Para Sempre Shadow-Kissed escrita por liljer


Capítulo 30
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Heeey!
Bem, estão muito animadas para o que vem aí?!
Ok, eu ainda preciso terminar o extra do Dimka. Mas acho que vou deixar mais para a frente. e.e'
Enfim, aproveitem, boa leitura.



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Existem dias em que você definitivamente não acredita que seja seu dia de sorte.

Eu apertei meus passos pelo beco, esfregando meus braços com uma força terrível, como se assim eu pudesse me esquentar. Eu podia sentir o pavor nos meus passos, enquanto eu praticamente corria até o prédio no meio daquele beco escuro e sujo. Eu podia sentir também a inquietação de Lissa através do laço, mas eu havia feito o meu melhor para ignorar. Afinal, aqueles assuntos não eram mais meus, e sim de Kirova e do diabo que viesse ser.

Foi quando eu parei meus passos tão abruptamente. Eu senti como se tivesse sido atingida no rosto. Mas não tinha sido no meu rosto. Tinha sido no de Lissa. Eu fui para a mente dela e imediatamente percebi os arredores dela e tudo acontecendo com ela — como das outras vezes pedras voaram do chão e atingiram ela no rosto. Elas eram guiadas por um calouro que eu não conhecia, a não ser pelo sobrenome Drozdov. As rochas machucaram nós duas, mas eu contive meu grito e cerrei meus dentes.

Eu não podia ver todas as pessoas reunidas lá através dos olhos dela, mas eu reconheci algumas. Jesse e Ralf estavam lá. Brandon. Brett. O cara Drozdov. Alguns outros. As pedras ainda estavam acertando nela, ainda cortando seu rosto. Ela não gritou ou chorou, no entanto — ela só ficava dizendo a eles de novo e novo para pararem enquanto dois outros caras a seguravam. Enquanto isso, Jesse continuava dizendo a ela para fazer eles pararem. Eu apenas meio que ouvi ele pela mente dela. A razão não importava e eu já tinha descoberto isso. Eles iriam torturar ela até que ela concordasse em se juntar ao grupo deles.

Um sentimento sufocante de repente tomou conta de mim e eu tropecei, incapaz de respirar como se água estivesse no meu rosto. Lutando com força, eu me separei de Lissa. Isso estava acontecendo com ela, não comigo. Alguém estava torturando ela com água agora, usando para tirar o ar dela. Quem quer que estivesse fazendo isso fez com tempo, alternando entre encher o rosto dela com água, então tirando e então repetindo. Ela arfava e prendia a respiração, ainda pedindo a eles que parassem quando ela podia.

Jesse continuou observando ela com olhos calculistas.

– Não peça a eles. Os obrigue – Eu tentei correr de volta para o prédio onde eu morava, e à medida que eu sentia mais a dor de Lissa e ficava com mais e mais raiva.

Foi um usuário de ar em seguida e de repente, era como se ela estivesse sendo torturada pelos sequestradores de Victor de novo. Ar era tirado dela, deixando ela arfando e então dado aos montes para ela, esmagando o rosto dela. Era uma agonia e trouxe de volta todas as memórias do seu quase sequestro, todo o terror e horror que ela estava tentando esquecer. O usuário de ar parou, mas foi tarde demais. Algo se quebrou dentro dela. Quando Ralf apareceu para usar o fogo, eu estava tão alerta que eu pude ver o fogo aparecer nas mãos dele.

Então, alguma coisa se mexeu na minha visão periférica, no canto mais escuro do beco. Eu saí da mente de Lissa tão habilidosamente. Eu me coloquei na postura de defesa, pronta para atacar, também. E então, veio.

Um cara alto, o que no escuro parecia ter o dobro da minha idade, se aproximou. E eu não hesitei. Por que... Cara — eu estava furiosa.

Eu pulei sobre ele, jogando todo o meu peso, jogando-o contra o chão. Eu podia saber o que ele ia fazer. O que ele queria fazer estava estampado em seu rosto, que eu não precisei de muito, e com isso, eu senti toda a raiva de Lissa me atingir, enquanto eu socava ele. No rosto, quebrando seu nariz. O sangue tomou conta do lugar, um cheiro forte. Mas eu pouco me importei, afinal, eu estava cheia de algo sombrio. Algo duro... E à medida em que eu acertava meu punho em seu rosto, eu podia sentir os gemidos de dor, e aquilo foi gratificante. Então, eu senti alguma coisa me puxar para longe.

Eu levantei meus olhos para quem havia me tirado de cima do cara.

– Me solta! – eu gritei, ainda me debatendo em seus braços. – Me solta! Me deixe acabar com ele! Me solta!

– Não. – a voz fria soou atrás de mim, perto da minha orelha. – Você acabou. Não precisa mais disso.

Eu me virei em sua direção, enquanto tomava nota do que ele estava fazendo. Ele estava me compelindo. E era ainda mais forte do que a de Lissa. Então eu tomei nota, ainda muito assustada, do que se tratava. Tratava-se de um strigoi.

~ VΛ̴ ~

Nada disso parecia real. Quem sabe? Talvez não seja. Talvez, na verdade, estivesse acontecendo com outra pessoa. Talvez seja algo que eu havia imaginado. Talvez eu acordasse logo e encontrasse tudo de volta ao normal. Estaríamos todos juntos, e ele estaria lá para sorrir e me abraçar e dizer que tudo iria ficar bem. Talvez tudo isso tenha sido um sonho, mesmo.

Mas eu acho que não.

Marcus se aproximou, e todo o meu corpo tremeu de medo. Eu tinha que admitir que eu tinha pavor dele. E não era para menos, afinal... Ele ainda queria me matar. Eu me perguntei quando minha parcela de má sorte iria acabar, e admito que eu fiquei triste em saber que havia muita merda ainda para atingir o ventilador.

– Rose, Rose... – ele balançou sua cabeça em um som de “tisc-tisc” com os lábios grossos. – Eu nunca pensei que você fosse estúpida a ponto de ficar sozinha... Ainda mais, depois da morte de Bradley.

Foi então que eu percebi... Braddy estava morto. Todo esse tempo em que eu ligara para ele, ele provavelmente estava... Bem- morto.

– Você é um desgraçado! – eu cuspi. E num espaço de segundos, ele estava à minha frente.

– Tenha certeza que sim, querida Rose. Mas ser um desgraçado, não muda o fato de você ser uma covarde sem palavra. – ele disse, sua voz era uma caricia fria contra meu rosto.

– Você deveria saber melhor do que qualquer um que eu nunca a entregaria. – cuspi, não conseguindo evitar uma careta de nojo. Marcus riu, uma gargalhada quase que mortal. Eu lutei contra a vontade de me encolher na cadeira.

– Oh, Rose... – suspirou ele com um sorriso doce, mas muito mais malicioso do que qualquer outra coisa. Então, tão de repente, ele deu apenas o que pareceu ser um puxão na cadeira onde eu estava amarrada. Puxando-me para ainda mais perto dele, seu rosto tinha uma fúria terrível. – Nós tínhamos um acordo! – gritou, seu rosto frio de todas as formas, próximo ao meu. Eu me encolhi na cadeira. – A Dragomir pela vida eterna e o laço! Você desperdiçou, como ninguém nunca fez. Eu te ofereci liberdade daquele mundo, mas você não aceitou. Você preferiu estragar tudo, fugindo!

Eu estava a ponto de explodir em lágrimas, enquanto ele gritava. Eu não conseguia me arrepender dos meus atos naquela noite em que eu fugi de toda a sua “proteção” na noite em que eu matei aquele cara. Não havia se passado um dia sequer que eu não lembrasse do rosto dele. Um dia sequer desde o episodio no aeroporto em Connecticut que eu não lembrasse do cara.

– Eu sinto muito... – choraminguei. Recebendo uma risada fria em resposta.

– Deveria. – ele sorriu. – Mas... Ao menos, você tem um mínimo de noção do que irá acontecer, Rose. Você não é estúpida. Você sabe de coisas... Coisas sobre mim. E você, vai cumprir sua parte do acordo.

Eu senti meu corpo tremer. Ele iria me despertar? Eu me encolhi na cadeira, ainda que a tentativa fosse estranha por eu estar amarrada. Marcus deu alguns passos para longe, para me estudar, ainda que um sorriso dançasse em seus lábios. Então, voltou a caminhar para a porta.

– Nós temos tempo, minha cara... Não se preocupe. – ele sorriu, enquanto saia pela porta do lugar escuro demais para eu tomar nota. Eu estava apavorada, e se Marcus ainda fosse como eu costumava me lembrar, eu não duraria muito.

– Merda... – resmunguei.


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