Secret Love escrita por grazidiasss


Capítulo 10
A TRILHA - PART²




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Rebekah inclinou silenciosamente ao lado de Stefan, como se para me provocar. 

        — Falta um lugar no carro. — ela disse, Damon tirou os óculos de sol e a mochila e as pôs no porta mala de Stefan, então juntou-se a conversa. — Talvez... Elena possa ir com Damon. 

     — De jeito nenhum! — disse Stefan exasperado — Uma de suas amigas pode ir com Damon. — a loira ao lado de Rebekah, que mais parecia sua copia olhou com os olhos brilhantes para Damon. Ele retribuiu. Rebekah bateu nela com o cotovelo.

    — De jeito nenhum... Caroline nos prometeu carona... — Caroline olhou para ela sem entender.

    — Prometi? — Rebekah lhe fuzilou com os olhos — Ah... sim... é verdade. 

    — Tudo bem Stefan, eu não mordo. Elena pode escolher se vem ou não. — Damon se pôs ao meu lado, Stefan apertou-me contra ele. 

    — Morder, eu não sei. Mas pode fazer outras coisas... 

    — Hmm... é, realmente, sou uma má influência, da ultima vez que Elena veio comigo ela acabou na cadeia — Damon ironizou.

    — Ainda bem que você percebe...

    — Chega! — gritei, Rebekah soltou um riso de escarnio enquanto notei todos atentos a briga — Tudo bem, Stefan, eu vou com Damon, nos encontramos lá — olhei para Damon — você não morde mesmo, não é? — ele deu um sorriso de canto de boca. 

     — Se quiser eu posso morder... — Stefan bufou. 

     — Tudo bem — ele disse — nos encontramos lá? O sol está de matar, você vai chegar queimada, não quer protetor solar? — recusei, Stefan contraiu seus labios aos meus, e eu ouvi Rebekah sussurrando "vomito". Damon sentou na moto e eu fui atrás dele, Stefan colocou o capacete em mim, e de tão insistente com  o fato do protetor solar, eu acabei colocando um pouco ao redor do nariz e das bochechas. 

    — Vamos logo atrás de vocês. —  ele disse,  e transferiu um olhar abominador para Damon. Eu assenti e pus os braços sobre Damon, enquanto ele acelerava a moto.

   Fora tudo como antes, a adrenalina, o calor exagerado, a vontade de fechar os olhos e permitir que aquela sensação de liberdade me dominasse por completo. Damon era extremamente quente e relaxado, perto dele eu sentia meus músculos contraindo ao mesmo tempo que me sentia acelerada. Olhei para trás e realmente vi que Stefan nos seguia, de relance vi o cabelo loiro de uma diabinha e pensei no quanto maravilhoso ela deveria estar achando aquela cena. Damon foi mais rápido, como se acelerasse de proposito. 

     — Vá mais devagar, Damon, por favor.  — pedi, mas ele não deve ter ouvido, ou pode ter entendido errado, de uma forma estávamos a mil por hora na estrada completamente vazia. Os pneus da moto fazia a areia subir até mim, o que me fez espirrar bastante, minhas costas começaram a doer, e foi incomodo demais colocar os pés ao ar. Eu queria descer ali. De repente ficou escuro, foi como se um vulto tivesse ficado em cima do sol e o fim de tarde estivesse chegando. 

     — Mas que droga! — Damon meio que gritou.

     — O que foi? 

     — Isso — assim que suas palavras chegaram a meu campo de audição, eu senti as gotas caindo levemente por meu corpo, olhei para trás a procura do BMW de Stefan e no entanto só o que encontrei foi uma estrada bem diferente da que tínhamos iniciados, santo Deus, havíamos nos perdido deles? 

      Não havia tempo para pensar em mais nada, a chuva começou a ficar ainda mais forte, nos ensopando completamente, transformando a areia em lama. 

     — Damon pare a droga dessa moto! — gritei. Ele me ignorou e continuou acelerando. — Damon! Pare agora! — foi um grito ensurdecedor, usei toda minha voz, deve ter funcionado, pois Damon freou a moto próximo a uma arvore.

     — Não sei como pode estar chovendo tanto, eu vi a previsão do tempo mais cedo, estava ensolarado. Todo o pessoal do festival marcou para hoje pois o tempo estava perfeito. — sussurrou, ainda estávamos na moto e mesmo sem andar eu ainda estava com meus braços ao seu redor. A chuva só aumentava, eu sentia toda minha roupa completamente ensopada. Logo então eu estava batendo os dentes, havia colocado uma roupa pequena por causa do calor, e agora ela me falhava. Eu me apertei ainda mais a Damon, e isso diminuiu um pouco o frio, mas ele levantou da moto.

     — Vamos venha, vamos esperar a chuva passar em outro lugar. — ele disse. 

     — Mas... — tentei argumentar, mas ele me ignorou tirando a sua jaqueta de couro e a colocando em mim. — Não está com frio? — ele riu enquanto andávamos para dentro da floresta, ele arrastava a moto.

   — Não sou mulherzinha — brincou — Eu e Stefan servimos ao exercito, o frio foi algo inevitável para nós. — eu não sabia. 

   Encostei-me em uma arvore enquanto Damon procurava algum lugar para esperarmos a chuva passar, que por sinal, havia deixado o céu completamente escuro.  Um trovão me fez tremer, enquanto Damon deixou a moto á meu lado e foi procurar algo que desse para nós esperarmos o tempo melhorar, senti-me completamente sozinha. E era inutilmente ridículo. 

    Recordei-me rapidamente que eu sempre fora sozinha — literalmente — eu passava dias sozinha, e na escola, meu almoço era só entre mim e o bolo de carne. Jonh trabalhava até tarde, e eu ficava sozinha em casa também, ia a livrarias sozinha, ao cinema, ao shopping, a um restaurante. Por que eu havia de me sentir realmente sozinha agora? Não sabia, mas me senti melhor quando Damon voltou, completamente ensopado e de fato tremendo, talvez o frio não fosse algo tão normal para ele.

    — Encontrei um casebre ao norte, nós só precisamos atravessar um pequeno lago e chegar lá, acho que está abandonado. — ele disse — podemos ficar lá até ao menos a chuva passar, depois vamos nos encontrar com os outros. — assenti.

    O lago era pequeno e raso, precisou só de um pouco de esforço para Damon atravessar a moto nas costas — eu juro, ele a colocou entre os braços e a levou — a grama espessa ao redor do lago estava coberta de lama, e eu quase escorreguei, mas Damon cambaleou e me segurou também, eu agradeci. De longe vi realmente uma casa de madeira, parecia pequena e velha, quando tentamos abrir a porta, ela estava trancada. Damon deu um forte empurrão com o braço e arrombou, eu lembrei daquela noite em que invadimos uma propriedade alheia e recuei.

    — Damon... e se... — ele deixou a moto e me deu atenção.

    — Tudo bem, um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. — ele entrou na casa, e eu fui junto. Na verdade parecia bastante suja, mas tinha alguns moveis velhos, e ainda por cima havia lenha. Toquei com as pontas dos dedos na mesa e um pó que identifiquei como poeira me fez espirar. Damon foi rápido, e tentou fazer lenha, logo então eu vi a lareira acesa.

     — Acho que o tempo no exercito o serviu bem — repeti sua frase, ele riu. 

     Ali naquela cabana havia um cheiro estranho de nacre, como... cera, eu não sabia identificar, mas notei um lenço enrolado em meio a cadeira da mesa, coloquei perto da lareira e sentei-me enquanto observava Damon se esquentar.

    — Aliviado? — perguntei.

    — Só vou estar aliviado quando encontrarmos o resto dos outros — Disse-me Damon, eu assenti e tirei a sua jaqueta, mesmo de couro ela estava gelada, e ali dentro da casa fazia menos frio, eu podia ouvir o barulho abafado da chuva, e podia sentir que ainda era de tarde também. De repente o frio foi mais forte e eu me enrolei novamente a jaqueta de Damon, ele pareceu relaxar a medida que o calor do fogo o aquecia. Eu o olhei, ele parecia pensar em algo. Do nada as palavras de Caroline veio em minha mente "Damon e Stefan vão convida-la para o festival". Será que Damon sentia algo por mim? Uma atração? Não sei. Mas se ele sentisse? Seria esse o motivo por sempre aparecer depois de Stefan me deixar?

    — Está pensando em algo? — perguntei, enquanto sentia a lareira ficando cada vez mais distante. A voz de Damon saiu pesada, de uma forma que eu nunca o ouvira. 

   — Algumas coisas... — admitiu — estou com frio. 

   — Mulherzinha sim ou claro? — foi o primeiro riso que o vi dando, que não fosse irônico. 

   — As vezes o frio pode ser... por dentro não por fora. — ele disse, como se eu não estivesse ali, como se ele sentisse uma estranha necessidade de desabafar. O fogo da lareira ficava cada vez mais fraco, mas eu me preocupei com o que ele quis dizer.

   — Você tem... tantas garotas, porque estaria frio? 

   Seu olhar para mim foi serio. 

   —  Você deve me achar um galinha. — assenti, ele arregalou os olhos com a minha sinceridade.

   — Vejo você beijando demais. 

   — Acontece... senhorita que não beija ninguém, que aquelas garotas não me aquecem em nada. 

  — Não entendo? — ele veio para mais perto de mim, e me olhou profundamente. 

  — Essa semana todas as garotas que beijei eu imaginei que fosse você, mas sempre que abri os olhos... eu não a via. E isso me deixava frio... e... me fazia lembra de você e do Stefan.


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