Trigésima Edição escrita por Liv


Capítulo 7
Capítulo 7




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Astrid queria chorar.

Já havia muitos tributos chorarem em algumas edições, mas eram esses que morriam facilmente e eram considerados como fracos. E ela não era fraca.

Ou pelo menos queria acreditar nisso.

Noah chegou com dois coelhos e jogou perto da fogueira; nos dias pra cá – quanto tempo mesmo eles estavam na arena? nem sabiam direito – eles havia meio que cuidado um do outro. Ambos caçavam, mas Astrid não gostava da lança, preferia seu arco e flecha, mas nunca abriu a boca para discutir isso com Noah.

Noah nunca parecia fraco, parecia estar preparado para isso sempre, sempre focado em sobreviver e caçar. Ele era muito bom nisso, o que no fundo, fundo irritava Astrid.

Astrid olhou para Noah cozinhando o coelho.

— Por quê?

Noah arqueou uma sobrancelha pra ela.

— Porque o quê?

Ela soltou um suspiro, ela tinha que falar isso, talvez acabar com isso de uma vez por todas.

— Você me salvou. Lá, no começo dos Jogos e depois está aqui, caçando animais pra você e pra mim também. – ela franziu o cenho. – Poderia ter me deixado morrer lá.

Noah deu uma espécie de sorrisinho.

— Enquanto eu puder ser humano aqui, eu serei.

Ela queria gritar com ele. Era do tipo perfeitinho, fazendo tudo do jeito certo e conquistador. Até mais que Túlio.

— Vamos nos matar em breve.

Isso pegou Noah de surpresa, que olhou para ela com uma desconfiança, depois deu de ombros.

— Bem vinda aos Jogos.

— Isso é um convite para um combate?

 -

Daria iria matar Brooke, se uma flecha não a atingisse ela antes, caindo morta no chão com uma flecha no pescoço antes mesmo de poder enfiar a espada em Brooke.

Brooke arregalou os olhos e se levantou rapidamente e viu uma menina com arco e flechas apontando para ela.

Giovanna.

Ela foi rápida e conseguiu tirar um machado do chão, mas não antes de receber uma flecha no seu coração. Giovanna era boa com isso.

Não digo em matar, mas sim em usar o arco e flecha.

E agora ela tinha uma nova aliança, conseguiu se juntar a Túlio e Lucy, com certa dificuldade, mas conseguiu. Não é fácil negociar quando um menino tem uma espada apontada para você junto com uma menina com duas facas e uma adaga.

Nem com uma flecha apontada pra sua cabeça.

Luvye acordou atordoada; olhando para todos os cantos confusa.

Não se lembrava de nada; nadinha mesmo, mas acordou novamente com uma dor enorme na cabeça.

Olhou para os lados vendo que estava na floresta, mas não tão longe da praia. Praia… Alguma coisa aconteceu lá. E isso envolvia mortos.

Estreitou os olhos ao ver sangue pelas folhas secas no chão.

E havia na perna dela. Mas haviam duas faixas no joelho e outra na coxa; disso ela sabia, ela não havia feito nenhum curativo nela.

Levou as mãos na jaqueta, ainda tinha suas facas, ótimo. Poderia se virar.

Foi se levantando lentamente, cada passo doía, mas ela continuou e quando ficou de pé um mar de lembranças a invadiu. Foi como um choque.

Sanguessugas. Desmaio. Gritos. Mortos. Lunna. Correr. Um monstro grotesco apareceu na sua frente… Ela parou de respirar ao ouvir folhas e galhos se quebrando ao chão. Alguém estava se aproximando.

Era muito irreal o que ela tinha visto. Não era um menino, nem menina, nem tributo. Muito menos humano.

Bestante? Talvez. Veneno? Ilusão? Ela não sabia.

Luvye deu um pulo para trás ao ver o garoto alto e forte na sua frente.

Jordan.

Ele ainda estava com sua espada como sempre e ela com suas facas. Ela poderia muito bem pegar rapidamente uma de suas facas e jogar na garganta dele ou qualquer outra parte letal dele e matá-lo facilmente.

Jordan também poderia se desviar e matá-la rapidinho. É, ela também sabia disso.

Mas ele continuou parado e ela também, brancos como se tivessem visto um fantasma, no caso de Luvye; ela tinha visto mesmo.

— Quem enfaixou meus machucados? – ela perguntou quebrando o silêncio.

Jordan deu de ombro como resposta. Ela arqueou uma sobrancelha ao ver que ele também tinha uma grande faixa sangrenta na barriga nua.

— Quem fez isso com você? - depois sem resposta, continuou: - E o que diabos eu estou fazendo aqui? O que você…

— Luvye, chega de perguntas, cara. – ele falou. – O importante é que você sobreviveu ao veneno que estava no seu corpo e eu sobrevivi também… Vamos andando, estão atrás de nós. Dessa vez é pra matar.

 -

Giovanna havia dormido fazia algum tempo, ou algo parecido com dormir, no começo estava mais só com os olhos fechados. Mas havia passado muitas noites sem dormir, então…

Lucy não dormia, dormiu muito tempo depois enquanto Túlio insistia que ficasse de guarda, caso alguém os achasse e quisesse os atacar, ele as acordaria. Ou talvez não.

Mas conseguiria salvar a própria pele.

Túlio olhava para escuridão da floresta com os olhos bem abertos, segurando sua espada na mão esquerda e olhando a tudo com desconfiança.

Olhou para as garotas; dormindo com seus rostinhos bonitinhos parecendo anjos. Perfeito. Apenas um golpe.

Elas pareciam realmente dormir, principalmente Giovanna segurando seu arco e algumas flechas, mas não tinha firmeza neles. Ele ergueu a espada e suspirou.

Não existiam alianças verdadeiras nos Jogos.

Se existisse, era por pouco tempo.

Andou lentamente e sem qualquer barulho se querer e enfiou rapidamente a espada no coração de Giovanna quando chegou. O máximo que ela fez foi arregalar os olhos e sair um som estrangulado de sua boca seguido por sangue.

Túlio fez um careta, não gostando de ver aquilo.

Agora era Lucy.

Retirou a espada cheia de sangue de Giovanna e foi para Lucy.

Ela não estava mais lá. Uma faca passou raspando o braço dele.

Ele deu um resmungo de dor e olhou para Lucy atrás dele.

— Mentiroso. – ela rosnou.

— Lucy, você, sempre me surpreendendo hein.

— Irei te surpreender mais ainda com a morte que você vai receber.

Lucy iria jogar uma faca nele, mas se surpreendeu ao ver Túlio partindo para cima dela de última hora. As armas haviam caído, mas Túlio ainda possuía a espada sangrenta.

Agora Túlio estava em cima de Lucy, que estava deitada desajeitadamente e sendo segurada por ele no chão.

— Sabe, vai ser realmente ruim matar você. – começou Túlio. – Mas não tem escolha. É matar ou morrer.

Ela cuspiu na cara dele. Ele fez uma cara de nojo, mas depois se recompôs.

— É, vai morrer com seu jeitinho irritante pelo jeito.

— Ou com honestidade, se você conhece essa palavra. – ela disse quase sem expressar medo. – Mas agora vai, seu cretino, anda, enfia essa espada em mim. Porque é óbvio que se eu estivesse armada nunca iria conseguir.

Isso pareceu parar Túlio por um momento, mas depois ele sacou. “Boa tentativa” pensou ele. E enfiou a espada na carne dela.

Mas depois, ouvindo aquele grito fino e aterrorizado de Lucy, algo mudou muito na expressão de Túlio. Compaixão. Remorso. Medo.

Sentia-se um monstro.

 -

Kieran passou a mão pelo rosto ensanguentado e deu mais um chute no garoto.

— E aí, garotinho, tentando roubar nossa comida, não é mesmo? – ele deu um soco no menino. – Michael, é mesmo esse seu nome? Hm, então Michael, acho que chegou sua hora. E a da lindinha aí também. – ele deu um giro para encarar a garota. – Trudy, isso né?, bem linda pra ser morta. – ele se aproximou do rosto dela, como se fosse beijá-la. – Será que podemos curtir um pouco antes da sua morte, linda?

Ela o olhou com total nojo possível enquanto Halee revirava os olhos.

— Kieran, mata logo eles.

Jace olhou para Michael.

— Vai, Kieran. Deixa que eu acabo com esse pivete.

Kieran olhou para ele por alguns segundos depois assentiu. Jace deu um sorriso macabro.

Michael já era um semi-morto de tanto que foi espancado por Kieran e por Alexa no começo quando o viu tentando roubar comida junto com Trudy.

O mangual de Jace com três golpes violentos já bastou para matar o pobre garoto.

Trudy olhava horrorizada para tudo; para Kieran passando a mão no rosto dela, principalmente depois do espancamento de Michael, que já era seu amigo no Distrito de onde vieram, para Halee que a olhava com nojo e Alexa que havia lhe dado um soco surpreendemente forte na barriga quando a encontrou.

Kieran agarrou a cara dela para mais perto da sua, apertando com força.

— Seus olhos. – ele sibilou. – Azuis, tão azuis e tão… Apavorados. – ele riu. – Apavorados. Gosto disso. Principalmente em você.

Halee queria pegar um de seus machados e tacar na cabeça de Trudy. E se pudesse, até no braço de Kieran pra ele sofrer um pouquinho.

Ele era retardado ou o quê? Ele queria estuprar Trudy antes de matá-la? É isso?Retardado mental, psicopatinha inútil, Halee pensava, quando só sobramos eu e você na final eu te matarei com uma morte inesquecível. Só eu e você na final, Kieran.

Kieran abriu um sorriso e Trudy gritou.

Gritou tão alto que até Luvye e Jordan enquanto corriam ao longe juraram ter ouvido algo.

Ou talvez eles não estivessem tão longe quanto pensavam.


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Notas finais do capítulo

Desculpe a demora do cap. 7! Tive provas e vou ter mais ainda T_T
e uma coisa importante: a arma da Halee não era um martelo e sim um machado, dois na verdade, eu é que escrevi errado mas estava imaginando outra coisa. Sorry! Esse cap. não tá tão bom!