25 de Dezembro de 2011, 7:55, Seoul Florest, Seoul - Coréia do Sul.

.– Ér... Kansahamida, Teuk!
– Fale informalmente comigo, por favor!
– Gomawo, Teuk!
Leeteuk sorriu contente, fazendo Taeyeon se sentir confortável com alguém pela primeira vez em anos.
– Como sabe que é meu aniversário?
– Eu acompanho o seu blog, esqueceu? - Ele disse sentando-se ao lado de Taeyeon.
– É verdade... Meu melhor leitor! - Taeyeon disse sorrindo e bagunçando os cabelos de Leeteuk.
– Pensei que eu fosse o único. - O maior falou tentando brincar, mas percebeu uma expressão triste no rosto de Taeyeon. - Desculpa...
– Tudo bem... - Um silêncio percorreu o local, mas foi logo quebrado pelo celular de Leeteuk que tocou o refrão de I'm a Loner.
– Alô? - Leeteuk atendeu a chamada. - Oi, madrinha! Estou bem sim e a senhora? Estou no Seoul Florest com uma amiga! Quer falar com ela? Mas... Por que? Ta... - Leeteuk afastou o celular do ouvido, ofereceu-o para Taeyeon e disse:
– É minha madrinha... Ela quer falar com você!
– Ué... - Taeyeon estranhou, mas pegou o celular e atendeu: - Alô?
– Alô, querida? - Taeyeon escutava do outro lado da linha. - Achei estranho o Leeteuk falar que estava com uma garota, então queria ouvir a voz para confirmar.
– Sério? - Taeyeon riu baixo. - Ele não costuma sair muito? - Taeyeon disse debochando da cara de Leeteuk, que a mostrou a língua.
– Na verdade, ele não tem muitos amigos... Mas, fico muito feliz que ele tenha encontrado uma no dia de seu aniversário.
– É-é o aniversário do Leeteuk?
– Sim, pensei que soubesse!
– Ah, claro que sei! - Taeyeon mentiu.
– Então tudo bem, até mais querida!
Taeyeon entregou o celular para LeeTeuk, que o pegou e guardou.
– Leeteuk?
– Hm?
Taeyeon em um pulo se aproximou de Leeteuk e o abraçou com força.
– Parabéns!
Leeteuk envolveu seus braços em Taeyeon e também a abraçou.
– Obrigado. - Ele disse e rompeu o abraço.
– Quantos anos você está fazendo, Oppa?
– Vinte e dois.
– Sério?
– Sério. Quantos você está fazendo, Noona?
– Vinte e dois, também!
– Ahh, que estranho, ou coincidência.
– Verdade. Então não posso te chamar de Oppa.
– E eu não posso te chamar de Noona...
– Que péssimo! Sempre quis chamar alguém de Oppa!
– Pode me chamar assim, se quiser!
– Posso?
– Pode!
– Ahh, gomawo, Oppa! - Taeyeon deu um grande sorriso.
– Nós nascemos no mesmo dia e temos a mesma idade, será o destino?
– Quem sabe...
Ambos riram e o silêncio novamente tomou conta do local.
– Então... - Taeyeon falou. - Como iremos iniciar a busca pelo meu irmão?
– Tenho uma ídeia!
– Qual?
– Quando você era pequena, costumava sair com os seus pais?
– Costumava!
– Bastante?
Taeyeon parou em um instante para lembrar-se e balançou a cabeça em sinal positivo.
– Então, podemos começar relembrando os lugares que seus pais costumavam visitar! Quem sabe encontramos algo que possa ser útil para nós? Eles tinham amigos, certo?
– Tinham!
– Podemos encontrá-los também!
– Ta bom. - Taeyeon disse friamente, se levantado do chão. Estendeu sua mão para Leeteuk e continuou: - Vamos! Me lembro de um bom lugar para a gente começar!
Leeteuk segurou a mão de Taeyeon, que o puxou para que pudesse ficar em pé.
– Para que lugar nós vamos então? - Leeteuk perguntou.
– Uma praça que meus pais e eu adorávamos ir à 16 anos atrás.
– Vamos lá então!
Leeteuk e Taeyeon começaram á andar em direção à saída do parque.
– Taeyeon?
– Hm?
– Posso te perguntar uma coisa?
– Sim, vá em frente! - Taeyeon disse colocando as mãos em seus bolsos.
– Como você vive?
– Como assim?
– Digo... Como você se sustenta?
– Ahh... eu pinto!
– Pinta?
– Sim, sou uma artista.
– Uma artista bem exibida! - Leeteuk brincou fazendo Taeyeon sorrir envergonhada. - Você pinta quadros e vende?
– Não apenas pinto quadros. Confecciono coisas também, inclusive roupas.
– Você produz roupas?
– Sim, gostaria de ver algumas?
– Claro!
Taeyeon olhou no relógio, eram 8:47.
– Ainda é cedo! Vamos para a minha casa primeiro, aí eu te mostro minhas obras!
Leeteuk concordou e os dois continuaram o caminho em silêncio.
25 de Dezembro de 2011, 9:05, Rua Banporo, Seoul - Coréia do Sul

Ao chegar em frente á casa de Taeyeon, ela começou à revirar sua bolsa procurando por algo.
– Não acredito!
– O que?
– Não estou achando a minha chave!
– Me deixe ver?
Taeyeon entregou sua bolsa á Leeteuk e esse começou á procurar por uma chave.
– Ai! - Taeyeon gemeu.
– O que foi? - Leeteuk perguntou olhando para a menor.
– Alguma coisa bateu na minha cabeça!
– O que?
Taeyeon pegou o que tinha te atingido do chão, e disse surpresa:
– Espera, é a minha chave!
– Sua chave?
– Sim, olha! - Taeyeon mostrou para Leeteuk.
– Ué de onde ela veio? - Leeteuk olhou ao seu redor, buscando por alguém que tivesse a arremeçado em Taeyeon.
– Eu não sei mas...
– O que?
– Acabei de lembrar que deixei minha chave na estante da sala.
Os dois se encararam confusos e com medo do que acabara de acontecer.
– Vamos parar de perder tempo! Entre! - Taeyeon abriu o portão e fez sinal para que Leeteuk entrasse dentro de sua casa.
Os dois entraram, Leeteuk olhou em volta e ficou encantado com a limpeza da casa.
– Você que limpa?
– Sim... Ta muito ruim? Me desculpe, não repare nessas...
–Não é isso! - Leeteuk interrompeu. - É que está tão limpo que pensei que tivesse sido limpada por mais de uma pessoa!
– Ahh, é que como eu moro sozinha aqui, é mais difícil de sujar.
– Entendi! Sua casa é muito linda! - Leeteuk elogiou, ainda admirando o lugar.
– Obrigada! Venha, me deixe te mostrar minhas pinturas!
Taeyeon levou Leeteuk para o cômodo mais distante da casa e lá ele viu várias telas cobertas por panos brancos.
– Esse aqui - Taeyeon disse dando piruetas no ambiente. - é o meu ateliê! E esses aqui - Taeyeon disse tirando os panos de cima das telas. - são as minhas pinturas!
Leeteuk não conseguia parar de olhar aquelas maravilhosas obras de arte.
– Você que pintou todas elas? - Leeteuk disse se aproximando das telas.
– Sim! - Taeyeon sorriu parecendo se orgulhar de si mesma.
– São tão lindas... - Leeteuk disse indo em direção á uma pintura de uma rosa. Era a pintura mais linda que Leeteuk já tinha visto antes.
– Essa é a mais bonita! - Leeteuk disse apontando para a obra.
– Você achou?
– Sim, achei... Ela só não é mais bonita que você!
– O que? - Taeyeon perguntou pra saber se tinha escutado direito o que o maior acabara de falar.
– Ér... nada não! - Leeteuk disse disfarçando e parando de babar pela pintura. - Você disse que cria roupas também, certo?
– Sim, disse! Gostaria de vê-las?
– Seria um prazer!
Taeyeon foi até um grande armário que ocupava uma parede inteira de seu ateliê e tentou abrir a grande e pesada porta do móvel, mas Leeteuk ao ver que Taeyeon estava com dificuldade naquela tarefa, foi ajudá-la fazendo seus corpos se tocarem ao se aproximar do guarda-roupas.
Taeyeon estranhou o contato, mas Leeteuk não se mecheu, parecendo gostar do toque.
Quando finalmente conseguiram abrir, o guarda-roupas revelou vários vestidos, Taeyeon se afastou e disse sorrindo:
– São lindos... não é mesmo?
– É... É... - Leeteuk estava novamente encantado com a beleza que estava refletindo em seus olhos. - É fantástico!
– Desenhar é a minha única felicidade na vida...
– Você leva jeito pra isso!
– Foi a minha mãe que me ensinou á pintar, desenhar e criar roupas... Quando faço isso hoje em dia, lembro de quando produziámos coisas juntas, e me sinto próxima dela.
Taeyeon abaixou a cabeça triste, então Leeteuk tentou puxar assunto novamente:
– Você só desenha vestidos?
– É o que eu mais gosto de fazer! Mas sou eu quem desenha as minhas roupas também! - Taeyeon disse dando uma voltinha no mesmo lugar, para que Leeteuk pudesse ver sua roupa.
– Você desenha tão bem...
– Obrigada!
– Desenharia uma roupa pra mim?
– Bem... eu nunca desenhei uma roupa masculina, mas seria uma boa experiência! Vem aqui, deixa eu tirar as suas medidas! - Taeyeon puxou o amigo para o outro canto do ateliê.
Ela pegou diversas fitas métricas e começou a medir Leeteuk, que se arrepiava com cada toque da morena. Taeyeon estava medindo o ombro do mais alto quando seus rostos se aproximaram e Taeyeon se perdeu nos lindos olhos de Leeteuk, enquanto o outro estava até tonto com tamanha beleza em sua frente.
Os rostos foram se aproximando ainda mais e quando já se tocavam, os dois escutaram as coisas do lugar caindo com violência no chão.
– Minhas telas! - Taeyeon correu desesperada para segurar suas pinturas, e Leeteuk, mesmo frustado por não ter conseguido beijar a morena, foi ajuda-la á salvar suas criações. Ao se afastarem, as coisas no quarto pararam de cair.
Quando terminaram de recolher as coisas, Taeyeon sentou triste em um banco próximo.
– O que foi? - Leeteuk falou andando em direção á Taeyeon.
– Quase todas as pinturas foram estragadas.
– Me deixe ver! - Leeteuk pegou o quadro da rosa, o encarou por alguns segundos e continuou: - Dá pra reformar, Tae!
– Será que dá? - Taeyeon pegou a tela de Leeteuk e olhou também. - Bom... acho que essa aqui dá pra reformar!
– Você pode reformar as outras também!
– Mas vai levar muito tempo. - Taeyeon disse desanimada.
– Você me ensina como faz e eu te ajudo!
– Sério?
– Sim! Eu quero muito aprender á pintar! Poderia me ensinar?
– Seria um prazer!
25 de Dezembro de 2011 - 12:50 - Residência de Kim Taeyeon, Seoul - Coréia do Sul.

Taeyeon e Leeteuk arrumavam a bagunça que tinha ficado no ateliê e como a poeira tinha invadido o local, ambos tiveram a ideia de varrer o chão. Na mesma hora os dois olharam para a vassoura que estava encostada na parede, andaram até ela e, no mesmo momento, seguraram a vassoura, fazendo suas mãos se tocarem.
Os dois se olharam, e neste instante, um barulho muito alto estremeceu o ateliê e os ouvidos de Leeteuk e Taeyeon, assustando quem ouvisse.
– Mas o que é isso? - Taeyeon perguntou olhando para Leeteuk e protegendo seus ouvidos com as mãos.