Era uma noite fria, a neve caia inocente e demasiadamente. Remus estava fazendo um pequeno trabalho para Dumbledore, parado e quase inconsciente pela atenção e pelo frio intenso ele esperava por algum sinal da pessoa esperada. Lucius Malfoy tinha saído aparentemente escondido da esposa antes do pôr do sol e até agora não voltara.

Lupin esfregou as mãos numa tentativa falha de se aquecer, o estalo ensurdecedor se deu e ele pode ver a sombra de um poste o homem loiro estava acompanhado de outras duas figuras, um deles já conhecido, Snape e outro que ele pensou ser alguém conhecido, mas devia ser algum tipo de alucinação, não era possível...

-Pettigrew?- Ele perguntou a si mesmo confuso. –Não pode ser.

Remus piscou algumas vezes e forçou a visão um pouco mais, não podia se mexer embaixo daquela árvore ou se entregaria, e estava sozinho, ninguém poderia ajuda-lo se algo desse errado. As três figuras entram na casa e o espião correu na direção contrária até um lugar onde poderia aparatar sem ser notado.

-Quero saber onde esta Pettigrew? O senhor não pode me esconder isso! –Remus gritou ao ser ignorado pelo homem de aparência cansada, sentado a mesa da cozinha.

-Ora Lupin, já lhe disse que o mandei numa missão. –Dumbledore tomou calmamente mais um gole do chá.

O garoto saiu da cozinha derrubando o pequeno conjunto de porcelanas sem olhar para trás. Quando chegou ao jardim da casa dos Potter mal podia respirar, ele não podia estar ficando maluco, tinha certeza de que era Pedro acompanhando Malfoy e Snape. Mas afinal o que ele poderia estar fazendo lá? Por mais que não fossem mais tão amigos eles um dia foram muito chegados e ele se preocupava... Pettigrew era o tipo de cara que parecia nunca ter saído das saias da mãe, sempre com um ar de inocência a mais.

Ele se sentou na grama desamparado, essa guerra parecia não ter mais fim, e Dumbledore nunca se fazia ser entendido por completo, cheio de meias palavras e missões sem sentido algum. Mooney sentia falta dos dias onde sua única preocupação eram os dias de lua cheia. Não estava nevando ali, mas o frio continuava sem cessar; Lupin levantou a lapela do casaco e pôs as mãos dentro dos bolsos e sentiu a pequena caixinha dentro de um deles. Era um anel para Dorcas, um anel de noivado. Estava decidido a tomar a mão da garota, estava só esperendo vê-la, não a via a mais de uma semana...

-Ei cara! Que aconteceu? Ta congelando ai fora, entra logo... –Black gritou da janela.

Lupin se levantou, mas antes pode ver o brilho de alguém ao passar pelos feitiços de proteção. Era Dorcas, ela segurava Alice Longbottom. A segunda moça estava suja e estava gritando, de dor ou algo muito parecido.

-Ajuda!- Dorcas gritou quando viu Lupin, que sustentou Alice em seus braços levando a garota até o sofá do Hall de entrada. Alice tinha cortes profundos que sangravam muito, mas ela não se debatia por isso, ela dizia sem cessar o nome do filho, chamava pelo marido e dizia que alguém estava vindo.

-Ele esta vindo, Franco!                 Franco apanhe Neville, Neville!

Dumbledore pediu que todos saíssem da sala e Lupin levou uma Dorcas amedrontada até a cozinha.

-O que aconteceu? Dorcas meu bem o que aconteceu?- Meadowes tremia dos pés a cabeça e soluçava enquanto as lágrimas escorriam nas bochechas pálidas.

-Estou no meu limite Remus... Não sei se consigo mais... Estou cansada, estou com medo, eu tive que tirá-la de lá, ela estava morrendo... Alice esta morrendo... – Remus abraçou a namorada que voltou a chorar desesperadamente.

-Vai acabar isso tudo vai acabar, vai acabar. Não vou deixar nada te acontecer, eu te amo Dorcas.

Duas semanas após o acontecimento com Alice Longbottom e graças as informações de Dorcas a Ordem conseguiu achar Franco Longbottom. Ninguém mais tinha autorização para sair do quartel, ou de onde estivesse. Alguém havia traído a Ordem.

Dorcas continuava em choque, estava sempre chorando em algum lugar, não tinha noticias dos pais há muito tempo. Remus mal podia conter seu tom de descontentamento ao conversar com as pessoas, ignorava qualquer discurso de Dumbledore e segurava com desesperança a caixa com o anel de noivado. Estava se sentindo culpado, ele mentia para Dorcas não tinha aquela certeza de que as coisas iam acabar bem, ele mesmo estava morrendo de medo.

Todos estavam ali, sem esperança, sem rumo. As notícias eram vagas e só quem as possuía era Dumbledore e ele parecia sempre solene e calmo ao repassa-las.  Mas nada havia de calmo nos dias que se passaram, o St. Mungos estava lotado e era muito perigoso sair e tentar ir até lá com Alice e Franco que continuavam a ter fortes alucinações.

-Foi Bellatrix, Dumbledore me disse... –Sirius disse numa conversa com Remus. – Não sei mais o que vai acontecer cara. Tá ficando cada dia mais perigoso, a gente não sabe onde isso vai parar e Dumbledore nos tratando como crianças aqui dentro não adianta nada...

-Pois é cara, pois é.

A porta do quarto onde os rapazes se rompeu e uma mulher colega dos dois Marlene McKinnon estava sem folêgo.

-Meadowes, Dorcas Meadowes fugiu!

-COMO ELA FUGIU?- Remus se levantou a apanhando a varinha. – Eu vou atrás dela...  –Sem ao menos olhar para trás e deixando de escutar o resto do que Marlene tinha a dizer Lupin aparatou para algum lugar.

-Diga McKinnon, engasgou no meio, o que foi mulher?- Black perguntou  esperando algo bom.

-Lily e James Potter estão mortos.