Coloque a lealdade e a confiança acima de qualquer coisa; não te alies aos moralmente inferiores; não receies corrigir teus erros.

Confúcio

– Capítulo Trinta e Um –

Cada Qual com o Seu Plano

Tiago embora sempre conseguisse fazer uma piada nos momentos mais críticos, se sentia deprimido por que o seu limite de humor estava se esgotando e suas esperanças de sair dali também.

Era certo que agora eles tinham uma varinha, mas, como três adolescentes, poderiam lutar apenas com uma varinha, contra vários bruxos das trevas? Eles tinham fixado na cabeça, que não eram apenas Rodolfo, Aleto e Rabicho que agora estava morto, que ficavam de olho neles, deviam ter mais alguns bruxos os observando.

- A gente podia tentar. – disse Hugo de repente tirando Tiago de seus devaneios.

- Tentar o que? – perguntou Tiago.

- Tentar sair. – disse Hugo bocejando – A gente não tem nada a perder.

- Eles podem nos matar só isso. – disse Tiago indignado.

- Se eles não nos mataram até agora, não vão nos matar se tentarmos fugir. – disse Hugo dando de ombros. – To de saco cheio. O que você acha Kendra?

- Eu acho que a gente podia conjurar um cavalo. – disse Kendra normalmente.

- Olha só. – disse Hugo abismado – A Kendra pirou, a gente ta ferrado Tiago.

- Tem certeza que vc é filho da minha madrinha? – perguntou Kendra levantando uma sombracelha – Vamos pensar juntos, cabeça de fósforo – Tiago abafou um riso – Se vamos tentar fugir, teremos mais chances com um cavalo do que a pé.

- Mas por que um cavalo Dra. Cérebro? – perguntou Hugo irritado.

- Se você puxar na mente, se isso é possível pra você. – disse Kendra com desdém – Tiago já fez hipismo, junto com o Jake lembra?

- E por que um cavalo e não uma vassoura? – perguntou Hugo.

- Kendra tem medo de altura. – disse Tiago simplesmente.

Os dois pararam para encarar Tiago, que fazia cara de inocente. “Como ele sabe?” pensou Kendra.

- Na verdade não é por isso. – disse Kendra superior – Eu acho mais fácil a gente conseguir um cavalo, pois, devem haver caçadores por perto, do que uma vassoura de bruxo, nós nem ao menos sabemos se estamos perto de uma cidade bruxa. É melhor não arriscarmos fazer mais de um feitiço convocatório.

- Droga ela sempre ganha. – disse Hugo socando o ar.

- E essa é a diferença de usar o cérebro. – disse Kendra empinando o nariz.

- Eu daria tudo para ter trazido a minha capa da invisibilidade. – disse Tiado deprimido.

- Eles iriam pegar de qualquer forma. – disse Kendra respirando fundo.

- Que horas deve ser agora? – perguntou Hugo angustiado – Eu simplesmente perdi a noção do tempo.

- Por volta do meio dia. – disse Kendra dando de ombros.

- E como você pode saber isso? – perguntou Tiago emburrado.

- Acho que vocês não durariam um dia se vocês se perdessem em uma floresta. – disse Kendra pomposa – Pela posição das nossas sombras o sol deve estar bem no alto. É bom também que vocês saibam que essas árvores que estão do lado de fora, nascem de preferência em lugares humidos, então possivelmente estamos perto de algum rio, então seria mais fácil encontrarmos civilização se seguíssemos o rio, porem, as nossas pegadas ficariam expostas por causa da água...

- Chega Kendra eu não aguento mais! – gritou Hugo desesperado – Você ta parecendo a chata da minha irmã!

- Ao menos a sua irmã tem cérebro! – exclamou Kendra irritada.

- Desde quando você defende a Rose? – perguntou Hugo alterado.

- É melhor defender alguém que possua o mesmo nível de intelecto que eu. – rebateu Kendra triunfante.

- Olha, eu não quero ser chato. – disse Tiago entediado – Mas se a gente ficar perdendo tempo brigando, a gente nunca vai sair daqui.

- Ok. – disseram Hugo e Kendra ao mesmo tempo.

- Ótimo. – disse Tiago satisfeito consigo mesmo por ter feito os dois se calarem – Acho que já está na hora da gente agir, se um deles vier aqui sozinho, a gente podia estuporar e amarrar, o outro apareceria logo, e a gente faz o mesmo. Nós roubamos as varinhas e foge daqui, seguimos o rio como a Kendra disse pra acharmos alguma cidade, vai ser mais fácil se nós três tivermos uma varinha, por que se aparecer alguém a gente derruba. Além do ministério finalmente conseguir localizar a gente, pelo uso do feitiço ou também pelo rastreador já que estaremos longe do fetiço de proteção da casa e nós somos menores de idade.

- Tiago. – chamou Kendra.

- O que é? – perguntou ele meio brusco, pois, sabia que a garota faria alguma crítica no seu plano.

- Estou orgulhosa de você. – disse Kendra com um sorriso sincero.

Tiago corou sem graça.

________

- Você tem certeza que não vão nos descobrir? – perguntou Rose temerosa.

Ela, Alvo, Jacob, Scorpius e Lílian estavam dentro da garagem no carro de Draco.

- Nos descobrir vão com certeza, mas a gente já vai estar longe até lá. – disse Jacob animado.

- Que bom que eles se reuniram na minha casa hoje. – disse Alvo aliviado – Assim nem vão nos ver.

- Abre a garagem Scorp. – pediu Jacob.

Scorpius apertou o botão de um controle e a porta da garagem abriu, Jacob deu a partida e eles saíram da garagem, e do bairro em seguida.

- Não se esqueçam do cinto. – disse Jacob fazendo uma curva – Eu não quero se parado.

- Sem problema general. – disse Scorpius no banco de trás, batendo continência. Rose e Lílian que também estavam atrás com ele, deram risadinhas.

- Vamos repassar o plano antes de chegar a Hogsmeade. – disse Alvo, que estava no banco da frente.

- Vamos até Hogsmeade e pegamos os outros. – disse Lílian. – E passamos o plano pra eles.

- Eu trouxe um mapa, pra gente encontrar Godric´s Hollow. – disse Rose prontamente.

- Ruiva é só a gente usar o GPS. – disse Scorpius como se fosse óbvio.

Rose o olhou com raiva, mas, ficou feliz, pois ele voltara a lhe chamar de ruiva.

- E depois disso. – disse Alvo – Vamos direto pra lá, sem paradas – ele disse olhando especialmente para a irmã.

- Eu não tenho culpa se quando fico ansiosa, fico com fome. – defendeu-se Lílian.

- Eu trouxe algumas coisas na minha bolsa. – disse Rose amigavelmente.

- A bolsa mágica da Rose. – provocou Scorpius.

- Rose nem ouse retrucar. – disse Lílian – Eu estou no meio de vocês e não quero ser atingida.

Depois disso a viagem até Hogsmeade foi bem calma, Jacob dirigia o mais rápido que o limte de velocidade lhe permitia. Eles pararam na entrada da cidade, pois, não queriam ser vistos pelos professores, e em menos de cinco minutos algumas pessoas conhecidas apareceram.

Os primeiros a chegar, foram Alan Zabine, Frank Longbottom, Dominique Weasley e Paola Gonzales.

- E os outros? – perguntou Alvo quando os cumprimentara.

- Resolvemos vir um grupo de cada vez. – disse Frank – Poderiam desconfiar.

- Claro. – disse Scorpius sarcástico. – Como se eles não desconfiassem de três alunos da Sonserina andando com apenas um da Lufa-Lufa.

- Eu avisei. – disse Paola irritada.

- Não tem problema. – disse Jacob – Só temos que sair rápido daqui.

Eles esperaram por mais alguns minutos quando, Fred e Roxanne Weasley e Pablo Gonzales se juntaram a eles.

- Desculpa a demora. – disse Roxanne emburrada – Meu irmão não podia sair hoje, não é Fred?

- Foi mal. – disse Fred dando de ombros – Fiquei em detenção, mas, dei meu jeito.

- Mapa do maroto? – perguntou Jacob levantando uma sombracelha.

- Mapa do maroto. – afirmou Fred jogando as mãos para o céu.

Eles rapidamente se acomodaram no carro que se expandiu magicamente, e Alvo explicou a eles tudo o que havia acontecido até agora com alguma ajuda de Jacob, Rose, Lílian e Scorpius.

- Incrível! – exclamou Frank – Nunca imaginei, Severo Snape vivo. Você não tem o nome de um morto afinal.

- Ok. Leiam isso. – disse Alvo girando os olhos, e entregando um pedaço de pergaminho, que foi passando de um para o outro.

- Que bom que o Sr. Snape ressuscitou, pra nos dizer onde fica a casa. – disse Fred entregando o pedaço de pergaminho para Alvo.

- Estamos quase chegando. – avisou Jacob fitando o GPS do carro.

Jacob estacionou na orla da floresta de Godric´s Hollow, e todos desceram do carro, e ficaram a observar a entrada da floresta.

- Chegamos. – disse Scorpius depois de um assovio – O que a gente faz agora?

- Temos que nos separar. – disse Jacob sério – Assim nós encontraremos o centro da floresta mais rápido, se um grupo encontrar, joguem faíscas azuis no ar.

- E por que não faíscas vermelhas? – perguntou Paola.

- As vermelhas são se você estiver incrivelmente ferido e perto da morte. – disse Fred no ouvido dela, Paola arregalou os olhos.

- Quais serão os grupos? – perguntou Pablo imponente.

- Fred, Pablo e eu, vamos liderar cada um, um grupo. – disse Jacob.

- E por quê? – perguntou Alvo cruzando os braços e lançando olhares de raiva para Pablo.

- Somos os mais velhos. – disse Fred.

- Na equipe de Fred vão ficar Rose, Scorpius e Paola. – começou Jacob antes que Alvo pudesse protestar. – Na equipe de Pablo vão ficar Alvo, Dominique e Alan e na minha equipe vão ficar Roxanne, Lílian e Frank. Alguma objeção? – perguntou Jacob, Alvo ia abrir a boca, mas, Jacob continuou – Perfeito! A equipe do Fred vai pelo meio, de Pablo pela direita e a minha pela esquerda.

- As nossas equipes podem ter nomes legais? – perguntou Alan animado.

- Nomes?

- É. – disse Alan – Tipo, Serpentes Prateadas ou...

- Não. – disse Jacob definitivo – Vamos logo.

____________

Harry observava cada um ali presente em seu escritório, já estava quase na hora de ele se encontrar com um dos comensais para entregar as relíquias.

Era estranho olhar a morte por esse ângulo, ele já havia se entregado para morrer antes, mas, antes ele era um adolescente com esperança, no seu íntimo ele acreditava que algo poderia ajudá-lo, e no fim tudo deu certo, mas agora, ele sabia que se o plano de Draco desse errado, Harry simplesmente estaria morto.

- Está pronto? – perguntou Draco preocupado.

Harry sorriu, embora tivesse passado tantos anos, ele ainda se surpreendia quando Draco demonstrava preocupação com ele, sendo eles inimigos desde que entraram em Hogwarts. Infelizmente Harry teria de aceitar que, sim, na Sonserina você encontra os seus verdadeiros amigos.

- Estou. – respondeu Harry o mais firme que pôde.

- É ótimo que tenhamos conseguido mais gente para nos ajudar. – disse Hermione satisfeita.

- Gina, Blásio, Lúcio e eu, vamos na frente. – disse Agatha – E quando percebemos que a casa está vazia, a gente entra.

- Terão outros aurores vigiando em volta. – disse Gina ansiosa.

- E enquanto isso. – disse Rony – Draco, Hermione e eu, vigiamos Harry de perto e mais alguns aurores estarão vigiando pela floresta.

- Eu vou me despedir das crianças. – disse Gina se precipitando pela porta.

- Melhor não Gina. – disse Agatha – Severo disse que eles estavam bem chateados e se trancaram no quarto de Jacob, eles não vão falar com você.

- Então vamos trazer os irmãos deles de volta e fazer uma surpresa. – disse Gina chateada.

- Está na hora. – disse Draco sério e os outros assentiram.

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A equipe de Fred já estava muito a frente, eles procuravam andar rápido, quanto antes chegassem melhor e aquela floresta era imensa. Como eram quatro pessoas, eles souberam se dividir e cada um vigiava um lado, Fred ficou com a dianteira, Paola e Rose para os lados e Scorpius com a retaguarda.

- Gente agora que eu estou me dando conta que isso é uma loucura total. – comentou Rose assustada – Essa floresta é assustadora e deve estar lotada de aranhas.

- Você não acha que vale a pena se for pra salvar seu irmão, Tiago e Kendra? – Paola disse ríspida – Isso me soa a egoísmo.

- Por que você não cuida da sua vida? – perguntou Rose grosseiramente.

- Por que vocês duas não prestam atenção no que estão fazendo? – perguntou Scorpius irritado.

- É essa garota! – exclamou Rose – Eu não sei por que o Jake me colocou na mesma equipe que ela.

- Escuta aqui. – disse Paola irritada – Por que você fica me alfinetando? Até agora eu não sei o que eu te fiz. Eu te ajudei a sair do casulo e esse é o meu pagamento?

- Você é uma oferecida isso sim. – jogou Rose – Mal Kendra foi sequestrada e você já foi se jogando pra cima do Scorpius!

- E desde quando isso é da sua conta Rose? – perguntou Scorpius irônico. – Se eu fico ou não com a Paola isso é entre ela e eu.

- Eu falo de princípios Scorpius...

- Chega! – disse Fred entre o dentes – Eu normalmente sou muito paciente, mas, vocês são terríveis. Eu agora entendo por que a tia Gina teve que fazer terapia. Se a gente não fizer silêncio alguém pode saber que estamos aqui...

Um barulho entre as árvores fez com que eles ficassem atentos e em menos de segundos, uma figura apareceu entre elas.

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- Queria saber se os outros estão bem. – disse Lílian, enquanto sua equipe passava com dificuldade entre algumas pedras.

- Não se preocupe Lílian. – disse Roxanne amigavelmente – Tenho certeza de que eles estão bem, se não tivessem, eles teriam soltado faíscas vermelhas no ar.

- Como saber se estamos indo pelo caminho certo? – perguntou Frank quase tropeçando em uma pedra.

- Quanto mais fundo irmos melhor. – disse Jacob – Estava no pergaminho que é no núcleo da floresta. E se nós encontrarmos algum rio, saberemos que estamos perto, pois aquelas árvores crescem de preferência em lugares úmidos.

- Jake. – disse Lílian pensativa – Desculpe, mas, eu não sei se você fez bem em deixar Rose e Scorpius na mesma equipe.

- Eu sei. – disse Jacob com um sorriso malicioso – Eu fiz de propósito.

- E por quê? – perguntou Frank curioso.

- Pra ver se eles se entendem de vez. – disse Jacob satisfeito – Ali eles vão ter que proteger um ao outro e quem sabe parar de brigar.

- Talvez seja melhor mesmo. – disse Roxanne animada – Por que ai, eles vão poder finalmente descobrir o que sentem um pelo outro.

- O que sentem? – perguntou Jacob levantando uma sombracelha.

- Não é segredo pra ninguém que eles se gostam. – disse Lílian – Só eles mesmos que não sabem.

- Acho que era segredo pra mim. – disse Jacob aborrecido.

Em seguida mais que rapidamente, Jacob pegou Roxanne pelo braço e a puxou para o chão, e fez sinal para que os outros se abaixassem também. Do outro lado um pequeno grupo de cinco pessoas passavam, eles usavam vestes e capas negras.

- Comensais. – disse Roxanne em voz baixa.

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A equipe de Pablo, seguia rapidamente para o fundo da floresta, Pablo á frente se sentindo o herói, ele acreditava que depois de encontrar Kendra, eles voltariam a namorar e tudo seria como antes.

Alvo andava logo atrás com cara de poucos amigos. “Por que me colocar justo na equipe dele? Olha só, ele ta se sentindo”.

- Al. – disse Dominique estalando o dedo na frente do rosto de Alvo – Você ta legal?

- Ótimo. – disse Alvo lançando a Pablo um olhar de raiva.

- Devemos estar chegando. – disse Pablo virando para encarar os outros – Ali são as árvores que o Jake falou, se encontrarmos um rio, a casa pode estar por perto.

- Talvez mais perto do que você pensa. – disse Alan apontando quando eles pararam perto de uma ribanceira.

Os outros olharam para baixo, um rio com água cristalina estava logo adiante e mais a frente uma grande casa de madeira, com janelas coloniais se encontrava a espera deles. Por um momento fugaz, Pablo e Alvo se encararam, era como se inconcientemente, Pablo soubesse que naquele momento teria que lutar pela Kendra, literalmente.