A Herdeira escrita por becks


Capítulo 3
Terrível acidente


Notas iniciais do capítulo

Depois de séculos, voltei a postar , espero que alguém goste >



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/214088/chapter/3

2. Terrível acidente

Ao chegar na festa, dezenas de fotógrafos vieram ao meu encontro, quase ceguei com tantos flashs, mas confesso que amo toda essa atenção.

A noite, ao meu ver, foi tão normal quanto todas as outras: pessoas puxando meu saco, Tânia tentando aparecer as minhas custas, muita bebida e váriosgatinhos. Totalmente ao contrário do que pensei, senti que a noite ia ser mais especial, engano.

Às 3:00 horas da manhã simplesmente cansei de tudo aquilo, minha cabeça estava nas nuvens, pensava constantemente em meus pais , o que me irritou muito e resolvi ir embora, nem me dei ao trabalho de comunicar Tânia.

Ao chegar próximo a minha casa percebi uma movimentação estranha aos arredores mas nem me importei, só quando pude ver o portão que caiu a ficha de que a bagunça era na minha casa, meu único pensamento foi: Emmett deu uma festa, teve briga, os vizinhos não gostaram e chamaram a polícia. Mas que droga !

Passei por entre alguns policiais e quando entrei em casa, avistei Esme chorosa, outros empregados tristonhos , mas não vi Emmett, o que fez minha teoria da festa ir por água a baixo , efeito da bebida passar e eu comecei a me desesperar, fui correndo perguntar de Esme o que estava acontecendo, ela apenas chorou mais e me indicou um homem de terno que vinha em minha direção.

–Senhorita Swan? - perguntou o homem.

–Pois não? - respondi apreensiva.-Sou o delegado Hoffman e vim aqui lhe dar uma notícia nada agradável. - seu semblante era assustador.

–Pois diga logo então, não percebe meu desespero? Por favor, me diga logo o que Emmett aprontou dessa vez. - pedi já irritada.

–Vamos nos sentar, fica mais fácil. Há algum lugar onde podemos conversar com mais tranquilidade?

–Claro, vamos ao escritório. -guiei-o para o escritório do meu pai, acomodei-me em uma poltrona e ele em outra. - Agora pode falar antes que eu perca a paciência?

–Senhorita, isso não é algo fácil de dizer, e apesar de já ter passado por essa situação várias vezes, nunca me acostumo. - ele falou calmamente.- Houve um acidente com o avião que seus pais , Charlie e Renée Swan estavam . - ele silenciou um momento e logo em seguida continuou. - Eles estavam em uma viagem para a França quando tudo aconteceu.

–O QUE? - levantei-me desesperada. - Pelo amor de Deus, meus pais sofrem um acidente e você fica me enrolando? Em que hospital eles estão? Quero vê-los imediatamente. - Segui para a porta mas o que ele falou a seguir me paralisou.

–Não estão em um hospital senhorita, seus pais morreram no acidente. - tudo escureceu na minha frente, não senti mais nada, ele não podia estar falando isso, não era verdade.

Meus pais estavam perfeitamente bem durante a manhã, bem até demais para abandonar a mim e meu irmão e viajar para a França, então como assim eles morreram? Do jeito deles mas eles eram meus pais, nunca me deixaram faltar nada, só amor, mas fora isso eu sempre tive tudo o que quis, me recuso a acreditar que morreram. Minhas pernas enfraqueceram e cai, não pude conter algumas lágrimas que teimaram correr pelos meus olhos. O senhor cujo nome esqueci veio ao meu lado, tentou me consolar e disse um "sinto muito", mesmo eu sabendo que não sente, ele já está acostumado com isso, todos os dias ele vê pessoas morrerem, mas não são os pais dele. Rapidamente levantei do chão e corri, sem nem notar para onde estava indo, só tomando cuidado para desviar das paredes, quando percebi estava no jardim, ajoelhada e chorando, sentindo um sentimento de culpa bater dentro de mim, por não ter ido almoçar com eles, ao contrário, fui extremamente grossa e fria, mas eu não sabia que seria a última vez que eu os veria, a única coisa que pensava era em mim mesma, fiquei imaginando a mágoa dos meus pais, eu sei que no fundo eles trabalhavam muito para continuar proporcionando a vida boa que eu e Emmett levamos.

Senti braços grandes me envolverem em um abraço, não precisei olhar para saber que era Emmett que me abraçava, ele nada falou, pois não havia o que falar, só nos abraçamos e compartilhamos da mesma dor.

Após algun tempo, depois de os policiais irem embora, finalmente entramos em silêncio, fui até a cozinha pegar um copo d'água e Esme estava sentada à mesa, ela nada disse, apenas deu-me um sorriso triste. Também não senti a necessidade de falar nada, apenas peguei minha água e fui para o meu quarto, precisava ficar sozinha até que a ficha caisse.

Deitei em minha cama e fiquei pensando nos raros momentos em que tive com meus pais, foram tão poucos e eu era tão pequena, que não consegui lembrar direito, fechei um pouco os olhos tentando vizualizar seus rostos e acabei adormecendo, nada sonhei.

No outro dia, assim que acordei olhei no relógio e marcavam 13:00 horas, estranhei que Esme não tivesse vindo me acordar, e quanto tentei levantar da cama tinha a sensação que um trator havia passado por cima de mim e pior ainda, havia tido um pesadelo terrível, algo como se meus pais tivessem morrido, isso é que dá misturar bebidas.

Agi normalmente, fiz minha higiene pessoal, troquei a roupa e passei no quarto do meu irmão mas ele não estava lá, então quando desci avistei Emmett conversando com Esme, quando me viram notei seus semblantes tristes me toquei de que não havia sido um pesadelo, tudo havia sido muito real, meus pais estavam mortos.

Tive o ímpeto de sair correndo de novo, mas surpreendi a mim mesma e fui forte, abracei meu irmão, dei bom dia a Esme e fui para a cozinha tomar café, eles falavam alguma coisa sobre o velório. Agora que recobrava a memória da noite anterior, lembrei-me de quando estava no jardim com Emmett, decidi que só havia uma maneira de ser forte, eu cuparia meus pais por tudo, lembraria de toda a ausência deles, não me deixaria culpar por nada. Se eles passassem mais tempo com seus filhos do que viajando, nada disso teria acontecido. Então, diante de toda essa situação eu agiria como sempre fui e com a maior frieza possível, eu seria simplesmente Isabella Marie Swan, a garota mais fabulosa que existe apesar dos pesares , iria nesse tal velório absolutamente linda, pois lá haveriam muitos fotógrafos, faria minha pose de filha sofredora mas depois seguiria minha vida como sempre foi.

Meu pensamento foi interrompido quando Emmett sentou-se a mesa comigo, perguntou como eu estava e começou a falar sobre o acidente.

–O acidente foi horrível, houve uma grande explosão, ainda não descobriram a causa, mas vão investigar, estavam eles dois e o piloto no avião, também não acharam os corpos, e creio que talvez não os encontre, pois além da explosão, o avião caiu dentro do mar e isso vai dificultar tudo - ele falou tudo e fez uma pausa, respirou fundo e continuou. - Vamos fazer um velório simbólico, em respeito as suas almas, hoje ainda, seja forte. - ao terminar levantou, Emmett estava sofrendo muito, mas estava fazendo o papel de irmão mais velho que cuida da irmãzinha. Apesar de aparentar ser fortão, Emmett era um cara legal, nunca se meteu em confusões nem nada, mesmo que assim como eu, só tinha a vida pra baladas, mulheres, bebida.

–Serei forte, sempre fui. - falei e ele foi embora.Assim que terminei o café fui para meu quarto, escolhi um vestido preto, que nunca havia usado, coloquei inclusive um véu, estava parecendo uma viúva, sorri.

Desci as escadas, já haviam algumas pessoas, nem um fotógrafo, Emmett pediu que seguranças barrassem a entrada destes, já que era um momento muito pessoal.

O padre falou, algumas orações foram feitas e bla bla blaaaaaaarg, depois vieram me prestar condolências e pêsames, disseram que sentiam muito por minha perda, o que na verdade era mentira, a maioria das pessoas que estavam ali não davam a mínima.Assim que tudo acabou, subi para o meu quarto, tomei um banho e assim que cai na cama praticamente desmaiei , mas fiquei com o pensamento que amanhã minha vida seguiria normalmente.

Outro dia, Segunda-feira, Esme não me acordou outra vez, graças a Deus. Não tinha a necessidade de acordar cedo, não estudava.Fiz todo o ritual de sempre, desci, cumprimentei Esme, fazia de conta de que era mais um dia normal, tomei café, liguei pra Tânia...

–Amiga, como você está? Algum problema? - ela atendeu desesperada.

–Cala a boca Tânia, estou ótima - a tratei com a mesma aspereza de sempre. - Me encontre no shopping daqui a 15 minutos, é isso.

–Como? Seus pais morreram não tem 3 dias e você quer ir ao shopping? - não entendi a surpresa e nada respondi, então ela continuou. - Tudo bem então, quem sou eu pra condenar, te encontro lá.

Desliguei o telefone sem falar nada, subi e fui me arrumar, outra vez estava maravilhosa.Ao me ver Esme teve uma expressão que mais indicava indignação.

–Senhorita já vai sair? Pensei que estaria de luto.

–Pra que luto? Você faz isso por mim está toda de preto e nem é da família. - ri com desdém.

–Questão de respeito senhorita, o que eu tenho ao contrario da senhorita. - olhou-me de cima abaixo desaprovando meu look colorido.

–Esme, querida - sorri- já disse várias vezes que você é a empregada, não se meta na minha vida. - sem mais, sai deixando-a sozinha.

Ao chegar ao shopping o tumulto foi terrivel, assim que me reconheceram, fotógrafos, repórteres me bombardearam com perguntas e eu as respondi sem problema algum. Muitos questionavam o fato de haver pouco tempo da morte dos meus pais e eu estar no shopping, me divertindo como se nada tivesse acontecido, simplesmente respondi que meus pais não gostariam de me ver triste. Menti.

Após tudo isso, fiz algumas compras com Tânia que foia única que não falou nada a respeito do que todos consideravam "uma falta de respeito", de repente meu celular toca, é Emmett.

–Isabella onde você está? - perguntou ríspidamente.

–Vim me divertir, fazer algumas compras, por quê?-Você não tem vergonha Isabella? Nossos pais morreram há três dias e você já retomou sua rotina de patricinha? - ele parecia indignado.

–Algum problema? Quem morreu foram eles não eu, eu continuo viva e graças a Deus pelo menos dinheiro eles me deixaram. - se Tânia estava boquiaberta a minha frente, imagina só a cara de Emmett.

–Você é inacreditável. Mas não importa, volte pra casa, nossos advogados estão aqui e querem falar com nós dois. - ordenou.

–Ah Emm, não estou com a mínima paciência pra falar com esses chatos, resolva você.

–Isabella venha pra casa agora, é importante. - falou sério.

–Saco, tudo bem, já estou indo. - desliguei o telefone.

–O que houve? - perguntou Tânia intrometida.

–Os advogados chatos dos meus pais estão lá em casa e querem falar comigo e Emmett, tenho que ir. -falei contra minha vontade.

–Talvez seja bom você ir, podem querer falar do testamento. - ela sorriu.

–É , talvez seja, aliás, é bom que seja isso mesmo.- sorri também, seria bom finalmente ter meu próprio dinheiro.

Quando cheguei em casa Esme me informou que eles estavam no escritório, fui diretamente para lá.

–Pronto, cheguei, é bom que seja importante. - estava muito mal humorada.

–Sente-se senhorita Swan. - disse-me um dos advogados seriamente e eu obedeci.

–Agora que chegaram, podemos começar. - Inicou um outro advogado. - Vamos ser diretos, não queremos esconder nada, mas espero que estejam preparados.

–Por favor sem enrolação, afinal o que há de tão grave assim? - perguntou meu irmão.

– Com certeza devem conhecer James Simon. - prosseguiu o primeiro advogado.

–Sim, ele era sócio do meu pai e amigo íntimo. - respondeu Emmett.

–Pois bem, creio que não seja tão amigo assim. - após falar isso, o advogado entregou um documento a Emmett, que depois de ler ficou pálido. Tomei o papel de suas mãos e resolvi ler, e qual não foi minha surpresa, o documento passava tudo o que era dos meus pais, tudo o que deveria ser meu e de Emmett, para James, eu e Emmett não teríamos direito a nada, nem a casa aonde morávamos. Quase desmaio, mas fiquei em estado de choque, que só foi quebrado com o barulho da porta abrindo, quando olhamos, lá estava o tal James, acompanhado de seu advogado e do sorriso mais cínico do mundo.

–Ora ora, vejo que cheguei tarde e a festa começou sem mim. - andou em nossa direção. - Ótimo, então já devem saber que tudo aqui é meu, pois bem, quero vocês dois, seus miseráveis, fora da minha casa, têm 24 horas pra isso, podem levar seus pertences pessoais mas nada de valor, é tudo meu.

Eu queria avançar no pescoço daquele desgraçado mas Emmett tomou minha frente e se jogou em cima dele.

–Foi você quem matou eles seu desgraçado, os enganou e depois matou para ficar com tudo o que é nosso - Emmett dizia isso aos gritos enquanto esmurrava o safado.

Infelizmente os separaram e James falou algo como processá-lo por injúria, diamação e agressão, também relembrou-nos que tinhamos 24 horas para sair da casa.

Dessa vez eu fui pra cima do desgraçado, mas impediram-me antes de alcança-lo, eu ia arranhar aquela cara dele todinha e arrancar aquele sorriso dele na unha.

Ele foi embora, logo em seguida os advogados, afirmando que não podiam fazer nada e mais uma vez eu e Emmett ficamos sozinhos.

E agora, o que seria de nós? Onde iríamos morar? Não fazia idéia, nunca fui pobre, e agora teria que sair da casa onde fui criada durante toda minha vida e morar onde? Embaixo da ponte? Esses pensamentos terríveis tomaram conta de mim e comecei a chorar desesperadamente, eu estava acabada, eu, Isabella Swan, a herdeira, agora ia ser uma pobretona, que destino cruel. De repente, tudo se apagou a minha frente, desmaiei, quando na verdade queria morrer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

e aí? mereço reviews?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Herdeira" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.