Entre a Luz e a Escuridão escrita por zariesk


Capítulo 22
Capítulo 19 - Um novo Encontro.


Notas iniciais do capítulo

esse capitulo pode parecer meio estranho e confuso, mas as razões dos acontecimentos serão explicados futuramente.
tambem explicarei o que aconteceu no pulo do tempo que eu dei.
e no final desse capitulo tambem darei uma explicação de como funciona o governo nesse tipo de mundo, assim alguns detalhes podem ser melhor compreendidos.



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3 meses depois....


 


 


O tempo parece ser o meio mais eficaz de se apagar algo, quando a noticia da guerra se espalhou pelo país muitas pessoas ficaram nervosas, agindo precipitadamente alguns governantes mobilizaram seus exércitos com a tola idéia de se anteciparem ao “conflito eminente” e tirarem vantagem do caos que se iniciaria com a batalha, disputas políticas já quebravam a harmonia do país, criminosos tiravam proveito e monstros corriam soltos.


Mas os três meses que se passaram entre o dia do anuncio da guerra e os dias atuais serviram pra amenizar tais problemas, hoje algumas pessoas até duvidam que tal batalha ocorrerá daqui a mais 9 meses e voltaram as suas atividades normais.


Porém o mesmo não podia ser dito da ordem de Azgher e o povo do deserto, estes pelo contrario estavam a cada dia que se passava mais ativos e ocupados com preparativos.


 


- Estamos quase chegando princesa – avisou Naziah ao avistar o objetivo da comitiva: uma das 8 maiores cidades desse país.


- Espero que o regente daqui seja tão compreensivo quanto os outros 3 – disse Menefer esperançosa.


 


Menefer já viajava a muito tempo com sua comitiva, ela escolhera pra lhe acompanhar o mesmo grupo que ela salvara do dragão do deserto, agradecidos e honrados eles a seguiram sem pestanejar, Naziah foi nomeado capitão do esquadrão responsável por proteger e auxiliar a princesa, ela e seus 18 cavaleiros já visitaram 3 capitais e de seus regentes conseguiram ótimos acordos e apoio durante a guerra, um desses regentes inclusive ofereceu metade da sua cavalaria pra lutar na batalha.


Agora eles finalmente chegavam a quarta cidade, as informações que receberam diziam que essa cidade ficaram totalmente de fora da ultima batalha mesmo sendo o reino mais próximo de Daí-lung, também era o único reino a preservar totalmente seu modo de vida mesmo após a queda da rainha Kyara, a comitiva podia observar muito bem como era a cidade enquanto percorriam sua rua principal em direção ao palácio do regente.


 


- Olhem pra eles, ainda cultuam Tenebra nessa cidade! – reclamou um dos soldados ao avistar um templo de Tenebra dentro da cidade.


- Não viemos aqui para tirar satisfações – advertiu Menefer – viemos aqui justamente para oferecer nossa luz e ajuda-los a se salvarem.


 


A comitiva finalmente chegara ao palácio, não parecia tão grande e majestoso como os outros, algo que indicava modéstia por parte do regente, gentilmente abordados pela guarda do palácio eles explicaram sua missão diplomática e foram recebidos pelo regente, os soldados aguardaram do lado de fora enquanto Naziah e Dalap acompanhavam a princesa.


 


- Sou grata pela sua recepção regente de Yogo – cumprimentou Menefer se ajoelhando diante do homem sentado no trono.


 


O regente era um homem de barba bem cortada e cabelos alinhados, não usava os costumeiros trajes nobres mas estava muito bem vestido, não usava nenhuma coroa mas em seu peito preso como um pingente estava uma jóia negra em formato de flor que era o símbolo desse reino.


 


- Princesa do deserto, em questão de nobreza você é muito mais nobre que eu – disse o regente – esqueça as formalidades banais e me trate pelo meu nome: Asako.


 


O regente fez um sinal para que dois servos trouxessem cadeiras para os visitantes, assim que os dois se acomodaram de frente para o regente o assunto foi tomado.


 


- Senhor Asako, como deve saber uma guerra terá inicio daqui a 9 meses – começou Menefer educadamente – e as forças sombrias já se reuniram completamente.


- Estou ciente do exercito que a deusa Tenebra ergueu, 12.000 zumbis se reuniram em Daí-lung, e provavelmente antes da guerra começar Tenebra mostrará seu verdadeiro poder convocando seus monstros mais terríveis.


- Somos a única força contra tamanha escuridão, mas não poderemos vencer se lutarmos sozinhos – explicou a princesa – então humildemente eu vim pedir auxilio aos regentes desse reino para que nos emprestem suas forças e juntos possamos vencer.


- Eu imaginei que seria isso, posso perguntar se já obtiveram sucesso nessa empreitada? – perguntou o regente.


- Três regentes concordaram em nos prestar apoio – respondeu Naziah – esse é o quarto reino que visitamos.


- Acredito que vocês conseguirão o apoio dos outros regentes também, eles desejam mais que tudo manter o poder que conseguiram e pra eles a chegada da herdeira é uma ameaça.


- Qualquer ajuda que puder nos prestar será bem vinda – suplicou Menefer – jamais pediria que se sacrificasse numa época turbulenta mas é vital que aceite nossa proposta.


- E o que seu reino tem a oferecer jovem princesa? – perguntou Asako.


- Em nome do faraó eu estou autorizada a assinar um tratado de cooperação mutua – disse ela mostrando o pergaminho com o selo de Azgher – jurando que em qualquer época ou situação o povo do deserto apoiará aqueles que lhe emprestaram sua força nessa guerra.


 


O regente pareceu ponderar sobre o assunto por um tempo enquanto examinava cuidadosamente o pergaminho oferecido pela princesa, Menefer estava ansiosa e não escondia isso mesmo quando seu rosto estava protegido pelo véu, por outro lado o regente parecia muito seguro de si e não demorou a dar sua resposta.


 


- De fato é uma oferta generosa princesa, mas em nome do meu povo recusarei sua proposta.


- Mas senhor! Isso não é um pouco precipitado de vossa parte? – disse naziah um pouco exaltado.


- Acalme-se Naziah – pediu Menefer tentando controlar o próprio nervosismo além do dele – senhor Asako, poderia nos explicar o que há de errado em nossa proposta? Se há algum termo que não concorda podemos negociar.


- Não são os seus termos que estão errados – explicou ele – compreendo perfeitamente o desejo de vocês e aceitaria sua oferta em outra situação, mas não mobilizarei meu povo nessa guerra, principalmente contra a herdeira de Kyara.


- Então não nos ajudará por lealdade a antiga rainha? – perguntou Menefer – mas você estará colocando em risco o futuro do seu povo!


- Princesa, me desculpe a ousadia mas posso perguntar quantos anos você tem?


- Tenho 22 anos – respondeu ela sem problema algum – pareço mais jovem devido ao meu sangue celestial herdado da minha mãe.


- Mesmo assim você não tinha nascido ainda quando Kyara reinava, gostaria de saber como ela era? – perguntou o regente.


 


Menefer expressou que estava interessada na historia que o regente lhe contaria, ela nunca ouvira nenhuma outra historia além daquela em que Kyara usava todo tipo de truque sujo e covarde pra tomar o poder do país para si mesma, ela jamais compreendeu como uma mulher igual a Kyara podia ser amada pelo seu povo.


 


- É verdade tudo o que você provavelmente sabe sobre como Kyara conseguiu chegar ao poder – começou ele – nunca houve uma mulher mais ambiciosa e gananciosa por poder como ela.


- Então como pode sustentar uma lealdade para com uma rainha assim? – questionou Naziah.


- Por que ela cobiçava poder não para si mesma, ela cobiçava poder para mudar esse país que estava afundando cada vez mais – respondeu Asako sem duvidas.


 


Menefer, Naziah e Dalap ficaram surpresos com tal afirmação, jamais ouviram falar de alguém que usasse qualquer meio incluindo traições e assassinatos tendo em mente o bem do seu povo.


 


- Explicar toda a historia do nosso reino levaria tempo demais – disse Asako – mas lhe contarei como eu me tornei regente e como conheci Kyara.


 


Os três nem pensavam em interrompê-lo, então o regente contou sua historia.


 


- A 30 anos atrás esse reino era governado por outro regente, um regente tirano e corrupto que não pensava em mais nada além de si mesmo – começou ele – e eu era um simples funcionário a serviço da realeza, uma pessoa quase sem importância alguma.


- Que grande mudança! – disse Dalap brincando – de empregado passou a regente!


 


Quando Menefer puniu sua serva com um cascudo ela pediu gentilmente que o regente continuasse a historia.


 


- Eu assim como quase toda a população estava inconformado com a corrupção desse reino, escrevi uma carta e envie para Daí-lung na esperança de que nossa situação chegasse aos ouvidos da rainha.


- E chegaram? – perguntou Naziah.


- Sendo uma rainha era perfeitamente natural que ela não prestasse atenção em assuntos menores assim – explicou Asako – eu já ficaria satisfeito se um único fiscal fosse enviado para averiguar a denuncia, mas ela não fez isso.


- Ela abandonou vocês? – perguntou Dalap revoltada.


- Ao contrario, ela sem aviso algum veio pessoalmente ao nosso reino – disse ele com uma expressão que revelava nostalgia – vocês precisavam ver a cara de todos os nobres quando ela chegou, eles pareciam ter perdido a alma ao vislumbrarem ela!


O regente riu um pouco como se realmente tivesse re-lembrado a cena, recuperando a compostura ele continuou a historia.


 


- Durante 3 longos dias ela inspecionou e fiscalizou pessoalmente tudo envolvendo o governo do antigo regente, os nobres fizeram de tudo ao seu alcance para esconder todos os traços da corrupção, mas Kyara tendo vivido em meio a isso e ela mesma tendo usado esses artifícios não foi enganada por nenhum truque deles, no final ela descobriu tudo.


- Suponho que foi ai que tudo mudou não é? – comentou Menefer.


- Uma das coisas que Kyara mais odiava era aqueles que usavam o poder que tinham pra manipular e explorar os mais fracos, ela levou toda a família do regente e ele mesmo a praça central e enviou todos para o inferno, literalmente, pois ela abriu um portal e os demônios vieram buscar a todos sem exceção, não poupou nem mesmo os jovens da família.


- Isso já é demais mesmo para uma punição! – reclamou Naziah.


- Não quando toda a sua família é corrupta e apóia o que faz – explicou o regente – até mesmo os jovens da família tinham participação nisso.


- Você está tentando me convencer que Kyara é uma boa rainha não é? – perguntou Menefer – eu até acredito, mas isso não justifica tudo o que ela fez.


- Depois de depor a família do regente do poder ela nomeou muitas pessoas para novos cargos, ela perguntou quem tinha enviado a denuncia e eu humildemente me apresentei, não esperava recompensas mas queria mostrar que eu era uma pessoa comum que se preocupava com o povo.


- Então ela te nomeou como novo regente? – perguntou Naziah.


- Eu jamais esperaria por isso – respondeu ele – fiquei nervoso e disse que jamais saberia governar, ela sorriu para mim e me disse algo que eu nunca esquecerei.


- O que seria? – perguntou Menefer curiosa.


 


O regente olhou seu pingente, nesse momento ele parecia sentir saudades daquele tempo.


 


- Ela me disse que eu deveria governar da mesma forma como eu gostaria de ser governado, e que eu não devia lealdade a ela e sim aos meus princípios e objetivos.


 


Menefer e Naziah se entreolharam, eles nunca imaginariam que Kyara pudesse ser assim tão nobre, jamais ouviram historias boas dela e até hoje faziam dela uma tirana inescrupulosa.


 


- Ela me deu esse pingente da lótus negra – continuou Asako – símbolo de confiança dela e que eu tinha total poder pra fazer as leis desse reino, eu decidi que as leis seriam voltadas pra priorizar o povo antes do próprio reino.


 


Menefer finalmente entendeu por que Isawa se esforçava tanto pra recuperar seu reino, o sentimento de Kyara era idêntico ao que Menefer sentia e agora ela compreendia perfeitamente, ao seus olhos a guerra já não parecia tão justa, mas mesmo assim de forma igual ao que Kyara fez ela devia priorizar seus povo antes dos seus ideais.


 


- Você não se unirá a nós contra Isawa por que espera que ela seja como a mãe não é? – questionou Menefer.


- Quando Daí-lung foi atacada eu pensei em enviar todo o meu exercito para ajudá-la – revelou Asako – mas eu tive que repensar isso quando vi que mesmo com minha ajuda a queda do império era inevitável, escolhi não tomar partido na guerra pra não atrair a ira dos vencedores, meu povo não podia sofrer por causa da minha lealdade para com Kyara, mas se a sua filha for tão nobre quanto a mãe estenderei minha mão a ela sem hesitar.


- Eu compreendo – disse Menefer se levantando – a guerra é inevitável, mas se todos fossem como você o mundo seria melhor.


- Eu lhe pedirei algo princesa, sei que deve ser impossível atender ao meu desejo mas eu espero que poupe Isawa, se ela tiver o mesmo coração da mãe ela deve governar esse reino com certeza.


- Só posso lhe prometer que serei justa, e se for inevitável que nos enfrentemos então que a justiça fique do lado certo.


 


Menefer e sua comitiva deixaram o reino, pode ser que não tivessem obtido sucesso em conseguir mais um aliado, mas esse encontro teve muito mais significado para Menefer que finalmente começou a entender como a vida era fora dos palácios de ouro do seu próprio reino.


 


 


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O tempo é a melhor ferramenta para talhar as pessoas, uma coisa é você visualizar a jornada outra coisa é percorrer a estrada que leva a essa jornada e agora Isawa trilhava essa estrada com muita dedicação, pois a primeira parte do seu treinamento estava quase completa, agora enquanto faltava pouco pro sol se pôr ela observava o resultado da sua ultima luta.


 


- Você podia ter me dito que essa coisa disparava os ferrões – reclamou Isawa enquanto removia do seu ventre um ferrão do tamanho de uma faca disparado pelo monstro.


- Você tem que aprender a lidar com surpresas – aconselhou Yoriki enquanto a observava matar uma manticora.


 


Manticoras são monstros horríveis, seu corpo é de um leão, sua cabeça é humana envolta na juba desgrenhada, tem asas de morcego e uma longa cauda de escorpião, uma abominação assim não nada fácil de matar mas Isawa depois de uma rápida batalha conseguiu abater o monstro, sua força já se desenvolvera ao limite e sua habilidade com a espada estava quase perfeita.


 


- Estou satisfeita com seu progresso Isawa – disse Yoriki – você conseguiu em três meses alcançar a sua força máxima como humana, eu esperava que levasse uns 5 meses pra conseguir isso.


- Você diz força humana mas eu consigo fazer coisas que nenhum humano conseguiria, sou muito mais forte, mais rápida e resistente e me curo de ferimentos em um dia, esse ferimento na minha barriga já vai estar curado até amanhã.


 


Yoriki se aproximou de Isawa que estava de costas para ela, colocando as mãos em seus ombros ela começou a explicar.


 


- É verdade que você é só metade humana, e que a outra metade lhe da grandes poderes – começou ela – mas nesse mundo existem humanos que são muito mais fortes do que você pode imaginar, você alcançou o maximo que essa força pode lhe dar, mas ainda vai aprender a usar sua verdadeira força que nasce da mistura das duas.


- Obrigada Yoriki-san, na verdade eu te acho muito forte mesmo sendo só humana.


- Pra falar a verdade eu não sou totalmente humana – disse ela sorrindo – sou metade elfa e tenho mais de 70 anos, por isso sou tão habilidosa.


- 70 anos? Com cara de uns 25? Impressionante!


- Pareço ter 25? Shinmon vive dizendo que tenho 20, aquele bajulador!


 


Elas vestiram suas capas de viajem, colocaram as mochilas com os pertences nas costas e seguiram viajem. Enquanto as duas saiam andando da floresta onde encontraram a manticora elas começaram a conversar, Isawa nesses três meses não descobriu praticamente nada sobre Yoriki, apenas que ela era uma guerreira e que em algum momento de sua vida se casou com Shinmon, mas ela não entendia o que uma mulher podia ver num monstro como aquele.


 


- Yoriki-san, como você conheceu o Shinmon? Eu ainda não consigo entender como uma mulher pode se apaixonar por uma criatura tão diferente.


 


As duas começaram a andar, Yoriki não deu sinais de que ia responder a pergunta e Isawa não perguntaria novamente, mas depois de algum tempo ela voltou a falar.


 


- Eu o conheci quando fui contratada para matá-lo – começou ela – eu era matadora de dragões, na verdade ele era minha terceira presa, minha primeira foi uma criatura aparentada com dragões e a segunda foi um dragão branco dos pequenos.


- Por essa eu não esperava! – disse Isawa surpresa com a revelação – e como foi que deu nisso?


- Você quer mesmo saber? Não é uma historia bonita, ou pelo menos eu acho que não é.


- Só se você se sentir bem em contar, não quero que me conte algo que não quer lembrar.


 


Yoriki deu mais uma pausa antes de falar, Isawa começou a achar que isso era um meio de lembrar direito dos detalhes já que provavelmente é uma historia antiga.


 


- Fui contratada pra matar o Shinmon depois que ele destruiu uma aldeia, os sobreviventes queriam vingança e ouviram falar de mim – contou ela – depois de 3 dias seguindo o rastro do dragão eu finalmente encontrei seu covil temporário.


- E o que aconteceu depois?


- Eu o desafiei pra uma luta é claro, eu acreditava que a única diferença entre um dragão pequeno e um grandão era só a força física – explicou Yoriki – mas quanto mais um dragão cresce e envelhece mais poderoso ele se torna, foi a primeira vez que enfrentei um dragão com poderes mágicos e que tinha um sopro de raios tão potente.


- Então você perdeu a luta? Sendo esse o seu trabalho imagino que deva ser humilhante.


- A minha humilhação só começou depois da derrota – disse ela com a voz baixa – após me derrotar ele assumiu a forma humana e me estrupou, me deixou viver apenas para que eu “saboreasse” a sensação.


 


Quando ouviu isso Isawa travou e não deu um passo sequer, Yoriki que estava andando na frente parou também e a encarou, a garota parecia perplexa, revoltada e triste.


- Não me olhe assim até terminar de ouvir tudo – sugeriu Yoriki.


- Desculpe... eu não fazia idéia de que isso tinha acontecido, eu jamais deveria ter perguntado algo tão particular.


- Não precisa sentir pena de mim, apenas continue ouvindo.


 


Yoriki voltou a andar, Isawa então voltou a segui-la, ao longe dava pra ver as luzes de uma pequena cidade, era pra lá que as duas iam descansar e comer.


 


- Depois disso eu voltei para as pessoas que me contrataram, devolvi o dinheiro e jurei que mataria o dragão ou morreria tentando, eu passei a caçá-lo, apenas ele e somente ele para recuperar minha honra, quando eu o encontrei pela segunda vez ele riu, disse que eu tinha voltado por que tinha gostado da primeira vez, voltamos a lutar e ele mais uma vez me venceu e tomou o meu corpo como premio mais uma vez.


- Ele fez isso... uma segunda vez?


- 8 vezes pra ser mais exato – disse Yoriki quase rindo – depois da terceira vez eu decidi que minha honra já não tinha significado algum, só a vingança, enquanto eu fosse incapaz de matá-lo eu seria só o seu brinquedo, então depois da terceira vez eu me entregava a ele voluntariamente e não resistia, acreditava que era uma punição adequada pela minha fraqueza.


 


Yoriki olhou pra trás e viu que a expressão de Isawa dizia algo como “isso só pode ser brincadeira!”, qualquer sentimento de pena que Isawa sentia foi substituído por incredulidade diante de uma situação tão maluca.


 


- No meu mundo a maioria das mulheres que são estrupadas jamais se recuperam do trauma – disse Isawa – você é a primeira que eu vejo que corre atrás do estrupador pra repetir!


 


Yoriki gargalhou pela primeira vez desde que começou a treinar Isawa, a relação das duas era só de mestre e aluna, mas agora elas pareciam amigas de verdade.


 


- Dediquei 11 anos da minha vida a isso – continuou ela – eu já não conseguia ver objetivo nenhum na minha vida além de perseguir Shinmon e mata-lo, ele por sua vez tomou isso como um passatempo pessoal e fugia de mim propositalmente sempre dificultando mas deixando pistas para que eu o encontrasse, ele chegava a atacar aldeias apenas para avisar que estava por perto, e eu o perseguia sem sequer dar bola pra quem morria por causa disso.


- Esse é o joguinho sexual mais doido do universo! – disse Isawa incrédula – você tomou gosto por isso também! Admita!


- Infelizmente sim – revelou ela – na oitava vez quando eu o encontrei ele disse “por que não pulamos a parte chata e vamos pro que realmente interessa?” quando dei por mim já estava transando com ele antes mesmo de lutar, percebi que perdi de vez naquele momento.


 


Isawa não agüentou e começou a gargalhar, a historia que começou da maneira mais trágica de todas no final se tornou o romance mais inusitado do mundo, era impressionante como as coisas nesse mundo podiam ser tão diferentes do que ela estava acostumada em seu mundo adotivo.


 


- Os dragões são diferentes dos outros monstros justamente por que eles vêem os humanos como algo interessante, o simples fato deles poderem mudar pra uma forma humana já mostra que eles são capazes de viver como nós, seja eu ou Kyara nós nos apaixonamos pelos homens que eles podiam ser e não pelas feras que eles eram.


- Acho que agora eu entendo como minha mãe se apaixonou pelo Zariesk – comentou Isawa – ela viu nele um homem e não um monstro, alguém igual a ela com quem podia dividir sua vida.


 


A conversa entre a duas serviu para não notarem a distancia que percorreram, quando se deram conta estava na entrada da cidade, depois de pagarem o pedágio (abusivo por sinal) elas percorreram as ruas, Isawa olhava aquele aglomerado de gente com um certo desprezo, ela não sabia mas estava se tornando menos afetiva com as pessoas como se ela já não se sentisse parte da raça humana, ou talvez fosse só esse tipo de humano que a irritava e incomodava.


 


- Essas pessoas parecem tão patéticas, elas vivem suas vidas sem ligar pra mais nada, só pensam em si mesmas e nem se incomodam mais em esconder isso.


- Você ainda consegue lutar por essas pessoas? – perguntou Yoriki – a maioria deles nem merecem o seu esforço.


- Lutarei pra restaurar o que minha mãe morreu protegendo – respondeu Isawa – que mereçam ou não eu farei desse país um lugar do qual ela possa se orgulhar novamente.


 


A motivação de Isawa não era só isso, ela lutava pra que todos aqueles que tinham esperança nela pudesse sorrir novamente, aqueles que uma vez viveram pacificamente nesse país e que hoje só sobrevivem se curvando aos novos “donos” dessa terra, e pensando sobre isso ela viu uma nova prova de que a humanidade não prestava, uma pequena licantropa do tipo gato vinha correndo fugindo de um grupo de homens enfurecidos, ela trazia algo dentro de uma sacola fortemente abraçada contra o peito, corria gritando e chorando e nem se deu conta quando Isawa a segurou e a colocou atrás de si, ela agora tremia sem saber se sairia dessa com vida enquanto Isawa apenas encarava os 6 homens que quase rosnavam de raiva, enquanto isso Yoriki observava mais atrás.


 


- Qual o motivo de perseguirem uma menina desse jeito? – perguntou Isawa sem se abalar com a situação.


- Ela é uma ladra! – esbravejou o que vinha na frente – roubou minha loja e fugiu!!


 


Isawa olhou para a menina que só tinha lagrimas nos olhos, com delicadeza ela olhou o conteúdo da sacola e se revoltou mais ainda.


 


- São só três pães! Vocês querem linchar a menina apenas por isso?! – ela dizia isso por que viu que todos carregavam pedaços de pau feito porretes.


- Roubo é roubo! Não importa o que seja, essa é a lei da nossa cidade! – reclamou outro homem do grupo.


 


Isawa olhou aquele bando com um desgosto terrível, nessas horas é que ela se sentia feliz por não ser inteiramente humana, nessas horas ela entendia que os monstros não escondiam o que eram sobre uma fachada, eram cruéis naturalmente e se orgulhavam disso, em relação a isso eles tinham mais orgulho que os humanos que se fingiam de bons quando era conveniente.


Mas Isawa não estava disposta a brigar, não queria violar a lei e dar motivos pra ser caçada novamente, limitou-se a tirar do bolso uma moeda de prata e jogou para o dono da padaria.


 


- Se o problema é o roubo eu pago por ela – disse Isawa – ai deve ter 10 vezes mais que o valor dos pães, pegue e esqueça isso.


- Acha que vou ficar satisfeito só com isso? – reclamou ele mesmo depois de pegar a moeda – essa peste tem que apanhar muito, e você tem que apanhar também pra não defender criminosos!!!


- Ouse encostar um dedo em mim ou nessa menina e eu rasgarei sua garganta com os dentes! – avisou Isawa.


 


Como se nem tivesse prestado atenção no aviso o homem deu uma bela paulada na cara de Isawa que virou o rosto com a força do golpe, um marca com o formato do pau se formou no rosto dela, mas os homens perceberam que tinham mexido com a pessoa errada quando ela se transformou parcialmente e pulou em cima do homem que lhe batera, cumprindo o aviso que tinha dado ela logo mordeu o pescoço dele e puxando com força rasgou a carne espirrando sangue pra todo lado, o homem que a batera caiu morto no chão se engasgando com o próprio sangue que borbulhava do ferimento.


 


- FUJAM!!!! ELA É UM DEMONIO!!!!!! – gritaram os outros fugindo desesperadamente.


 


Enquanto Isawa voltava a forma humana a rua já estava vazia, diante daquela cena ninguém se arriscou a comprovar se ela era ou não um demônio, além dela as únicas pessoas que ficaram era Yoriki e a menina.


 


- Quando você disse aquilo eu pensei que era só força de expressão – disse Yoriki se aproximando – não pensei que faria exatamente o que tinha dito!


- Acha que fiz errado? – perguntou ela.


- De forma alguma, eu provavelmente teria matado ele e os outros, mas da próxima vez limite-se a não dar uma de “besta selvagem”.


- Estou cansada de ser misericordiosa com gente que não respeita a vida nem de uma garotinha – revelou Isawa – eu decidi que quanto mais uma pessoa se mostrar um monstro por dentro mais eu deixarei que meu monstro interior se divirta matando-o, mas só farei isso com aqueles que merecem, pessoas como ela eu protegerei até o fim.


 


Isawa disse isso olhando a menina que ainda não acreditava no que tinha acontecido, ela estava assustada com Isawa mas tinha muito mais medo do povo dessa cidade do que qualquer monstro.


 


- Você está bem pequena? – perguntou Isawa para a menina – você tem família aqui?


- Eu estou sozinha – respondeu a menina timidamente – eu só peguei os pães por que estava com muita fome moça.


- Eu entendo você, se eles fossem humanos mesmo teria lhe dado um pão, e não lhe perseguido pra matar.


- O que vai fazer Isawa? Vai adotá-la também? – perguntou Yoriki lembrando da historia que ouviu sobre a pequena feiticeira que acompanhava Isawa.


- Eu até poderia fazer isso, talvez depois da guerra eu volte para buscá-la – disse Isawa sorrindo – mas no momento só vou cuidar dela te chegarmos em outro lugar.


- Vamos procurar uma pousada – sugeriu Yoriki – de preferência uma do outro lado da cidade onde ninguém te viu arrancando o pescoço dele com os dentes, e faça o favor de tirar o sangue da boca, ta parecendo uma vampira que comeu apressadamente!


 


Isawa sorriu envergonhada e usou um pano pra limpar a boca ensopada de sangue, pegando a mão da menina gato elas foram mesmo até o outro lado da cidade, a noticia de que uma mulher demônio estava na vila já tinha chegado ali, mas o dono da pousada ao vê-la não teve coragem nem de lhe dirigir a palavra, quanto mais impedi-la de ir a um quarto logo após deixar um dinheiro sobre o balcão vazio.


 


 


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Menefer e sua comitiva já tinham deixado a grande cidade de Yogo e agora viajavam pela estrada, mesmo que a negociação tenha falhado o regente foi muito gentil e lhe deu mantimentos, mesmo assim como os clérigos de Azgher nunca viajavam a noite antes do sol se pôr eles pararam na cidade mais próxima dispostos a descansarem o resto da noite, após cruzarem os portões todos estranharam as ruas vazias, o guarda do portão disse que uma mulher demônio tinha entrado na cidade e matado um homem, mesmo que tenham achado a historia meio absurda a comitiva foi até um estábulo guardar os cavalos e investigar o ocorrido.


 


- Uma mulher demônio entra calmamente numa cidade e sem motivo algum ela se revela e mata um homem? – questionou Naziah diante da historia contada por uma mulher – e depois disso tudo vai para uma pousada e se esconde lá?


- De fato tem um homem morto a um bairro de distancia daqui – revelou um dos soldados – tem uma bela marca de dentada no pescoço, seja lá o que aconteceu essa mulher demônio devia ta com muita raiva!


- Já que estamos aqui vamos dar um jeito nessa mulher demônio e depois vamos descansar – disse Menefer.


- Louvado seja Azgher por enviá-los em nosso socorro! – agradeceu a mulher.


 


Depois que foram guiados até a pousada o grupo montou um pequeno cerco ao lugar, Menefer e mais 6 soldados estavam prontos pra entrar quando viram que alguém estava saindo, depois de saberem que a pousada estava completamente vazia logo concluíram se tratar do demônio que tanto apavorou essa gente, mas Menefer ficou pálida quando visualizou o rosto de quem aparecera, era ninguém menos que sua melhor amiga e sua pior inimiga: Isawa.


 


- Você...aqui? – perguntou Menefer espantada.


- Você a conhece princesa? – perguntou Naziah que ainda não tinha noção de quem era aquela jovem.


- Essa é a Isawa! – avisou Dalap apressadamente.


 


Quando o nome foi pronunciado os soldados logo cercaram Isawa e apontaram suas lanças para ela, Isawa por outro lado não se moveu um milímetro, permaneceu calma como se soubesse o que aconteceria depois.


 


- Não ousem! – ordenou Menefer – baixem suas lanças!


- Mas princesa! Essa é a maior inimiga do nosso reino! – questionou um soldado confuso – podemos acabar com ela aqui mesmo antes da guerra começar!


- Isso seria uma violação do pacto! – avisou a princesa – mesmo que pudéssemos matá-la agora aqueles zumbis que infestaram Daí-lung atacariam todas as cidades e ainda não é possível detê-los!


 


Diante da verdade inegável os soldados tiveram que se conformar e baixaram suas lanças, quando Tenebra criou essa maldição ela previu que talvez Azgher ou seus seguidores não respeitassem o pacto, por isso os zumbis estavam lá como uma espécie de garantia e um lembrete do que aconteceria caso alguém bancasse o espertinho antes do tempo.


 


- Será que nosso encontro aqui foi coincidência ou algum deus achou engraçado fazer isso? – questionou Isawa com um sorriso cínico incomum na cara.


 


Menefer caminhou até ela calmamente, os soldados ficaram preocupados e mantiveram atenção redobrada contra qualquer movimento suspeito.


 


- Você está bem diferente Isawa, o que aconteceu com você? – perguntou Menefer após ficar só a um metro de distancia.


- Mesmo de forma resumida contar tudo o que aconteceu nesses três meses levaria a noite toda.


- Você matou aquele homem?


- Engraçado, quando nos encontramos pela primeira vez nesse mundo você fez a mesma pergunta, mas daquela vez quem tinha matado o infeliz foi o Vulthar.


- Pelo jeito foi mesmo você, por que fez isso?


- Ele tentou matar uma menina licantropa por ter roubado três pães – respondeu Isawa – mesmo depois que eu paguei uma moeda de prata ele insistiu em bater nela, eu avisei que se ele fizesse qualquer coisa contra ela ou a mim eu o mataria.


- Ela está mentindo princesa! – insistiu um soldado – é claro que ela ta tentando se livrar da culpa!


- Isso aconteceu durante o dia, se Isawa tivesse violado o pacto Azgher teria nos avisado – disse Menefer.


 


Apesar de vigiar Isawa constantemente Azgher não podiam dizer nem mesmo onde ela estava ou o que fazia além de jamais interferir em qualquer coisa que ela fizesse, durante a noite quem a vigiava era Khalmyr e por isso o pacto era cumprido perfeitamente.


 


- Da forma como o matou eu tive a impressão que o fez com prazer – comentou a princesa.


- De certa forma sim, aquela criatura era parte da escoria que infesta esse reino, corrompendo a terra que minha mãe tanto amava e se aproveitando da morte dela para fazer o que quer! Gente assim não merece piedade e sim sofrer tanto quanto aqueles que sofrem por terem perdido a guerra!


 


Menefer lembrou de toda a historia que o regente de Yogo contou-lhe, lembrou de toda a dedicação e empenho de Kyara para fazer desse país um lugar onde todos pudessem viver felizes igualmente, um país livre da corrupção e da tirania, e quando finalmente conseguiu a guerra começou, ela se perguntava se era realmente justo levar esse país a mais uma guerra, que tipo de futuro isso criaria? Ela agora compreendia mais ainda o motivo de Asako não ter aceitado lutar em nenhuma das batalhas, nem mesmo em nome de Kyara.


 


- Eu entendo como se sente Isawa, explicarei tudo ao povo dessa cidade, se você concordar em partir agora talvez isso acalme o povo.


- Não farei isso! – disse Isawa decidida – não fugirei com o rabo entre as pernas.


- Você só está piorando a situação, acha que as pessoas lhe deixarão em paz depois do que fez?


- Não me interessa, se vierem atrás de mim eu revidarei, mas eu não vou me rebaixar a abusar dos fracos, só aqueles que acham que tem o direito sobre a vida dos outros.


 


Enquanto elas discutiam a menina gato saiu da pousada, Menefer a observou e viu que ela tinha varias marcas pelo corpo, parecia muito magra e abatida.


 


- Os pais dessa menina foram mortos por que não aceitaram serem escravos quando sua terra foi tomada – explicou Isawa – acha que isso é justo?


- Claro que não! – respondeu Menefer com os olhos quase lacrimejando.


- Tudo isso começou quando pessoas gananciosas se aproveitaram do caos da guerra e tomaram terras que por direito eram daqueles que já moravam aqui, eu vou corrigir isso!


- E você acha que começar uma guerra e matar todo mundo que você odeia vai resolver isso? – questionou Menefer irritada.


- E por acaso sentar e esperar vai resolver? – rebateu ela – será que ter fé na boa vontade dessas pessoas e esperar que elas mudem e compreendam a dor dos outros vai adiantar?!


 


Menefer não tinha uma resposta para isso, até mesmo os soldados que a acompanhavam ficaram sem palavras, de repente para eles aquela menina tinha todos os motivos do mundo pra odiar os outros.


 


- Eu não pretendo matar todo mundo que eu odeio – explicou Isawa – quero apenas que justiça seja feita, aqueles que maltratam os outros devem pagar e os infelizes que sofrem devem ter direito a sua paz!


- A guerra do passado não resolveu isso, não vai ser essa guerra que vai resolver! – argumentou a princesa – mesmo que você tenha boas intenções tudo o que você vai fazer é colaborar pra que Tenebra domine esse país novamente, depois a situação se inverterá e as pessoas é que sofrerão por causa das trevas que crescerão!


 


Isawa apenas sorriu diante da afirmação da outra, estava na cara que ela não sabia nem a metade da historia verdadeira.


 


- Tudo bem Akiko-chan, vou fazer como quer e vou embora daqui – disse ela antes de voltar pra dentro da pousada – então pode cuidar pra que essa menina encontre um lar e seja bem cuidada?


- Você confiaria ela a mim? – perguntou a princesa.


- Acho que você é a única em que posso confiar que está “do outro lado”


- Então prometo que ela não mais sofrerá – garantiu ela – mesmo que nesse continente não aja alguém disposto a cuidar dela eu cuidarei.


- Pode ir com ela Merle – disse Isawa para a menina – Akiko-chan vai te proteger agora.


- Pare de me chamar por esse nome – pediu a outra – esse nome não tem mais significado.


- Pra mim significa que você ainda é a pessoa que eu conheci, e apesar de que eu esteja bem diferente agora eu ainda sou a mesma Isawa.


 


Isawa já ia entrar na pousada quando Yoriki apareceu trazendo as coisas da jovem, sem mais nada a fazer ali as duas se prepararam pra partir.


 


- Isawa, como você pretende governar esse país caso vença a guerra?


- Não sou uma governante, sou uma arma – respondeu Isawa – a diferença é que agora eu sou uma arma da minha própria vontade, diferente de você que é uma arma da vontade dos outros.


 


Colocando a mochila nas costas Isawa começou a andar, mas logo Menefer foi atrás dela e a segurou pelo braço, quando teve a atenção da outra ela falou o que devia.


 


- Sei que meu pai fez errado atacando Daí-lung sem piedade, mas não precisa ser assim agora! – disse ela – ainda dá tempo, se você sair da escuridão e se unir a nós tudo pode ser concertado!


- A luz não é? A um tempo atrás eu visitei um templo de Tenebra que estava destruído – comentou Isawa – mesmo naquele estado deu pra ler a mensagem que estava no batente da entrada, a mensagem dizia que “na escuridão todos são iguais”.


- O que você quer dizer com isso? – perguntou a outra confusa.


- É verdade que a luz revela o mal e a impureza – respondeu a outra – mas quando a luz é forte demais ofusca sua visão e você não consegue ver nada a sua frente.


 


Sem mais nada a dizer Isawa partiu deixando para trás a sua velha amiga, essa provavelmente seria a ultima vez que se falariam antes da guerra, cada uma defendendo seu ponto de vista e tentando preservar aquilo que consideram certo, quando a guerra cria uma divisão entre as pessoas ela também cria uma cortina que bloqueia a visão do futuro.


 


 


Continua.


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Notas finais do capítulo

nos mundos de fantasia ou até mesmo no nosso passado historico é muito dificil existir democracia, por isso aqueles que governam os paises e nações são os reis e imperadores.
o menor grau de governo nesse tipo de mundo é o lider de uma vila ou aldeia, onde o lider é escolhido por suas qualidades ou por merito.
em seguida vem o prefeito de cidades pequenas (quando a cidade é de médio porte ele é chamado de governante)
em seguida temos o regente, aquele que comanda um grande metropoles (o equivalente a são paulo ou rio de janeiro no brasil)as vezes são chamados de reis tambem quando não há um poder maior que o deles.
o rei verdadeiro é aquele que governa todo o país e a capital, ele tem comando sobre todos os outros governantes e seu poder é absoluto dentro da fronteira do seu país.
algumas vezes são chamados de imperadores quando sua influencia é tão grande ao ponto de chegar em outros paises.
no momento como houran está sem um rei de verdade os 8 regentes são considerados o centro de comando do país.


papa aqueles que estão com saudades dos amigos de isawa não se preocupem, eles voltarão a aparecer em capitulos proprios contando o que cada um está fazendo.