Entre a Luz e a Escuridão escrita por zariesk


Capítulo 21
Capítulo 18 - Decisões para o Futuro.


Notas iniciais do capítulo

dizem que a inspiração é algo inigmatico e imprevisivel, comprovei isso quando começei a digitar esse cap.
eu estava desanimado por que estava sem ideia do que escrever (eu tenho a fic toda na cabeça, mas alguns cap eu modifico muito mais do que esperava)
ai eu imaginei que esse cap sairia fraco como um outro antes, mas foi só eu começar a digitar e passar da primeira pagina que subitamente fiquei inspirado como se estivesse possuido! (acho que tenebra gosta do meu trabalho)
o resultado é que terminei esse cap em apenas doias dias! bati o record!
claro que preciso da opinião de voces pra saber se realmente está bom ou se eu só estava drogado quando digitei isso^^



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O grande salão de reuniões de Tenebra uma vez mais estava sendo usado pra sediar uma reunião entre os deuses aliados, aqueles que contribuíam para que o grande plano de Tenebra desse certo e assim eles próprios obterem suas recompensas.

A deusa anfitriã já estava presente assim como seus convidados Keen e Sszzas, eles observavam a movimentação dos mortais e planejavam o próximo passo.

 

- Foi uma semana lucrativa – disse o deus da guerra – a batalha do oeste chegou ao fim, mas as conseqüências pendurarão por meses.

 

A batalha do oeste custou tanto aos reinos daquela região que o caos se instalou, dificilmente os outros paises não serão envolvidos.

 

- Com as palavras certas sussurradas aos ouvidos certos posso fazer com que os governantes do sul cobicem as terras do oeste – Sszzas já tinha interesses sombrios no resultado dessa guerra – reinos enfraquecidos são presas fáceis para reis gananciosos.

 

- Será que da pra voltarmos ao assunto principal? – reclamou Tenebra para os outros – a questão aqui é como fica a batalha pelo meu reino!

- Sim,sim, desculpe – respondeu Keen constrangido – eu já estava bolando estratégias de batalhas pensando no oeste, quanto a sua batalha por Houran creio que sua menina já esteja encaminhada, mas e quanto ao exercito que a servirá nessa batalha?

 

Com um gesto Tenebra fez surgir no ar imagens de vários lugares do continente, imagens que mostravam centenas de zumbis marchando para um único lugar.

 

- Devemos agradecer ao Ragnar por fazer hora extra – brincou a deusa da noite – ele se empenhou mesmo no seu trabalho.

- Ele ama o que faz e faz o que ama – disse Keen olhando as imagens.

- Assim como todos nós – frisou o deus serpente – quantos cadáveres ambulantes têm ali, será o suficiente?

- 12.000, estarão reunidos em Daí-lung até o mês que vem – até mesmo Tenebra estava impressionada com a quantidade.

 

O pior de tudo é que nenhum exercito podia barrar a passagem deles, como parte do acordo o exercito que serviria a Isawa não podia ser atacado até o dia da batalha, em troca esse mesmo exercito nada poderia fazer até esse dia.

 

- Com um exercito tão grande por que parar só com Houran? – questionou Keen – faça sua menina conquistar os outros paises ao seu redor! Com tal força ela poderia facilmente!

- Um passo de cada vez – alertou Sszzas – sua impaciência e sede de batalhas costumam prejudicar seu julgamento.

- Se avançarmos contra outras nações Khalmyr verá isso como uma agressão ao outros reinos ao invés de uma luta justa – continuou Tenebra – de qualquer maneira não estou lutando por míseros pedaços de terra, estou lutando pra recuperar aquilo que me foi tomado e que é meu por direito.

Keen cruzou os braços como se estivesse inconformado com os outros dois, anotou mentalmente que quando essa batalha acabasse deveria encontrar um meio de despertar a cobiça de Isawa e faze-la lutar mais.

 

- Nesse momento ela está treinando para se tornar mais forte – disse Tenebra orgulhosa – quero ver como ela ficará quando o dia da batalha chegar.

 

O sorriso que Tenebra exibia mostrava o quanto ela estava feliz com o rumo das coisas, se fosse possível ela irradiaria luz de tanta felicidade, mas se tratando da deusa das trevas uma aura medonha se formava, uma aura que ao chegar no mundo mortal transmitiu sua alegria par todos os seus filhos.

 

 

*****************************************************

 

Depois que o ultimo relâmpago explodiu perto dela Isawa escondeu-se atrás de uma coluna, estava toda machucada e suas roupas fumegavam de tantos raios que já recebera, era completamente absurdo o treinamento ao qual estava se submetendo.

 

- “Dragão maldito!” – praguejou ela em pensamentos – “juro que ele está tentando me matar!”.

 

Enquanto se escondia ela observava atrás da coluna, seu professor que pairava perto do chão parecia animado por treiná-la, ou talvez fosse só uma desculpa pra torturá-la, ele carregava um belo tridente azul turquesa que liberava raios de suas três laminas perfurantes.

 

- Já disse que não adianta se esconder! – disse Shinmon olhando pro lugar exato onde ela se escondia – posso sentir sua presença perfeitamente.

 

Apesar da ordem ela continuou escondida, desde que começara esse treinamento Shinmon pegava pesado com ela, ele determinou que Isawa só descansaria quando conseguisse acerta-lhe um único golpe, infelizmente ele “esqueceu” de avisar Isawa que mesmo estando na forma humana ele era incrivelmente habilidoso e forte.

 

- Já que você não pretende sair daí...

 

Shinmon apontou sua mão para a coluna e uma carga elétrica se formou, Isawa em seus poucos momentos antes do raio ser disparado tinha que decidir se valia a pena continuar ali ou se era mais seguro correr e tentar desviar.

 

- “Que se dane! Vou continuar aqui mesmo” – pensou ela mantendo-se firme.

 

Shinmon disparou o raio contra a coluna que explodiu como se fosse feita de isopor, Isawa foi jogada longe com muitas escoriações e uma queimadura nas costas.

 

- Filho da puta... – disse ela tentando se levantar.

 

Antes que ela se levantasse Shinmon cravou o tridente na coxa dela até atravessar do outro lado, um berro de dor aguda saiu da boca dela e as lagrimas vieram ao rosto rapidamente.

 

- Eu ouvi isso – disse ele simplesmente.

- Minha... perna! – ela gritou sem conseguir conter a dor que sentia.

- Você é patética, como espera vencer uma guerra se não consegue sobreviver a um treinamento?

- Você furou minha perna seu maldito!!

- Seus inimigos farão pior! – avisou ele – esteja preparada pra ser arrebentada, furada, explodida, cortada... tudo o que podem usar contra você, acostume-se com a dor!

 

Ele puxou o tridente e um som denunciou que o osso da coxa estava partido, uma nova dor se misturou a anterior enquanto Isawa rastejava no chão.

 

- Francamente, mesmo tendo metade do sangue de um dragão e herdando a outra metade da humana mais arrogante que já conheci você é muito fraca!

 

Uma das mulheres que moravam naquele templo aproximou-se e olhou Isawa que rastejava no chão segurando a própria perna, depois disso encarou o dragão que apenas olhava aquela cena irritado.

 

- O que foi? Eu peguei leve dessa vez!

- Comparado a primeira vez pegou mesmo, mas esquece que ela não é o Zariesk, ela é a filha dele!

 

Ela se referia ao modo como ele a tratava, logo quando o treinamento começou a 12 horas essa já era a quinta vez que ele a feria de uma maneira brutal, se não fosse por ela sempre curando os ferimentos de Isawa a menina agora estaria morta.

 

- Trate de curar essa pirralha logo, voltamos ao treino daqui a meia hora.

 

A mulher nada disse, se ajoelhou ao lado de Isawa e colocando sua mão sobre o ferimento uma luz se formou e a dor começou a diminuir.

 

- Obrigada Leila-san – agradeceu Isawa com dificuldades.

- Você é muito obstinada, mas seu corpo tem limites sabia?

- Desculpe por lhe dar tanto trabalho – disse ela enquanto era tratada – essa é a quarta vez não é?

- É a quinta vez – respondeu Leila – você não lembra da primeira mas o seu corpo ficou coberto de queimadura de 3º grau, parecia um bife assado.

- Aquele maldito! Eu pensei que eu só tinha apagado depois daquele relâmpago!! – Isawa além de frustrada estava furiosa.

- Lorde Shinmon está descontando em você as vezes que o senhor Zariesk o vencia, pelo que me lembro de todas as disputas Zariesk saiu vencendo por uma luta, acho que a ultima vez foi antes de Daí-lung ser atacada.

 

Um pensamento triste tomou Isawa enquanto sua perna era tratada, ela nada sabia sobre seu pai, apesar de já ter mais consideração para com ele ela ainda não se sentia filha de um dragão, na verdade apesar de já ter desenvolvido um amor por sua mãe com a qual só falou uma vez ela ainda se sentia como uma estranha nessa família.

 

- Leila-san, você conheceu os meus pais?

- Só uma vez, eu os conheci a 18 anos atrás quando o lorde Shinmon foi me exibir pro senhor Zariesk, eu fui a sétima esposa que ele conseguiu – Leila parecia se divertir com tais lembranças.

- arrf! Como você agüenta isso? Ser esposa de um canalha que já tem um monte de mulheres!

- Comparado com minha antiga vida isso aqui é o paraíso – disse ela sorrindo – eu era uma escrava a venda num mercado, aconteceu de que o lorde Shinmon me viu e me comprou, disse que eu era a escrava mais linda que ele já viu.

- Desculpe, eu não queria fazê-la lembrar disso – disse Isawa sentida por não escolher bem as palavras.

- Não tem problema, as outras para mim são como irmãs, nós somos felizes aqui e tudo o que temos que fazer é retribuir essa felicidade ao lorde Shinmon, me sinto uma privilegiada em ser esposa de um dragão poderoso, e mãe de uma linda garota.

- Mãe?? Você tem uma filha com ele?? – perguntou Isawa assustada.

- Sim, vocês ainda não se viram, é uma garota de 14 anos, ela é meio-dragão assim como você.

 

Agora Isawa estava mais zangada ainda com o dragão, logo ele que tanto reclamou sobre Isawa ser uma mestiça tinha uma filha com uma humana, a hipocrisia de Shinmon estava lhe dando nos nervos.

 

- Eu juro que vou tirar aquele sorriso besta da cara dele da próxima vez! – disse Isawa com fogo nos olhos.

 

 

****************************************************

 

No reino do deserto o clima era tenso, as noticias de que um exercito de zumbis marchava por Houran alarmava a todos, temendo que esse exercito fosse usado pra conquistar todo o continente a cúpula dos oficiais se reuniam agora discutindo uma estratégia.

 

- É imprescindível que formemos uma força que possa competir com tal ameaça! – alertou o general do exercito do deserto.

- Quando enfrentamos Kyara ela só tinha 3.000 soldados a sua disposição, e mesmo assim isso custou a vida de metade das nossas força de ataque! Como espera enfrentar um exercito varias vezes maior que isso?

 

Um debate começou naquela mesa onde cada oficial tinha uma opinião diferente sobre como lidar com a situação, cada um tinha sua própria estratégia que apenas em sua própria opinião era infalível.

Além dos oficiais na mesa estavam presentes o próprio faraó, Menefer e o sumo-sacerdote do deus do sol, uma figura tão ilustre presente á mesa só fazia aumentar o nervosismo de todos.

- Ao invés de discutirem entre si vocês deveriam estar trabalhando unidos para resolver a crise – censurou o sacerdote – se a desunião afetar a liderança nem os soldados mais baixos seguirão essa cadeia de comando.

 

Raz-al-Ballin ou apenas Ballin era o clérigo mais importante de toda a ordem de Azgher, aquele que tinha voz de comando sobre todos os outros e seu poder entre eles era quase insuperável, sua autoridade no deserto era tanta que até mesmo o faraó lhe devia respeito, Ballin era conhecido por sua sabedoria, seu poder e seu carisma, apesar de que ninguém jamais vira seu rosto além de Azgher.

 

- Nos perdoe lorde Ballin, mas a situação piorou de uma hora pra outra e nos pegou de surpresa – disse um dos oficiais – não esperávamos que Tenebra formasse um exercito tão grande!

- Isso nem se compara com a batalha do alvorecer de 10.000 anos atrás! – disse ele como se tivesse lutado lá – naquele tempo o exercito demoníaco de Tenebra encurralou uma pequena facção do nosso exercito, eram quase 50 deles pra cada um dos nossos – Ballin contava a historia e muitos ali ficavam mais nervosos – nós perdemos aquela batalha, mas conseguimos impedir que o exercito de Tenebra se reunisse e atacasse a capital do nosso império.

 

A única pessoa naquela mesa que parecia inspirada por aquela historia era Menefer, talvez o sangue dos seus antepassados que corria em suas veias desejassem voltar a lutar em uma batalha como aquela.

 

- Se me permitir expressar minha opinião lorde Ballin – começou Menefer – eu acho que precisamos conseguir uma força maior da qual dispomos.

- Eu gostaria de ouvir sua idéia princesa – respondeu ele encantado com Menefer.

- Lutarmos sozinhos nessa batalha poderá nos custar muito mais que a vitória – começou ela – se perdemos o povo do continente terá que aceitar a sombra de Tenebra crescendo até eles, está na hora de pedirmos ajuda para aqueles que mais sofrerão se fomos derrotados.

- Está sugerindo que devemos pedir reforços dos outros paises? – perguntou o faraó.

- Eles temem as represálias de Tenebra caso se levantem contra ela – continuou Menefer – temos que mostrar que a luz de Azgher os protegerá, temos que nos fazer mais presentes naquela terra.

 

Todos os presentes encararam a princesa, ela era conhecida por ter um grande e generoso coração que não perdoava o mal e que lutaria pelos indefesos até o fim, com certeza será uma grande governante quando chegar sua hora, mas por enquanto ela era quase uma criança num mundo dos adultos.

 

- Se de cada cidade de Houran nós conseguimos pelo menos 100 soldados pra lutar em nome do seu povo formaremos uma força que no mínimo competirá com a abominação que Tenebra criou.

 

Unir vários povos sobre uma mesma bandeira e lutarem pela sua nação, esse era a idéia de Menefer, o problema é que seria mais do que difícil convencer esses lideres a cederem parte do seu exercito pra lutarem numa guerra da qual o resultado não se sabe.

 

- Como espera convencer os governantes a aceitarem seu plano princesa? – perguntou o sacerdote.

- Eu posso ser nossa embaixadora – disse ela animada por ter a confiança do sacerdote – se a princesa se mover pessoalmente para apelar a eles tenho certeza que nos darão ouvidos.

 

Admirados com a decisão da princesa todos eles apoiaram a idéia que Menefer teve, apenas o faraó nada disse.

 

- Qual a sua opinião meu caro Muhat? – perguntou Ballin – confiará em sua filha para tal missão?

 

O faraó levantou o olhar para sua filha que parecia apreensiva quanto a isso, não era segredo pra ninguém que a muito tempo o faraó perdera a confiança em sua filha, o que ela mais queria era provar ao seu pai que ainda podia ser de confiança, que ela podia proteger seu povo.

 

- Creio que não há motivos para não aceitar o plano da minha filha – disse o faraó – está autorizada a negociar por nós e será nossa embaixadora no continente.

 

A vontade de Menefer era de pular, gritar e abraçar seu pai, mas jamais poderia se portar dessa maneira diante de todos os oficiais do império e diante do sumo-sacerdote, ela resignou-se a curva-se diante de todos e agradecer o voto de confiança.

 

- Partirei o mais breve possível – avisou ela.

- Creio que seria adequado que a princesa levasse uma escolta – sugeriu um capitão – mesmo que nada aconteça nenhum governante terá confiança num membro da realeza que viaja sem uma comitiva.

- Compreendo sua preocupação capitão – disse ela – se me permitir eu escolherei um esquadrão para me acompanhar, já tenho em mente quem escolherei.

 

***********************************************

 

 

Um dos poucos momentos em que Isawa conseguia descansar desde que esse treinamento começou era a hora das refeições, na verdade eles só paravam por que Shinmon sentia fome e odiava fazer qualquer coisa de estomago vazio, ela aproveitava esse tempo pra se alimentar e descansar.

Ela e seus amigos estavam hospedados numa das varias casas que compunham a vila atrás do grande templo, a vila pertencia ao povo que morava ali antes da chegada do dragão, agora pertencia a mulheres dele e a ele próprio.

 

- Vocês nem me disseram que na primeira vez ele tinha me transformado em churrasco! – reclamou Isawa enquanto devorava um pernil.

- Achamos que era desnecessário dizer – Daneth ficou surpreso com o apetite dela.

- A pirralha aqui quase teve um ataque quando viu seu rosto em brasas – disse Vulthar olhando pra Karin.

- Eu só fiquei com medo – disse ela envergonhada – pensei que a nee-chan tinha morrido.

- Ela tem muita sorte, isso sim! – disse Fou que estava sentado no sofá – um humano não sobreviveria a isso.

- Ou talvez o Shinmon tenha se segurado – comentou Daneth – acho que até mesmo os dragões sentem pena de suas afilhadas.

- Que nada! Aquele ali quer acabar comigo! Eu só não dei uma chance ainda!

 

Isawa terminou sua refeição e juntou os pratos, quando ia levar até a pia sentiu uma fisgada na coxa que tinha sido ferida antes, ela mancou um pouco e depois se sentou numa cadeira.

 

- Mesmo que a carne e o osso tenham sido restaurados a energia física dessa parte não foram – examinou Daneth seriamente – se você forçar demais vai destruir seu próprio corpo.

- Você tem que saber seu próprio limite – avisou Fou – diferente de um dragão de verdade você não pode agüentar tanto assim.

- Minha princesa, se desejar eu posso treiná-la – disse Turok olhando-a com preocupação – esse treinamento ao qual se submete está muito acima do normal.

- Você nunca me atacaria com toda a sua força – disse ela – Yoriki-san disse que o único modo de atingir toda a minha força é colocando minha vida em jogo numa luta.

 

Yoriki era a mulher ruiva, a primeira esposa de Shinmon e segundo o que as outras disseram ela era uma guerreira habilidosa, não é de falar muito e até agora essas foram as únicas palavras que disse a Isawa, o que ela disse tem sentido: uma pessoa jamais alcançará o maximo do seu potencial se nunca precisar usa-lo, se tratando da força pra lutar Isawa só conseguiria lutando contra o oponente mais forte a sua disposição.

 

- Mesmo que isso seja verdade o Turok é forte o bastante pra forçá-la a lutar com tudo – disse Vulthar – por que se arriscar lutando contra uma das criaturas mais forte desse mundo?

- Você tem razão quando diz que o Turok-san seria mais que o bastante pra me treinar – disse ela séria – mas aquela criatura em especifico é a única que sabe quanta força eu posso ter, ele é o único que conheceu verdadeiramente o meu pai.

 

Isawa se levantou, sua perna não doía mais e ela parecia revitalizada, sorrindo para seus companheiros ela parecia novamente pronta para lutar.

 

- Eu agradeço a preocupação de vocês – disse ela antes de sair – se eu não tivesse encontrado vocês eu jamais chegaria tão longe.

 

Depois que ela saiu os outros se entreolharam, a algum tempo que eles já vinham pensando em algo, mas só agora estavam decididos a levar adiante.

Isawa caminhou até onde ela geralmente treinava com Shinmon, um templo que não ficou do seu agrado e que foi abandonado quando ele forçou os seus escravos a construir outro, lá encontrou seu mestre sentado sobre uma das pilastras que já foi destruída.

 

- Eu já estou pronta seu réptil sarnento!

 

Shinmon a encarou depois do insulto e num movimento rápido apontou o tridente pra ela, Isawa não saiu do lugar mesmo quando as três pontas da arma ficaram a milímetros do seu pescoço.

 

- Você nem mesmo piscou – avaliou ele – perdeu a noção do perigo ou está pronta pra morrer?

- Eu admito que você é muito forte – disse ela encarando-o firmemente – eu jamais seria capaz de derrota-lo, mas se eu sou mesmo metade do que meu pai já foi eu devo ser capaz de ao menos feri-lo.

 

Shinmon começou a gargalhar, o cabelo dele que geralmente era meio arrepiado ficou ouriçado por causa da eletricidade estática que se formou.

 

- Por que seu pai é tão importante pra você? Você não o conheceu não é?

- O pouco que eu sei dele é que antes de casar com minha mãe ele era tão maligno que matava pessoas por quase nada – disse ela desviando o olhar finalmente – uma coisa assim eu não consigo compreender e nem aceitar.

- Então por que é tão importante para você ficar forte como ele? Não é só para poder lutar nessa guerra não é?

- Eu quero ficar forte como ele para poder honrá-lo – disse ela – apesar de ser um monstro ele amava a minha mãe, e sacrificou a vida para proteger somente a ela e a mim, depois da injustiça que meus pais sofreram é o mínimo que posso fazer.

- Você já sabe a verdade por trás da destruição de Daí-lung? – perguntou Shinmon.

- Já fiquei sabendo – respondeu ela – e pelo jeito você também já sabia.

- Apesar de odiar o Zariesk ele era o mais próximo de um parceiro que eu já tive – disse Shinmon – a morte dele foi injusta, eu teria destruído aquele povo do deserto mas não tenho interesse em arranjar briga com Azgher.

- Eu farei isso! Eu vingarei minha família e retomarei aquilo que pertence ao meu povo!

 

Algo parecido com um sorriso se formou no rosto do Shinmon, ele parecia satisfeito com a resposta dela, então olhando pra uma outra coluna que só estava pela metade em pé ele parecia mais animado ainda.

 

- Você ouviu a vontade dela Yoriki! – gritou Shinmon para a coluna – vou deixar em suas mãos.

 

Assim que ele terminou de falar a mulher ruiva saiu de trás da coluna, com seu olhar sério que tanto intimidava Isawa, ela caminhou até os dois e ficou avaliando a jovem a sua frente.

 

- Pode me dizer o que está pensando? – perguntou ela confusa.

- Antes de aprender a usar seu poder dracônico você deve aprender a usar sua força humana – explicou Yoriki – eu vou treiná-la por um tempo, depois disso você volta a treinar com esse safado aqui.

 

Shinmon apenas sorriu diante do olhar dela, Isawa parecia mais confusa ainda.

 

- Mas existe alguma diferença entre esses dois poderes que você disse?

- Sempre que você é forçada ao limite seus poderes dracônicos tentam assumir o controle pra preservar sua vida – explicou Yoriki – mas se você for capaz de desenvolver uma força própria sem depender dos poderes de dragão a transformação se tornará ainda mais poderosa quando for realmente necessária.

 

- Então é assim que funciona? – perguntou Isawa alegre – se eu soubesse disso já vinha treinando a mais tempo!

- Não é tão fácil quanto parece – avisou Shinmon – chegar ao limite da sua força humana sem que seus instintos de sobrevivência lhe dominem é mais uma questão de força de vontade do que força física.

- Pra isso eu estou aqui, serei sua adversária por um bom tempo – disse Yoriki.

 

Yoriki retirou a grande toga que vestia, por baixo da roupa ela usava um conjunto de couro com uma armadura leve por cima.

 

- hunnn Quero você vestida assim quando formos dormir – pediu Shinmon de forma pervertida.

- Hoje é a noite da Sumili – avisou ela rapidamente – não vai querer deixá-la esperando.

 

Enquanto aquela cena dava enjôos a Isawa ela sentiu uma presença atrás dela, ao se virar viu todos os seus amigos reunidos.

 

- Será que antes de voltar ao treino pode nos dar um tempinho senhorita? – pediu Daneth – não vamos tomar muito dele.

- Claro! Vocês querem falar comigo?

 

Isawa foi até eles, não sabia do que se tratava e pela cara deles era algo sério.

 

- Já que você tomou a decisão de fazer tudo o que está ao seu alcance pelo bem do povo de Houran nos decidimos fazer o mesmo – começou Turok.

- O que isso significa? – perguntou ela preocupada.

- No meu caso eu vou procurar todos aqueles que eram leais à rainha Kyara – continuou Turok – vou reuni-los para que possam ajudá-la na batalha.

- Antes mesmo que a batalha comece eu tentarei convencer os governantes das cidades de Houran a aceita-la – explicou Daneth – se os habitantes do país ficarem do seu lado será mais fácil recuperar o controle depois que a guerra terminar.

- Então vocês vão embora? – perguntou ela triste imaginado-se sozinha.

- Só por um tempo, voltaremos muito antes da batalha começar.

- Eu jurei que jamais a abandonaria minha princesa – avisou Turok se ajoelhando – mas preciso fazer pela minha princesa o mesmo que ela faz pelo meu povo.

- Além disso eu ficarei por aqui mesmo – disse Karin sorrindo – mas eu também farei a minha parte: vou aprender magia com a senhora Kaliope, já que ela é um demônio pode me ensinar a usar minha magia.

 

Kaliope era outra das esposas de Shinmon, a única que de longe não era nada humana, pois ela era um demônio de verdade nascida no inferno, era a que possuía mais poderes mágicos entre as 8 e logo que viu Karin percebeu a ligação dela com a raça abissal.

 

- Então acho que só posso desejar boa sorte a todos vocês – disse Isawa quase chorando comovida com a boa vontade deles em ajudá-la.

 

Mas de repente ela se lembrou de mais alguém, alguém que estava atrás do outros e não parecia nada interessado em despedidas.

 

- Você também vai a algum lugar Fou-kun? – perguntou Isawa ao ficar diante dele.

- Eu não vou a lugar algum, não tenho nada pra fazer lá fora! – disse ele tentando se fingir de sério – mas se quer mesmo minha ajuda posso ensiná-la a voar quando aprender a controlar suas asas.

 

Por algum motivo que todos já desconfiavam Isawa deu um abraço nele, era obvio que estava surgindo um clima entre aqueles dois, embora fosse um casal no mínimo estranho dava pra dizer que eles combinavam.

 

- Se pretendem deixar a montanha falem com Kaliope, ela pode usar a magia dela pra mandá-los lá pra baixo instantaneamente.

- Que pratico! Já estava começando a imaginar como faríamos pra descer a montanha – disse Daneth sorrindo.

- Eu desceria mesmo que tivesse que desafiar todos os relâmpagos do céu! – gritou Turok como se quisesse provar sua valentia.

- Boa sorte, prefiro o atalho – brincou Daneth.

- Você também vai embora vulthar? De você eu não vou sentir falta.

- E perder a chance de vê-la se fuder todos os dias? Nem pensar!!

- Falando em se fuder vamos logo começar seu treino mocinha – disse Yoriki puxando-a pelo colarinho – eu não vou dar mole pra você!

- Tchau pessoal, vejo vocês em breve! – gritou Isawa enquanto era arrastada pela outra.

 

Todos acenaram pra ela, mesmo Karin que ficaria por perto provavelmente teria poucos momentos com sua irmã, os outros não sabiam quanto tempo permaneceriam longe, mas não voltaria de mãos abanando, deviam isso a ela que tanto suportava dor e sofrimento para se tornar alguém melhor.

 

 

Continua.


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Notas finais do capítulo

bem, ai está o cap, o que acharam dele? sejam sinceros por favor!
os amigos d isawa terão mais participação, prometo isso a voces, além disso o treinamento dela vai ser mostrado, é só uma questão de tempo até eu planejar direitinho ^^
um aviso para o shinmon: não ouse me cobrar um hentai! farei quando eu tiver inspirado/possuido novamente!