O Templo Da Imortalidade escrita por Kbex


Capítulo 14
Capítulo 14: A divina Caríbdis - parte 2


Notas iniciais do capítulo

olá =)
como prometido *ok nao tanto, já é madrugada de domingo, mais nao atrasei tanto assim*
não tenho muito caoisa a dizer, só claro, agradecer muito a todas vocês que leem e comentam
aaah claro a Bruna e a Leticia por me ajudarem com a pesquisa sobre a Caríbdis.
pra quem gosta *tem alguem que nao gosta?* do casal Will e Alice... bom, acho que vão gostar do final *apesar de tudo =)*
ah pra quem gosta de ouvir musica, acho que fica legal ouvir o tema de piratas na parte da luta com o monstrinho http://www.youtube.com/watch?v=KNozmRVDaa0&feature=related



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Com sua mão ainda segurando a minha, Will me puxou para o lado dele e numa sincronia perfeita cruzamos nossas espadas acertando o monstro em algum lugar – fica difícil distinguir o local do corte com um réptil gigantesco como este.

- Essas escamas deixam a pele dela mais rígida, temos que tentar acertar pontos mais sensíveis, como os olhos, o rosto – Will berrou entre um trovão e outro.

- Quero ver é você achar a cara desse bicho.

Como que para me responder, Caríbdis apareceu, com aquela cara horrível de monstro, do meu lado rugindo furiosamente.

- Devo tê-la ofendido chamando-a de bicho – resmunguei para a careta que ela continuava fazendo.

Todos os marujos reuniram-se e começaram a jogar barris e alguns pedaços de madeira no monstro, minha mãe e Elizabeth acertaram em cheio cada uma em um olho com os barris. Caríbdis não gostou nem um pouco – não que eu ache que ela esteja gostando de algo por aqui – mais assim que os botes caíram no mar, Caríbdis voltou sua atenção ainda mais para nós, com um rugido enorme borrifou água com saliva de monstro na nossa direção. Eu me virei para evitar que pegasse no meu rosto, pude sentir algo molhado acertando minhas costas e cabelo. Alguns não tiveram a mesma idéia e simplesmente  levaram um bom banho de baba de monstro.

- Brabinha não? – Annabel falou chegando ao meu lado – eu quase vomitei, que coisa mais nojenta, aaaah e o meu cabelo – resmungou e levantou a mão, porém deixou-a cair antes de tocar o cabelo.

- Annabel, cuidado – Daniel berrou.

Eu olhei para onde Daniel olhava e fui para o chão puxando Annabel comigo, nos desviando de uma bola de canhão. Só quando Will caiu do meu lado que eu percebi que ainda segurava a sua mão.

Procurei olhar a origem daquele disparo, mas não vi nada.

- Os espanhóis – Will falou já de pé.

Levantei-me e vi o navio da companhia espanhola, outro canhão disparado, agora saindo do pérola.

- Ah meu Deus.

Virei rapidamente para trás, para onde a voz de Annabel saiu. A vi, desajeitadamente, apunhalando Caríbdis com a espada.

- O que eu falei de não chamar a atenção? – falei brincando e indo ajudá-la

- Não tenho culpa se a monstrinha aqui gosta de mim – disse ela sem se virar, concentrada em machucar Caríbdis.

Eu ri e comecei a ajudá-la. O navio da companhia espanhola estava perto agora, tão perto que estavam começando a invadir o Pérola.

- Você me humilhou na frente de muitas pessoas Annabel, e ainda por cima me enganou, quem você pensa que é sua piratazinha de meia tigela, o que você fez foi inaceitável – o imbecil do Felipe falou aparecendo atrás de nós.

- Vá a merda.

Ela se virou para ele e deu um chute na sua virilha e depois um belo tabefe na cara dele, eu a encarei surpresa. Quando o Felipe ia se levantar, Daniel apareceu.

- Acho que o monstro vai ter indigestão ao devorar você – Daniel disse partindo para cima de Felipe.

- Gostei de ver – falei para ela.

Annabel sorriu.

Mas não tínhamos tempo para sorrisinhos e logo voltamos a lutar com Caríbdis.

Além de parecer não fazer muito efeito os cortes em Caríbdis, o tempo também não ajudava em nada, aquele céu lindo e azul a muito se fora, a fraca chuva se tornou em uma tempestade das grandes e as nuvens negras e carregadas se ocupavam de tornar tudo mais difícil. Caríbdis sumiu por algum tempo e isso me preocupou, quando reapareceu ela estava inspirando, sugando o ar...

- Temos que impedi-la antes que ela forme outro turbilhão – berrei.

Elizabeth olhou para Caríbdis e depois para mim, apontei para o pedaço de madeira a sua direita.

- Angélica – ela berrou.

Minha mãe olhou para ela e logo associou as coisas, jogou o pedaço de madeira para Elizabeth que, assim que pegou foi em direção a Caríbdis. Eu peguei uma arma e comecei a atirar no animal. As escamas que recobriam o rosto eram ainda mais rígidas, mais difíceis de penetrar, mas continuei, para, ao menos, incomodá-la.

Elizabeth parou de correr em direção ao monstro e correu ao mastro central, no caminho Daniel  passou por ela e tirou o pedaço de madeira.

- Gibbs está berrando por você – ele disse – eu afogo o monstrinho.

Dito isso Daniel começou a escalar o mastro central e Elizabeth correu para a onde ela avistou o Gibbs.

Alguém  me pega pelo pescoço me sufocando, eu instintivamente coloco as mãos no braço do meu agressor dando tapas para ele soltar. Depois desses segundos de desespero, eu o chutei na virilha, ele afrouxou o aperto o suficiente para que eu pudesse me livrar dele. O espanhol a minha frente estava assustado e frustrado, eu dei um meio sorriso e pisei na pontinha do punho da espada e a peguei no ar. O espanhol pegou a sua espada me encarando confuso e pronto para atacar, mas eu havia aproveitado muito bem as aulinhas que eu fazia as escondidas com o Jack antes de tudo isso começar, então quando ele me apunhalou na altura do tórax, eu coloquei minha perna esquerda para trás, cruzei a direita a frente da esquerda me defendendo e novamente a esquerda para trás atacando a região do tórax dele. Ele se defendeu desse golpe com um outro, que eu já esperava, portando me defendi com facilidade dele, passei minha espada por baixo da dele e a joguei para longe. O espanhol arfou e me encarou.

- Fim da linha para você – falei sorrindo e passando suavemente a espada no seu pescoço.

Fiquei séria por um instante e percebi que estava prestes a matar uma pessoa, engoli em seco o mais disfarçadamente possível e voltei a sorrir, um sorriso irônico, e apunhalei o coração dele com a minha espada. Assim que ele caiu, eu limpei o seu sangue na sua própria roupa, ergui o olhar e vi Will parado ali, ele parecia meio surpreso.

- Menos um. – falei.

- Nada mal – ele falou sorrindo.

Dei de língua para ele e voltamos a lutar.

Daniel estava no alto do mastro central e jogou o pedaço de madeira na boca de Caríbdis. Ela, como esperado, engasgou, arremessou o pedaço de madeira para longe fazendo uma espécie de tosse monstrenga. Caríbdis mergulhou por um momento  e voltou atacando o navio. Daniel teve dificuldades de descer do mastro, pois Caríbdis voltou a balançar o navio.

Não havia muito tempo para observações, logo tive que voltar a lutar e parar de observar o que acontecia a minha volta. Não houve mais excitação cada vez que eu tinha que colocar minha espada no peito de um espanhol, afinal, ou era ele, ou eu.

Inesperadamente eu caio para trás com um espanhol em cima de mim, eu o empurrei mais ele era muito mais forte e pesado do que eu, ele estava me sufocando – tanto por estar em cima de mim e com isso pressionando minha caixa torácica, quanto por estar realmente me estrangulando -  eu estava começando a perder completamente o ar, batia no rosto do espanhol desesperadamente, mais com certeza minhas forças estavam esgotadas. De repente, sinto o peso que pressionava meu peito sair e viro para o lado tossindo e buscando o ar, respirando freneticamente.

- Tudo bem? – Will perguntou tirando alguns fios de cabelo do meu rosto.

- Agora – pausa para respirar – sim... obrigada.

Ele assentiu e me estendeu a mão, não havia tempo para desperdiçar tentando se recuperar de uma quase morte. Assim que levantei vi que Caríbdis enrolava sua cauda na popa do  navio e muitos marujos estavam tentando tirá-la de lá e evitar que ela puxasse o pérola para baixo, olhei para o Will e corremos até a popa.

- Alguma idéia melhor? Esses ferimentos não parecem estar fazendo muito efeito – berrei entre os gritos dos marujos.

Will negou, assim como Annabel e Daniel.

Continuamos a machucá-la enquanto minha mente trabalhava rapidamente num plano melhor.

- Precisamos encontrar o rosto dela – falei

- Não sei não, as escamas lá são ainda mais rígidas – Will falou.

- Na realidade o grande problema é encontrar o rostinho dela – Bel falou.

Eu a encarei por um momento.

- Que foi Alice? Essa sua cara me assusta, o que foi que eu falei?

Eu sorri e sai dali, peguei uma arma no meio do caminho e desci até o porão. Olhei para as janelas cheias de limo, limpei-as rapidamente e pude ver Caríbdis passeando por ali, cheguei mais perto e ela veio com tudo e bateu com o rosto no vidro, me assustei e cai no chão.

- Como vai monstrinha? – falei me levantando.

Novamente coloquei o rosto no vidro e Caríbdis de novo bateu nele, dessa vez eu já esperava e não me assustei. Coloquei a mão no meu cinto procurando a arma, droga, deve ter caído quando eu cai no chão, me abaixei na escuridão e peguei uma garrafa de rum e voltei para a janela, abri um pouco e quando Caríbdis veio bater na janela eu a soquei com a garrafa de rum nos olhos. Ela sumiu e eu fechei a janela, ouço um rugido e sorri, sei que deu certo, subo rapidamente ao convés e confirmo, sua cauda nãos estava mais lá.

Não dava nem tempo de sorrir, porque nossos problemas não estavam nem perto de ter chego ao fim, o espanhol correndo para me atacar e Caríbdis emergindo da água rugindo me confirmaram isso.

- Ela não cansa não? – Annabel disse chegando ao meu lado – Sejá lá o que eu tenha dito, seja lá o que você fez, deu certo – ela sorriu.

- Ao que parece não, e obrigada.

Ouvi um grito, olho para Annabel e ela se abaixa protegendo a cabeça, eu me viro para trás, onde ouvi o som e vejo Jack pendurado numa corda, vindo do navio espanhol para o nosso, ele passou direto pelo Pérola e Caríbdis apareceu. Eu arregalei os olhos e fui correndo até a beirada do navio.

- Ah meu Deus – falei procurando por algum sinal do Jack.

- Alice, saia dai, cuidado – Will falou.

Quando chegou mais perto me puxou pela cintura para longe da beirada do navio. Annabel, Gibbs, Daniel, Angélica e Elizabeth estavam do meu lado.

- Procuram algo?

Virei rapidamente para onde vinha o som. E lá estava ele. Jack jogou um amendoim na boca e olhou para nós. Eu suspirei aliviada e Will me soltou. Dei um passo a frente e Caríbdis voltou a balançar o navio.

- Opa – falei colocando minha espada como bengala me equilibrando.

Mas ela fez de novo, de novo e de novo.

Ela surgiu da água, jogando água para todo o lado com uma velocidade incrível. Nós caímos para trás, Caríbdis mergulhou e apareceu novamente, jogando vários escombros de outras embarcações no Pérola. Ainda no chão me virei para baixo e protegi minha cabeça, senti um ardume na perna direita mas me contive para não olhar, afinal as coisas ainda continuavam a cair.

Espiei por entre as frestas dos meus dedos e percebi que a chuva de lixos  havia acabado, sentei e vi minha perna, apenas um pequeno corte, olhei para o lado e vi Will deitado, Caríbdis pronta para atacá-lo e ele nem se mexeu. Peguei minha espada e a dele que estava ali perto, rolei para mais perto dele e fiz um X com as espadas evitando que a cauda dela se aproximasse dele. Eu pressionava com força a cauda dela para longe e com os meus pés consegui pegar outra espada, cortei a pele escamosa dela. Isso no mínimo a incomodou pois ela entrou de novo na água.

Respirando rapidamente me virei para o Will.

- Você esta bem?

- Melhor agora, obrigado – ele disse e sorriu, percebi que ele repetiu as mesmas palavras que eu algum tempo atrás.

Sorri e me levantei, ao olhar par ele e voltei a sentar.

- Não, não esta tudo bem – falei zangada, tocando seu peito e braço, ele estremeceu ao meu toque.

- Nem tinha per...

- Ah por favor Will – falei indignada – com certeza não é apenas um cortezinho superficial, isso foi fundo – olhei ao redor e vi um pedaço de madeira ensanguentado – acha que pode andar? Você precisa sair daqui antes que se machuque mais.

- Nem pensar eu...

- Para – falei brava, percebi que ele não gostou muito, suspirei – Will, isso parece mesmo serio, por favor não tente ser forte, uma hemorragia pode matar você, pelo amor de Deus, você não pode fazer esforços.

- Eles, nós, precisamos de todos nessa luta.

- Todos que estejam em bom estado, Will, você mal consegue se levantar.

Como que para me provar o contrario ele tentou se por de pé, eu o deixei, e com muita dificuldade ele voltou a sentar. Arqueei uma sobrancelha.

- Só preciso de mais um pouquinho de tempo – falou.

- Will – choraminguei – por favor... se não por você... pela sua mãe? Por mim? – falei desesperada, tentando fazer com que ele parasse de ser teimoso.

Ele suspirou, começou a levantar, eu o ajudei e fomos em direção a sua cabine. Mas claro, depois do sofrimento que tive para convencê-lo tinha que ter um espanhol para estragar tudo.

- AHA – falou pulando pateticamente na nossa frente.

- Vá para o inferno – Will disse o apunhalando com a espada.

- Sangue, podemos atrair ela com sangue, como tubarões – ouvi Elizabeth berrar.

Outra batida e caímos de novo. Vi Jack e Angélica lutando numa harmonia perfeita, que poderia ser confundida com uma dança. Jack pegou dois corpos e jogou para Elizabeth, que fez alguns cortes e jogou no mar.

Tentamos nos levantar, mais Caríbdis nos impediu, voltamos a cair, Will com a cabeça no meu colo.

E então, tudo aconteceu muito rápido.

Assim que Elizabeth jogou os corpos ao mar Caríbdis parou de balançar o Pérola e logo o Pérola estava livre de espanhóis.

- A todo pano – Jack berrou.

- O timão – Annabel falou.

Minha mãe correu e conseguiu evitar que caíssemos no redemoinho.

Ao nos distanciar do navio, pudemos ver Caríbdis se enrolando nele. Um momento de silencio, pude ver também outra sombra estranha, seria Scylla? Não sei, minha cabeça não estava mais pensando direito.

- Yeah – alguém berrou.

- Yo-ho – outro berrou, seguindo de muitos outros.

Conseguimos, ah meu Deus, conseguimos.

- Conseguimos – Will disse se sentando com dificuldade.

Eu assenti, continuei a admirar o fim dos espanhóis, suspirei e descansei minha cabeça no ombro do Will, ele estremeceu.

- Ops, me desculpe – disse me ajeitando – me desculpe.

Ele sorriu.

- Tudo bem – falou pegando minha mão e acariciando.

Olhei para ele e sorri, eu teria me perdido nos seus olhos se não tivesse reparado em como ele estava vermelho e sua mão quente demais.

- Elizabeth? – falei quando ela passou pela gente, ela encarou o Will.

- Oh, meu filho – disse abaixando-se e passando sua mão pela testa do Will. – Vamos levá-lo para dentro.

Eu assenti e o ajudamos a ir para a sua cabine.

- O que aconteceu?

- Naquela loucura com o monstro jogando as coisas para cima – falei rapidamente.

Abri a porta com a mão livre e o colocamos na cama.

- Vou procurar ajuda – falei.

Elizabeth assentiu e começou a cuidar do filho.

Assim que sai da sua cabine encontrei quem eu queria, suspirei aliviada.

- Bel...

- Ah Lice, conseguimos – ela disse e me abraçou.

- Aham ...

- Que carinha é essa?

- Will se machucou bastante – suspirei – você ainda tem aquele domínio sobre plantas?

- Ah meu Deus, como ele esta agora? E é claro que eu ainda tenho, alias aprimorei nos últimos tempos.

- Nada bem, é assim que ele esta. Bom ele esta na cabine dele, preciso falar com o Jack.

Ela assentiu e eu fui até a cabine do Capitão. Bati na porta e não entrei, vai se saber o que ele estava fazendo lá dentro.

- Me procurando?

Eu pulei de susto ao ouvir a voz atrás e mim, não dentro da cabine.

- Sim, na verdade preciso lhe pedir um favor.

Ele me empurrou o rum.

- Só não deixe sua mãe saber, ela não é muito a favor sabe.

- Jack... – não pude evitar de sorrir – não quero rum – ele fez uma careta – bom, queria pedir para pararmos na próxima ilha, o Will se feriu muito, não podemos deixá-lo morrer.

- Isso acontece, não podemos para simplesmente porque um marujo se machucou.

- Ele não é qualquer um.

- São esses sentimentos que você tem pelo garoto.

- Não, não são. Jack você não percebe? Ele é filho da Elizabeth com o Will se algo acontecer com ele teremos problemas maiores com o templo, pense bem – falei a primeira coisa que me veio a cabeça, se eu não o mostrasse como é indispensável que o Will esteja bem e  a salvo talvez ele pare na ilha.

- Não posso evitar a morte.

Estremeci, Will, morto? Não, não quero pensar nisso. Senti um formigamento no nariz, to tipo de quando vamos chorar, respirei fundo.

- Mas pode se mostrar interessado, não pode apenas fingir que esta tudo bem. Elizabeth vai cobrar isso de você se algo acontecer ao filho dela.

Ele pensou por um tempo.

- Uma manha, ficaremos fora por uma manha, se ele morrer, jogamos no mar.

Eu engoli em seco e assenti.

- Obrigada.

Ele fez aquela saudação de novo, colocou o dedo indicador e o médio na testa e apontou para mim. Ele entrou na sua cabine e eu respirei mais aliviada.

Dirigi-me até a cabine do Will, Bel estava lá conversando com Elizabeth, quando me viu veio até mim.

- Teremos uma manha, apenas uma manha para pegarmos o que precisamos na ilha – falei a ela.

- Ok... pelo o que vejo ele vai precisar de algumas plantas, nada do tipo especial que só se encontra em um único lugar, porem temos que ser rápidos, se não tratarmos logo pode causar uma infecção ainda maior, conseguimos parar o sangramento, mais o braço continua bastante inchado.

Eu suspirei.

- Alice – Elizabeth disse passando por mim – Will quer ver você.

- Nos vemos amanha – disse para Bel, que concordou, entrei na cabine.

- Como se sente?

- Nossa, minha aparência está assim tão ruim que você não consegue ver se estou bem ou não? – ele riu e eu revirei os olhos – melhor.

- Vamos parar numa ilha amanha, Annabel sabe alguns tratamentos com cura.

Ele assentiu e fechou os olhos. Eu olhei para ele, seu rosto vermelho e pingando do suor, peguei a toalha que estava em cima de uma mesinha ao lado da sua cama e molhei na vasilha que ali se encontrava também, passei a toalha molhada na sua testa para tentar baixar a febre, ele tocou minha mão.

- Você vai ficar aqui não vai? – disse com os olhos fechados.

- Sim – eu respondi.

Ele abaixou a mão e abriu um pequeno sorriso. Continuei molhando a toalha e passando no seu rosto, até que ele pegasse no sono. De fininho eu sai da cadeira.

- Só me esperando dormir é?

Eu olhei assustada para ele, como alguém que tinha feito algo muito errado.

- Bom... Achei que estivesse delirando, você esta com febre muito alta, estava de olhos fechados, não achei que tivesse consciência do que estivesse falando.

- Eu tenho total consciência do que falei – ele disse agora abrindo os olhos – seria abuso meu pedir para que você ficasse?

- Claro que não

- Então não tente me enganar dessa vez.

Não pude evitar de soltar uma risadinha.

- Tudo bem.

Ele voltou a fechar os olhos, que na realidade em nenhum momento estavam totalmente abertos, apenas semi abertos e doentis. Will foi mais para o lado distante de mim, pegou minha mão na dele e bateu no espaço livre ao seu lado. Eu o encarei por um momento e então sentei ao seu lado. Com a mão livre eu voltei a pegar a toalha e molhar seu rosto. Como se não bastasse vê-lo assim, terrivelmente doente, a pequena consciência que eu tinha da sua mão inumanamente quente sobre a minha me fez chorar. Silenciosamente, as lágrimas caiam sobre minhas bochechas e pingavam no colchão, funguei.

- Não fique assim – Will falou me assustando de novo – Annabel disse que não é nada demais, logo eu vou estar bom e te irritar novamente – falou dando o melhor de si para sorrir.

Mas eu não conseguia refrear as lágrimas que teimavam em cair. Sem enfrentar seus olhos eu olhava para sua mão e a acariciava. Era para eu estar confortando ele, não o contrario.

- Alice – ele suspirou – querida, venha aqui – ele me puxou para mais perto dele – por favor, ver você assim é pior do que todas essas feridas que me impedem de abraçá-la agora.

Eu me deitei do seu lado com a cabeça em seu peito, o do lado bom, Will acariciava e me deu um beijo nos meus cabelos enquanto eu encharcava sua blusa com lagrimas, ainda não conseguindo pará-las.

- Amanha você estará melhor, prometo – falei entre uma lagrima e outra. Acho que estava mais tentando me convencer do que a ele.

- Claro que sim – disse.

- Will – eu disse levantando minha cabeça para poder olhá-lo – eu gosto de você, eu gosto mesmo, muito de você.

- Ouvir isso com certeza é melhor do que qualquer remédio que possam me dar – disse sorrindo – eu também gosto muito de você Alice.

Eu sorri e rocei meus lábios aos dele, que estavam extremamente quentes. Olhei para ele e acariciei seu rosto.

- Descanse Will.

- Você também Alice.

Voltei a repousar minha cabeça no seu peito, ele voltou a acariciar meus cabelos e eu fazia círculos na sua camiseta. O sono veio chegando e dormi com um sorriso no rosto.


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Notas finais do capítulo

e então? o que acharam?
eu esqueci de colocar o 'parte um' no outro capitulo, mais ja arrumei.
bom espero reviews
e ja sabem, sexta ou sabado tem mais um
baci, ragazze



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