Trigésima Edição escrita por Liv


Capítulo 6
Capítulo 6




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— Então quer dizer que você deixou ela escapar? – perguntou Halee com os olhos levemente arregalados.

— Não, não foi isso. – respondeu Jordan. – Luvye é rápida; enquanto a gente dormia pegou uma mochila e saiu correndo. Quando eu percebi, ela já estava muito longe.

Kieran não dizia nada, apenas ficava encarando Jordan de um jeito tanto estranho. Finalmente falou:

— Pra onde ela foi?

— Como eu vou saber? Mas ela não deve ter ido muito longe. – ele sabia que ela teria ido longe. – Deve estar aqui perto.

— Então vamos procura-la. – supôs Jace. – Luvye não iria sobreviver muito mesmo.

— Então vamos agora ir caçá-la. – disse Kieran e pegou sua cimitarra. – E eu faço questão que essa cimitarra corte alguma parte da carne de Luvye.

— Não! – disse Jordan e depois se culpou imediatamente por ter dito isso. Não que ele tivesse medo de Kieran, mas… – Melhor não, vamos caçar ela depois. Temos mais coisas a fazer além de Luvye.

Kieran franziu o cenho para Jordan.

— Dois, você quer mesmo me desafiar? – ele disse. – Ou pegamos Luvye agora ou quem vai ter a cimitarra enfiada no corpo vai ser você.

O frio foi saindo rapidamente e sendo substituído por um calor gigantesco e sem piedade.

Lyanna sobreviveu ao rápido combate com Victor, mas continuava com o talho na cabeça e depois dessa mudança de tempo; estava doente. Uma gripe qualquer, mas estava fraca, não estava com fome pela gripe e garganta irritada, mas ela precisava comer e beber. Além de que em breve teria uma febre.

Túlio havia melhorado, apesar de ter diversos cortes pelo corpo, conseguiria lutar se alguém aparecesse de repente na frente dele.

Ele andava pelo núcleo da Floresta, andando com passos pesados e com a espada em sua mão. Só não passava cede por sua mochila ter uma garrafinha – pelo menos nesse ano os Idealizadores não queriam matar os tributos de sede.

Parou um pouco sentando em uma pedra para beber mais um gole, pouco, bem medido. Só parou quando ouviu algo se aproximando, nem rápido, nem devagar. Se enfiou em uma árvore e conseguiu ver uma garota loira se aproximando.

Lucy.

Túlio tinha uma espada e Lucy tinha duas facas, um canivete e uma adaga.

Se a pegasse de surpresa, poderia matá-la ou machucá-la feio.

Lucy estava muito distraída, nem percebeu o garoto atrás da árvore. Era uma boa chance.

Uma ótima chance.

Túlio foi estendendo a espada e em breve estaria indo na direção dela com uma espada apontada para seu pescoço ou o coração.

Então uma faca atingiu a árvore onde Túlio estava.

Ele arregalou os olhos.

— Acho melhor você sair daí e se render. – disse Lucy com um sorriso.

Nunca”, pensou ele, mas ele saiu e ficou na frente dela com uma faca e uma adaga apontadas para ele.

— Abaixa a espada.

— Ah, qual é? Porque em vez disso, a gente não tenta conver…

— Abaixa a espada!

Túlio deu de ombros e abaixou a espada colocando-a no chão.

Ele mal parecia ligar ou ter medo.

Lucy estreitou os olhos.

— Ia tentar me matar, né? – ela disse andando em círculos lentos em volta dele ainda com as armas apontadas para Túlio. – Acho que seu plano deu errado. Não esperava que eu percebesse que você estava aqui.

— Eu não ia te matar.

— Ah, não mesmo. – ela disse sarcástica.

— Não ia te matar como você também não vai me matar. – ele deu um sorriso. – Você não quer me matar.

Lucy pareceu ofendida e ao mesmo tempo surpresa, depois franziu o rosto para ele e com a faca fez um corte na perna. Não era profundo, mas doía, o que fez Túlio trincar os dentes ao ver o sangue escorrer pela perna.

— Agora tem certeza que eu não quero te matar?

Ela sorriu; mas ela não queria, realmente não, não com ainda sentindo o remorso ao ter matado Lunna. Mesmo que já estivesse morrendo, Lucy só deu um empurrãozinho.

— Tudo bem. – admitiu Túlio. – Mas você não vai sobreviver sozinha. Não por muito tempo. Olha, você pode ter essas armas, mas tem gente mais esperta que você aqui e que pode facilmente te matar com um machado, cimitarra ou uma dúzia de facas.

Lucy parou de sorrir. Ela não conseguiria mesmo sobreviver por muito tempo sozinha.

Arqueou uma sobrancelha para ele.

— Está propondo uma parceria?

— Totalmente.

Da Aliança contra os Carreiristas só havia sobrado Daria e Victor, ambos do Distrito 10.

Eles estavam quase caminhando para uma das praias da Ilha, mas ainda faltavam um belo tempo para chegar, ainda ficando na Floresta.

— Será que Giovanna ainda está viva? – perguntou Victor.

— Provavelmente, saberemos isso à noite. – respondeu Daria. – De qualquer jeito, da Aliança só estamos nós. Os do 11 simplesmente sumiram. Serão mortos rapidinho.

Daria e Victor tinham ambos espadas medianas nas mãos para lutaram. Mas definitivamente, não eram as melhores espadas da Arena; haviam muitas melhores, principalmente a de Jordan.

— A gente poderia ir…

Victor nem pode completar a frase ao sentir algo entrando no seu pé e dando um urro de dor.

Daria pareceu paralisada e olhou para cima.

Brooke Vijjari com quatro pequenos – mas poderosos - machados duplos em cima de uma árvore.

Ela havia errado a mira; queria acertar o coração de Victor, não o pé.

Mas era melhor que nada, Brooke nunca havia sido boa em armas de longa distância, mas pareceu se acostumar e se afeiçoar com os machados duplos.

Daria sacou a espada e desviou por pouco de um dos machados de Brooke.

Brooke pulou para o chão; com uma leveza quase inacreditável, nem sentiu nada ao joelhos baterem no chão e as mãos, pelo menos, se sentiu não demonstrou.

Seria mais fácil jogar os machados em Daria nessa distancia.

Mas antes, Victor.

Enquanto Victor se contorcia de dor pelo machado cravado em seu pé no chão, Brooke aproveitou e jogou mais um. Só que dessa vez, ela não errou e acertou em sua cabeça.

Em seguida, um machado passou zunindo no braço de Daria; fazendo um corte mediano em seu braço.

Brooke era rápida demais.

Um machado para atacar Daria.

Daria conseguiu chegar mais perto de Brooke, fazendo um corte em sua coxa e deu-lhe um chute na barriga. Brooke, levemente desprevenida, tropeçou e caiu no chão. Nem havia dado tempo de esticar uma das mãos e pegar o machado espalhado ao chão; Daria já estava em cima dela.

Um golpe já era necessário para matá-la agora.

Luvye havia conseguido fugir; agora ela estava bem longe da Floresta e do local Carreiristas, e claro, extremamente cansada.

Ela estava em uma praia, uma praia linda banhada por águas super azuis e cristalizadas. Um local estranho para uma Arena de morte.

Deitou-se no chão um pouco, na verdade, quase desabou no chão. Pelo menos, ainda estava com uma dúzia de facas na sua jaqueta podendo utilizar muito bem apenas uma faca para atingir qualquer um que viesse agora. Ou talvez não.

Está muito cansada para fazê-lo.

Olhou para as águas à frente; límpidas, dá até para ver os peixinhos – e peixões – nadando. Ela não sabia pescar, mas, quem sabe ela não poderia aprender agora? Além do mais, as bolachas que haviam na mochila já estão acabando e um peixe cairia muito melhor.

Demorou algum tempo para Luvye conseguir pegar alguns peixes, ela queria pegar os maiores; depois de certo esforço, conseguiu pegar um.

Mas era grande e bem bonito.

Ela sorriu consigo mesma e foi saindo das águas.

Agora era só fazer uma fogueira.

Então olhou para seus joelhos; havia levantado as calças para nadar e percebeu duas estranhas – e nojentas – figuras negras neles.

Tinham aproximadamente 9 centímetros e além de seu aspecto repulsivo, Luvye foi se sentindo enjoada, enojada. Então percebeu que havia um na parte de trás de sua coxa esquerda também.

Só que essa era maior, deveria ter uns 15 centímetros.

Sanguessugas.

Luvye começou a se desesperar puxando as duas sanguessugas dos joelhos – puxando e puxando, mas elas não saiam.

Só depois de muito esforço conseguiu tirar as duas jogando-as fora para o lado com uma enorme repulsa, só depois foi ver duas marcas saindo sangue em seus joelhos.

Depois ela cuidava disso; ainda tinha a da coxa.

A sanguessuga da coxa era a pior, não saia de quase jeito nenhum e ela teve que pegar a sua faca para cortar metade da sanguessuga para ela ceder e assim conseguir tirá-la de seu corpo.

Quando terminou, caiu no chão querendo desmaiar. Não dava para saber quanto sangue as sanguessugas haviam tirado dela, mas que havia deixado-a fraca, isso haviam.

Então aos poucos, o sol escaldante que fritava seu corpo e olhos foi diminuindo; tudo se transformou em um borrão negro para Luvye.

Quando acordou, não se lembrava de nada; só sentia a enorme dor de cabeça que parecia um martelo gigante sendo batido contra ela.

Olhou em volta e viu a mesma praia, só que de noite, muito mais frio e um peixe morto ao seu lado. Estreitou os olhos.

Não se lembrava muito bem das coisas e foi racionando devagar.

Mas não dava pra raciocinar; não quando o mundo começa a dar voltas, literalmente.

A praia começou a ficar borrada de novo, focando e deslocando, focando e deslocando. Nada havia virado um apagão, mas tudo parecia muito irreal agora.

Até os gritos começarem.

Luvye deu um pulo ao ouvir um grito – alto, agudo e feminino – era como se conhecesse essa voz de algum lugar.

Então tudo começou a embaralhado, a dor de cabeça aumentou e os gritos também aumentaram. Cada vez mais fortes. Cada vez mais assustados. Cada vez mais aterrorizantes.

Ela colocou as mãos nos ouvidos e deu grito ao ver o que estava na sua frente.

Lunna Herondale.

— Ei Luvye. – disse Lunna sorridente enquanto andava na sua direção mancando pelas duas facas enfiadas em sua coxa ensanguentada e a pele pálida. – Pensou que com essas duas faquinhas ia se livrar de mim? – ela riu. – Acho que não.

Luvye olhava Lunna com uma expressão aterrorizada; não queria continuar olhando para ela, não queria continuar aqui.

Então começou a correr.

Correr e correr, nem sabia onde estava indo, mas isso não importava agora. Nem sabia se a morta estava a perseguindo, apenas conseguia ouvir os gritos, masculinos e femininos. Alguns até chamavam o nome de Luvye.

Veneno.

Veneno estava no sangue de Luvye; era mortal? Não, não era. Mas causava alucinações terríveis.

E era o que Luvye estava tendo agora.

Ela tropeçava várias vezes, agora que já estava na floresta, ralando mais ainda os joelhos já machucados.

Não se importava, continuava correndo, mas algo a parou; trombando com alguém na frente. Ambos caíram no chão.

Luvye levantou a cabeça para ver quem era.

Ela gritou.

Seja lá o que Luvye tenha visto se assustou inicialmente, mas depois tampou a boca dela fazendo-a espernear, bater braços e pernas para tentar escapar dos braços e mãos poderosos da pessoa.

Em segundos, Luvye foi parando e parando, perdendo todos os sentidos.

Até que desmaiou novamente.

E adormeceu nos braços de Jordan.



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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, não é meu melhor capítulo mas tá aí. xD