She Is A Stupid Boy. escrita por minyoungie


Capítulo 1
A garota do moleton cor-de-rosa.


Notas iniciais do capítulo

Vamos lá ver se sou digna de algum review com essa pequena introdução, huh? Hwaiting~! ♥♥



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Minhyun, ponha as malas lá dentro, no seu quarto. Omma tem que terminar de fazer o jantar dos Choi, daqui há pouco eu volto. Ah! Pensando melhor, vá lá assim que terminar de arrumar suas coisas... D. Choi disse que quer te conhecer. Só não esqueça de entrar pela porta dos fundos, ok? – Disse a senhora Hwang de uma vez só, sem ao menos parar para respirar. - Até daqui há pouco. – Disse logo após suspirar e olhar para o filho de forma orgulhosa.

Assim que sua mãe fechou a porta, Minhyun olhou para os lados e, ao constatar que estava realmente sozinho dentro da pequena casa, deixou-se cair no sofá, exausto. Passou alguns minutos a encarar o teto, a tentar lembrar o motivo da sua vinda para Ganghwa, uma ilha situada na costa oeste do seu país, Coreia do Sul.

Ah sim, lembrava-se. A bolsa de estudos. Ele estava ali por causa de uma bolsa de estudos. Lembrava-se de ter trabalhado árduamente todos os dias, de ter ficado noites e noites acordado a estudar matérias infindáveis sob a luz de um pequeno candeeiro e de ter se esforçado para não adormecer durante as aulas ao ouvir as vozes monótonas dos professores. Lembrava-se de toda a dedicação e de todas as esperanças que tinha colocado naquele exame de aceitação. Só não conseguia recordar o porquê de, após ter conseguido o que tanto queria, não se sentir satisfeito.

Por um lado tinha finalmente conseguido se livrar do pai, aquele alcólatra nojento que seria capaz de vender o filho para comprar uma garrafa de bebida. Por outro, passaria a ser um peso na vida da mãe. Mas ao contrário do pai, a mãe mostrava-se bastante feliz por tê-lo por perto, ela sim o amava, o apoiava e faria tudo para vê-lo feliz.

Agora precisava pensar num belo discurso de agradecimento para dar à dona da casa. Sim, porque não era todo o dia que alguém se dispunha a aceitar um estranho em sua casa, mesmo que esse estranho fosse filho da sua cozinheira, passadeira, faxineira, o que quiserem chamar.

É verdade que ele não estava instalado bem dentro da casa. Ele e sua mãe viveriam num anexo que tinha sido feito justamente para os empregados da casa, isto é, sua mãe, o jardineiro e motorista e, agora, ele. Era uma casinha pequena mas aconchegante. Com paredes pintadas em tons de castanho e beje e móveis de madeira. Tinha três quartos pequenos, onde só havia espaço para uma cama, uma mesa de cabeceira e uma pequena cômoda. “Ótimo”, pensou Minhyun, “Não vou ter muita coisa para arrumar”. A cozinha e a sala estavam na mesma divisão sendo apenas separadas por uma mesa alta e não muito larga que parecia ter sido colocada ali quando o anexo ainda estava a ser construído pois só tinha um dos pés, o outro lado era sustentado pela parede.

Diferente da casa onde ele ficaria, a casa ao lado parecia ter dimensões gigantescas, e não estava enganado quanto à isso, a casa era realmente grande. Pela janela do seu quarto conseguia ver toda a lateral da construção, a piscina, a área relvada e lá no fundo, o mar. “Como é que a Omma consegue cuidar dessa casa sozinha?”, pensava ele enquanto analisava a mansão através da janela do seu pequeno quarto.

Mas lá fora tinha algo mais pra além da piscina, das plantas e das ondas do mar. Uma pessoa, sim, era uma pessoa. Uma pessoa bonita, uma menina bonita. Sim, sem dúvidas que era uma menina, uma menina linda.

Era loira e tinha parte do cabelo preso no topo da cabeça. Apesar do tom dos cabelos, via-se que era coreana ou, pelo menos, asiática. Estava vestida com um moleton cor-de-rosa que tinha um ursinho branco estampado na zona do peito e que devia ser uns quantos números acima do seu tamanho certo.

Ah, também lembrava-se dessa parte. A sua mãe, antes da sua chegada, tinha lhe dito que a D. Choi tinha dois filhos, uma menina e um menino. Também tinha dito que ambos tinham boa aparência... Boa aparência. Aquela garota parecia um anjo sem asas e a sua mãe se atrevia a dizer apenas que “tinha boa aparência”. Lembrava-se dela ter dito que o filho era o mais velho e que não era muito simpático à primeira vista. Já a garota, segundo a sua mãe, era um amor de pessoa. Essas eram as únicas informações sobre aquela família que ele lembrava de ter ouvido, o resto ele teria que descobrir com o tempo e sozinho, pelo menos era isso que achava.

A garota caminhava com as mãos dentro dos bolsos do moleton, caminhava em direção a piscina. E, ao chegar à beira da mesma, sentou-se e pôs os pés dentro d’água. Não sabia se era por causa da distância ou por causa da fraca iluminação, mas Minhyun não conseguia detectar nenhum tipo de expressão no seu rosto. Não era capaz de dizer se ela estava irritada, se estava calma, se estava triste ou feliz. A única coisa que poderia dizer sobre aquela garota era que ela estava ali, há alguns metros de distância, sentada à beira da piscina e a balançar os pés na água fria numa atitude que, ao seu ver, lembrava uma criança pequena. Uma criança pequena, delicada e frágil. Ou melhor, uma criança pequena, delicada, frágil e linda, incrivelmente linda.

Essa foi a primeira imagem que Minhyun teve de Ren, a primeira de muitas que ele nunca esqueceria.


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Notas finais do capítulo

É isso. Espero que gostem e anseiem por mais. T^T