Quinn já estava deitada na cama onde um dia fora o quarto de Frannie. Já estava de pijamas e de banho tomado (uma experiência que aos poucos vai ficando menos traumatizante). Agora aproveitada aquele silêncio e aquela tranquilidade pra pensar no que diabos havia se metido que agora havia lhe tirado todo o sono. Ela havia enchido a cara no sábado e, se não houver batido a cabeça durante aquela bebedeira e estar em coma em algum hospital, havia encontrado uma fada maluca que lhe ofereceu um desejo e ela em toda a sua burrice e sentimentalismo havia pedido pra ser um homem. Um homem. Deus, ela não acreditava em tudo que havia passado nesses últimos dois dias de sua vida. Havia recebido uma nova identidade e uma tarefa. Conquistar Rachel Berry e sinceramente ela ainda não tinha muita certeza como fazer isso, afinal, Rachel não era como as outras garotas. Ela tinha plena certeza disso. Rachel era imprevisível. Ela não sabia muito bem dizer o que sentia por Rachel. E era essa falta de certeza que havia lhe metido nesse problema todo no fim das contas. Ela só se lembrava do total estado de choque que havia ficado quando Rachel lhe contará sobre o pedido de casamento que Finn havia lhe feito e depois de tentar com calma e certeza tirar essa ideia estupida. E do desespero que tomou conta de si ao chegar em casa, tão insuportável que não podia aguentar aquilo sóbria. Ela já havia sentido aquela dor antes. Sempre que Rachel corria desesperadamente pra Finn, apesar de todo seu esforço pra que isso não acontecesse. Quando ela era má com Rachel por não aguentar o fato do quanto a sua presença mexia com ela. Deus, como seu coração bate rápido toda vez que ela vê Rachel cantando com todo o seu coração e talento. Talento esse que era tão grande que ela não sabia como cabia naquele corpo pequeno. Perfeito.

Quinn suspirou. Ela definitivamente sentia algo pela Berry. Mais nunca, jamais iria tentar alguma coisa com ela como mulher. Primeiro que Rachel era hetéro demais, segundo ela era muito apaixonada pelo Finn e terceiro ela temia todas as implicações de que gostar da Berry lhe faziam ver. O medo da rejeição, de ser julgada, de ser taxada como anormal e estranha. Gay. E ela já havia suportado esse tipo de merda antes. Mais ser gay não era uma coisa que sumiria daqui a nove meses. Não mesmo.

– Acho que eu devo ter jogado um paralelepípedo na cruz pra merecer esse tipo de sina.

Ela deixou escapar uma lágrima. Ela não podia desistir agora, nunca. Ela era Luke agora. E como Luke ela tinha a oportunidade de fazer o que como Quinn ela não tinha. Por mais efêmera que fosse, ela ia aproveitar cada momento.

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No dia seguinte dessa vez estava ela e Sugar no carro. Sugar havia ligado o rádio e agora cantava I Will Aways Love You como se não houvesse amanhã e os ouvidos de Quinn não fossem estourar a qualquer segundo.

– Finalmente chegamos! Deus...

E saiu do carro com pressa, mais antes de ir pra escola foi até o outro lado do veiculo e abriu pra sua "versão gliterizada".

– Ai que cavalheiro. - Falou Sugar pegando no braço de Quinn e dando um beijinho na bochecha.

– Sugar... olha...

– Já sei, já sei - falou se soltando de Quinn e começando a caminhar - Nada de risinho, falar demais, interagir demais, cantar e principalmente...

Ela parou se virando de repente pra Quinn e quase colidindo com ela.

– Nada de asperger! - E voltou a caminhar outra vez.

– Sugar é sério. - Quinn disse mais uma vez mesmo que já tivesse tido aquela conversa com Sugar pela manhã e enquanto dirigiam - Você está com a minha cara agora, tente ser um pouco mais como eu ok?

– Eu sei ser como você Quinnie. Olhe.

Ela parou um momento parando Quinn junto com ela. Colocou as mãos nas costas e olhou pra Quinn com um sorriso inocente.

– Oi pessoal. Voltei para o Club do Celibato mesmo tendo engravidado aos 15 e agora sou uma freira devassa que curte um Berry Juice. - E começou a rir.

– Ai Deus! - Quinn revirou os olhos e começou a andar com mais pressa. - Autocontrole! Preciso de autocontrole.

O dia hoje promete.

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Quinn anotava as questões de química que o professor colocava no quadro em quanto dava graças a Deus mentalmente por tudo estar saindo no mínimo de normal possível. Assim que pisaram na sala de aula Sugar parece que foi possuída pelo espirito dela própria e agora agia tão bem como ela mesma que Quinn às vezes se perguntava se aquilo ali não era uma cópia sua. Que coisa mais estranha. Quinn suspirou aliviada. Que pelo amor de Cristo fosse assim até essa palhaçada acabar pensou resignada. Quando chegou a escola ela percebeu que a maioria estava começando a trata-la como quando era líder de torcida. Ela tinha status. Apesar de não ser jogadora de futebol, não ter demonstrado ainda toda a sua capacidade escolar e de já estar no Glee Club, ela já tinha certa popularidade. Quinn pensou que talvez fosse por mais da metade do McKinlegh ser feito por mulheres e ela agora parecer um teen idol. Ela começou a anotar um pouco mais feliz. Graças a Deus pelo Bieber.

As aulas seguiram então normalmente. Agora que a "prima Quinn" estava com ela todos começaram a trata-la ainda melhor e até Mike começou a ser um pouco mais amigável com ela, Santana ainda a olhava torto mais pela sua cara a fada madrinha Sugar deve ter tido algum tipo de conversa com ela, Quinn então esperou que ela não tivesse falado pelos cotovelos como a tagarela que ela é. Rachel ainda a tratava bem, mas ela via o quanto se esforçava pra ser o mais amigavelmente distante possível. Provavelmente outra discussão com Finn e pela cara dele de aprovação ela tinha plena certeza que sim. Não tinha mais jeito. Na próxima aula vou falar com a Sugar pra dar inicio ao plano "Ferrando Finn Hudson pt1" pensou Quinn, de repente num click ela percebeu como chamou o plano que ela havia desenvolvido Cheesus, estou sendo afetada pelo asperger daquela garota, socorro. Quem na terra podia ajuda-la?

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– Sugar você está pronta? - Falou Quinn por um intercomunicador.

– Mahou Shoujo Sugar aposto bip! - Sugar falou segurando um intercomunicador. - Garota Pinto pronta? bip

– Pronta - Quinn disse ignorando heroicamente aquele apelido ridículo - Me avise quando tudo estiver terminado ok?

– Ok Lady Cock bip

– E Sugar...

– Sim? bip

– Por que diabos estamos falando por intercomunicadores se estamos LADO A LADO? E pare com esses MALDITOS APELIDOS! Jesus...

Ela e Sugar haviam chegado ao campo de futebol antes do meio dia (horário de treinamento) e agora estavam escondidas atrás das arquibancadas.

– Só queria dar um ar mais profissional digno das séries de tv oras. E você encarnou tão bem o Dean - falou Sugar apertando a bochecha de Quinn.

– Pare, pare com isso! - Quinn deu um tapinha na mão de Sugar - Vamos manter o foco ok?

– Ok, ok - Sugar então mostrou a língua para Quinn e depois voltou a olhar com o seu binóculo os jogadores que estavam começando a se aquecer. - Vá logo encontrar a cosplayer da Idina Menzel que já já te ligo.

Deus, será que Sugar tem algum laço sanguíneo com Santana? Pensou Quinn perturbada.

– Tá tá, até mais.

Quinn então foi encontrar Rachel que há essa hora estava começando sua pratica de canto no auditório que fazia sempre antes do Glee Club pra aperfeiçoamento da voz. Quinn então sentiu um calafrio na espinha quando se deu conta que...ela conhecia a vida de Rachel mais do que a dela própria. Talvez além de gay eu seja uma stalker no armário.