Do Seu Lado. escrita por Burn


Capítulo 5
Dona Judith.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente...
demorei né?
mas eu tenho uma boa noticia nas notas finais então leiam :)
Ah, espero que depois desse cap fique claro o jeito infantil de pensar da Julia, e o jeito um pouco menos infantil de pensar do Noah...
Boa leitura :)



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PDV Noah

–Você quebrou a porta no meio. Não vai dar pra concertar isso. Ela esta quebrada ao meio.- falou a ultima frase pausadamente evidenciando seu sotaque britânico, juntando as pequenas mão e depois as separando para mostrar como a porta ficou.

Revirei os olhos, quanto drama, será que ela se inscreveu pra fazer novela das oito?

–Se você não tivesse fechado a porta eu não a quebraria.- retruquei me jogando na cama, quase sentia meus cabelos endurecidos pela pasta de dente. Mas que ideia de jerico foi essa a dela heim?

–Se você não tivesse gritado que ia me matar eu não teria fechado a porta pra me proteger.- ela cruzou os braços se achando a dona da razão.

–Se você não tivesse cortado meu cabelo eu não gritaria que ia te matar...

–Se você não tivesse me tirado de perto do G-

–A quer saber? Chega.- a interrompi esgotando minha paciência, aquela discutição não daria em nada- Vai pra sala que eu vou tomar um banho pra tirar essa melequeira do meu cabelo e depois eu vejo o que vou fazer quanto a porta.

Me levantei da cama e caminhei em direção ao banheiro.

Eu estava relativamente mais calmo, também, depois de ter extravasado minha raiva toda na coitada da porta era normal que eu me acalmasse. Pensando por um lado, foi até melhor que a Pirralha fechasse a porta, porque se eu fiz aquele estrago com a porta imagina o que eu teria feito com ela? Não, não, nem quero imaginar. Sou muito novo e gostoso para parar na cadeia. E ainda tenho uma competição de skate para ganhar amanhã.

Comecei a cantarolar uma musica brasileira cuja a batida me acalmava ainda mais.

E eu sigo em frente,e hoje nada vai me abalar, sem olhar pra trás eu vou na fé(...)– tirei minhas roupas e entrei no chuveiro deixando que a pasta de dentes de meus cabelos escorressem pelo meu corpo- E o jogo virou e a casa caiu(...)peguei o shampoo da pirralha e comecei a esfregar em minha cabeça, o que me fez ter um vislumbre de idéia para uma vingança bem sucedida e sofrida-(...)O mundo gira e bota sempre tudo no lugar.Sem me arrepender, vou continuar(...)– terminei meu banho e desliguei o chuveiro.

Me peguei sorrindo ao terminar de tramar minha vingança. Ela não era muito complexa ou coisa do tipo. Para falar a verdade ela se resumia em: Dona Judith do décimo sexto andar numero 64.

Quando eu era pequeno e morava nesse prédio somente com a minha mãe Dona Judith cuidava de mim aos sábados para que mamãe pudesse se livrar um pouco de mim. Ela era uma velha torturadora e exploradora de menores que me fazia esfregar seus joanetes quando estava de bom humor. Sinto até um arrepio só de lembrar daqueles pés que mais se assemelhavam com a menina do exorcista com perebas.

Sim, o pé dela era exatamente desse jeito.

Desde então eu jurei que se eu tivesse um filho, nunca o deixaria com uma velha esquizofrênica habitante do mesmo prédio que eu.

Bem, pra minha sorte a Pirralha não era minha filha...

Pois é, pois é, eu sou mau eu sei.

Mas as garotas se amarram num badboy..

Me sequei e coloquei uma calça jeans e uma camisa regata branca junto com meu gorro para esconder meus vergonhosos cabelos curtos.

Sai do quarto passando pelo corredorzinho e cheguei a sala onde a monstrinha do pântano esperava sentada no sofá com seus grandes óculos que escorregavam pelo seu nariz fino fazendo-a ficar empurrando-o para cima inconscientemente a cada 30 segundos.

–Vamos?- falei simpaticamente sorrindo.

–Para onde?- perguntou desconfiada. Não respondi, apenas a guiei para o elevador não deixando de trancar o apartamento durante o trajeto.

Ela estava estranha, não possuía um sorriso triunfante por ter arrancado minhas madeixas (que gay), ou coisa do tipo. Ela parecia receosa, talvez com medo da minha reação. Porra, eu quebrei uma porta! Isso até me faz sentir mais másculo.

Ok Noah, chega de criancice.

Apertei o botão do décimo sexto andar rapidamente, me posicionando entre a porta e a pirralha. Ao perceber que o botão que eu apertara não era o térreo ela me lançou um olhar confusa, depois olhou para a porta vendo que não dava mais tempo de fugir, pois a mesma já estava fechada.

Sorri de forma cínica para a expressão de confusão que ela fazia tentando adivinhar o que estava por vir.

Foi só baixar a guarda por alguns segundos que inutilmente ela me socou no estomago, (um soco que mais me fez cócegas do que sentir dor) depois ela apertou todos os botões dos próximos andares.

Ela queria que a porta se abrisse o mais rápido possível para que pudesse fugir de escadas. Era uma boa tática. Mas eu fui mais rápido e quando a porta se abriu novamente, antes que ela pudesse fugir, puxei aquele troço que ela fala que é roupa fazendo-a entrar novamente do elevador.

Já estava ficando assustado, precisava começar medir minha força, porque tamanha fora a força que eu usei (ou a Pirralha era muito fraca) que seu corpo veio de encontro com o meu fazendo nós dois cairmos no chão, de forma desengonçada.

Segurei ela ali mesmo no chão enquanto a porta do elevador se abria e fechava a cada andar subido. Ela balbuciava palavrões e mais palavrões e eu só ignorava evitando seus chutes e socos.

Quando finalmente chegamos ao décimo sexto andar, joguei a Pirralha sobre meu obro e caminhei até a porta de Dona Judith, apertei a campainha colocando a garota no chão mas ainda segurando seus pulsos. Ela tentava inutilmente fugir, mas seu corpo pequeno não era muito pareô para o meu.

–Só um instante.- ouvi a voz de Dona Judith soar do outro lado da porta, depois de um tempo me esquivando dos chutes que a Pirralha tentava me dar finalmente a porta foi aberta por uma velhinha corpulenta de nariz gigante com direito a verruga na ponta e tudo. Ela segurava a força um gato preto de olhar suplicante.Tenho certeza que se ele pudesse falar estaria pedindo socorro. Assim como eu também pedia quando minha mãe saia e deixava eu sob os cuidados de Dona Judith.

Tempos sofridos...Tempos sofridos...

–Olá querido.- falou com um sorriso grotesco e assustador.

–Olá Dona Judith, eu preciso de um favor seu.- levei meus olhos até a criatura do pântano que tentava acertar chutes nas minhas partes baixas.

–Deixa eu adivinhar. Você quer que eu cuide dessa gracinha?-perguntou aumentando o sorriso.

Assenti entregando a garota para Dona Judith que arremessou o gato em qualquer lugar do apartamento e se apossou das mãos da pirralha, puxando-a para dentro do apartamento.

A ultima coisa que eu pude ver foi seu olhar de pânico antes da porta ser fechada.

–Pode deixar que seremos melhores amigas.- ouvi Dona Judith falar do outro lado da porta.

–Assim espero!- gritei para que ela ouvisse.

Acho que eu até estava com dó da pirralha.

Báh, quem eu to querendo enganar?

Fui para a faculdade fazer o teste final e depois, aproveitando que teria o dia inteiro livre da Pirralha, e por ser sexta-feira (precisava deixá-la mais vezes na casa de Dona Judith), resolvi sair com Gabe e uns amigos para um barzinho por ali.

(...)

–Já peguei, já peguei, já peguei ...- Gabe bêbado ia apontando com um copo de cerveja na mão para cada garota daquele bar, ri da forma desengonçada de bêbado que ele gesticulava.

Enchi com mais cerveja os copos de Jered e Cadú que nos acompanhavam rindo das merdas faladas naquela mesa.

–Sabe qual é o meu segredo para o sucesso com as mulheres meus amigos?- Gabe falou jogando os braços sobre os ombros de Cadú e Jered e os trazendo mais próximos de seu hálito de onça bêbada - O meu segredo com as mulheres é fofura. Sejam fofos e simpáticos! Porque as mina pira nos caras fofos e simpáticos entenderam?

Revirei os olhos rindo. Gabe não valia nada mesmo, dês de mais novos ele sempre fazia seu showzinho de gentleman para derreter os corações das mocinhas.

Já eu não. Sempre fui o oposto dele. Nunca corri atrás de ninguém, mas mesmo assim mulher nunca me faltou. Acho que para uma organização perfeita é preciso dos dois extremos... e o que eu tava falando mesmo?

Pois é, acho que estava bêbado.

–Ta vendo aquelas gêmeas ali?- e lá vinha Gabe se gabar de novo- Peguei as duas, na cama da minha mãe.-disse com orgulho.

–Elas estavam com a sua mãe?- Jered perguntou me fazendo imaginar a mãe de Gabe com as duas loiras gêmeas fazendo...

–Não né otário. Elas estavam comigo na cama da minha mãe- disse pausadamente para que seus amigos bêbados entendessem-. Acho que vocês já estão bêbados...- bebeu mais um gole de sua cerveja. Hipocrisia, oi.

–Menos mal.- comentou Cadú- se não sua mãe ia ser mais catadora do que eu.

Revirei os olhos.

– Mas nenhum de vocês foi capaz de pegar a Tifany.- pronto agora era a minha vez de me gabar.

–Falando em Tifany... Eu fiquei sabendo do que aconteceu lá no Mc...Sua irmãzinha botou a Tifany pra correr.- Cadú falou fazendo os caras rirem bêbados da minha desgraça.

–Ela não é minha irmã.- bufei irritado lembrando daquela peste. Por sorte eu estava com o gorro se não os caras bêbados zoariam com o meu cabelo até a minha morte.

–Verdade, o Noah ta mais pra babá do que irmão.- Gabe fez piadinha arrancando mais risadas- Que atraso de vida você foi arranjar em meu irmão.- disse esticando o braço para dar tapinha de consolação em minhas costas.

–Até melar seu filme com a Tifany ela já melou.- Jered comentou enchendo mais uma rodada de copos com cerveja.

–Nem me fale.- lamentei cansado entornado o copo até o ultimo gole.

–Só falta agora ela cortar os cabelos dele enquanto ele estiver dormindo.- Gabe falou me fazendo engasgar com a cerveja. Os caras riram como condenados e eu fui obrigado a dar um sorrisinho amarelo para disfarçar, mas então notei o olhar sugestivo que Gabe me mandava. O cara já tinha percebido. Merda.

Apertei meus olhos tonto de bêbado.

–Oi, eu queria um minuto de atenção por favor.- ri sozinho ainda de olhos fechado imaginando ouvir a voz da Pirralha soar por perto, aquela garota estava me enlouquecendo em menos e uma semana- Eu estou aqui para...- Abri meus olhos com o cutucão que Jered me deu.

–Ei aquela não é a sua irmã?- perguntou apontando para o pequeno palco nos fundos do barzinho onde antes tocava uma banda de garagem.

–...Ele me deixou na casa de uma velha psicótica com os pés estranhos...- apertei meus olhos tentando enxergar quem estava lá falando e quando finalmente e ficha caiu todos do bar alternavam os olhares ente mim e ela. A Pirralha mais uma vez me fazia pagar um mico gigante em publico. Abaixei meu gorro pra esconder ao máximo meu rosto e levantei sem pensar em nada, apenas com um único objetivo: sair dali. - ...Cujo o gato me ajudou a fugir...- a Pirralha continuava contando a historia de sua fuga e quando percebeu que eu já estava na porta de saída deve ter vindo correndo até mim.



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Notas finais do capítulo

Então, a boa noticia é que eu vou postar com mais frequência... Quer dizer, assim espero...
eu já estou com uns caps preparados então se a frequência vai ser de um cap a cada um, ou dois ou três dias vai depender dos comentários de vocês...
É serio, sem comentários motivadores eu não tenho vontade nenhuma de postar...
mas enfim, a outra novidade é que eu vou deixar um spoiler pra dar mais curiosidade sobre o próximo cap...
Ah, e eu tenho uma pergunta... quem acha que eu devo mudar a sinopse?
Me ajudem pfv.
então é isso, no próximo cap:
(...)
Pirralha continuava estática, com as mãos sobre os óculos tampando os olhos- Não vai me responder?- e não houve resposta.Sorri maliciosamente, não podia perder essa chance de tirar uma com a cara dela.- É exatamente assim que as garotas ficam depois de ver o Noah Junior...- aumentei meu sorriso se tornando presunçoso -... um tanto deslumbradas, não?
(...)
E é isso UASHUASHU hmmm "Noah Junior" hein, tirem suas próprias conclusões IAJSIAJ. Até o próximo cap.
Beijos da Burn.