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       Senti-me cansada após usar o Kaze no Kizu. Nunca me senti assim, foi à primeira vez. Será que eu estava fraca demais pra usá-lo?

Suspirei e continuei a mexer a sopa que estava preparando.

- Azumi-sama... Você está bem? – perguntou Ikko.

- Não sei – parei de mexer a sopa e olhei-o – sinto como se fosse explodir a qualquer momento.

Ikko assentiu e tocou em minha testa.

- Você está um pouco quente. – disse ele incomodado.

- Eu estou me sentindo doente. – enfatizei.

Ele deslizou sua mão até meu ombro e me olhou nos olhos.

- Azumi-sama, você não está doente. Deve ser efeito de algo. – disse numa voz grossa.

E o que é? Perguntei mentalmente.

Ele balançou a cabeça e pegou a concha para mexer a sopa.

- Não sei, mas você tem que se manter calma. Sakura-hime-sama não está gostando muito do nosso futuro.

Franzi o cenho e assenti.

Sakura-sama não tem certeza se vai ser bom ou ruim. Ela só sabe, porque sente uma sensação ruim de uma pessoa ou algo.

- Será que vai acontecer uma grande luta? – perguntei.

- Não sei Azumi-sama, mas eu também penso assim. – disse Ikko com a voz tremula.

Senti um calafrio.

Se for isso? Significa que todos têm que se preparar para uma coisa que nem sabemos que acontecera? Aliás, nem todas as Pérolas estão comigo!

- Sim, não temos todas, mas já mandei Teito, Setsu e Ichiu procurarem as outras. Akira está ajudando eles. – respondeu Ikko.

- Não é só isso que me preocupa. – eu disse incomodada.

- Como assim? – perguntou Ikko.

- O que me preocupa é que não sabemos o tipo de luta que nos espera. – minha voz saiu tremula.

Eu estava com medo de ser perigoso para todos.

- Calma Azumi. – disse ele parando de mexer a sopa e tocou em meu ombro.

- Não é calma, é paciência, Ikko-kun. – olhei para ele. – Eu não consigo me manter em uma luta. Eu sempre estou em perigo. – senti meus olhos marejados.

- Azumi-sama, o problema é que: a Tasseiga não consegue agüentar o poder que ela tem que liberar.

- Como assim?

- Uma vez Toutousai me disse que a Tasseiga tem todos os poderes da Tessaiga e da Tenseiga, tanto que ela tem um poder só pra ela. A Tasseiga tanto serve pra matar quanto pra ressuscitar. Já que a Tasseiga só utilizou o modo matar, ela está sobrecarregada para liberar o resto. – disse numa voz calma. – O modo ressuscitar está inativo até agora, nem Inuichi usou para curar alguém. Com isso, a Tasseiga pode entrar no modo destrutivo, onde a pessoa que a usa pode acabar... Morrendo. – sua voz falhou. Ele direcionou seu olhar para a panela de sopa. – Toutousai também disse que a Tasseiga é um caso perdido. Inu no Taisho queria uma espada para a filha do meio, então decidiu que ela seria tanto do aniki dela quanto do ototo. – ele pausou e depois olhou para mim. – Você pelo menos tem que liberar a Meidou Zangetsuha, para controlar a Tasseiga.

- Meidou Zangetsuha? – repeti.

- Sim. – confirmou Ikko. – Se você quiser perguntar para Inuyasha como usa, fique a vontade. – disse Ikko, com um sorriso confortador.

***

       - Não. – respondeu Inuyasha.

- Por quê? – eu disse quase chorando.

- Porque essa técnica é difícil para uma iniciante. Nem eu uso mais ela e você não vai usar. – disse com os braços cruzados, olhos fechados e com a cara fechada.

- Onegai*! – implorei. (*por favor)

- Não.

- Onegai.

- Não!

- Onegai!

- NÃO, AZUMI! – gritou irritado.

- Grosso.

- Como é que é?! – disse frustrado.

- Você não quer me ajudar! Você é um grosso! – cruzei os braços e fechei a cara.

- Mas eu não quero arriscar! – gritou.

- Pelo menos tenta uma vez! – retruquei (n/a: briga de irmãos mode on)

- Não.

- Sim.

- Não.

- Sim.

- Não!

- Não!

- Sim? – disse ele confuso. – AH!

- Viu, você quer que eu faça isso! – eu disse vitoriosa.

- Não, Azumi. E não se discute mais isso. – disse ele com raiva.

Olhei para ele, emburrada e fui para a cabana.

Adentrei a pequena cabana, peguei minhas coisas, e a Tasseiga, e coloquei dentro da mochila. Coloquei-a em meu ombro e sai, com a cabeça erguida e irritada.

Passei por Inuyasha e Kagome e segui para o riacho. Se não era Inuyasha que ia me ensinar, Sesshoumaru iria.

- Azumi-sama, para onde você vai? – perguntou Miroku.

Não respondi, passei por ele com o semblante irritado e furioso.

Eu sabia onde estava Jaken – isso me levava diretamente para Sesshoumaru – e era por esse caminho que eu ia. Pelo riacho. Sesshoumaru com certeza me ensinaria a Meidou Zangetsuha. E se não for ele, vou pedir para Toutousai.

- Azumi-nee-chan! – gritou Inuyasha ao longe.

Continuei a caminhar rapidamente, quase correndo, pois eu sabia que Inuyasha estava me seguindo.

- Faz isso não! – reclamou Inuyasha.

- Bem feito Inuyasha – disse Shippou.

- Ah, pirralho, não enche. – ouvi alguma coisa sendo espancada.

- Inuyasha! – gritou Kagome. – Osuwari!

Depois ouvi alguma coisa abrindo uma cratera.

Balancei a cabeça e senti cheiro de rosas... Teito.

- Azumi-sama! – gritou Teito depois de me abraçar.

- O que é? – perguntei levemente irritada.

- Pra onde você vai? – curioso.

- Para um lugar super legal, você quer saber onde fica?

- Hai! – disse ele esperançoso.

Sorri maliciosamente e pensei o lugar.

- Azumi-sama disse um nome feio! – disse ele chorando.

Crianças... Pensei irritada.

- Não, sou criança! – resmungou.

- Conseguiu alguma Pérola? – perguntei impaciente.

- Iie. – respondeu desapontado.

- Então volte a trabalhar coisa inútil. – eu disse rudemente.

- Nossa, a rudez é parte da família. – brincou.

Fechei meu punho preparada para batê-lo, mas apenas suspirei e continuei andando com a cara fechada.

***

       - Não. – respondeu Sesshoumaru.

- Tá bom então! Vou pedir para Toutousai, já que vocês não querem me ensinar! – eu disse irritada.

- Vocês? – perguntou desconfiado.

- Sesshoumaru, você tem um irmão mais novo, se não se lembra. – cortei.

Ele se levantou e bagunçou um pouco meus cabelos.

- Do mesmo jeito, a resposta é não. – disse friamente.

Suspirei e dei uma de atriz. Comecei a chorar e fazer birra.

- Por que vocês não me ajudam?! – chorei.

Sesshoumaru ficou sem reação, com os olhos um pouco arregalados. Ele sabia que eu não era de desistir fácil, mas eu também não fazia birra. Agora que eu estava derrotada, ter recebido um não dos meus irmãos, irritada, furiosa, com raiva e ódio, eu não podia aceitar a derrota. Eu tinha que partir para o desespero.

- Bem, a Meidou é perigosa e...

- E daí?! – o interrompi. – Você quer que a Tasseiga se destrua por causa de duas pessoas que não quiseram me ajudar?! Você quer que eu morra Sesshoumaru?

E então eu toquei em sua ferida ao dizer isso.

- Você tem as Pérolas para te ajudar. – disse friamente.

- E se eu não estiver com as Pérolas?!

Ele pensou e depois suspirou.

- Então, tá. Tudo bem, você venceu. – disse impaciente.

- Sério? – parei de chorar e agora eu estava com os olhos mais brilhantes do mundo.

- Sim – assentiu – vou pedir para Inuyasha te ensinar.

Tombei a cabeça e o olhei.

- Inuyasha não vai me ensinar. – eu disse na voz mais suave e triste do mundo, meus olhos estavam brilhando como os de um gato (n/a: Azumi modo gato do Sherek).

Sesshoumaru limpou minhas secas lágrimas e me beijou docemente.

- Vou fazer de tudo para ele te ensinar. – disse carinhosamente.

Sorri e o beijei mais uma vez.

VENCI! (n/a: comemoração da Azumi-chan.)

***

        - Eu já disse que não! – gritou Inuyasha com raiva.

- Vamos aos fatos, Inuyasha, se Azumi não aprender alguma técnica da Tasseiga, ela pode morrer. Ponto final. – disse Sesshoumaru impaciente.

- Eu não quero ensinar a Meidou Zangetsuha para ela. Prefiro que ela ressuscite alguém a usar essa técnica. – Inuyasha falou rudemente.

- Okay, então. – Azumi disse levantando as mãos, sinal de desistência. – Vou procurar Toutousai, já que nenhum dos dois vai me ajudar. – disse ela sarcasticamente.

Os dois olharam para ela e depois se entreolharam. (n/a: começando outra briga de irmãos).

- Inuyasha...

- Não, Sesshoumaru!

- Mas...

- Não!

- Inuyasha...

- Não!

- CALEM A BOCA! – gritou Azumi furiosa. – Não dá pra vocês entrarem em um acordo e me deixar o usar a porra dessa técnica!

Eles olharam para Azumi assustados, como todos que estavam à volta.

- O que é “porra”? – perguntou Rin inocentemente.

Azumi olhou para Rin com os olhos mais frios do mundo.

- “Porra” é uma expressão usada, só pros adultos, para extravasar a raiva; mas se eu fosse você, eu não usaria. – disse Azumi rudemente.

- Azumi-sama! – censurou Sayuri.

- Se vocês não perceberam, eu estou estressada, pois nenhum desses meus irmãos imprestáveis quer me ajudar. – disse Azumi ironicamente. – Mas como eu tenho a terceira opção, vou procurá-la.

- Você não vai até Toutousai! – rebateu Inuyasha.

- Claro que eu vou! – gritou Azumi. (n/a: já sabem o que acontece agora, né?)

- Não vai!

- Vou sim!

- Não vai!

- Vou sim!

- Não vai!

- Vou sim!

- CALEM A BOCA! – gritou Hino mal-humorado. – Dá pra pararem de discutir, tem gente que quer dormir e descansar!

- NÃO! – os três irmãos gritaram em uníssono.

- É por isso que a família deles é rude. É uma coisa que passa de geração em geração. – disse Hino balançando a cabeça.

Azumi suspirou e pegou a Tasseiga, desembainhando-a. Ela a ativou em modo Tessaiga e correu para dentro da floresta.

Se eles não vão me ensinar, eu vou fazer isso sozinha. Pensou Azumi com raiva.

Eu sabia que ia chegar nisso. Comentou Hino.

- Azumi! – gritou Inuyasha.

Ele começou a correr e logo todos o seguiram, indo atrás de Azumi.

***

Azumi parou em um local onde ela julgava ter youkais. Não que ela julgava, mas que ela podia sentir que tinha vários youkais ali.

Ela não sabia como era essa tal de Meidou Zangetsuha, mas gostaria de aperfeiçoá-la se não fosse forte o bastante para uma luta. E como queria ter essa técnica para uma luta – mesmo sabendo de nada sobre a mesma.

Lentamente, ela passou um pouco da lâmina da Tasseiga em seu pulso. Queria atraí-los com sangue. Ela se sentiu mais cansada após fazer aquilo, mas ela pediu as Pérolas que a ajudassem a agüentar firme.

Ela suspirou e deixou o sangue escorrer em sua mão e pingar no solo úmido da floresta. Logo após fazer isso, ela sentiu o poder dos youkais que habitavam ali.

É agora. Pensou.

Ela preparou a Tasseiga e prestou atenção a cada detalhe.

A Tasseiga começou a pulsar. Azumi não entendeu o motivo, mas sabia que a Tasseiga estava pedindo para ela não fazer isso... Mas veio o contrário. A Tasseiga se transformou no modo Tenseiga e continuou a pulsar.

Você sabe o que eu quero como eu sei o que você quer. Pensou Azumi orgulhosa de sua fiel katana.

A energia maligna dos youkais estava se aproximando. Azumi estava preparada para aquilo, sempre estava preparada para as lutas e desafios.

Os youkais apareceram e Azumi não hesitou.

- Meidou Zangetsuha! – gritou e movimentou a espada.

Da espada, saiu lâminas com uma energia sombria. As lâminas cortaram os youkais e os sugaram para o “Submundo”, que continha dentro daquelas lâminas. Depois de uns segundos, não existiam mais youkais a sua volta.

Azumi olhou para aquilo maravilhada e se sentiu melhor. O “peso” que havia na Tasseiga se dissipou, deixando-a “leve” para qualquer coisa.

Ela sorriu para sua maravilhosa katana e virou-se para voltar para o vilarejo, mas parou assim que viu seus amigos espantados com o que viram.

- Ela conseguiu. – disse Inuyasha perplexo.

- Não é a toa que a Tasseiga consegue fazer tudo perfeitamente. – disse Ikko sorrindo.

Azumi assentiu e sorriu mais uma vez para a sua maravilhosa katana.

Continua...