Sayuri mal pôde se sentir ansiosa pelo fato de sua luta ser a próxima. Sua adversária, Temari, também parecia compartilhar do mesmo sentimento. Ambas estavam completamente concentradas no que acontecia ao centro da arena. Havia um tempo que a luta estava acontecendo e, apesar de Sasuke ter começado bem, devido a sua nova incrível velocidade, Gaara, o genin da Vila Oculta da Areia, agora parecia inatingível. Ele estava totalmente cercado por um gigante escudo de areia. Não havia como atacá-lo. Ou, pelo menos, isso era o que a maioria das pessoas que assistiam pensavam. 

Ao ver de Sayuri, aquilo estava apenas começando a ficar interessante! A menina escutou os comentários surpresos e curiosos que se espalharam pelo local quando Sasuke concentrou seu chakra em uma das mãos, se preparando para usar sua mais nova técnica: Chidori. A Hoshino se sentiu orgulhosa do amigo! Sempre soube que Sasuke seria um incrível shinobi e, agora, tinha mais certeza disso.

Ainda assim, ela estava preocupada. Não que não acreditasse que o Uchiha era forte o bastante para derrotar Gaara! Mas ela sabia, de alguma forma, que nem todos os segredos que existiam por trás da “super proteção” do shinobi da Areia haviam sido revelados. Faltava algo. Algo, talvez, que fosse muito mais perigoso do que ele aparentava. As vezes, ela podia dizer que até sentia alguma semelhança entre o tal garoto e Naruto. Ou não. Poderia também ser apenas um pensamento sem sentido. De qualquer maneira, ela não teria muito tempo para refletir sobre a questão. Algo mais parecia estar acontecendo naquela arena...

– Kai! – disse baixo, seguido dos selos necessários para o jutsu de liberação, e procurou por alguma movimentação esquisita que lhe explicasse o porque ou quem havia tentado lhe colocar em um genjutsu.

Não demorou muito para que alguns ninjas anunciassem o ataque que estava acontecendo, mas o raciocínio de Sayuri tardou o suficiente para que Temari e seu irmão, Kankuro, desaparecessem dalí com Gaara. A menina ficou sem saber o que fazer, até que ouviu seu antigo sensei dando uma missão para Sasuke. Decidiu que não deixaria que ele fosse sozinho. Afinal, alguém teria que lidar com os outros dois genins da areia.

– Você quer que eu siga Gaara?

– Apenas não se afaste muito de Konoha. – o Shiranui tentou dizer, mas o Uchiha já havia saído em disparada. A resposta de seu aviso acabou vindo, na verdade, de outra pessoa.

– Pode deixar, sensei!

Genma ouviu uma voz mais fina dizer e procurou de onde aquele som vinha, encontrando apenas os longos cabelos rubros de sua dona, que corria deixando o local.

– Sayuri! – chamou, mas já era tarde. Se ela escutara, havia fingindo que não. Genma não queria deixar que ela fosse, mas foi impedido de fazer qualquer coisa quando um outro inimigo decidiu atacá-lo. Só lhe restara esperava que ela ficasse bem.

Sasuke era rápido. A Hoshino já estava sentindo o cansaço bater em seu corpo quando finalmente conseguiu alcançá-lo, com muito custo. Ela ainda tinha certeza que o Uchiha facilitara um pouco as coisas, diminuindo o ritmo levemente quando sentiu sua aproximação.

– Você não deveria estar aqui. – disse simplesmente, sem nem precisar olhá-la para ter certeza de quem era.

– Não deixaria que você viesse sozinho. Eles estão em três! Isso não seria muito sensato.

– Tanto faz. – foi a única resposta que obteve.

Sayuri odiava essa nova personalidade fria do garoto. Quieto, ele sempre fora, mas sua arrogância era uma característica um tanto recente.

– Você não consegue acompanhar o meu ritmo. – aquilo não havia sido uma pergunta, mas ela sentiu necessidade de responder mesmo assim.

– Não. Pode ir na frente, eu vou te seguindo. Não é como se eu pudesse te perder... – riu sozinha.

– Certo. Tente não ficar muito para trás.

Ela não entendeu ao certo o significado daquele conselho, que soou mais como uma ordem, mas sentiu que era melhor que obedecesse.

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Kami assistia a vila pela janela do hospital, enquanto Yuki tentava convencer a enfermeira de que estava se sentindo bem. Após muitas perguntas e verificações, a mulher finalmente deixou o local, pedindo para que a Kurama descansasse por mais algumas horas.

– Que saco, eu já estou bem! Quero ver a luta da Sayuri-chan! – bufou para uma Sarutobi concentrada à qualquer outra coisa que estava acontecendo fora daquele quarto.

– Yuki-chan... Acho que tem algo acontecendo.

– Algo? É CLARO que tem algo acontecendo. O exame chunnin! Kami-chan, você bateu com a cabeça?

– Eu não quis dizer isso. Quis dizer que tem algo MAIS acontecendo. Um grupo enorme de ANBUs acabou de passar por aqui e eles pareciam bem apressados.

– Ah, esses ninjas mascarados são esquisitos mesmo. Eles vivem como se Konoha pudesse ser inva...

– É uma invasão!! – a morena disse, quase caindo para trás num susto. – Te-tem cobras gigantes e...

– É! Isso aí mesmo! Eles agem como se a qualquer hora a vila fosse ser invadida por cobras gigantes!

– Não, Yuki! Eu estou falando sério! Isso está acontecendo! Estamos sendo invadidos!

– Quê? – a alaranjada levantou da cama preguiçosamente. Era até esquisito vê-la assim, mas os inúmeros calmantes finalmente deveriam estar fazendo efeito.

– Olha! Olha lá! – Kami empurrou levemente a amiga para a janela, apontando a confusão que acontecia lá fora.

– Elas devem estar com fome... – a Kurama comentou, como se aquilo não fosse grande coisa.

– Yuki-chan, eu preciso ajudá-los!

– Hai! Vai lá, Kami-chan! Arrasa! Manda aqueles monstros irem jantar outra vila! ÉÉÉÉ! – disse um pouco mais animada, mas ainda assim de forma engraçada e preguiçosa.

A Sarutobi teria rido da amiga se não estivesse tão preocupada com os seus outros colegas. Ao invés disto, apenas saiu correndo, desejando melhoras à Yuki.

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– Finalmente os alcancei! – Sasuke parou diante de Temari, Kankuro e Gaara, que ainda estava desacordado.

Sayuri chegou logo atrás do Uchiha, parando ao seu lado e esperando por alguma ordem ou sinal. Geralmente era ela quem dava as instruções, mas sabia que o menino era orgulhoso demais para escutá-la no momento e que ele já devia ter algo em mente. Quando realmente precisasse de sua ajuda, deixaria que ela soubesse de alguma forma.

– Kankuro, pegue o Gaara e continue! Eu vou lutar com eles. – a loira ordenou o irmão, partindo para cima de Sasuke.

– Vocês não vão a lugar algum! – o moreno tentou evitar que os outros dois genins fugissem, mas foi impedido por Temari.

– Já disse que você terá que lutar comigo antes! - gritou.

– Tsc... Que seja. Sayuri, fique atrás de mim.

A menina fez como solicitado, embora achasse exagero da parte do Uchiha. Ela poderia muito bem ajudá-lo! A não ser que... Claro! Aquilo fazia parte de um plano. Sasuke fingiria proteger a Hoshino para que ela encontrasse alguma maneira rápida de dar um fim naquela luta. Essa era a deixa que Sayuri estava esperando para finalmente utilizar sua incrível habilidade estratégica. No fim, o amigo ainda precisava sua ajuda muito mais do que gostaria.

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– Onii-san! – Kami chamou por Asuma, que deixava a arena com tanta pressa que se quer notou a presença de sua irmã mais nova.

– Kami! O que está fazendo aqui?

– Eu percebi que estávamos sendo atacados e vim ajudar.

Asuma hesitou por alguns minutos, olhando para a arena e, então, para a frente, e depois para Kami novamente. Ele parecia tentar decidir o que fazer com a menina.

– Certo. Venha comigo! Nós vamos resgatar os seus amigos que foram atrás dos ninjas da Vila Oculta da Areia. – decidiu finalmente, já voltando a seguir seu caminho, mas agora com a mais nova em seu encalço.

– Vila Oculta da Areia? São eles?

– Não só eles, aparentemente. Acreditamos que eles tenham feito uma aliança com a Vila do Som.

– Oh... E o otou-san? - ela perguntou, se lembrando que um dos alvos principais em uma invasão, era o líder da vila.

– O Hokage-sama – começou dando ênfase ao apelido de Hiruzen e corrigindo a genin, que corou no mesmo instante – ficará bem, Kami! A ANBU está cuidando de sua proteção.

– Hai. – respondeu ainda um pouco envergonhada. Não importava quantas vezes lhe dissessem que seu pai era o hokage. Para ela, nada disso mudaria o fato dele ser seu pai! Não era falta de respeito, era apenas falta de costume.

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Sayuri aproveitou o momento do ataque de Sasuke para criar um clone sem que Temari percebesse. Dessa maneira, pode fingir que ainda estava no mesmo lugar e montar uma armadilha de selos explosivos para a garota. Era fácil fazer com que sua cópia se movesse sem levantar suspeitas! Uma das principais técnicas dominadas pela genin era a de suprimir seu chakra até que ninguém pudesse notá-lo, nem mesmo o mais poderoso ninja sensitivo. Algo realmente incrível para uma kunoichi de seu nível.

Deixou que o Uchiha visse o que ela fazia, apenas para que ele entendesse seu plano. E em questão de segundos o garoto captou a mensagem! Os dois ainda faziam, inexplicavelmente, uma bela dupla.

Sasuke levou Temari para a armadilha e, uma vez que a adversária foi atingida por diversos selos explosivos preparados pela Hoshino, os dois genins de Konoha puderam seguir em frente. A loira foi deixada quase desacordada no chão da floresta, imaginando como havia sido derrotada.

Mais algum tempo se passou mas alcançar Gaara desta vez foi muito mais fácil. Sasuke e Sayuri não pareciam ser os únicos cansados.

– Sasuke, deixa que eu cuido desse aqui. – disse a ruiva apontando para Kankuro e vendo que Gaara já acordava.

O menino demorou alguns segundos para aceitar a ideia, mas no final acabou concordando silenciosamente e indo até seu inimigo. O Uchiha sabia que não tinham muita escolha.

– Não prometa o que não pode cumprir. – o garoto, que tinha seu rosto todo desenhado com uma tinta escura, disse prepotente.

– E quem foi que te disse que eu não posso? – ela respondeu mantendo o mesmo tom que ele, mas a verdade era que temia não ser forte o suficiente.

Tudo o que Sayuri queria, naquele momento, era poder provar para Sasuke que ela podia ajudá-lo, que ele ainda podia contar com ela. Mas, principalmente depois de ter passado semanas treinando com o garoto, não tinha mais tanta certeza de que era verdade. Ainda assim, por mais que soubesse de sua fraqueza, a vontade de ser forte pelo amigo, era o que predominava. E se ela tivesse que dar a sua vida para proteger sua vila e seus colegas, que assim fosse!

– Foi você quem escolheu. – Kankuro respondeu quase rindo, antes de começar a manipular sua marionete.

A Hoshino se concentrou em desviar dos ataques do menino, enquanto tentava criar algum plano. Ela tinha que, pelo menos, atrasá-lo o suficiente para que Sasuke derrotasse Gaara. Suas vantagens? Bem, ela já conhecia o estilo de luta de Kankuro e já sabia como ele agia com sua marionete. Sayuri conhecia, inclusive, sua fraqueza. Grande azar ser exatamente a mesma que ela!

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O primeiro que Kami e Asuma encontraram no caminho, foi Shikamaru. E, para a sorte do Nara, os Sarutobi chegaram bem a tempo. Mais alguns minutos e o menino estaria realmente em apuros.

Shikamaru, junto com Naruto, Sakura e Pakkun, o cão kuchiyose de Kakashi, estava indo atrás de Sasuke, Sayuri e os três genins da Vila da Areia quando o grupo percebeu que estava sendo seguido. Já que o Nara era o especialista em armadilhas e estratégias dentre os quatro, ficou responsável por despistar os inimigos. O grande número de ninjas da Vila Oculta do Som, porém, ajudou para que eles conseguissem se desvencilhar da armadilha do menino, resultando em sua quase morte.

Antes que fosse atacado pelos inimigos, no entanto, Shikamaru foi salvo por Asuma e, logo atrás, Kami. Os dois derrotaram com facilidade os adversários, combinando suas forças e jutsus.

– Como vocês sabiam? – perguntou o garoto, curioso e surpreso.

O jounin sorriu abertamente após a tragada em seu cigarro recém acendido.

– Imaginei que pudessem precisar de uma ajuda extra.

– Shikamaru, onde você estava com a cabeça quando decidiu lutar sozinho com quatro shinobis do Som? Você teria morrido se não tivéssemos chegado a tempo! - Kami chacoalhou o menino com o rosto vermelho de raiva.

– Que problemático... – foi tudo o que ele respondeu, deixando-a ainda mais nervosa.

A Sarutobi continuou a gritar com o amigo, enquanto este tentava explicar-lhe que não teve outra opção. Asuma se divertia com a cena dos dois jovens, imaginando que talvez a superproteção fosse mesmo de família...

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Graças aos treinos de velocidade do Kakashi, Sayuri estava conseguindo se esquivar dos ataques da marionete com sucesso. Mas, é claro, não poderia ficar nisso para sempre. A parte de bolar uma estratégia nem fora tão difícil assim. O complicado mesmo, seria colocá-la em prática. Ela nem tinha tanta certeza de como a segunda parte do plano funcionaria, mas teria que dar um jeito. Esperava, com todas as suas forças, que os treinos com Sasuke e Kami tivessem de fato lhe ajudado.

A menina puxou o ar com força, como se isso pudesse lhe trazer também coragem, antes de começar a agir. Seu primeiro passo foi explodir um selo explosivo, que não atingiu o inimigo, mas pelo menos lhe deu tempo o suficiente para esconder-se. Kankuro demorou para encontrá-la de novo, conseguindo fazê-lo apenas depois de Sayuri abaixar sua guarda de propósito. Prevendo o que aconteceria a seguir, a menina se jogou em direção ao genin e deixou que sua marionete o defendesse, jogando-a para longe. A ação, infelizmente, fez com que ela se machucasse com algumas das agulhas que foram cuspidas pelo boneco.

A Hoshino abaixou o olhar para verificar a gravidade de suas feridas, que pareceram enfraquece-la no mesmo instante.

– Sentindo o poder do veneno que eu coloquei nas lâminas? – o garoto perguntou com um sorriso perverso nos lábios.

– Ve-veneno? – Sayuri apertou com força um dos cortes em seu braço, podendo enxergar um líquido roxo escuro escorrendo junto com seu sangue.

– Em alguns minutos ele tomará conta do seu corpo inteiro e você morrerá. Esse é um veneno especial, que eu mesmo preparei.

Aquela explicação, porém, não causou exatamente o efeito que o garoto esperava que tivesse na menina. Ao invés de ficar assustada, ela apenas sorriu. Num piscar de olhos do genin da areia, Sayuri não estava mais caída à sua frente. Com uma habilidade incrível, a menina havia surgido ao lado de Kankuro, cortado as linhas que controlavam a marionete e atingido alguns pontos estratégicos do corpo do menino, com as mãos envolvidas em chakra. A mesma técnica que havia sido utilizada por seu adversário na última fase do exame chunin, Kabuto, combinada à técnica de teletransporte que lhe foi ensinada por Genma.

O menino caiu, mas ainda assim o ataque não havia sido o bastante para impedir que ele voltasse a manipular o boneco. Para Sayuri, porém, a luta estava quase encerrada. Assim como da última vez que utilizara a incrível técnica do quarto Hokage sozinha para se autotransportar, esta havia consumido quase todo seu chakra. Conseguiu, com certa dificuldade, liberar os outros selos explosivos que havia espalhado mais cedo pelo local, quando se escondera de Kankuro.

Sayuri não teve como evitar, no entanto, que as explosões também lhe atingissem e, mesmo depois dos ataques, o genin da Areia ainda podia lutar, ao contrário dela, que não tinha mais forças. Não que isso fosse novidade para a Hoshino. Afinal, ela já havia previsto o fim desta batalha. Estava contente, ao menos, por ter conseguido algum tempo para Sasuke.

– Maldita! Quando você armou tudo isso? – Kankuro perguntou se levantando.

Sayuri não se deu ao trabalho de responder. Seu corpo inteiro doía e ela sabia que isso era também efeito do veneno. Podia sentir o líquido se espalhando por suas entranhas.

– Bem, não importa! Eu deixaria você viver os últimos minutos apreciando o efeito do meu veneno, mas você acaba de me convencer a te matar logo de uma vez. – disse sarcástico, se aproximando.

– Não antes de lutar comigo!

Sayuri virou-se delicadamente para encarar o dono daquela voz.

– Shino?!

– Sayuri-san, você consegue se curar? Pode deixar que eu cuidarei dele. Você precisa ir atrás do Sasuke e do Gaara.

A garota achou esquisito aquela atitude. Shino nunca foi muito de falar e ela jamais imaginaria que se encontraria em uma situação como aquela, em que o garoto aparecia para lhe salvar. Mas decidiu não pensar muito sobre o assunto. Não era hora para isso! O Aburama estava certo! Ela ainda precisava ir atrás de Sasuke!

– Hai! Arigatou, Shino-kun! – disse e se arrastou com dificuldade para longe, enquanto seu colega assumia a briga.

– Mais um?! Que saco. – o inimigo resmungou, preparando sua marionete para um novo ataque.

Sayuri conseguiu se afastar ligeiramente dos dois e deixou seu corpo descansar no tronco de uma árvore. Não havia lhe restado muito chakra, mas este teria que servir para retardar o efeito do veneno por algumas horas. Se concentrou na tarefa dando tudo o que restara de si, mesmo que parecesse uma missão quase impossível.

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– Kami, acompanhe Shikamaru até o hospital de Konoha. Eu vou seguir em frente e ver se mais alguém precisa de ajuda! – Asuma decidiu interromper os dois genins, que ainda discutiam, assim que terminou seu cigarro.

– Mas a Sayuri-chan...

– Eu cuidarei dos outros. Volte com Shikamaru! E tomem cuidado para não chamar a atenção de mais nenhum inimigo.

– Hai.

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Sasuke se lembrava bem das orientações de Kakashi. Caso ele se forçasse a usar mais chakra do que podia, seu selo amaldiçoado seria liberado de novo. Ele já havia gastado a sua cota de chidori, mas ainda precisava derrotar Gaara e não tinha muita opção se não utilizar a técnica recém aprendida.

– Chidori! – disse após fazer os selos com as duas mãos e concentrar seu chakra em uma das mãos.

E assim como seu sensei havia previsto, o desenho ao redor do selo se apagou e as manchas negras começaram a, mais uma vez, espalharem-se pelo corpo do garoto. O Uchiha ainda tinha suas dúvidas sobre gostar ou não dessa sensação. Sem dúvidas, ele se sentia mais forte! Mas a dor que isso lhe causava, junto com a vontade insana de matar quem quer que estivesse a sua frente, não eram lá tão agradáveis.

– SASUKE!

Ouviu a voz feminina desesperada à suas costas e se arrependeu amargamente por ter agido daquela maneira, ao mesmo tempo que seus membros foram tomados por dores insuportáveis. Seu corpo não respondia mais aos comandos de seu cérebro e, tudo o que fez a seguir, foi desabar com um baque surdo no chão.

Sayuri encarou a cena paralisada, sem saber o que fazer. Sasuke estava todo coberto por manchas pretas, como da última vez nas preliminares da terceira fase do exame chunnin, embora Kakashi tivesse lhe dito que não precisaria mais se preocupar com isso. Mas aquele não era o único ponto desesperador do momento! Gaara, o genin da Vila Oculta da Areia, ainda estava muito bem acordado e também encarava a garota, como se a qualquer momento fosse voar para cima dela e rasgar sua garganta. Ou pior! O inimigo apresentava uma forma esquisita e assustadora, parecendo que metade de seu corpo havia sido tomado por um monstro.

– Sasuke... – o nome do garoto saiu tremido, como uma súplica.

Por mais que quisesse levantar e continuar aquela luta, o Uchiha não poderia. Sabia que tanto ele quanto a menina estavam em perigo e se torturava mentalmente por estar naquela situação patética, mas não podia mais levantar.

Sayuri deu alguns passos em direção ao amigo, mas parou assim que Gaara ameaçou se mover. O que faria? Dentre todas as situações terríveis que imaginou que poderia se encontrar um dia, aquela era, sem a menor dúvida, a pior de todas! Enquanto tentava decidir entre deixar Sasuke morrer primeiro ou sacrificar a sua própria vida para poupá-lo por alguns minutos, escutou a sua salvação chegando logo atrás de si.

– SASUKEEEEEEEE!!! – Naruto vinha gritando com toda a energia incessante que tinha dentro de si e a menina quase pulou de felicidade. Se culpou por não ter percebido antes que ele se aproximava, mas sabia que havia sido por conta de seu nervosismo, que sempre fora o principal inimigo de suas habilidades sensitivas.

– Sayuri-chan!

A ruiva virou-se e encontrou Sakura vindo em sua direção, com uma expressão preocupada.

– O que aconteceu?

– Eu não sei. Cheguei aqui e encontrei a cena dessa maneira. – respondeu ainda analisando a possibilidade de, finalmente, ir até Sasuke.

Naruto não hesitou nem por um segundo antes de atacar Gaara, como sempre, apressado. A atitude fez com que as duas garotas criassem coragem de ir até Sasuke, mas infelizmente a ação não passou desapercebida pelo inimigo, que tentou atingí-las. Sayuri foi rápida ao perceber a enorme quantidade de chakra que se aproximava e se jogou para o lado, desviando a areia do adversário por reflexo. Já Sakura, não teve a mesma sorte e acabou sendo capturada. A menina foi presa a uma árvore por uma espécie de casulo de areia, que se comprimia aos poucos.

O Uzumaki tentou salvar a amiga, mas foi impedido pelo próprio Gaara, e Sayuri decidiu que não poderia fazer muito ali se não ajudar na recuperação do Uchiha. Continuou seu caminho sorrateiramente até o garoto, tomando todo o cuidado necessário para que o inimigo não percebesse seu movimento desta vez, até que finalmente pôde ajoelhar-se ao lado do corpo ainda caído.

Sasuke ainda tinha os olhos abertos, mas estes estavam completamente sem brilho. As manchas que antes estavam espalhadas por seu corpo, agora se concentravam, de novo, apenas em seu ombro. A menina notou também que não haviam feridas. Sua fraqueza era por conta da falta de chakra e, se era assim, melhor que ela cuidasse de lhe doar um pouco do seu próprio. O garoto já sabia o que viria a seguir quando ela levantou seu braço, e fechou os olhos esperando pela sensação, que apesar de dolorida no início, lhe agradaria como poucas outras no momento. Com cuidado, a Hoshino procurou pela fraca cicatriz que já existia na parte interna do antebraço dele há um tempo e tratou de mordê-lo no mesmo local. Ela sentiu o cansaço lhe dominar cada vez mais, enquanto seu chakra deixava o seu corpo para avançar pelo do menino. Sasuke logo estaria bem de novo!

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Kami e Shikamaru caminhavam lado a lado, com o garoto sendo apoiado pela menina.

– Não precisa me apoiar, eu já estou bem! – tentou dizer pela milésima vez e foi, como já imaginava, ignorado. Desta vez, porém, não havia recebido nenhum olhar ameaçador (que lhe assustavam quase tanto quanto seus berros). Pelo contrário! Quando procurou pelos olhos da garota encontrou apenas uma lágrima silenciosa escorrendo de lá.

A morena caiu ajoelhada no chão, segurando o peito com força, como se quisesse agarrar o próprio coração. Assistir aquela cena perturbou Shikamaru mais do que ele gostaria de admitir. Por instinto, o menino abaixou ao seu lado e lhe abraçou.

– Você está bem? – perguntou aflito, com medo de que ele tivesse causado aquela reação.

– Eu não sei. – ela disse, quase em um sussuro. – Acho que foi um mal pressentimento.

Continua...