Trigésima Edição escrita por Liv


Capítulo 8
Capítulo 8




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Blane se enfiou atrás de uma árvore e não deixou mais ninguém o ver. Seus planos foram acabados ao verem os Carreiristas indo em direção a Jhon.

Que era sua presa.

Jhon estava na praia ainda armado, mas não teria nenhuma chance contra Kieran, Halee, Jace e Alexa. Com certeza não.

Olhou horrorizado para os Carreiristas e começou a correr, só que dessa vez em direção à água, o que foi uma extrema burrice. Jace e Alexa riram.

— Agora ele vai ver.

E foram os dois nadar em direção à ele, pulando na água e nadando rapidamente. Jace estava perto, tão perto que apenas com um simples puxãozinho para baixo já era capaz de afoga-lo.

Ele iria fazer isso se um grito não o tivesse distraído.

Olhou para trás e viu que Alexa sumiu depois olhou para Jhon que estava tão assustado quanto ele, com os olhos arregalados. Kieran e Halee ficaram totalmente parados na terra firme e pálidos.

Halee iria dizer algo, mas foi impedida com um apertão no braço de Kieran.

— Deixa, Halee. Só fica quieta e olha.

Jhon gritou e foi puxado para baixo.

Então Jace acordou de um sonho que o prendia ao ver uma barbatana nadando muitorápido em direção a ele.

Era uma barbatana gigantesca, cinza e afiada.

Além do sangue na água que agora inundava tudo.

Começou nadar o mais rápido que podia, estava em uma distância considerável onde Halee e Kieran estavam, que nem se mexiam só olhavam fixamente para o tubarão se aproximando de Jace.

Bestante, obviamente. Era muito maior que um tubarão normal. Tinha muito mais que sete metros e muito mais que duas toneladas.

Jace foi puxado para baixo com um som estrangulado.

Halee arregalou os olhos e Kieran fez quase o mesmo, ainda continuando olhando atentamente para ver se acontecia mais alguma coisa de interessante.

Blane estava confuso, não via direito, mas dava para ver que a água estava vermelha e que Jhon e os dois Carreiristas do 4 haviam simplesmente sumido.

Então a água vermelha se levantou como uma pequena onda e molhou totalmente Halee e Kieran. Eles agora viram como era o bestante.

Era um monstro; cor acinzentada, mais de onze metros e talvez umas cinco toneladas, boca grande como à de um tubarão branco, olhinhos negros e demoníacos, sua fileira de dentes sujos de comida e sangue à mostra.

Kieran pareceu fascinado com o animal, enquanto Halee estava tendo uma espécie de ataque nervoso. Blane quase caiu no chão de susto ao ver do nada um bicho daquele tamanho saindo – pulando pra cima, algo do tipo – da água.

Halee batia em todas as partes no corpo com nojo pelo sangue, até ver pedaços decarnehumana em sua roupa causada pela onda que surgiu.

Aí sim ela pirou de vez e começou a dar um ataque.

Como se o sangue de Meredith quando ela a matou não espirrou nela.

Kieran olhou para ela como se ela fosse uma idiota.

— Halee. – ele disse calmamente, quase soava com delicadeza, mas era meio difícil imaginar isso de alguém quando ela está totalmente suja de sangue.

 Ela nem o escutava, agora só olhava para a água cheia de sangue e o monstro indo embora. Ele a pegou para o braço e levou eles um pouco mais longe da água.

— Halee! – ela não respondeu tanto que nem olhava para ele. Ele deu um tapa na cara dela com força. – Halee, fala comigo!

Halee acordou de um breve pesadelo. Olhou para ele.

— Vamos sair daqui.

A garota assentiu.

Túlio agora estava sozinho, não tinha mais ninguém, não tinha mais nenhuma aliança. Andando por aí com sua espada – agora sem sangue nem de Giovanna quanto de Lucy – sempre pronto se alguém quisesse o atacar.

Agora não precisaria mais fingir ou tentar conquistar uma menina para matá-la enquanto ela dorme. Confiando nele.

Ele lutaria.

Como agora.

Lyanna estava recuperada e forte; provavelmente patrocinadores a ajudaram. E agora estava atingindo Túlio com sua alabarda enquanto ele fazia isso com sua espada contra ela. Era uma luta quase justa, ambos tentavam atingir uns aos outros sem parar, já estavam com vários machucados e sangrando em alguns lugares. Mas uns cortinhos nem de longe parariam essa luta.

Vida ou morte era isso aqui.

Vida ou morte.

— Então, conquistadorzinho – disse Lyanna enquanto se desvia de outro golpe de Túlio. – Sentiu saudades de mim?

Ela conseguiu dar um corte na mão de Túlio aonde segurava a espada, mas ele não a soltou.

— Claro – ele começou a dizer. – Todos os dias na arena, eu estava pensando em você. – Túlio deu o tipo de sorriso metido que Lyanna odiava. - Especialmente, em como te matar.

Lyanna deu um chute na barriga de Túlio que o pegou desprevenido, fazendo-o tropeçar em algo e cair no chão. Ela saltou pra cima dele com a alabarda.

Colocou a arma no pescoço dele.

— Eu jurava que você era mais forte, Túlio. – ela disse, cantando vitória. – Em alguns minutos, deceparei sua cabeça e essa car…

Ela ficou paralisada e Túlio jurou ter ouvido algo.

Como de uma flecha voando. Mas não era uma flecha.

Começou a olhar desesperadamente para todos os cantos, mas não havia nada além de árvores e mais árvores. E Lyanna não tinha nenhuma flecha em seu corpo, nem sangue.

Ela caiu em cima de Túlio.

O garoto se levantou rapidamente e examinou brevemente o corpo. Um dardo no pescoço. Lyanna não tinha mais pulso.

Morta, assim, de repente.

Túlio virou bruscamente para trás, encontrando um garotinho com um lança dardos na mão o encarando.

Dex.

— Um arco e flecha. – disse Astrid alegremente olhando para o chão. – Ah, meu Deus, quem foi o retardado que deixou uma arma tão preciosa assim no chão?

Então ela olhou para o lado, vendo sangue. Fez uma careta.

Provavelmente, alguém matou a pessoa que usava o arco e flecha – ela não se lembrava de quem pegou o arco, acho que era uma garota – e simplesmente deixou largado a arma da pessoa.

Dane-se, agora a arma é dela.

Noah chegou logo depois e viu.

— Agora nós dois temos um arco e flecha; sem lança pra você, Astrid. – ele deu um sorriso. – Está perfeito agora.

Ela encarou ele.

E apontou o arco e flecha para ele.

— Nos matamos agora e acabamos com isso.

Noah pareceu ser pego de surpresa por um segundo, depois estreitou os olhos e começou a encará-la intensamente.

O que o irmão dela iria pensar dele, seu melhor amigo? E aliás, ele quer mesmo matar ela?

Ele também apontou seu arco e flecha para ela.

— Isso é ridículo.

— Pronto?

— Astrid, nós vamos acabar matando nós dois desse jeito.

— Acho que não.

— Se fosse pra me matar, nem teria contagem e já teria acertado essa flecha em mim. Se for pra lançar ao mesmo tempo, aí sim, nós dois morreríamos ambos com no máximo, acho, uma flecha em nossas barrigas. Nós não temos nada para parar o sangue que jorraria.

Astrid franziu o cenho; isso parecia mais uma brincadeira, um motivo para ela mostrar que não confia nele e que ele a incomoda. Ou algo do tipo. Mas não ao ponto de ambos quererem se matar.

Não, não e não.

Se matar, eles se matariam, alguma hora, algum dia; talvez. Mas eles precisam um do outro agora, hoje.

Ela precisa dele.

Ele precisa dela.

— Vamos caçar algo pra comer. – ela disse e abaixou o arco. 

Jordan e Luvye estavam em uma praia distante e feia; era suja, morta e ainda fedia. Sangue, peixe podre e tudo de ruim que você possa imaginar.

Mas era bom, pelo menos, talvez isso mantivesse os inimigos ao longe.

Ela se sentou no chão e ele fez o mesmo.

— Kieran fez isso com você, não é? – ela disse olhando ainda a barriga com a faixa. Depois olhou para os olhos dele. – Não devia ter feito aquilo.

Jordan olhou para ela.

— O que eu fiz? Não foi nada. – ele disse. – Kieran é um desgraçado de qualquer jeito, eu pelo menos pude dar um soco na cara dele.

Não sabia por que, mas imaginar Kieran levando um soco de Jordan foi engraçado e prazeroso para Luvye. É, aquele psicopatinha merecia pelo menos uma porrada na cara.

Luvye deu um sorriso.

— Jordan, você me salvou. Me protegeu.

Ele assentiu lentamente, tentando entender o porquê o assunto da conversa.

Então ela foi se aproximando dele, colocando o rosto cada vez mais perto, podendo ouvir a respiração acelerada dele e os olhos castanhos mais perto.

Jordan era lindo; só que ela nunca havia percebido. Quem se importa com isso quando você tem que matá-lo? Ela não queria matá-lo e ela também sabia que ele não queria fazer isso com ela. Ele não podia querer. Se quisesse, porque a salvou? E não era uma questão de aliança. Se fosse, não teria virado contra Kieran, ele foi o único que fez isso.

Talvez mais por ele, para provar que não era um brinquedinho que o bebê Kieran controlava. Ou até mesmo a Capital.

Os lábios deles se encontraram.

Assim, tão de repente e inocente, mas se encontraram.

Eles nunca ficaram tão próximos como agora, cada um sentindo a respiração do outro, sentindo um e outro. Ah, Luvye era uma burra.

Ela se soltou dele rapidamente.

— Não deveria… Isso foi errado. – ela disse levando a mão à boca.

— Luvye. – ele disse calmamente, mas internamente, estava atordoado e perturbado. Ela percebeu. – E se eu te dissesse que nesse jogo não tem o certo nem o errado?

Dex levou à boca a carne de coelho.

— Gostou? – Túlio perguntou.

O garotinho voltou a encarar Túlio; um olhar desconfiado, com os olhos azuis pequeninos estreitados e os braços cruzados.

— Eu vi você matando aquelas garotas. – Dex disse. – Esperou elas dormirem para matá-las, só não foi mais esperto que aquela loira.

Ele estava falando de Lucy. Túlio fez uma espécie de careta ao ver que ele sabia de tudo.

— Se eu não as matassem, elas me matariam, Dex. – disse Túlio paciente.

— Elas confiaram em você. – o garoto disse sério. – Eu não confio em você.

Dex era um garoto esperto; Túlio reconheceu isso. Aliás, ele só tinha treze anos e mesmo assim conseguiu matar Lyanna, de dezessete.

Esse sim seria um bom aliado.

— Dex, eu não vou matar você. Eu tava pensando se a gente podia…

— Virar aliados?

Túlio balançou lentamente a cabeça, concordando.

— Então me dá suas armas. – Dex disse com firmeza. – Eu monto guarda enquanto você dorme.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem.