Amigos, amigos, amores à parte. Será? escrita por Daiana Macedo


Capítulo 36
Capítulo 34 - O jantar




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- Então filha, esse é um grande amigo meu. Frederik Miller, sua esposa Calista e sua filha menor Maeey. E essa é minha filha Érika que morava com a mãe e agora mora comigo como eu já havia lhes dito.

Érika sorri cordialmente aos familiares de Adelle, tentando disfarçar sua frustração. O pai de Adelle tenta ser simpático.

- Muito prazer, seu pai sempre falou muito de você, você é realmente muito linda.

- Obrigada. Érika diz sorrindo, tentando se controlar para não sair correndo para o seu quarto.

- Bom, vamos conversar mais na mesa de jantar, pois preparei algo especiais para vocês. - Dizia Alice

Todos concordam e vão a caminho da sala de jantar, não seria a primeira vez que a família Miller jantava com os Estalteri, Ethan e Frederik foram grandes amigos no colégio e na faculdade e hoje são homens poderosos, verdadeiros magnatas do Canadá. Érika claro não sabia dessa condição do seu pai, para ela ele é apenas um homem bem sucedido nos negócios e Adelle não sabia que ela não sabia, para ela Érika representa um perigo, por saber que ela era filha de alguém importante, pois no colégio todos à vê como a rebelde que provavelmente não tem família, por isso ela temia tanto Érika.

O jantar corre bem, apesar da conversa estar concentrada entre Alice e Calista, Fraderik e Ethan, Miller e Emma. Adelle e Érika se olhavam, mas não pronunciavam nenhuma palavra, assim que terminaram de comer a sobremesa o pai de Érika sugere que ela leve Adelle para seu quarto, para conversarem, Érika odeia a ideia, mas sorri para Adelle mostrando o caminho. Assim que chegam no quarto Adelle fala:

- Eu imaginava seu quarto todo rosa. - Fala rindo

- Olha Adelle, não me interessa como você acha que seria meu quarto ou qualquer coisa do tipo, não importa que nossos pais sejam amigos, eu só aceitei te trazer para cá, porque aqui não precisamos ser cordiais uma com a outra, ok?

- Uol, como você é estressada. - Adelle fala rindo sentando no pufe em frente a cama

- Eu estrassada? Tem cer... - Ela não termina a frase.

- Tá bom Érika, eu sei que fui eu que comecei a guerra entre nós, mas achei que você fosse fútil igual todas as outras.

- Mas não sou!

- Isso eu Já percebi. - Adelle faz uma careta e vai para a varanda

Érika fica olhando ela se afastar, respira fundo e vai atrás dela na varanda.

- Aqui é lindo. - Elogia Adelle

- Eu também acho. - Érika fala encostada na porta de vidro que dividia o quarto da varanda.

- Bom, eu acho que eu preciso saber de um segredo seu, para você guardar o meu. - Adelle fala se virando, encostando na grade, ficando de costas para o jardim e cruzando o braço.

- Como? - Érika questiona levantando uma das sobrancelhas

- Agora você sabe que sou filha de um cara importante, tem uma arma contra mim.

- Tenho?

- Érika, para de se fingir de sonsa, porque eu já percebi que você é inteligente.

- Adelle, de verdade eu não sei do que você está falando.

- Aloooooooo, Érika, na escola todos acham que eu não tenho família, por isso sou tão 'revoltada', mas agora você sabe que como o seu pai o meu também é importante e tenho uma família tradicional.

- Calma aí, você tem um pai importante como o meu? E desde quando o meu pai é importante?

- Você não sabe quem é seu pai?

- Sei, um homem bem sucedido nos negócios, mas isso não o deixa importante deixa? - Érika pergunta confusa.

Adelle vê a sinceridade de Érika no olhar e sorri da situação.

- Bom, se você não sabe quem é o seu pai, então não corro perigo.

- Adelle me explica melhor.

- Não. - Falou rindo.

- Tá bom eu pergunto para o meu pai.

- Ah! Tá, e como pretende fazer isso? Oi pai descobri que o Sr é importante. Dam, fala sério né?

Érika fica pensativa, nunca tinha passado em sua mente seu pai ser mais que um executivo de sucesso, as palavras de Adelle a deixaram em duvida.

- Acorda Érika. - Adelle estralou os dedos na frente de Érika a trazendo de volta de seus pensamentos. - Ficou preocupada?

- Não, só curiosa. -Érika responde tranquilamente

- Hum, mas cedo ou mais tarde você irá saber.

Um silêncio tomou conta por um bom tempo entre as duas. Adelle que estava de frente para Érika volta para a admirar o jardim, Érika por sua vez desencosta do vidro e fica ao lado de Adelle, admirando a noite e pensando em quantas mentiras há naquela família que ela provavelmente não saiba, mas depois de um tempo, deixa de lado esses pensamentos.

- Adelle, você me parece uma pessoa legal, porque na escola você é tão defensiva, não deixa ninguém se aproximar?

- Longa história.

- Acho que nossos pais vão demorar bastante lá em baixo, então devemos ter bastante tempo. - Érika falou sorrindo, fazendo com que Adelle sorrisse também involuntariamente.

- Posso até te contar, desde que você me conte o porque dessas olheiras enormes.

- Ah! É complicado.

- Um segredo, por um segredo.

- Promete? Questiona Érika,

- Com certeza.

- Fechado, mas você começa.

Adelle revira os olhos, mas decide começar.

- Tá eu começo, mas já vou avisando se depois você não contar … eu juro...

- Adelle eu prometo que conto, não precisa me ameaçar.

- Ok. Vamos lá. Eu estudava em outro colégio até o ano passado e pode acreditar, eu era totalmente diferente de como você você está me vendo hoje. Eu me preocupava mais com o meu cabelo do que com as minhas notas, eu era uma verdadeira barbie, meu cabelos eram loiro, com luzes, roupas rosas e muito curtas, extramente delicada e muito mais muito popular, junto com mais três amigas eramos as desejadas pelos garotos e invejadas pelas garotas. Só que eu era inocente, não sabia que com pessoas invejosas tinhamos que tomar o dobro de cuidado. Nós quatro organizávamos as melhores festas da escola, era muito legal, mas uma menina foi aproximando do grupo, e eu achei apenas que ela queria se unir a nós, mas na verdade ela queria tomar o meu lugar e foi o que ela fez, conseguiu fazer com que as minhas amigas se voltassem contra mim, nossa fiquei mal, na verdade fiquei péssima, para acabar com a minha dor eu me transformei, coloquei percingis, fiz tatuagem e comecei a andar com uma galara pesada, puro rock roll, sexo e drogas. Uol, foi incrivel, pelo menos ainda era a popular, não era mais a barbie, era a doida, só que pai odiou essa nova fase e me mudou de colégio na esperança de eu fazer novos amigos e voltar a ser a princesinha dele, mas não foi o que aconteceu, eu comecei a odiar todas as patis existente e sempre fiz questão de fazer a vidas delas um inferno quando elas se aproximavam, olhar para elas me faziam lembrar o que eu fui, não estava afim de me ver nelas, então o jeito era atacar e me afastar, a única pessoa que eu falava era com o Nicholas, pois ele também chegou na escola esse ano e por motivos bem parecidos, mas não éramos melhores amigos, apenas nos entediamos e um defendia o outro, todas a patis já estavam vacinadas, consegui deixá-las todas longe de mim, e estava feliz no meu canto até que você apareceu.

- Mas, … - Érika tentou falar

- Eu já sei Érika, você não é pati, mas a aparência é de uma, olha suas roupas, seu cabelo, é praticamente uma, só não age como uma, mas eu só vi isso agora, por isso queria te tirar do quarto, pra mim não é fácil ver o quanto era era podre e fútil, sem coteudo, só com statos, mas agora já sei que você é gente boa, apesar da aparência, mas chega agora é a sua vez. O porque dessa olheiras todas? O que anda te fazendo perder o sono hein?

- Bom, vou resumir para você entender, eu era apaixonada, na verdade eu sou apaixonada por um cara, desde sempre, éramos amigos e crescemos e eu caí em uma aposta feita por ele, com isso assim como você resolvi mudar, eu era a menina feia de óculos um dia e no outro a menina linda que hoje você acha ser uma pati, me tornei fútil, achando que com isso vingaria a dor que ele me causou, mas só fiz merda, não como as suas, não me envolvi com nada errado, mas mesmo assim minha mãe mandou eu vim morar com o meu pai, só que esse cara me mandou um e-mail, fazendo uma declaração de amor, tipo tudo o que eu sempre quis ouvir, dizendo que me amava e eu como sempre acreditei, mas uma amiga mandou um e-mail também e, nesse ela falava que ele vai ser pai e irá se casar, mais uma vez caí na mentira dele, não consigo dormir, só chorar. - Érika já estava com os olhos marejados enquanto falava. - Eu sou uma burra.

- Ei calma, não precisa ficar assim com por causa de uma cara.

- Eu sei, mas não consigo evitar.

- Mas me diz uma coisa há quanto tempo que você veio morar com o seu pai?

- Essa semana.

- E a menina está gravida a quanto tempo?

- Não sei minha amiga não falou.

- Você não acha estranho, você ter saído de lá e ele não ia ser pai e em dias já é?

- Não porque quando estava lá, ele já estavam ficando.

- Hum e quanto tempo eles estavam ficando?

- Uns quinze dias.

- E ela já sabe que está gravida?

- Onde quer chegar Adelle.

- Na boa Érika, uma gravidez demora pelo menos dois meses para ser descoberta, a não ser que seja planejado, está muito estranho essa história.

- Eu não tinha pensando por essa lado,

- Logico você ficou cheia de ódio, não que eu esteja defendendo o menino, porque se ele te fez sofrer, mesmo que agora ele goste de você ele não merece ficar com você, ele já teve a vez dele, mas que é estranho é.

Érika fica pensando, Agatha não teria motivos para mentir para ela, ou teria?

- Érika?

- Desculpas, mas fiquei confusa.

- Na boa, quer uma opinião?

- Claro.

- Esquece o otário, tem gente muito mais interessante por aí que te fará muito feliz, pensa bem, mesmo que ela tenha dito verdade, você nunca vai confiar nele 100%, você sempre vai duvidar e isso não é bom, um relacionamento precisa ser completo e te garanto que você e esse cara nunca seriam.

- Mas como você pode saber se nunca o viu?

- E precisa? O cara era seu amigo e mesmo assim entrou em uma aposta, te fez sofrer e não lembro de você ter dito que ele veio pedir desculpas ou ter mostrado arrependimento, o cara ficou com outra enquanto você estava lá e agora ressurgiu das cinzas fazendo declaração de amor, o cara no minimo é bipolar, quem seria feliz com um cara desse?

Érika ri do comentário

- Verdade. Acho que nunca seria feliz ao lado dele.

Elas ficam se olhando por um tempo e Adelle abraça Érika que corresponde assustada no inicio. Adelle se afasta depois de um tempo e diz:

- Não vai se acostumando, não gosto de dar abraços. - Falou rindo

- Quem disse que eu vou acostumar. - Também falou rindo. Então elas ouvem batidas na porta, que logo é aberta

- Meninas os pais de vocês estão chamando.

- Ok, já estamos descendo. - Respondeu Érika

Assim que a porta é fechada elas saem da varanda, passando pelo quarto e indo em direção a porta, Érika abre e dá passagem para Adelle que sorri em agradecimento. Assim que chegam os pais de Adelle anunciam que estão indo embora, agradecem o jantar e dizem que o próximo deverá ser na casa deles, se despedem e assim que saem Érika dá boa noite para Alice, Emma e Ethan e sobe para quarto, toma um banho rápido e se joga na cama pensando.

Caraca, quando eu ia imaginar que eu e Adelle iriamos começar a nos dar bem”

Com esses pensamentos ela adormece, em um sono tranquilo.


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