Sec. XXI, Estados Unidos da América

Ele ainda estava comigo na secretária e perdendo aula. E o pior que eu não sei e nem tenho coragem de perguntar seu nome. O que eu faço?

Finalmente a mulher me chamou dizendo que era a minha vez.

Me levantei com cuidado e fui até o balcão, onde a mulher estava atrás.

“Aluna nova?” A mulher perguntou.

Eu apenas balancei a cabeça.

“Pelo visto conhece o Sr. McKnight, não é mesmo?” A mulher disse enquanto arranjava minhas aulas.

“Bom, eu acabei de...” Eu tentava falar, mas a mulher me interrompeu.

“Seu nome queridinha?” A mulher me perguntou.

“Austen, April.” Ela respondeu.

“Está certo.” A mulher dizia procurando algo “Aqui está.”

Ela me deu um papel que mostrava meu horário.

“Obrigada.” Eu disse.

“Não a de que!” Ela disse “A propósito, sou a senhorita Gale.”

“Prazer.” Eu disse.

“Bom, agora podemos ir?” Ele me perguntou ao se levantar.

“Podemos.” Eu disse mordendo meu lábio inferior.

Ele me guiou até a sala que já rolava a minha primeira aula.

“Obrigada.” Eu disse.

“De nada.” Ele disse.

Nó parecíamos dois robôs que não sabiam o que fazer e só tínhamos frases prontas como “Oi.” “Obrigado.” “Tchau.” e “De nada.”

Entrei na sala e a professora só não me deu uma big bronca porque era aluna nova, mas deixou bem claro que não tolerava atrasos.

Me sentei do lado de uma menina que parecia ser bem estranha. Ou seria totalmente Lucy?

“Oi.” Eu disse ao me sentar.

“Olá!” Ela disse com bastante ênfase “Sou Alexandra, mas todos me chamam de Alex exceto pelos meninos.”

“Ta legal.” Eu disse um pouco assustada.

“Não vai me dizer o seu nome?” Ela me perguntou.

“April.” Eu respondi.

“Que lindo nome!”

“É o nome de um mês.” Eu respondi rindo “Se eu pudesse trocar eu trocaria.”

“É verdade!” Alex disse gargalhando “Mas veja pelo lado positivo! Você pode fazer tudo no mês de abril!”

Eu comecei a gargalhar também, mas aquilo não tinha feito o menor senso. Ainda sim eu achei graça, o que era estranho.

A professora malvada chamou nossa atenção e Alex me contou que o primeiro nome da Sra. Fletcher era Malva.

O que poderia resultar numa pessoa Malva - da.

Sei que não foi engraçado, mas me deu vontade de rir.

Nós ríamos tanto que a Sra. Fletcher/ Malva - da nos expulsou da sala de aula.

“Detenção no primeiro dia!” Alex disse “Você não é nem um pouco azarada em?”

Eu ria e de repente ele passava nos pelos corredores. Eu não pensei duas vezes me escondi atrás de Alex. Na verdade se ele me visse o mico ia ser maior ainda porque ele veria que eu estava me escondendo dele.

Eu estava com a minha cabeção atrás de Alex “Ele já passou?”

“Já.” Alex me disse um pouco confusa.

“Ufa.” Eu disse.

“Conhece ele?”

“Mais ou menos.” Eu disse “Nos conhecemos hoje aqui na escola.”

“Sabe April?” Alex disse “Ele só é Ryan McKnight, a estrela da escola e é claro do futebol.”

“Ai.” Eu disse “Vão me torturar, não vão?”

“Ah vão.” Alex disse “Principalmente a namorada dele.”

“Namorada?” Eu perguntei um pouco decepcionada.

“Rachel, a estrela da animação de torcida” Alex disse “Quer mesmo comprar essa briga?”

“To fora.” Eu disse.

“Acredite vai ser o melhor pra você.” Alex disse.

Sei que Alex queria me ajudar, mas eu ainda me sinto um pouco triste.

A hora do intervalo chegou.

Peguei meu almoço e procurava um lugar para sentar, quando vi Alex me chamando e depois vi que Ryan McKnight também me chamava para sentar com ele. Quem deveria escolher? Uma candidata a amiga ou o cara mais popular da escola com uma namorada.

Eu tinha o escolhido até que uma garota com trajes de líder de torcida se sentou com ele e deu um beijinho nos lábios dele.

Eu fiquei enojada com a cena, e me encaminhei até Alex.

Ele viu a minha cara e onde havia me sentado também, mas não fizera nada.

Não acredito que realmente acreditei que ele era meu príncipe encantado. Que tonta!

“E aí?” Alex disse.

“Indo.” Eu disse.

Alex olhou exatamente na direção em que eu olhava e percebeu tudo.

“Primeira impressão, dizem que é ela a que fica não é?” Alex disse “Eu já tenho minha própria teoria, ela é a que estraga tudo. Algumas pessoas se iludem com ela e outras deixam de conhecer uma pessoa maravilhosa só porque ela fez alguma coisinha de errado no primeiro encontro. Essas paradas são as que estragam um ótimo relacionamento.”

Eu não disse nada, apenas abri um leve sorriso.

Nesse momento, Ryan olhava para cá. E então eu desviei meu olhar e continuei conversando com Alex sobre algo nada haver.

Mais tarde, quando as aulas acabaram, eu fui embora logo para que não tivesse chance alguma de encontrá-lo, mas para o meu azar não foi o que aconteceu.

“April!” Ele corria atrás de mim.

Eu fingia que não escutava e saía da escola, mas ele me alcançou e segurou no meu braço.

“Por que está me ignorando?” Ele me perguntou.

“Eu não estou o ignorando.” Eu disse “Apenas não o conheço.”

“Mentira!” Ele disse.

“Solta meu braço?” Eu o disse “Estão todos olhando.”

“Vem cá.” Ele me pegou pela mão e me levou para a lateral da escola, onde não havia ninguém.

“O que você quer?” Eu o perguntei.

“Você sabe que rola algo muito estranho entre nós.” Ele disse.

“Não. Eu não sei.” Eu o respondi.

“Claro que sabe!” Ele disse “Você também sentiu.”

“Senti, mas não é pra ser.” Eu disse.

“Por que não?” Ele me perguntou.

“Porque você tem uma namorada.” Eu disse “Se você me dá licença.”

“Espera.” Ele disse pegando na minha mão “Eu termino com ela.”

“Não precisa.” Eu disse “Não é como se nos conhecemos há décadas.”

“Pra mim são séculos.” Ele disse soltando minha mão “Sinto também que não te vejo há séculos também.”

“Ryan...”

“Eu estou apaixonado por você.” Ele disse “Não quero parecer precipitado, mas algo dentro de mim me diz que a conheço já faz muito tempo.”

“Talvez faça.” Eu disse.

Ele sorriu, inclinou sua cabeça até que seus lábios puderam repousar sobre os meus.

Eu peguei em seu rosto e continuei a beijá-lo.

“Eu fiz isso direito?” Eu o perguntei meio encabulada.

“Foi perfeito.” Ele disse sorrindo e me beijando de novo, em seguida.

Final do sec.XVIII, Inglaterra

Hoje é o dia do grande baile! Fui com minha mãe e minhas irmãs pegar os vestidos e voltamos o mais rápido que pudemos para casa para nos arrumar.

É claro que quando fomos pegar os vestidos procurei por ele por toda parte, mas ele não estava lá.

De qualquer forma me arrumei o melhor que pude com a esperança dele ter sido convidado para o baile.

Quem sabe ele seja o marido que tanto quero? Ainda bem que não estamos em nenhum lugar onde há ordem de casamento. Porque há lugares que as filhas mais velhas se casam primeiro, mas se fosse assim aqui eu e Lea jamais nos casaríamos.

Estávamos todas prontas para o baile. O que será que ele nos aguarda?

Esperava poder vê-lo de novo! E dessa vez perguntar-lhe seu nome.