Jogos Vorazes escrita por Lívia Andrade


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Oi, primeiramente quero agradecer a Giovanna e a todos que me ajudaram com a história do plágio. Como eu tinha dito antes isso não vai me impedir de continuar minha fic. Espero que vocês gostem desse Capítulo. E não esqueçam de comentar o que acharam.



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Sei que o sensato seria esperar amanhecer para ir atrás de Clove, mas eu nunca fui realmente uma pessoa muito sensata.  Coloco meus óculos de visão noturna, o que eu consegui resgatar antes que meus suprimentos explodissem, pego um tronco e coloco fogo em sua ponta formando uma tocha. O clarão no meio da noite pode muito bem ser identificado por qualquer tributo, mas assumo o risco mesmo assim.

 Clove não deve estar muito longe. Depois que houve o aviso da mudança das regras ela também deve estar me procurando, assim espero.

 Caminho pela mata tentando fazer o menor barulho possível, mas sempre escuto um galho se partindo ou tropeço em alguma coisa. A madeira da tocha já está praticamente toda queimada de modo que eu a jogo fora e só uso os óculos.

 Minhas mãos estão firmes na espada caso algum tributo apareça, mas nada disso acontece. Eu caminho sozinho e paro por alguns intervalos de tempo para descansar. Termino de comer o resto do esquilo, não que eu esteja com muita fome, mas ele poderia estragar e não se desperdiça comida na arena.

 Os únicos tributos que podem tirar vantagem dessa nova regra seria Eu, Clove e os dois do distrito 12. Peeta deve estar quase morto, então isso só vai trazer problemas para Katniss e eu ainda tenho que pensar como vou me proteger de sua arma. Talvez eu possa matá-la quando estiver dormindo ou der um jeito de quebrar seu arco.

 Enxergo o sol entre as folhas e os pássaros começam a cantar a costumeira melodia chata e irritante de sempre.  Tampo os ouvidos enquanto caminho, mas a melodia é tão chata ao ponto de não sair de minha cabeça que eu acabo assobiando as notas.

 O dia está realmente bonito, parece o lugar onde eu passava as férias com meus pais, quando meu pai ainda não tinha desculpas de ter que fazer hora extra e não poder tirar férias. Depois disso eu nunca mais gostei de florestas. Nós sempre acampávamos e cantávamos uma canção idiota sobre ursos. A última vez que eu a cantei eu era bem pequeno, por isso só consigo lembrar o refrão:

    ‘’Não deixe que os ursos roubem sua comida,

     Eles podem ser espertos o suficiente para isso.

    Ursos são gulosos e adoram sanduíches’’

 Rio com e lembrança. Eu nunca conseguia comer meus sanduíches em paz, vivia procurando algum urso para que eu pudesse acabar com ele.  Lembro de até ter feito uma armadilha, mas ao invés disse acabei matando meu cachorro. O Nome dele era Burgs, eu não sabia que ele gostava de sanduíches.

 Após alguns minutos depois da minha distração com lembranças de minha infância penso onde Clove poderia estar, da ultima vez que a vi ela estava em cima de uma árvore. Com seu tornozelo machucado ela não teria condições de me procurar apenas esperaria que eu chegasse até ela. E é isso que eu faço.

 Depois de caminhar cerca de duzentos metros vejo em cima de uma árvore, no galho mais alto, uma pequena garota dormindo, mas ainda assim segurando sua faca.

 A altura é consideravelmente alta. Se eu subir até lá iria cair com certeza, se eu chamasse por Clove seu reflexo de batalha faria com que ela atirasse sua faca em mim, então tenho uma ideia melhor e bem mais divertida.

  Escondo-me atrás de uma árvore, pego uma pedra e jogo em Clove. Dá certo, Clove levanta bruscamente e cai de cima da árvore.

- Mas que diabos...

- Bom dia Clovinha – Digo surgindo de trás da árvore.

- Cato? O que você está fazendo aqui? – Diz Clove se espreguiçando.

- Vim te salvar, pequena.

- Eu não preciso ser salva.

- Dormiu bem?

- Até você me acordar.

Nós dois caímos na gargalhada e Clove me abraça. Não é tão engraçado assim, mas estamos tão assustados por sermos os últimos seis tributos na arena e felizes que agora nós dois podemos sobreviver que umas risadas vêm a calhar no momento.

- Agora somos uma equipe. – Diz Clove.

- Nós sempre fomos uma equipe – Digo

- Mas agora é de verdade.

 Vou ao encontro dos lábios de Clove, tinha me esquecido de como é essa sensação, seguro em sua cintura e a puxo para mais perto de mim. Dessa vez não a motivos para paramos, não a motivos para nos separarmos.

 - Desculpe pelo tornozelo. – Digo quando finalmente se afastamos.

- Tudo bem. Ele já está bem melhor. – Diz Clove movimentando o pé para frente e para trás. – Coloquei uma atadura e a torção não era tão grave assim.

- Desde quando você sabe alguma coisa sobre ferimentos? – Brinco

- Sou bem melhor que você que só sabe provocá-los.

 Passamos o resto do dia montando um acampamento, o local que escolhemos é bem estratégico. Fica a cerca de cinquenta metros de um lago, assim podemos conseguir um ótimo estoque de água. O problema seria onde vamos dormir? Perdemos nossos sacos de dormir na explosão, mas Clove consegue fazer ótimas esteiras de folhas de forma que as juntamos e criamos uma proteção contra o sol e o vento gelado que virá de noite.  Procuramos madeiras para criar armadilhas, nessa parte ajudo Clove já que ela é bruta demais e quebra as madeiras. Ela se surpreende com minha habilidade para formar armadilhas. Na verdade eu nunca treinei para isso, mas tenho o dom de fazer qualquer coisa que possa matar ou causar ferimento a um ser vivo. Colhemos algumas maças e peras, nos lavamos a beira do lago e voltamos para o local do acampamento.

 O céu começa a ficar com um tom rosado devido ao por do sol e os pássaros começam a pousar em galhos perto de onde estamos.

- Que música mais irritante! – Diz Clove

- Com o tempo você se acostuma.

- Impossível. – Diz a garota tapando os ouvidos.

- Até que tem um ritmo legal.

- Ritmo legal? Isso é forma de tortura!

Nós rimos, eu me levanto e vou ao se encontro.

- Gostaria de dançar comigo senhorita? – Digo oferecendo uma de minhas mãos a Clove.

- Para de graça Cato! – Diz ela rindo.

- Não me lembro de ter dito nada que tenha alguma graça – Digo as mesmas palavras que ela usou ontem.

- É que eu não sei dançar.

- Eu te ensino!

- E por acaso você sabe dançar?

- E como você acha que eu me virava nas festas de gala que meu pai fazia lá em casa?

 Clove finalmente cede, pega minha mão e eu a conduzo para o meio do nosso acampamento. Seguro seus braços e o coloco em volta do meu pescoço. Coloco uma de minhas mãos em sua cintura e outra em suas costas.

- Agora é só você dar dois passos para a esquerda e depois dois passos para a direita. – Digo.

- Desculpe – Diz Clove quando na tentativa de dançar, sem querer pisa em cima do meu pé.

  Nós dançamos até escurecer, a melodia dos pássaros deixa de ser irritante e até quando eles se vão continuamos dançando. Imagino se quando sairmos daqui faremos isso de novo.  Ela encosta sua cabeça em meu peito e eu a abraço. Queria que o tempo parasse aqui, que nos congelasse nesse momento pra sempre. Eu levanto Clove e a rodopio, ela desce seus braços pelo meu pescoço se aproxima do meu ouvido e sussurra ‘’ Eu te amo. ’’


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Espero sim.