She Is A Stupid Boy. escrita por minyoungie


Capítulo 2
Ren.


Notas iniciais do capítulo

Demorei exatamente uma semana para postar outro capítulo, huh? keke~
A verdade é que ele já estava feito mas toda as vezes que eu lia, eu tinha que alterar alguma coisa. >_
Acho que agora está razoavelmente bom. kekeke
Boa leitura. ♥♥♥



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- Omma? – Chamou Minhyun após bater na porta dos fundos três vezes.

Apesar do tempo que tinha passado no seu quarto com a mala a sua frente, não tinha conseguido arrumar quase nada. Tinha gasto boa parte do seu tempo a admirar a figura que se encontrava sentada à beira da piscina. Não era de ficar a bisbilhiotar os outros, muito menos de ficar encarando garotas da sua idade ou mais velhas  como a maior parte dos seus amigos faziam. Para eles, aquilo era uma forma de sedução, para Minhyun, aquilo era perda de tempo. Por isso estava admirado e reprimindo-se a si próprio por ter feito aquilo.

Mas a culpa não era sua. Ele tinha ficado de tal forma absorvido por aquela criança que era incapaz de desviar o olhar. Aquela criança... Tsc. Ela poderia ter a sua idade, talvez até tivesse. Iria descobrir. Talvez a sua mãe o dissesse se perguntasse como quem não quer nada... Talvez ela dissesse mesmo que ele aparentasse estar muito interessado no assunto. Talvez ele próprio caminhasse em direção a piscina, ou melhor, em direção a ela numa próxima oportunidade. Isto é, se houvesse uma próxima oportunidade.

Por fim, só tinha conseguido sair daquele transe após ver a garota a entrar em casa. Alguém tinha chamado por ela. Alguém, numa atitude imperdoável, tinha tirado aquele anjo do seu campo de visão. Por outro lado, esse mesmo alguém tinha o despertado, fazendo com que se lembrasse do compromisso com a sua mãe. Ela não tinha dito uma hora certa para ele ir lá, mas sabia que estava atrasado. A repentina entrada da garota em casa indicava isso.

Quando sua mãe saiu do quarto, Minhyun não sentia a mínima vontade de ir conhecer a família Choi. Ele estava sinceramente agradecido e esperava que a dona da casa soubesse disso sem que ele precisasse abrir a boca ou olhá-la nos olhos. Ele era péssimo com as palavras. Mas a sua vontade de conhecer a família tinha se alterado completamente após ter visto a garota. Saberia o nome dela. Olharia para ela mais de perto. Desvendaria uma expressão no seu rosto. Conversariam. Com alguma sorte enxergaria um brilho de interesse da parte dela e com mais sorte ainda, conseguiria fingir um falso desinteresse.

- Minhyun! Onde esteve? Pensei que tivesse esquecido o que eu disse, estava quase indo lá te chamar. – Dizia a sua mãe enquanto andava de um lado para o outro, mexia panelas que ainda estavam no fogão, guardava algumas coisas que estavam espalhadas em cima da mesa e buscava outras para pôr numa bandeja. – Venha comigo. Eles estão a sua espera.

- A-A m-minha espera, omma? – Perguntou Minhyun gaguejando.

- Sim, eu não disse que D. Choi queria lhe conhecer? – Disse a senhora Hwang ao mesmo tempo que pegava na bandeja e dirigia-se para a porta da cozinha. – Então? Vai ficar aí parado? Venha! – Disse, fazendo com que o garoto se apressasse a segui-la.

A casa por dentro era tão grande quanto aparentava ser por fora. Grande e bonita. As paredes estavam pintadas em tons de laranja e castanho, a maior parte dos móveis era de madeira, assim como na pequena casa anexa e os restantes objetos decorativos condiziam com as cores das paredes e, em alguns cantos, destacavam-se alguns com cores diferentes como verde claro ou amarelo. “Uma bela casa”, foi a única coisa que Minhyun conseguiu pensar antes de perder completamente a linha de raciocínio ao ver a mesma garota da piscina ali, a poucos metros de distância, com essa mesma distância sempre a diminuir a cada passo que dava atrás da sua mãe.

Até que a distância acabou.

Pelo menos era isso que ele achava. E achava isso porque naquele momento não seria capaz de dar nem mais um passo, não seria capaz de mover um dedo em direção ao corpo dela. Ele não sabia nem se seria capaz de dizer uma palavra.

Ela era linda, extraordinariamente linda. Uma verdadeira boneca. A pele branca como uma porcelana, os lábios rosados em formato de coração, os olhos grandes e redondos... Mas apesar das belas características, era inexpressiva, assim como uma boneca.

Minhyun estava sentindo que, mais uma vez, não iria conseguir desviar os olhos dela. E realmente não queria isso. Queria admirá-la, queria tocá-la, queria de alguma forma chamar a sua atenção. Mas as coisas não podiam ser assim. Dessa vez ele não podia deixar que os seus olhos travassem como tinham feito quando a viu na piscina. Não queria ser descarado, eles estavam a uma distância demasiado perigosa... Ainda mais com a mãe dela ali ao lado. O que pensariam dele?

- Aqui está, esse é o meu menino. – Disse a D. Hwang enquanto passava a mão pelos fios morenos do filho.

- Annyeonghaseyo! – Disse Minhyun, curvando-se, logo após a breve introdução que a sua mãe tinha feito dele próprio.

- Annyeonghaseyo! – Disse a D. Choi, também curvando-se e com um sorriso de orelha a orelha.

- Eu sou o Minhyun, muito prazer. – Disse sorrindo. – Estou muito grato por terem me concedido um lugar nesta bela casa. E prometo que não irei desapontá-la, Ahjumma. – Disse com sinceridade.

- Eu tenho a certeza de que você saberá se comportar. – Disse a senhora, pondo uma das mãos no ombro do garoto. – Sua mãe sempre me falou de você e além disso, esta casa é muito grande para duas, eventualmente, três pessoas.

Os dois sorriram e Minhyun, involutariamente, olhou novamente para a garota a sua frente. O largo sorriso fechou-se ao notar que a face inexpressiva dela não tinha se alterado. Ela parecia perdida em seus pensamentos, parecia nem ter notado a sua presença ali, ele nem tinha sido merecedor de um olhar seu até o momento. Ele lhe era indiferente.

Choi Ahjumma notou o sorriso do recém chegado sumir e a curiosidade e aflição no seu olhar. Olhou para Ren e viu que ele estava absorto em seus pensamentos. Era sempre assim, ele nunca estava no planeta Terra, nada prendia a sua atenção, nada alterava o seu rosto, nada.  

- Ren, não me envergonhe, fale alguma coisa. Minhyun está sendo tão simpático e você não diz nada, que coisa! – Disse D. Choi tentando puxar algum assunto entre os dois.

Ren.

Era esse o nome dela? Ren? Um nome bem... Invulgar. Talvez ela não fosse tão coreana como parecia ser. Talvez o pai dela fosse tailandês, chinês, americano, japonês... Talvez a própria D. Choi fosse estrangeira. “Será que isso é realmente importante agora, Minhyun?”, pensou. Não, aquilo realmente não importava.

- Mianhaeyo... Minhyun, certo? Annyeonghaseyo. – Disse o loiro curvando-se levemente sendo logo seguido pelo próprio Minhyun. – Seja bem-vindo.

- Kamsahabnida! Espero que possamos ser amigos no futuro. – Disse Minhyun abrindo novamente o seu lindo sorriso.

- Vocês serão bons amigos, eu tenho a certeza! Sabe, Minhyun, quando Minyoung não está em casa nas férias, Ren não tem ninguém para conversar. Alguém como você lhe fará muito bem!

- Omma! – Protestou o loiro. – Eu já disse que não preciso de amigos. – E dito isto, saiu da divisão onde se encontravam. As mãos dentro dos bolsos do casaco cor-de-rosa, a face levemente avermelhada e a mesma inexpressividade que Minhyun já tinha presenciado de longe.

- É sempre a mesma coisa! Não ligue, Minhyun, não ligue. Não é nada pessoal. – Disse a senhora visilmente frustrada e embarassada com a  atitude do filho mais velho. – Já jantou? Sente-se, me faça companhia.

- Ahjumma, eu não sei se devo... – Minhyun tentou recusar o convite delicadamente mas foi logo impedido pela senhora.

- Não faça cerimônias! Ande, sente-se. – Disse, apontando uma cadeira a sua frente. – Não dou nem 20 minutos até que Ren volte, quando a fome bate... Não tem quem segure aquela criança! – Os dois sorriram.

- Minhyun, o que está fazendo sentado aí? – Perguntou a sua mãe assim que entrou no terraço novamente e viu o filho sentado ao lado da D. Choi.

- Omma, eu...

-  Oh, Joohyun, eu o convidei para jantar comigo já que Ren saiu e provavelmente trancou-se no quarto. Mas eu teria o convidado mesmo que aquela jóia estivesse aqui, que isso fique bem claro. – Disse com um largo sorriso e os outros perceberam a ironia quando ela disse “aquela jóia”. – Não o repreenda, a culpa é minha. – Os outros dois sorriram junto com a senhora.

Durante os minutos que se seguiram a isto, Minhyun e a D. Choi começaram a jantar e a conversar animadamente. Minah era uma senhora conversadora, cheia de perguntas e que demonstrava um interesse enorme por tudo que o recém chegado dizia. A princípio, Minhyun não sabia o que fazer, como responder e, por isso, as suas respostas eram curtas, resumidas em “Deh” ou “Aniyo”, mas à medida que D. Choi lhe incentivava e lhe fazia ainda mais perguntas, Minhyun desenvolvia mais as suas respostas, retribuindo o interesse da senhora.

E tal como a senhora tinha dito assim que sentaram-se à mesa, passados 20 minutos, lá vinha Ren, como se não tivesse acontecido absolutamente nada. Ele não disse nada, nem sequer olhou para os lados. Simplesmente sentou-se na primeira cadeira que viu na frente e começou a servir-se, como se estivesse em modo automático.

Fez-se silêncio.

D. Choi continuava a comer como se já estivesse habituada a essas situações, Ren demonstrava pura indiferença, como era de se esperar e Minhyun, claro está, não sabia o que fazer.

A cadeira que Ren havia se sentado era justamente entre sua mãe e o novo hóspede, o que aumentava ainda mais a inquietação do último. Um sentimento estranho, uma agonia terrível.  A presença daquela “garota” o incomodava de uma forma que não sabia explicar, incomodava, mas naquele momento ele só desejava que ela nunca precisasse de sair do seu lado.

O silêncio foi feliz ou infelizmente interrompido pela sua Omma que apareceu na varanda com um telefone sem fio na mão e com uma expressão apavorada.

- Desculpe interromper a sua refeição, D. Choi, mas é importante. – Disse a senhora enquanto segurava o telefone contra a mão livre para que do outro lado da linha não fosse possível ouvir o que se dizia do lado de cá.

A expressão de Joohyun fez a dona da casa levantar-se imediatamente, agarrar no telefone e entrar em casa. Minhyun e Ren foram deixados sozinhos na varanda. O primeiro sem entender nada mas ao mesmo tempo aflito e o segundo... Bem, não é preciso  dizer.

- Será que aconteceu algo grave? – Perguntou o moreno numa tentativa de fazer o garoto ao seu lado falar alguma coisa.

- Logo saberemos. – Respondeu Ren, deixando o outro confuso pelo seu desinteresse.

Silêncio.

- Ham... Quantos anos você tem, Ren? – Perguntou, mundando bruscamente de assunto.

- 16.

- Eu também! Mas eu nasci em Agosto. E você? Nasceu em que mês?

- Novembro.

- Dongsaeng! – Disse o moreno sorrindo.

- Parece que sim.

Silêncio mais uma vez.

Como já foi dito, Minhyun era péssimo com as palavras. Naquele momento ele estava tremendamente orgulhoso de si próprio por ter conseguido dizer mais que um simples “Olá”. Mas Ren não colaborava, ele não queria colaborar.

- Será que vamos ficar na mesma turma quando as aulas começarem? – Recomeçou Minhyun.

- Desista. – Ren o encarou entendiado.

- O quê? – Perguntou, confuso.

- Eu não sou uma pessoa amigável, com você não será diferente.

- Eu não me importo que seja assim. – Disse Minhyun com um encolher de ombros.

- Como não se importa? – Agora era a vez do loiro ficar confuso, e estava, apesar da sua expressão não ter sido alterada.

- Sua família me abrigou aqui, Ren. Eu devo vos tratar da melhor maneira possível.

- Você não é obrigado a gostar de nós por causa disso.

- Eu não estou sendo obrigado a nada.

- Hum. – Disse Ren ao mesmo tempo que arqueava rapidamente as sobrancelhas, o seu desinteresse pelo o que o outro dizia era mais do que óbvio. – Até amanhã, Minhyun. – Disse levantando-se da mesa.

- Até. – Respondeu o outro num fio de voz ao ver o loiro entrar em casa.

Aquilo não tinha sido um bom começo, definitivamente. Bem, Minhyun nem tinha a certeza se aquilo poderia sequer ser chamado de “começo”.


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Notas finais do capítulo

Então, este capítulo ficou "razoavelmente bom"? keke~ Espero que tenham gostado~! Dêem opniões, huh? Não esqueçam! ♥♥♥