Jogos Vorazes escrita por Lívia Andrade


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Quero pedir mil desculpas pela demora, é porque minha mãe sismou que eu não posso ficar muito na internet, mas eu já dei um jeito. Espero que vocês gostem desse Capítulo e no final não se esqueçam de dizer o que acharam.



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A caminho da floresta conto com os dedos os tributos sobreviventes.  Os dois do distrito 12, os dois do 11, uma garota ruiva que parece uma raposa – não me recordo o distrito dela-, Clove, Eu e Marvel.  Apenas oito de nós. As reportagens com os familiares acontecem quando chegam aos oito finalistas, imagino meu pai falando nas câmeras, se ele não estiver ocupado demais no trabalho pra isso, e minha mãe fazendo discursos mentirosos sobre sentir minha falta.

-Quem você acha que fez isso? – Pergunta Clove interrompendo meus pensamentos

- Katniss. – Minha voz sai firme o que faz com que Clove e Marvel se olhem e isso me deixa com mais raiva ainda.

 Ninguém torna a falar, talvez porque perceberam minha raiva ou porque simplesmente não temos assunto. O importante é a acharmos a Katniss e eu vou matá-la, do meu jeito.

 Passamos pelas duas fogueiras agora apagadas, passamos pelo riacho, subimos a montanha usando o riacho como guia e não encontramos ninguém.

 O Sol começa a nascer, mas não sinto sono. Meu desejo de vingança é maior que tudo no momento. Ando a frente de Marvel e Clove que estão conversando. Ele até que conta piadas engraçadas, mas só por isso Clove não tem que ficar sorrindo para ele. Seguro minha espada e a imagino fincada no peio de Marvel, é uma tentação enorme, mas não posso matá-lo. Ainda precisamos dele.

 Paramos algumas vezes no riacho para cuidarmos de nossos ferimentos e Marvel ajuda Clove com sua queimadura no braço. A Água fria exerce um efeito revigorante em meu corpo, pegamos alguns peixes e os comemos cru.

O sol queima em minha cabeça mesmo eu estando protegido entre as árvores, mastigo algumas folhas e aplico sobre as ferroadas que estão inchadas, mas ainda macias. Só paro quando escuto um ‘’ai’’ percebo que Clove está sentada.

- Podemos descansar um pouco? Acho que machuquei o tornozelo – Diz Clove segurando seu pé esquerdo.

 Resolvemos nos sentar e eu fico inerte olhando Marvel fazendo um curativo, de folhas encontradas por ele, no pé de Clove e ela sorri em retribuição.

- Nossa, que máximo. Onde você aprendeu a fazer isso? – Pergunta Clove sorridente

- Aula de primeiros socorros do distrito 1 – Responde Marvel

 Olho para longe e faço esforço para não escutar a conversa deles o que não adianta já que Clove rir histericamente das piadas de Marvel.

- CHEGA! –Grito levantando e encarando os dois.

- Que foi Cato? – Pergunta Clove.

- Se você continuar com esses risos qualquer pessoa pode nos encontrar aqui. – Digo

- Relaxa cara, não tem ninguém por aqui. Não podemos nos divertir um pouco?

- Não! Não podem.

- Deixa de ser ciumento, Cato – Implica Marvel.

- Eu não estou com ciúmes, e só que vocês vão acabar mostrando nossa localização.

- Você mente muito mal.

- Eu não lhe devo explicações, Marvel – Digo me aproximando do garoto.

 Ele levanta sua lança e eu retiro a espada do meu cinto.

- PAREM! – Grita Clove se colocando de pé entre nós.

- Sai da frente Clove! – Digo sem tirar os olhos de Marvel

- É Clovinha, me deixa acabar com ele depois nós podemos voltar a se divertir.

- Eu não vou sair da frente!

   Explodo de raiva, tudo que eu guardava veio à tona nesse exato momento. Me lembro de Katniss rodopiando naquele vestido em chamas, do meu beijo com Glimmer, da  Katniss me provocando em cima daquela árvore, do meu beijo com Clove, da explosão dos nossos mantimentos, Marvel ajudando Clove com sua queimadura e com seu tornozelo, ela rindo se suas piadas...

 Empurro Clove para o lado, ela bate no chão e segura automaticamente seu tornozelo. Me aproximo de Marvel. Consigo tirar a lança de sua mão o imobilizo e seguro a espada bem perto do seu pescoço.

- EU TE ODEIO CATO! – Diz Clove em lágrimas ainda no chão segurando seu tornozelo.

 As palavras soam como uma facada, solto Marvel que pega sua lança e corre para longe de nós.

 Me sinto um idiota, não tenho mais reação nenhuma. Só consigo ver Marvel se afastando cada vez mais.

- Clove, desculpe... Seu tornozelo.

- SAI DAQUI! A ALIANÇA ESTÁ DISFEITA!

- Clove não! Por favor. Temos que ficar juntos.

- VÁ EMBORA CATO!

- Mas seu tornozelo? Você nem consegue andar como vai...

- JÁ DISSE PRA SAIR DAQUI!

 Não insisto, saio correndo de lá sem direção, se ela não quer se aliar comigo que fique e morra. Só pode ter um vencedor mesmo.

 Não faço a mínima idéia de onde eu estou indo, apenas sei que quero ficar o mais longe de Clove para que se eu ma arrepender não consiga localizá-la novamente. Escuto som de pássaros cantando uma música de quatro notas, o que me faz correr ainda mais. Odeio tordos, pra mim eles eram extintos. Esse som me deixa ainda mais nervoso e depois escuto um grito.

 Paro bruscamente tentando entender. O grito agudo parece ser de uma criança, de uma garota jovem. Ouço o grito agudo mais uma vez e dessa vez ele pronuncia um nome:

- Katniss! Katniss!

 O nome me faz estremecer, não conheço essa voz. Olho para os lados e percebo que está vindo de um tordo, porque eles estão cantando isso? Nunca escutei muito sobre tordos, sei que eles são capazes de cantar melodias inteiras, mas falar? Deve ser uma armadilha da capital para que eu vá para a floresta de novo.

 Continuo correndo e escuto um canhão. ‘’ Clove’’ penso. Começo a correr de volta. Ela está indefesa com o tornozelo daquele jeito, se eu não a estivesse empurrado ela poderia pelo menos andar.   Não sei o quanto eu me afastei, não deve ter sido muito. Só corri por alguns minutos o problema é que eu não encontro o lugar onde deixei Clove. Escuto outro tiro de canhão e começo a correr ainda mais rápido.

 ‘’Clove é esperta, ela deve estar bem, aliás, ainda está com as suas facas’’ - penso ainda correndo.

  Estou completamente perdido, os pássaros ficam em silêncio. Em algum lugar, um todo dá o aviso que precede o aerodeslizador. Não sei como ele sabe. Deve ouvir coisas que os humanos não ouvem.

 Vejo o aerodeslizador  a esquerda e corro na direção dele, tropeço na raiz de uma árvore e levanto bruscamente. Reparo que era o lugar onde eu deixei Clove, mas ela não está mais aqui.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? :3 Muito obrigada a todos que acompanham a minha fic e lembre que a opinião de vocês é muito importante para mim.



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