07

         Sesshoumaru chegou ao vilarejo, sentindo a energia de todos menos de Azumi e de Hino. Ele tremeu e o aperto aumentou.

Será que Jaken estava certo?

- Sesshoumaru-sama! – gritou Rin ao longe.

Ele viu a pequena humana correndo em sua direção, com um enorme sorriso na cara.

- Olá, Rin, como está? – perguntou Sesshoumaru.

- Estou bem! – disse ela animada.

Sesshoumaru olhou pra o céu e viu que estava amanhecendo. Por que Rin acordaria a essa hora?

- Rin, o que houve? – perguntou.

- Não sei, Kaede-sama me acordou porque Ikko-kun sentiu a sua presença. – respondeu com aqueles olhos inocentes.

Sesshoumaru fechou os olhos e segurou a mão da pequena humana, acompanhando-a até a cabana de Kaede-babaa.

- Sesshoumaru-sama, quem diria? – disse uma voz feminina.

Ele abriu os olhos e viu uma mulher de cabelos rosa e cheiro de sakuras.

- Han, Sakura, o que você faz aqui? – perguntou grosseiramente.

- Vim cumprir uma promessa e você?

- Idem.

Os dois ficaram se encarando por longos segundos.

- Nossa você não mudou nada. – disse Sakura em deboche.

- E você ainda caçando espíritos malignos? – disse Sesshoumaru no mesmo tom.

Sakura levantou uma sobrancelha e cruzou os braços, irritada.

- Sempre o Sesshoumaru frio de sempre. Que irritante. – murmurou.

Sesshoumaru assentiu e sentiu um forte cheiro de sangue humano. Sakura se despertou e arregalou os olhos.

- Kagome, Kaede, preparem os curativos e ervas! AGORA! – gritou Sakura desesperada.

- O que houve Sakura-sama? – perguntou Monka assustada. Nunca tinha visto sua sama assim tão desesperada.

- Sinta o cheiro de sangue Monka. – Monka cheirou o ar. – Quem te lembra? – perguntou.

Azumi... Pensou Monka.

- Sim. – afirmou Ikko.

- O que está acontecendo? – perguntou Rin preocupada.

- Você verá. – murmurou Ikko.

Inuyasha saiu da cabana após sentir o cheiro de sua nee-chan. Ele olhou para Sesshoumaru e depois para Sakura.

- Sakura...

- Eu sei. – disse ela impaciente.

- Já está pronto, Sakura! – gritou Sayuri saindo da cabana junto com Miroku, Sango, Setsu, Ichiu e Shippou.

A Tenseiga e a Tessaiga pulsaram em desespero. A Tasseiga estava chorando pelo o que ocorreu.

Sesshoumaru sentiu suas duas katanas pulsando, a mesma coisa que ocorreu quando ele passou pelo território daquela mulher oni.

Será que Jaken sobreviveu? Pensou ao se lembrar do pequeno servo.

Sakura olhou de soslaio para Sesshoumaru e achou o motivo para aquela situação.

- Se você seguisse seu servo, não teria acontecido isso. – murmurou.

- O quê? – perguntou Sesshoumaru.

O cheiro de sangue ficou perto e ele reconheceu o cheiro de Hino e Jaken. Sesshoumaru ficou olhado para a entrada daquela floresta com um olhar gélido e com o aperto no coração.

- Kagome, Sayuri, Kaede, não se assustem, por favor. – disse Ikko quase chorando.

Todos avistaram Jaken correndo a frente e viram Hino segurando um corpo.

- Sayuri-sama! – gritou Jaken.

- Sakura-hime-sama, o que está acontecendo? – perguntou Kagome assustada.

Hino começou a chorar depois de ler os pensamentos de todos. Eles estavam desesperados para saber o que aconteceu para ele segurar um corpo moribundo em seus braços. Ele tropeçou e caiu ainda abraçando o corpo dela, chorando aos prantos.

- Eu tentei! – chorou.

- Hino-sama... – Ikko foi para perto dele tentando reconfortá-lo.

- Eu mereço morrer né? – perguntou Hino cabisbaixo.

- Não, Hino-sama, não merece. – Ikko já estava prestes a chorar.

Inuyasha viu o rosto do corpo que estava nos braços de Hino e arregalou os olhos.

- A... – sua voz se perdeu e ele foi para perto de Hino. – Hino, o que aconteceu? – perguntou preocupado.

- Aquela onna! Aquele oni em forma de mulher! – Hino respondeu chorando.

Sesshoumaru arregalou os olhos.

Então uma pessoa humana esta realmente lá, mas por que Hino está chorando? Seria tão especial para ele? Pensou Sesshoumaru angustiado.

Inuyasha tentou pegar o corpo de sua nee-chan dos braços de Hino, mas o youkai vampiro apertou mais o corpo dela contra si.

- Eu tenho a responsabilidade disso. – murmurou Hino.

Inuyasha assentiu. Ikko ajudou Hino a se levantar com aquele corpo moribundo em seus braços.

- Sakura-sama, aquela... – Monka começou a chorar. Sakura abraçou sua pequena neko youkai e começou a acariciar os cabelos laranja dela.

Hino estava andando cabisbaixo para perto deles. Ichiu viu aqueles cabelos negros da mulher e pensou em já ter conhecido.

- Onii-chan, ela está muito ferida. – disse Ichiu inocentemente.

Setsu já tinha reconhecido a mulher que estava nos braços de Hino desde que chegaram ao vilarejo.

- Sim, está e muito. – disse pegando seu ototo no colo.

Kagome olhou para Inuyasha preocupada e viu o rosto de seu marido. Ele estava desnorteado, e muito.

Sesshoumaru olhava aquela cena com certa duvida.

Quem será essa mulher? Perguntou para Sakura.

- Ainda nem reconheceu o cheiro. Apesar de poder está perto do local e nem seguiu seu servo. Ainda quer descobrir. – disse Sakura friamente.

Hino parou de andar e olhou para Sesshoumaru com ódio e fúria.

- Isso que é amor. Ainda disse que a ama. Que coisa mais idiota. Quando eu contar a ela, o que será que ela vai achar de você, Sesshoumaru? – a voz de Hino era baixa e cheia de ódio.

Sesshoumaru não entendia o que ele disse. Era só uma mulher machucada, ora! Quem mais seria?

O coração de Sesshoumaru falhou ao lembrar o nome que Jaken disse para ele.

Impossível, se fosse ela, teria ganhado e intacta, coma aquela espada. Sesshoumaru pensou confiante.

- O estranho em falar isso é: que ela estava sem. – disse Hino olhando para Sesshoumaru com aqueles olhos escarlate furiosos.

Hino ficou de costas para Sesshoumaru, que viu o rosto da pessoa que carregada. O grande aperto em seu peito e o nó que se formou em sua garganta provava que ele era culpado daquilo. Ele poderia muito bem ter seguido Jaken e salvado Azumi.

Os olhos de Sesshoumaru começaram a arder e ele virou de costas.

- Sesshoumaru-sama, o que houve? – perguntou Rin preocupada.

- Nada. – a voz de Sesshoumaru não mudou, mas ele sentia que ia chorar.

É culpa minha! Pensou furioso.

Ele começou a andar até a floresta e assim, saindo de vista.

***

      - Vamos curá-la rapidamente. – disse Kagome vendo Hino colocar o corpo de Azumi no fúton.

- Assim espero Kagome-sama. – disse Hino numa voz embargada.

Nunca havia chorado tanto como chorou ao ver a família morta. Azumi era especial para ele e muito. Sabia muito bem disso. Azumi era alguém para ele. O que nenhuma pessoa jamais foi.

- Foi minha culpa, se eu... Se eu... – uma lágrima caiu de seus olhos desobedientemente.

Ikko tocou em seu ombro, passando calma para seu senhor.

- Hino-sama, calma. Não fique assim. Azumi tentou. – disse ele tentando reconfortá-lo.

- Você não entende Ikko! – gritou Hino com raiva e com os olhos mais vermelhos.

Ikko entendeu o que ele quis dizer.

Hino não conseguiu se transformar em um daiyoukai. Pensou. Mas por quê?

Porque eu não tive tempo! Se aquela mulher oni me desse mais três segundos eu tinha matado ela e Azumi sairia intacta e viva, mas não aconteceu isso! Hino falou para Ikko.

- Calma. – disse acariciando as costas de Hino.

- Aliás, eu levei uma bela pancada nas costas. – disse se lembrando.

- Não se preocupe Hino-sama. Está tudo bem. – Ikko o abraçou e passou calma para ele.

Ikko, o confortador. Pensou Sakura.

Meu confortador. Pensou Hino distraído.

Continua...