Piloto De Fuga escrita por Blue Butterfly


Capítulo 37
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Voltei ^^
Bem,gostaria de informar que o capítulo extra vai para...
...
...
...
...
DCM ^^ !!!!!!!!
Ela acertou quem estava naquela noite com a Bella (Peter) e receberá um capítulo extra entre essa semana e semana que vem ^^
Obrigada pelas sugestões,foi muito bom ver que vocês ainda estão comigo na história.
Bem, boa leitura ^^



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-Lá na frente – Seth apontou – Diminua a velocidade.

     Obedeci, parando perto da viatura preta e vermelha. Atrás de nós Emmet parou também, inquieto.

      -É melhor ele não estragar nada – eu resmunguei enquanto pegava os documentos que Seth havia falsificado para nós.

   Baixei o vidro, um dos policiais vinha na nossa direção, a mão esquerda segurando uma automática.

   -Saíam do carro, por favor – ele mandou tomando uma distância segura entre nós e ele.

  Mais dois policiais se aproximaram, as mãos nas automáticas.

  -As crianças podem ficar? – perguntei fingindo timidez enquanto saía do veiculo – Elas acabaram de dormir.

   Seth desceu do outro lado, mancando levemente. Eu já estendia minha identidade e carteira de motorista para o policial, enquanto Seth pegava na carteira seus documentos.

    -Podem – o policial permitiu, um deles se aproximou e olhou dentro do carro – Uma Ferrari – o que estava perto de mim falou o modelo para o policial mais perto da viatura – Placa CHZ 8697, número de série 38405915603.

  Esperamos em silêncio enquanto checavam nossos dados (Seth já nos colocara em todos os bancos de dados possíveis).

   -Ferrari Amarela, em nome de Johnatan Newton – o que mexia no computador informou.

   -Sou eu – Seth se apresentou entregando sua carteira de motorista – E está é minha esposa, Jéssica Newton.

   -As crianças são seus filhos? – quem estava perto de mim perguntou checando nossos documentos.

    -Sim – ele respondeu – Julia e Julio Newton.

  -Os documentos deles estão certos – um dos policiais informou.

   -Eles estão com vocês? – o policial perguntou para mim, apontando para Alice e os outros dois que acabavam de sair do carro e apresentavam seus documentos.

 -Sim – respondi com naturalidade – Ela é minha cunhada, Emily, o moreno é seu marido e o de boné é amigo da família.

  -Para onde vocês estão indo? – ele perguntou curioso.

 -Visitar alguns parentes. Há algum problema? – perguntei me fingindo de confusa.

  -Sim, teremos que ver suas malas. O modelo do seu carro bate, apesar da cor ser diferente – ele explicou.

 Me fiz de idiota e olhei para ele, como se esperasse uma explicação melhor. Eu sabia exatamente do que ele estava falando.

 -Me perdoe, mas eu ainda não entendi. O que aconteceu? Por que você diz que o modelo do nosso carro bate?

 -Quanto tempo estão viajando? – ele perguntou desconfiado.

 -Uns quatro, cinco dias – informei com cuidado.

 -Quer que eu acredite que não sabe o que aconteceu? – ele perguntou furioso.

 -O que aconteceu? – perguntei no mesmo tom inocente e curioso.

 -O vice-presidente foi assassinado e os assassinos estavam numa Ferrari.

 Levei as mãos à boca, cambaleando um pouco. Ao meu lado Seth se aproximou e passou os braços nos meus ombros, como se me desse apoio. Funcionou, nossa encenação foi tão convincente que o policial suspirou, resignado e exausto.

  -Estamos que nem loucos atrás dos assassinos, mas não o achamos. Poderíamos ver suas malas? – ele pediu com desânimo, já esperando não encontrar nada lá.

Permitimos. Depois de uma minuciosa inspeção e mais uma rodada de pergunta, eles nos deixaram partir. Só quando estávamos bem longe deles é que Seth falou:

-Eles estão atrás de nós.

Sua voz foi baixa, revoltada, enojada. Mas consigo mesmo.

-Eu sei.

-Devíamos estar na cadeia. Devíamos estar em Concluán.

-Eu sei – concordei também.

 Antes que seu pessimismo se pronunciasse, o celular tocou, nos fazendo pular do banco Olhei o visor colorido e suspirei.

 -É a Alice – avisei.

Ele pegou o celular e o atendeu.

-Pára o carro – ele pediu.

-Por quê? – perguntei confusa. Mas dessa vez confusa de verdade.

-Não vamos completar o caminho. Dino vai vir até nós.

Aquilo era novidade. Nós iríamos até Dino, tínhamos ainda um dia e meio de viagem sem parar. Eu parei o carro no acostamento e, com cuidado, saí e caminhei para fora da pista. Alice também fazia o mesmo, mais pálida do que o normal, os cabelos oxigenados lhe dando um ar doentio.

-O que está acontecendo? – perguntei.

-Dino disse que não é seguro irmos até a casa dele. A polícia está em peso na cidade.

-Todas as rotas para Concluán, para a sede do Partido e para a casa do presidente estão fechadas – Seth informou irritado.

Então era isso que ele estava pesquisando antes que a polícia nos parasse.

Ele terminou a distância que faltava até nós e nos entreolhamos, preocupados e incertos.

-O que faremos? – Alice perguntou para mim.

-Prioridades, sempre prioridades – eu respondi – Dino deve levar as crianças. Tem certeza que ele virá?

-Ele deve estar passando por aqui daqui a pouco. Vai trocar de carro com a gente.

-Trocar de carro? – perguntei incrédula.

-A Ferrari chama muita atenção – Alice explicou como se desculpasse – Temos que nos livrar dela.

O que? Eles queriam se livrar da minha Ferrari?!

-Bella, não vai surtar, por favor! – Seth exigiu nervosamente.

Eu fechei a boca, aberta para gritar um monte de atrocidades e engoli o líquido ácido que vinha nadar na minha língua. Era minha Ferrari.

-Tudo bem – suspirei me rendendo.

-Agora nossa segunda prioridade é como chegar ao Partido – Seth citou.

Baixei a cabeça, envergonhada.

-Eu sei como – revelei num sussurro.

-E como pretende fazer isso? – Emmet perguntou criticamente.

Eu não tinha ouvido eles chegarem, mas Edward e Emmet estavam do nosso lado.

Olhei para Alice, depois para Seth.

-Vocês confiam em mim? – perguntei.

-Sim – os dois responderam em uníssono.

Eu não esperei a negativa de Emmet ou a resposta de Edward.

-Então vamos ter que voltar – informei olhando para Alice.

Demorou alguns minutos nossa troca silenciosa de olhares e informação, mas enfim ela pareceu entender o que eu estava dizendo. Olhamos para Seth, mas ele parecia ter entendido onde eu queria chegar.

-Tomara que ainda tenha um pouco de bolo – ele brincou com desânimo.

-É a única maneira? – perguntei para ele.

-Nesse momento, é – ele respondeu contrariado - Ele é o único que pode nos colocar lá dentro.

-O que está acontecendo? Que merda vocês estão fazendo? – Emmet perguntou furioso.

-Decidindo nosso rumo – respondi friamente.

-E para onde vamos? – Edward me perguntou.

-Para a casa dos Black – respondi com irritação.

Sem esperar sua reação, eu lhe dei as costas e caminhei de volta para a Ferrari. O vidro das crianças estava pela metade, quando eu me aproximei pude ver Erick deitado em cima do ombro de Laura, dormindo e babando. Seu rosto trazia consigo uma paz que eu inveja, de vez em quando sua boca se abria num sorriso e eu tive a esperança que ele estava sonhando. Sorri, deliciada, imaginando qual seria a sensação de sonhar…

Eu ouvi quando ela se aproximou de mim e parou do meu lado, Esperança não estava mais nos seus braços, mas eu não me virei para ver com qual dos garotos ela estava, instintivamente, eu já sabia a resposta.

-Resgatá-lo para se separar dele – ela sussurrou reflexivamente.

-Não é a mesma coisa – contestei – Antes eu achava que ele estava morto, depois eu soube que ele estava vivo, mas preso. Agora é diferente, não estou perdendo ele, estou mantendo ele a salvo.

-Sabe, se algo der errado – ela começou com dificuldade.

Eu me encolhi, mas não tirei os olhos do meu irmão.

-Dino disse que vai cuidar deles, não vai deixá-los a própria sorte. Eu falei que ele deve entregar Esperança para os pais, e Seth disse que, se algo der errado, Laura deve ser levada para a irmã dele. Mas se algo acontecer com a gente e não sairmos dessa… Se Edward morrer…

Me encolhi mais ainda. Aquilo não podia acontecer, um de nós tinha que sobreviver, tinha que ficar para cuidar do Erick.

-Bem, ele jurou que cuidaria do seu irmão.

Olhei para ela, meus olhos molhados e cheios de gratidão.

-Obrigada.

Alice me abraçou, um abraço forte para me manter inteira, nos soltamos a tempo de ver um carro gigantesco e maravilhoso atravessando a rodovia, diminuindo sua velocidade até para poucos metros a nossa frente. Outro carro, de porte menor, parou atrás dos nossos dois carros, um rapaz saiu dele e se dirigiu para o carro gigantesco a frente, sem olhara para nós.

-Ele tem estilo – eu confessei impressionada com o carro grandioso que Dino dirigia.

O grande urso saiu dele, usava um grande casaco de peles, apesar do clima ameno, quase quente do dia, as mesmas botas estranhas e um óculos escuros. Alice correu na direção dele, Dino já tinha os braços abertos para recebê-la e um sorriso inundava seu rosto. Seth veio na minha direção, Esperança dormindo em seus braços.

-Hora de dizer adeus – ele sussurrou olhando para mim com dor, a mesma dor que eu sentia naquele momento.

-Temos que fazer isso, é o melhor para eles – disse tentando confortá-lo.

Alice voltou, Dino de braços dados com ela enquanto eles conversavam animadamente, alheios a tudo ao redor. Quando ele me viu, seu sorriso de urso surgiu, mostrando dentes brancos e afiados. Dentes de urso.

-Então nos vemos de novo – ele cumprimentou.

-Dino – sorri – Quem sabe um dia a gente não se vê numa situação melhor que essa – brinquei.

-Sendo amiga da Alice? Duvido – ele brincou, fugindo do tapa que ela ia lhe dar – Trouxe um presentinho para vocês, espero que gostem – ele acrescentou.

Eu olhei para o carro com um pouco de cobiça. Amava minha Ferrari, mas o carro do Dino… Bem, era o Carro do Dino. Mas ele riu sua risada de urso ao acompanhar meu olhar.

-Não, esse brinquedinho ainda é meu – ele contestou rindo.

Dei de ombros, decepcionada. Meu irmão e Laura acordaram com a risada exagerada dele. Esperança ia fazer o mesmo, mas Seth deu um jeito de embalá-la e de afastá-la de Dino, de modo que ela voltou a dormir.

-Isabella– Erick chamou confuso, olhando ao redor.

-Aqui meu amor.

Abri a porta e me abaixei para abraçá-lo com força quando ele desceu.

-Nós já chegamos? – ele perguntou no seu tom infantil.

-Ainda não, mas agora vocês vão continuar viajando com o Dino. Ele vai levá-los até um lugar seguro.

Meu irmão olhou para a figura inusitada e excêntrica, e eu tive que rir. Podia ler exatamente o que ia na mente dele: o mesmo que ia na minha quando vi aquela estranha figura pela primeira vez. Erick deu um passo para trás, amedrontado, mas Dino abriu seu sorriso de urso e deu uma de suas gargalhadas rugidas, piscando para ele. Erick arregalou os olhos, depois sorriu de volta e deu um pequeno oi com a mão.

-Você vai gostar de ficar com Dino – eu prometi arrumando melhor sua camiseta amassada – E antes que você se dê conta, eu vou voltar para você.

-Isabella, você jura que não vai me deixar como o papai e a mamãe?

Olhei para seu rosto, uma ruga de preocupação invadia sua testa suave e rosa, seus olhos me inquietavam, seus cachos caiam, precisando de um corte. Brinquei com os pequeninos cachos, sem conseguir mentir para ele, mas também sem ter coragem para dizer a verdade.

Foi então que Edward agachou ao meu lado e colocou a mão direita no ombro do meu irmão.

-Ela vai voltar, eu prometo que trago sua irmã de volta – ele prometeu sorrindo paternalmente para Erick.

Meu irmão sorriu, a confiança em Edward inabalada. Ele jamais imaginaria que uma promessa feita por aquele ruivo seria quebrada, Edward tinha cumprido todas as promessas que fizera para nós dois, Erick confiava cegamente nele.

-Então tá bom.

Ele abriu os braços pequenos e pegou eu e o ruivo num abraço, meu corpo cambaleou, sem equilíbrio, mas Edward me sustentou, sua mão firme nos meus ombros enquanto a outra abraçava meu irmão. Nós dois beijamos a bochecha da criança no mesmo instante, fazendo ele rir de prazer. Erick me deu um beijo babado, depois deu outro em Edward.

-Traz ela de volta – ele pediu, quase numa ordem.

-Sim senhor – e o ruivo bateu continência, fazendo com que ele risse.

-Se comporte direitinho – pedi jogando os cachos para trás, não que adiantasse alguma coisa, mal eu os tinha posto para fora e eles voltaram, pequenas molas brincando sobre seus olhos – Obedeça Dino e faça tudo o que ele mandar.

-Tudo bem Isabella– ele prometeu.

Beijei seu rosto com amor e ternura, apertando-o junto a mim. Soltei e o acompanhei até o carro. Uma moça com jeito de babá e um rapaz com jeito de guarda-costas estavam lá, além do motorista sério com cara de mafioso. Erick sentou no meio dos dois adultos, Laura ficando do lado da babá e ele do lado do guarda-costas. Eu e Seth jogamos os últimos beijos e demos as últimas instruções para eles, Alice fazia algo parecido com a mulher, enchendo-a de recomendações sobre Esperança, avisando sobre as mamadeiras com leite na caixa térmica que Emmet acabava de por no porta-malas, hora do banho, como resolver possíveis cólicas e outras das inúmeras recomendações de Charlote.

Quando todas as malas estavam guardadas, as crianças sentadas confortavelmente, saboreando felizes um pacote de salgadinho que Dino trouxera, eu dei o último beijo na cabeça do meu irmão e me despedi.

Antes de entrar no carro, Dino fez um gesto para que o seguíssemos. Fomos até o último carro, ele era um pouco maior que um carro normal, embora sem o estilo que o carro de Dino tinha. Ou pelo menos foi o que eu achei, assim que ele abriu a porta meu queixo caiu.

-Dino! – eu gritei maravilhada – Por tudo que há na terra, é incrível!

Meus olhos brilharam de excitação enquanto eu corria para o lado do motorista e entrava, olhando maravilhada para o painel. Dino riu estrondosamente, os outros me encaravam, em dúvida. Pelo visto, eles não tinham visto nada de mais no carro, eu não os culpava, eles não entendia tanto de carros como eu. Meu cérebro, entorpecido pela visão majestosa daquele painel, reconheceu a maioria das funções nele, e, comparando com minha Ferrari, meu veículo era um brinquedo de plástico. Só de nitro haviam seis botões, enquanto minha Ferrari só tinha um.

-Gostou? – Dino perguntou rindo.

-É simplesmente a coisa mais perfeita que eu já vi. O motor deve ser simplesmente fabuloso – comentei sorrindo de uma maneira até mesmo idiota.

-Digamos que é um bom carro. E é blindado, achei que seria bom para vocês.

-Bom? Dino, não existem palavras para um carro como esse! – eu exclamei passando meus dedos pelo volante acolchoado e preto.

-Que bom que gostou. É todo seu – ele disse com simplicidade.

Meu queixo caiu e eu o encarei. Ele não podia estar falando sério, não podia estar me dando aquele carro. Mas sua expressão brincalhona de urso me dizia que era verdade.

-Brigada – falei sem ter noção de algo melhor a dizer.

Atrás de Dino, ouvi a risada dos meus amigos e de Emmet (que certamente não estava no meu grupo de amigos), achando engraçada minha reação. Mas Dino estava com pressa, me mandou abrir o porta-malas e levou Alice e Seth para trás, mostrando algo para eles. Pelo grito abafado e maravilhado de Alice e a cara de total imbecilidade de Seth, eu podia imaginar muito bem as armas que estávamos carregando. Só isso poderia provocar em Alice a mesma reação que o carro provocara em mim. Dino passou uma pasta grande para Seth, ele apoiou a maleta na perna e a abriu, xingando baixinho quando viu o que havia lá dentro. Era a vez dele ficar maravilhado.

-Brigadinha Dino – Alice agradeceu pulando ao redor dele e beijando sua bochecha.

-Não foi nada pequena. O que é meu é seu – e piscou para ela.

-Obrigado Dino – Seth agradeceu, estendendo a mão para ele, parecendo envergonhado por todas as vezes que pensara o pior daquele urso.

-Não foi nada – Dino estendeu a mão para ele também, surpreso com o gesto dele – Um amigo da Alice sempre será meu amigo também.

-Sabe, você até que é um cara decente – Seth percebeu.

-Obrigado – Dino agradeceu rindo.

Pelo retrovisor, eu vi, sem entender muito bem, o semblante de Alice se enternecer, ela estava feliz com aquela cena, mas havia algo mais do que felicidade. Antes que eu decifrasse, Dino fechou a porta malas e voltou para frente, abrindo a porta para Alice entrar. Seth já se aproximava, pronto para sentar ao meu lado. Edward parou na frente dele, o braço meio estendido, como se fosse deter sua aproximação, mas depois ele sacudiu a cabeça e acompanhou Emmet para o banco de trás.

-Se cuidem, e tentem voltar vivos – Dino brincou piscando para mim.

-Cuida deles direitinho – pedi.

-Pode deixar, enquanto eles estiverem comigo, ninguém encosta um dedo neles. Tchau garotos, Bella, pequena.

-Tchau querido – ela se despediu.

Ergui o último vidro, girei a chave e pressionei o acelerador com leveza.

-Prontos? – perguntei.

-E você ainda pergunta? – Alice brincou sorrindo confiante.

Olhei para a direita e Seth sorriu para mim, atrás, Edward consentiu e Emmet, bem, continuou sendo o Emmet chato de sempre, olhando para fora com desânimo.

Passamos pelos três carros parados, não pude ver meu irmão, o vidro dos dois carros era preto, mas desejei do fundo do meu coração que ele ficasse bem.

-Voltar? – perguntei para Seth, mais por hábito.

-Pois é. Acha que dá para pegar o fim da festa? – ele brincou.

-Seth! – Alice praguejou bufando.

Eu não respondi, mas fiquei vermelha e sem graça. Eu não precisava que lembrassem que eu abandonara meu noivo no altar.

-Que festa?

Claro que a única vez que Emmet abria a boca era para ser desagradável. Até mesmo quando ele não sabia do assunto, ele conseguia ser irritante. Aquilo era um verdadeiro dom! Emmet foi feito especialmente para me atazanar!

-É… – mas Seth não prosseguiu, o olhar malvado e furioso de Alice o calou.

-Que festa, merda? – Emmet perguntou começando a se irritar.

-Emmet, se acalme – Edward pediu – Por que vocês não respondem a pergunta dele? – ele indagou com cuidado.

-Por que não há nada para dizer – eu resolvi a questão, sem conseguir não ser mal educada com ele.

Pelo retrovisor, percebi que ele ficou confuso, furioso, depois bufou e olhou para o chão, tremendo de raiva.

-Bella – Alice sussurrou – Quando nós chegarmos, bem… Eles vão acabar sabendo.

Soquei o volante, irritada. Não tinha muita escolha, de qualquer jeito eles iam ficar sabendo, então antes por mim do que por outros.

-A festa do meu casamento, se é que isso responde sua pergunta Emmet – soltei irritada.

Pela primeira vez, eu o calei de verdade! E calei Edward também, ele continuava com a cabeça abaixada, tremendo.

-Ela não chegou a se casar – Alice explicou.

-Espere aí! Estamos indo para a casa do cara que você abandonou no altar? Mas que merda de idéia é essa? – Emmet gritou, feliz por ter um motivo para me criticar.

Eu freei bruscamente, por pouco não batendo no carro que vinha atrás de mim. Virei para trás, sem me importar com o som estridente da buzina atrás de mim.

-Você não é obrigado a vir conosco, então, se não gosta do plano, caía fora e vá a merda Emmet!

Alice me olhou com espanto, Emmet com estupefação, Seth parara de respirar e certamente me encarava, surpreso com minha explosão.

-Então, como vai ser? Vai ficar ou vai me dar o privilégio de te dar um chute para fora? Por que, se vai ficar, então é melhor calar a boca – e como ele me encarasse, sem me dizer nada – Anda moleque, eu não tenho o dia inteiro. Me responde!

-Vou… Vou ficar – ele gaguejou.

-Boca fechada então – alertei – Se não eu arremesso você para fora.

Voltei a dirigir, mas antes que tivéssemos andado mais dez quilômetros eu acrescentei com fúria:

-E quando o assunto envolver minha vida, o assunto jamais vai estar em discussão, o que eu faço ou deixo de fazer é um problema meu.

Ninguém me contestou, eu liguei o rádio e deixei que a música preenchesse o silêncio.

“Quando ela cai no sofá

So far away

Vinho a beça na cabeça

Eu que sei

Quando ela insiste em beijar seu travesseiro
Eu me viro do avesso
Eu vou dizer aquelas coisas
Mas na hora esqueço”

Eu cantei junto, conhecia toda a música. Alice me acompanhou num tom mais fino, vez ou outra errando a letra, Seth tamborilava na pasta, balançando a cabeça. Era como se só houvesse nós três no carro, os outros dois estava absurdamente quietos.

“Por que não eu?

Por que não eu?

Eu encomendo um jantar só pra nós dois
          Se não tem nada depois então
          Por que não eu?
         Você tá nessa rejeitada caçando paixão
         Eu com a cara mais lavada digo
         por que não?

Por que não eu?

Por que não eu?”

Quando a música terminou, a outra que veio também era conhecida e nós continuamos cantando e tamborilando, vencendo o sono com música.


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Notas finais do capítulo

Bem é isso.
Será que a Bella vai voltar para o Jacob?
Será que o Jacob vai ajudá-los?
Edward e Jacob trabalhando juntos?
Eles chegarão a sede do Partido?
Tudo isso e muito mais nos capítulos finais de Piloto de Fuga ^^
PS: Comentem ^^
Bjus



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