“– Pode entrar. – ouço a voz suave da Bruna e abro a porta lentamente, depois desse ritual estou sem pressa. Considere que estou precisando de uns cuidados..."

POV Rita

Não havia sonhos.

Não havia cansaço.

Não havia sentimentos ou pesadelos.

Só tinha paz.

Foi assim que abri os olhos e vi os pequenos raios solares entrando pela janela.

Respirei fundo e o ar ao meu redor tremulou, digamos que senti meu corpo se afastando do colchão macio.

Vi a porta ficando mais próxima e ela se abriu sem precisar tocar, bem fui saindo ou melhor a porta ficou para trás.

Meu corpo estava estranho nem sentia que esse era o MEU corpo.

Quer que eu descreva o que estava sentindo? Bem sentia alguém me puxando, se bem que não era para tanto...

Notei a escada e entrei em panico batendo os pés para poder descer os degraus e despenquei escada abaixo, não notei simplesmente fui caindo e desmaiei novamente.

Não sei quando tempo demorou, se é que estou em condições de ter noção de tempo e espaço, nem sei onde estou muito menos que dia é hoje e por ae vai...

– Bom dia bela adormecida, mas que coisa, você acorda com estilo em garota! – ouço alguém exclamar de algum lugar da provável sala de estar, tento me levantar mas uma pequena mão me emburra para o sofá de novo e logo vejo o sorriso da Bruna.

– Bom dia é o cacete colega, estou me sentindo uma espiã no corpo inimigo, SÓ QUE ESTOU NO MEU CORPO! Como explica isso? Fora que cai da escada! ENTÃO NÃO ESTÁ SENDO UM BOM DIA! – falei exclamando jogando toda a energia que sei lá de onde veio e me levantando num pulo.

– Que mal humor logo de manhã! Se alegra flor, você não é mais humana. – falou Bruna sorrindo e me chamando para cozinha.

– Claro. – falei me arrastando para onde ela acabara de entrar.

Quando adentrei onde seria a cozinha encontrei o Jake olhando ou lendo, sei lá o que ele estava fazendo com um antigo pergaminho ou pedaço de papel, vai saber né, eles são loucos.

– Bom dia mal humorada, nem vou perguntar como está porque não precisa. – disse sem me olhar. – Sente-se por favor, tenho pouco tempo para conversar e você vai daqui a pouco para o colégio. – dessa vez ele me olhou.

Pelo olhar vi que a coisa era séria.

QUE PORRA FOI QUE APRONTEI DESSA VEZ?

E onde estou?

Não pera, PORQUE ESTAVA AQUI MESMO?

E PORRA NOVAMENTE, ESTOU DE PIJAMA NA FRENTE DO JAKE!

– Pode começar se não eu vou sai gritando louca. – falei sentando e olhando-o com mal humor. PORRA MAL ACORDEI E JÁ FUI CAINDO NO CHÃO! Não sou assim, nunca fui.

– Primeiro, para de gritar no seu pensamento, você está me deixando confuso e com um baita nó na cabeça. – falou e olhou para Bruna logo em seguida. – Amor trás a comida dela. – voltou a me olhar. – Agora vamos. Irei de explicar tudo.