se lembrasse do dia em que acordara em sua casa. Kurama Yuki, esse era seu nome. Uma das alunas de Genma.


– Yuki-chan, certo? O que faz por aqui? – perguntou, curioso. Ou talvez ainda um pouco depressivo por ter sido interrompido na melhor parte do livro.


"Ele lembra meu nome!" Yuki derreteu internamente com a emoção de saber que o Hatake se lembrara dela. E só depois de longos minutos, percebeu que ele havia lhe feito uma pergunta e ainda esperava sua resposta.


– Ah, e-eu... Eu... Queria contar a alguém que fui indicada para o Exame Chunin e então encontrei você pelo caminho... Sabe como é, – tentava se explicar, agora um pouco constrangida – as garotas provavelmente foram contar aos seus familiares, mas eu não tenho ninguém além da baa-chan, que provavelmente nem deve se lembrar o que é isso. Então eu vi você e pensei que, bem, você sabe. Nós... Hm... Quer dizer, você e o sensei. Bem, vocês são amigos e... Teve aquele dia!


Kakashi já tinha notado, pelo pouco de tempo que passara com ela, que Yuki tagarelava mais do que o comum quando estava nervosa. Sabia pouco sobre a garota, mas sentiu-se um pouco mal pelo que ela havia lhe dito, sobre não ter a quem contar. Ele sabia exatamente como era isso! Tantas vezes desejou que seu pai ainda estivesse ali, para que pudesse lhe parabenizar ou mesmo lhe aconselhar. E a jovem Kurama havia cuidado dele daquela vez, sem nem se importar com o estado lastimável que o jounin provavelmente se encontrava. Ele ainda se sentia envergonhado por isso! Mas, como forma de retribuição, resolveu tentar ajudar a garotinha. Afinal, poderia terminar a leitura de seu livro depois!


– Tudo bem! Fico feliz por ser o primeiro a receber uma notícia tão boa! Já sei, estou mesmo te devendo algo então... Por que não vamos comemorar no Ichikaru e eu te pago um lámen?


Yuki não estava acreditando no que ouvia. Ok, ele não lhe devia absolutamente nada! Mas, o que poderia ser mais perfeito do que isso? Seu dia estava se saindo ainda melhor do que ela imaginava que pudesse ser!


– Como um encontro?! – perguntou animada, com os olhinhos verdes tão brilhantes quanto uma esmeralda. De repente, todo o constrangimento havia sumido.


Kakashi corou.


– Não foi bem isso que quis dizer... – tentou se explicar, mas Yuki nem lhe dava mais atenção. A garota saiu acelerada, puxando o jounin pela mão.


Chegando ao Ichikaru, os dois fizeram seu pedido e, enquanto esperavam por seus lámens, Kakashi decidiu iniciar uma conversa. Ele estava realmente interessado em saber sobre Yuki! Conhecia a história do clã Kurama e sabia o quanto a menina estava lutando para ser reconhecida. Isto, aliás, até o fazia lembrar-se de seu aluno, Uzumaki Naruto. Para falar a verdade, havia bastante coisa na Kurama que o lembrava de Naruto.


– Você mora com sua avó, então?


Hai! Meus pais faleceram a muito tempo atrás... Eu nem me lembro muito deles. Quer dizer, morar com a baa-chan é legal! E ela sempre foi muito carinhosa comigo. Mas ela já está bem velhinha agora...


– Entendo...


Yuki lhe contou sobre tudo o que sabia de sua história, desde as maldições sempre ligadas à família principal de seu clã, até a triste morte de seus pais em uma missão. Kakashi nem se quer sabia como ela havia conseguido falar sobre tanta coisa tanta, mas ela havia! Parecia que a menina realmente gostava de falar! Ou isso tudo era apenas empolgação. Ela também lhe fez várias perguntas sobre sua vida, querendo saber inclusive sobre o vício pelos livros de Jiraya e a mania de estar sempre sozinho. Mas ele dera um jeito de desviar do assunto na maioria das vezes. Não era como se fosse muito difícil distraí-la.


Ayame lhes entregou seus respectivos lámens, despertando a atenção da jovem genin, que já tagarelava novamente sobre suas últimas missões. Yuki logo se lembrou que Kakashi teria que retirar a máscara para comer. Será que ela veria finalmente o rosto do shinobi? Provavelmente ela seria uma das pouquíssimas pessoas a presenciar esse momento. Aliás, será que existia alguém que já havia o visto? Ou ela seria a primeira? Yuki vibrava ansiosa pelo que viria a seguir, encarando estática - sem nem piscar os olhos, para que não perdesse nem um segundo se quer - o homem à sua frente.


Kakashi percebeu que estava sendo minuciosamente assistido e corou. De qualquer maneira, já ia abaixar a sua máscara, quando foi interrompido por alguém que adentrou o pequeno restaurante lhe chamando. Yuki amaldiçoou mentalmente quem quer que fosse que havia entrado no local e virou-se, a fim de descobrir quem era o infeliz.


– Kotetsu?! – Kakashi estava curioso para saber o que o colega, que parecia apressado, queria com ele.


– Kakashi-san, o sandaime deseja vê-lo agora! Parece ser urgente!


Yuki praticamente rosnava para Kotetsu! Não queria saber quais eram seus motivos, ele havia interrompido o seu encontro com Kakashi! Pior! Ele havia interrompido um dos momentos que ela mais sonhara em toda sua vida: O momento que o Hatake revelaria, finalmente, a parte de seu rosto que ficava sob a máscara.


Hai! Yuki-chan, sinto lhe dizer que terei que te abandonar. Mas... Kotetsu! – Kakashi chamou pelo chunin que já estava deixando o lugar, fazendo com que este se virasse para ele novamente. – Você poderia fazer companhia para a senhorita Kurama enquanto ela termina seu lámen?!


Yuki estava tão indignada, que ainda não tinha forças para se pronunciar. Kotetsu encarou a menina, que ainda tinha a mesma aparência de um cão raivoso, e pensou em responder Kakashi com qualquer desculpa. Mas antes que pudesse fazê-lo, o Hatake agradeceu e se despediu, entregando-lhe certa quantia de dinheiro e dizendo que ele poderia ficar com seu lámen.


Kotetsu sorriu para a garota, na intenção de parecer gentil ou acalmá-la. Esta, porém, apenas se levantou e deixou o local, não sem antes rosnar de verdade para o rapaz.


"O que é que ela tem?" ele se perguntou, assustado, observando o borrão laranja se afastar. Levou o seu olhar para as duas tijelas intocadas a sua frente e, dando de ombros, sentou-se para aproveitar as duas refeições que havia acabado de ganhar.


x.x


Asuma chegou em casa ainda pensando em tudo que acontecera. Ouviu um barulho vindo dos fundos do local e resolveu ir até lá. Assim que se aproximou da porta, pode notar a imagem de sua irmã mais nova, que treinava alguns jutsus e lançamentos de armas. Ficou ali durante algum tempo, apenas observando a cena. Lembrava-se de que a maioria daqueles jutsus, era ele quem havia a ensinado. Mas tinha que admitir que ela estava muito melhor em todos eles! Kami realmente havia crescido.


Viu o momento em que a garota tirou de um de seus bolsos um papel e o encarou. Ela parecia confusa e apreensiva. Logo se lembrou de que aquela deveria ser a inscrição para o exame chunin, então isso significava que ela ainda não havia se decidido. Ele poderia facilmente impedi-la nesse momento. Mas, será que essa seria a coisa certa a ser feita? E se Genma tivesse mesmo razão?


– Kami-chan!


– Ah! Oi, onii-san!


– Soube que foi indicada para o exame chunin!


– É, eu fui sim!


– Hm... Não parece muito feliz com isso!


– Eu... Onii-san, você acha que eu posso ser aprovada?


Asuma queria dizer que não. Queria dizer que ela era muito nova e que deveria esperar algum tempo para participar. Mas isso seria injusto! A verdade é que ele acreditava nela! Acreditava que sua irmã era boa o suficiente para se tornar uma chunin, mas ainda existia o medo de perdê-la. Talvez esse fosse mesmo o momento em que deveria admitir que Kami não era mais a criança frágil que ele conhecia.


– Eu nunca tive tanta certeza disso antes! – sorriu.


Aquelas palavras, para Kami, foram muito mais do que apenas palavras de conforto. Ela esperara a infância inteira pelo dia em que seria reconhecida por seu irmão. Saber que ele, pela primeira vez, estava acreditando em sua força, era muito melhor do que qualquer resultado que ela pudesse obter em seu exame!


A garota pulou nos braços de seu irmão, abraçando-o fortemente.


Arigatou, onii-san!


Ele não havia mentido. Ele realmente tinha certeza de que ela conseguiria! Ele havia assistido todo o seu crescimento de perto, apenas não queria enxergar a verdade. Mas não estava arrependido de tê-lo feito finalmente. Pelo contrário, estava feliz!


– Kami, é melhor você entregar logo esse papel. - lembrou, enquanto correspondia o abraço da menina.


Hai! – Kami se desvencilhou dos braços do irmão e saiu em disparada, correndo até a sala do Sandaime, que ficou se sentiu muito orgulhoso ao recebê-la.


Continua...


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Notas finais do capítulo

Ai, gente. Pois é! Eu tento escrever menos, mas eu sempre me empolgo. No fim foram mais de 2.300 palavras! x.x (imaginem se eu tivesse mantido esse junto com o anterior como pretendia...) É difícil escrever pouco, para mim. HAHAHAHA
Bem, vamos ao que interessa: Mereço reviews? *-* Me cooooooontem a opinião de vocês! :3 Revelem-se, fantasminhas! *-* Tia Meg está ansiosa para conhecê-los.
Beeeeijinhos!
PS: Se encontrarem algum erro, por favor, me avisem!