Para Sempre Shadow-Kissed escrita por liljer


Capítulo 31
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Cheguei! Bem, hoje não é sábado, mas o capítulo tá quente. Agradeçam à minha irmã, que ficou enchendo minha mente para eu escrever e deixá-la em paz. o//
Enfim... Boa leitura. E até a proxima!!



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Existem instantes em que você vê toda a sua vida passar por seus olhos. E bem, eu passei por aquele instante.

Ficar trancafiada com um maldito psicopata me fez repensar nas coisas com um carinho excessivo. Eu sentia falta de Lissa e principalmente de Dimitri. Havíamos brigado, mas eu ainda sim, não queria morrer. E... Diabos, quanto mais o tempo passava, mais certeza de que eu iria morrer, eu tinha.

Marcus tinha uma regra de me visitar em intervalos. Nunca comentando nada sobre o mundo exterior, fora daquele maldito lugar. Era sufocante a forma como o maldito dizia que iria me matar, ou me despertar. O que, por muitas vezes me fez desejar que ele logo ou me matasse, ou me despertasse de uma vez por todas. Mas minha covardia fazia minha boca se calar.

Foi num daqueles malditos horários de visitas que ele chegara quase que saltitando de uma maldita felicidade.

– Você não acredita no que aconteceu. – provocou ele.

– Você descobriu que é uma porra de um maluco? – respondi com uma careta.

– Nah. – balançou a cabeça, revirando os olhos. – Mas descobri isso, não muda o fato de eu ainda ditar as ordens aqui.

– Você sempre precisou de cadelas para o trabalho sujo. Muito de seu feitio. – fiz um som de tsc com a boca. Marcus sorriu perigosamente, e tão logo, ele estava ao meu lado, sua mão apertando minha garganta — o que viria ser algo cheio de gentileza, devido a sua maldita força. Mas o suficiente para eu ficar vermelha.

– Você tem um senso muito, muito ruim, minha cara. – assoviou ele, sua expressão dura.

– Vai se foder. – cuspi, e então, ele me soltou, gargalhando.

– Você seria um ótimo strigoi. Pena que isso não vai acontecer. – balançou a cabeça, em falso pesar.

– Então porque não me mata logo?! – exclamei, sentindo a raiva subir. Marcus parou, virando seu corpo para mim, enquanto eu me sentia encolher. Porque diabos eu havia dito aquilo, mesmo?!

– Você quer tanto morrer assim, Rosemarie? – perguntou ele.

– Não. Eu quero que você acabe logo com essa maldita obseção. Eu não quero morrer, mas se esse é o jeito de eu me livrar de você, ok! Eu aceito morrer. Eu espero que ao menos, você tenha a decência de deixar Lissa em paz!

– E o que te faz pensar que eu a deixaria livre? Você não consegue ver o que eu sou? – ele apontou para si próprio. Tão perigoso. Eu suspirei, me sentindo enojada. – Por Deus, Rose.

– Eu não me importaria se você morresse com uma estaca no coração. – eu murmurei.

– Eu tenho certeza disso. – murmurou ele, se aproximando. Ele deu um leve beijo com seus lábios gélidos em minha cabeça, e então, como uma rajada de vento, desapareceu pela porta.

E pela milésima vez, eu me deixei olhar pelos cantos daquele cubículo infernal e úmido. Eu sabia claramente que estava num porão. Bem, sabia apenas isso. Sem contar que eu não sabia dizer se era dia ou noite, já que eu não conseguia dormir.

Então, abrindo mais claramente minha mente, eu pude notar como uma pequena luz no fim do túnel, Lissa. Nas últimas horas, Lissa parecia ter sido escondida do nosso laço, como se ele estivesse cortado. Eu podia sentir todo o desespero dela — o que não havia me ajudado em nada — mas apenas isso. A preocupação de não saber como eu estava. Mas agora... Bem, eu podia sentir ela do outro lado, e tão logo, eu me permiti afundar em sua mente. Saber sobre o mundo lá fora.

Era noite. E dia para os Morois. Tê-la ali, vendo através de seus olhos não era a mesma coisa de vê-la pessoalmente, mas era bom saber que ela ao menos — ao contrário de mim — estava bem.

Lissa, Christian, Adrian e até mesmo Avery estavam num canto, na sala dos guardiões. E tão logo, eu pude ver Hans Croft. Ele bebericava de uma xícara escaldante de café. O que me fez desejar que aquele café o queimasse. Alguém conversava com ele, e quando eu notei que se tratava de Dimitri Belikov, eu senti meu coração explodir em felicidade. Eu podia vê-lo pelos olhos de Lissa, mas ainda assim, ele me parecia tão bem quanto pessoalmente. Ele tinha um punho cerrado, e uma expressão nada boa. Eu podia apostar minhas fichas que todo seu autocontrole estava muito perto de explodir.

– Você está louco em não fazer uma missão para resgatar Rose! – ele exclamou, sua voz carregada pelo seu sotaque e todo o poder que ele esvaia. Fazendo-me lembrar de Mason o chamando de deus, certa vez. O autocontrole de Dimitri havia ido embora. E Hans Croft parecia ser o único que não havia notado aquilo. Eu notei Adrian se levantar ao lado de Lissa, tenso. Assim como Christian. Os dois não poderiam fazer muito por Dimitri, mas já seria alguma coisa, ou pelo menos, era o que Lissa pensava.

– Não! Já se passaram mais de 48 horas! Muito dificilmente ela esteja viva a essa altura. Você conhece o protocolo, Guardião Belikov. – Hans dissera, suas veias alteradas. – E ela não é um Moroi, muito menos, uma guardiã. Não há um porquê de irmos resgatá-la. Esqueça isso, a Srta. Hathaway se foi.

Lissa soltou um som estranho, e tão logo, se levantou, com Avery ao seu encalço, segurando seu cotovelo, tentando acalmá-la. Ela se aproximou da mesa, apoiando suas mãos sobre a mesma, encarando Hans com uma ferocidade tão profunda, que eu soube naquele instante o quanto Lissa me amava.

– Rose não está morta! – ela exclamou, e bendita seja. – Eu saberia se ela estivesse.

Era obvio para qualquer um que tanto Lissa, quanto Dimitri e os outros não dormiram nas últimas horas. Assim como eu também podia sentir a escuridão do Espírito vindo à tona.

– Não insista, princesa. – Hans balançou sua mão no ar. E eu tinha que admitir que ele era um verdadeiro maldito filho da mãe. – Em alguns dias, guardiões irão para uma missão, vocês realmente acham que eu vou mandá-los para uma outra missão em busca de sua amiga, apenas porque lhe convém?!

Lissa cerrou os punhos, abrindo a boca para soltar um palavrão muito feio, foi então que alguma coisa estalou em sua mente. Auras. E as portas duplas da sala dos guardiões se abriram, entrando lá um Moroi acompanhado por vários guardiões, e minha mãe, Janine Hathaway, em seu encalço, assim como Mason Ashford e Eddie Castile.

– Mas o que diabos... – Hans começou. O Moroi levantou uma mão, como se fosse algum tipo de apaziguador, atraindo a curiosidade de Lissa e de todos os outros.

– Eu espero que você tenha uma boa razão para não querer resgatar Rose Hathaway. – disse o homem. Ele tinha um sotaque engraçado, assim como todo o seu visual exótico. Os Guardiões rondando o Moroi em uma formação protetora. Ele era mais velho que eu, perto da idade de minha mãe, ou talvez, fossem da mesma idade. Ele tinha cabelo preto e uma barbicha, e um bronzeado que Morois tinham. Se você já viu pessoas de cor escura que estão doentes e ficam pálidas, é muito parecido. Havia algum pigmento na pele dele, mas estava descolorido com a intensa palidez. O mais surpreendente de tudo eram suas roupas. Ele usava um longo casaco escuro que gritava dinheiro, junto com um cachecol vermelho de cashmere. Abaixo dele, eu podia ver uma corrente de ouro que combinava com o brinco que ele usava em uma de suas orelhas. Minha impressão inicial daquele extravagante seria de um pirata ou um cafetão. Um momento depois, eu mudei de ideia. Algo nele dizia que ele era o tipo de cara que quebrava joelhos para conseguir o que queria. E a forma como ele falara com Hans Croft, me fez abençoá-lo mentalmente.

– Bem – Hans coçou sua garganta.

– Então eu espero que você junte alguns dos seus malditos guardiões. Ou eu mesmo darei meu jeito. – disse ele.

– E quem diabos é você? – exclamou Hans.

– Sou Abe Mazur, pai de Rose.


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