Acordei no outro dia, uma névoa cobria minha mente com aquela ideia louca. Quando estava prestes a levantar minha mãe apareceu na porta do meu quarto. Era sábado.

-Filha, quero que hoje você arrume suas coisas para mudar de escola. Como você sabe é uma escola na qual você vai morar.-Disse-me apontando para a mala que acabara de colocar sobre o chão do quarto.

-Tudo bem. -Engoli em seco odiando um pouco a ideia de ter que me despedir de tudo.

Ela saiu do quarto e eu levantei. Fiz minha higiene matinal, troquei de roupa optando colocar uma camiseta rosa, deixando meus cabelos lisos e pretos soltos e uma calça jeans justinha.

Fiquei descalça e comecei a jogar minhas roupas sobre a cama, não escolhendo ao certo quantas levar e sim quais as mais legais e estilosas.

Peguei uma mala para as roupas e outra só com acessórios do tipo: mp4, livros, caderno e minha caneta preferida para escrever, além de claro o meu notebook e meu celular.

Eu tinha um pc em casa e também o notebook que eu usava para escrever e mandar emails para meus amigos.

Depois de tudo arrumado desci para tomar café. Chegando na cozinha meu pai não estava em casa e minha mãe estava olhando televisão no sofá da sala vermelho com o estofado manchado.

-Onde está o pai, mãe? -Peguntei pegando um copo de leite e alguns biscoitos numa lata em cima da geladeira.

-Foi trabalhar.

-No sábado? -Peguntei com o olhar maluco.

-Sim, ele saiu pra não ter gritaria aqui.

-Vocês nunca se importaram mesmo muito com isso. não sei porque dão tanta atenção pra isso agora... -Falei dando de ombros.

-É que nem a gente aguenta mais, mas, é inevitável, eu e ele não temos mais jeito e é por isso que decidimos mandar você para essa escola, para que nossa separação nçao afete sua vida.

-Já está afetando, mãe.

-Percebi que seu humor mudou um pouco para um humor agressivo. Ela desligou a televisão e começou a gritar comigo:

-VOCÊ VAI PARA ESSA ESCOLA, QUER VOCÊ OU NÃO. 

-Eu já sei disso. -Falei com indiferença no olhar. Meu queixo duro.

-O nome da escola é Instituto Quinze de Janeiro.

-Onde fica?

-No Rio de Janeiro.

-COMO ASSIM MÃE?

-Não é tão longe.

-Ah não imagina! Só estou aqui no SUL e você me manda pra lá, naquele inferno. Você não tem medo de me perder?

-Eu sei que você mesma não tem medo então, vai conseguir se virar.

Eu não respondi nada, achei aquilo um absurdo total, pelo menos achei que iria ficar perto da minha casa, da minha cidade, achei que pelo menos nos findes semanas eu poderia vir matar a saudade de meus amigos ou até mesmo paquerar um pouco meu vizinho lindíssimo.

Beleza, agora eu sei que estou FUDIDA.

Quando ouvi meu pai chegar do trabalho ele veio no meu quarto falar comigo.

-Oi Micah.

-Oi pai.

Aquele clima me deixou tensa.

-Eu vim lhe dizer que você vai para a sua escola de sempre na segunda-feira e que terça-feira sua passagem já está comprada.

-Hã, tudo bem, se preferem assim, se livrar do peso, está ok.

-Filha, você sabe que não é isso. Foi tudo culpa minha e da sua mãe.

-Que bom que vocês sabem disso.

-Eu te amo, sempre.

Entortei minha cara pra ele. Virei para a parede. Vi seus passos em direção à porta.

-Hey pai!

-Fala... -Disse ele olhando para mim de novo enquanto eu virava novamente para seu rosto.

-Eu também te amo.

Ele veio em minha direção abraçando-me com seu sorriso confortador.

-Obrigada filha.

-Pelo quê?

-Por aceitar tudo o que eu e sua mãe colocamos para você.

-Tudo bem, pai, eu sei que é dificíl quando se tem filhos e um casal não tem mais como viver sobre o mesmo teto.

-Você sabe?

-É, eu acho que entendo.

Rimos. Enquanto eu deitei sobre a cama e ele fingiu me sufocar com o travesseiro.

-Vou descer filha, estou cansado.

-Tá bom, boa noite.

-Boa noite pra você também.

Assim que ele saiu do quarto liguei imediatamente para Anna.

-Oi Anna!

-Fala ai Micah!

-Tudo bem com você?

-Comigo sim e com você?

-É... Estou indo.

-Que que foi?

-Tá afim de ir naquela festa que você me convidou?

-Eu to quase pronta, inclusive.

-Bora lá então, deixa só eu me arrumar aqui e eu te encontro.

-Não menina, eu te busco aí em meia hora.

-Beleza, fecho!

Desliguei apressadamente, anunciando do corredor gritando:

-Mãe, to me arrumando pra ir numa festa de despedida! -Falei ofegante e correndo pegando meu shampoo, sabonete e separando miha roupa.

-Tá bom filha! -Ouvi de lá de baixo.

Beleza, agora é só tomar banho, secar o cabelo, passar uma maquiagem de leve, colocar a roupa e bora pra festa.

Tomei um banhão rápido e peguei o secador.

Fui para o quarto e sequei com rapidez, ao mesmo tempo que colocava uma blusa azul royal estampada com estrelas pretas e escrito:"ROCK!" na blusa.

Coloquei uma calça jeans justa e um allstar vermelho que ganhei no natal passado da minha irmã.

Passei um pó compacto no rosto, rímel, perfume e um brilho labial incolor.

Pronto, agora é só pegar o celular.

-Filha, Anna está aí.

-Tô descendo.

Desci os degraus correndo e fui para o portão.

-Oi Anna.

-Oi Micah, você tá gata...

-kkk não exagera!

Entrei no carro do pai dela e fomos para a festa.

A festa ia ser na casa de um amigo de Anna, era um pouco longe mas eu e ela iríamos voltar de táxi.

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Chegando na festa tocava a música do David Guetta - Titanium, estava bem animada, mas, mesmo que era uma festa de despedida, eu estava desanimada e então sentei num sofá que tinha no segundo andar da festa, perto do sofá tinha uma fonte decorativa linda com alguns galhos verdes.

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