Piloto De Fuga escrita por Blue Butterfly


Capítulo 38
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ^^



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Um dia eu ouvi alguém dizer que todo ser-humano era dividido em duas partes: uma boa e outra ruim. Se eu fosse dividida naquele momento, não seria numa parte boa e outra ruim, e sim numa constrangida e numa ainda mais constrangida.

Parada na casa dos Black, eu me via num dilema que não tinha imaginado. Eu não podia simplesmente bater na porta e pedir para que eles me recebessem. Sue me chutaria dali aos berros. Não que Jacob fosse fazer algo diferente disso…

-Bella? – Alice chamou – Está tudo bem?

-Eu já vou, só me dê um tempo para me acalmar – eu pedi numa voz fininha e estranha.

Respirei fundo. Não tinha outro meio, teria que bater na casa dos Black e torcer para que eles me deixassem entrar. Abri a porta e saí para fora, era um dia muito frio, uma grande nuvem de neblina desceu pela noite e reinava nas primeiras horas do dia. Me encolhi ainda mais no casaco fino e corri para a porta da mansão. Estava prestes a tocar a campainha quando ouvi alguém se aproximar.

-Você?

Virei de brusco, assustada. Apesar de ouvi-lo, ver Jacob se materializar do nada na minha frente foi assustador, cambaleei, andando para trás até esbarrar na porta.

-O que você está fazendo aqui? – ele perguntou rispidamente, avançando na minha direção como um touro.

-Jacob, por favor, se acalme – eu pedi me encolhendo, sua fúria era violenta de mais para mim.

-Me acalmar? – ele berrou erguendo a mão num gesto brutal – Você tem idéia do que fez comigo? Você me abandonou no altar! Me fez de idiota para toda aquela gente! Isabella, você…

Faltaram palavras para ele, Jacob baixou a mão de forma pesada, preste a me bater, quando seu corpo foi jogado para a esquerda, longe de mim; e, no meio da névoa, Edward apareceu, furioso.

-Fique longe dela – Edward berrou avançando para Jacob.

-Eu vou acabar com a sua raça, desgraçado – Jacob ameaçou avançando para o ruivo.

Eles iam começar a brigar, e seria uma briga feia. Corri para me pôr entre os dois, torcendo para que fosse o bastante para impedir os dois rolando no chão e se socando.

-Parem vocês dois – ordenei nervosa – Não somos mais crianças e isso não é um jogo de futebol idiota!

Ergui os braços e coloquei minhas mãos no peito deles, tentando impedir a aproximação de seus corpos trêmulos de ódio. Eles se odiavam, eu sempre soube, e, naquele momento, poderiam muito bem dar fim a vida do outro. Jacob tentou me empurrar para longe, o que deixou Edward apenas mais furioso.

-Não toque nela – Edward berrou – Se você machucá-la, eu te mato! – ele prometeu.

-Caíam fora daqui, antes que eu chame a polícia e mande vocês dois para Concluán. Aliás, você – e, ainda que eu estivesse entre eles, Jacob empurrou Edward – Não devia ter saído de lá, devia apodrecer naquele lugar junto com seus amigos.

-Você seria capaz de me mandar para Concluán? – eu perguntei espantada – Você seria capaz de me mandar para aquele inferno?

Foi como se alguém tivesse me dado um grande soco, ou quebrasse algo na minha cabeça. Tudo bem, ele tinha o direito de me odiar, eu o abandonara, eu lhe causara a maior humilhação imaginável. Mas isso não justificava ele me querer presa naquele inferno. Desejar Concluán para alguém não era hediondo, era bestial.

-Não se faça de vítima, Isabella– ele acusou com sarcasmo e fúria.

-Não estou me fazendo de vítima – retruquei com frieza – Sei que tem todos os motivos do mundo para me odiar, sei que o que eu fiz foi errado, mas não foi muito diferente do que você me fez, e mesmo assim eu jamais desejaria Concluán para você.

-O que eu fiz? Isabella, eu nunca fiz nada que chegasse aos pés do que você fez comigo! Você fugiu, saiu correndo da igreja no dia do nosso casamento. Me fez de trouxa, assim como toda a minha família. Tem idéia do trabalho que deu mandar todo mundo embora e cancelar tudo?

-Tem idéia do pavor e do terror que eu passei quando você me abandonou? Quando me entregou aos anarquistas sem hesitar? Quando pediu para que eu traísse meu melhor amigo? – foi minha vez de gritar de volta – No fim nós fizemos a mesma coisa, só que você fez escondido, eu fiz escancarado. Eu não te enganei, você sabia que eu só ia me casar por que eu estava sendo chantageada…

-Sabia? – ele devolveu furioso – Estranho, não me lembro de você me dizer isso. Ah, já sei, talvez seja por que você não disse!

-E precisava? Eu nem se quer consegui ser sua namorada depois que voltei para cá. Como acha que eu poderia ser sua esposa desse jeito?

-Você podia ter chegado a essa conclusão antes!

-A vida do meu irmão estava em risco – lembrei acidamente.

-Então por que não foi até o fim? – ele esbravejou socando a porta de madeira.

-Por que descobriram onde meu irmão estava, por que eu tinha que salvar o Erick, mas principalmente por que eu não queria me casar com você!

Ele riu, furioso, jogando a cabeça levemente para trás. Senti mãos segurarem meus braços e me trazerem para trás, e só então me dei conta que Edward continuava lá.

-Esquece Bella, ele não vai nos ajudar – Edward murmurou me puxando para trás, de volta para o carro.

Eu me desvencilhei dele e me aproximei de Jacob, sem me importar com o grunhido de Edward. Ergui a mão e dei um tapa ardido na face de Jacob; ele parou de rir e me encarou, surpreso.

-Agora você vai me ouvir – eu mandei com persuasão – Eu não estou aqui para discutir  a relação, nem tampouco para explicar por que eu não me casei com você. Estou aqui porque preciso de ajuda. Eu já te expliquei o que está acontecendo de verdade, você sabe toda a farsa do Partido, sabe que algo tem que ser feito. Eu tenho um plano, mas para ele dar certo, precisarei de sua ajuda.

-Acha mesmo que eu vou ajudar só porque você está me pedindo? – ele perguntou com desdém.

-Não – respondi com convicção – Acho que vai me ajudar porque é o certo a fazer, e você sabe disso. Não estou te pedindo para fazer algo por mim, estou te dando a oportunidade de entrar na história desse país. Você pode fazer muitas coisas, ser bom em muitas coisas, mas para ter seu nome na história, não basta ser rico, ou um bom filho, nem mesmo o Senador mais novo que já houve, pois um dia alguém mais novo que você pode vir e tomar seu lugar. Para entrar na história é preciso fazer algo que somente você seria capaz de fazer. Tem que estar no momento certo, na hora certa, com as pessoas certas. Ninguém lembra de todos os seres humanos que passaram por esse planeta, mas todos nós lembramos daqueles que marcaram a história, daqueles que se tornaram imortais ao ajudar a mudar o mundo. Preciso de você, Jacob, para mudar o mundo, para refazer a história. Quero que você se torne um imortal.

-Isso são apenas palavras – ele contestou.

Mas, palavras ou não, eu podia ver o brilho da glória surgindo em seu olhar, podia até mesmo imaginar as engrenagens por trás de sua caixa craniana girando, dançando com o sonho da glória. Durante toda a minha vida eu convivi com aquele garoto e com seu orgulho, e apelar para essa fraqueza seria o único modo garantido de obter sua ajuda.

-Você sabe que não são apenas palavras. Eu não te procuraria, não viria até aqui se fossem apenas palavras.

-Você não pode me dar nenhuma garantia – ele complicou.

-Sim, eu posso te dar duas garantias: a primeira é que poderemos morrer nessa aventura, a segunda é que, independente do que nos acontecer, nós entraremos para a história desse país, com ou sem você. O que vai ser?

-Acha que eu confiaria na garota que me deixou plantado no altar? – ele perguntou irritado.

-Não, mas não se trata de briguinhas ou de nós dois, se trata de negócios. Eu tenho algo que você quer, você tem algo que eu quero, não estou pedindo para se casar comigo, estou pedindo para me ajudar, fazermos um negócio.

Ele baixou a cabeça, frustrado e irritado, Edward tentou me levar para longe, dizendo que não daria em nada tudo aquilo, mas eu o impedi uma segunda vez. Eu conhecia aquele garoto, Jacob nunca fora um segredo para mim, eu sabia como lidar com ele e como conseguir as coisas.

-O que você precisa? – ele perguntou por fim, com um suspiro de derrota.

-Eu preciso só que você coloque eu e meus amigos dentro da sede do Partido – respondi tentando conter minha agitação. Ele ia aceitar.

-Tudo bem, eu aceito.

Abri um sorriso grandioso e estendi a mão para ele. Jacob me olhou, desconfiado.

-Sócios? – perguntei amigavelmente.

-Sócios – ele concordou com desânimo, apertando minha mão.

#################

-Menina, sou sua fã – Alice disse rindo e batendo palmas.

Eu ri com ela, Seth me olhava com orgulho.

-Você é perigosa – Seth taxou – Conseguiu fazer seu noivo abandonado no altar fazer sua vontade.

-E invadiu Concluán – Alice acrescentou.

-Invadiu a casa de um Senador para resgatar o irmão – Seth disse aumentando a lista.

-E salvou a nossa vida – Alice terminou.

-Mas não poderia, não sem a ajuda de vocês – eu devolvi sorrindo para eles.

-Não vem não – Alice brincou – Não ponha em nós a culpa pelo monstro que você se tornou.

Nós três rimos, até mesmo Edward e Emmet riram um pouco conosco.

-Falando sério agora Bella – Alice falou depois da crise de riso – Eu jamais vou dizer que uma coisa é impossível, não quando você estiver disposta a fazê-la.

-Qual é Lice, eu não sou tudo isso – discordei ficando vermelha – E vamos mudar de assunto, ele está chegando.

De fato, Jacob vinha na nossa direção, uma bolsa grande nas costas. Alice abriu a porta para ele, nem um pouco constrangida pelo fato de ter interrompido o nosso casamento e agora estar lá como nossa aliada. Mas ou era ela perto de Jacob, ou Emmet ou Edward. Se fosse Edward, eles se matariam antes que chegássemos ao nosso destino, se fosse Emmet… Bem, eu estava prestes a matar Emmet, então, talvez, fosse uma boa idéia deixar Jacob fazer todo o trabalho sujo no meu lugar.

Sorri com aquela idéia, fazendo Seth me olhar com curiosidade.

-O que? – ele perguntou num sussurro.

-Deixa pra lá – eu respondi vagamente.

Virei a tempo de ver Jacob entrando. Ele tinha uma expressão enojada hilariante, e, quando deu de cara com uma Alice sorridente, eu podia jurar que ele quase saiu correndo de volta para a mansão.

-Você? – ele perguntou furioso.

-Hei, calma aí, estamos do mesmo lado agora – Alice respondeu sorrindo largo.

-Isabella, não espera mesmo que eu… – ele começou a reclamar.

-Finge que nunca viu ela na sua vida – eu pedi exasperada – Eu preciso do Seth ao meu lado para indicar o caminho e Alice tem que ir conosco, então não sobra muitas opções espaciais para a gente. Por favor, vamos logo, temo um prazo a cumprir.

-Eu odeio você – Jacob declarou para Alice – E odeio você também.

Eu não precisei ver para quem ele apontava. Pelo menos não era para mim.

-Tudo pronto? – perguntei sorrindo, um sorriso falso, eu podia sentir a tensão no ar, mas tinha que disfarçar antes que o ambiente explodisse.

-Pronto. Vamos lá piloto de fuga – Alice brincou se acomodando melhor entre Emmet e Jacob.

Acelerei, baixei um pouco o vidro e deixei o ar frio invadir o interior do veículo. Seth se encolheu por causa da temperatura, olhou para trás e pediu uma manta para Alice. Se enrolou com o tecido e voltou para o computador, digitando como um louco.

De vez em quando Seth interrompia o silêncio para me direcionar, mas, além dele, mais ninguém falava, todos estavam ocupados de mais se encolhendo do frio e buscando se aquecer sem a ajuda do outro. Eu não liguei o rádio, estava com dor de cabeça e o som não ajudaria em nada, o silêncio das pessoas unido ao zumbido baixo e potente do motor eram os melhores analgésicos para mim.

-Ah não, mas que droga! – Seth xingou baixinho, fazendo uma careta de aversão.

Eu ultrapassei um carro e me certifiquei que estava seguro antes de me virar para perguntar o que ele vira no computador.

-Estão limpando Concluán, Bella.

-Como assim? – perguntei confusa, os olhos fixos na estrada.

-Todos os presos vão ser julgados nos próximos dois dias – ele explicou furioso.

-Por que eles estão fazendo isso? – eu ainda não tinha entendido qual era realmente o problema.

-Queima de arquivo, Bella – Alice explicou pacientemente, a voz vazia e morta – Não tem como fazer um julgamento justo de mais de… Quantos presos há em Concluán agora Seth?

-Cerca de duzentos – ele respondeu estremecendo.

-O que? – dessa vez foi a ver de Emmet questionar, espantado.

Era um número muito grande, na verdade, fabuloso, comparado ao que a prisão normalmente guardava. Em geral, o número de presos não chegava a cinqüenta, eram poucos os anarquistas ou criminosos que iam parar lá e, como o julgamento ocorria em sete dias (a não ser em casos especiais quando eles querem matar logo a pessoa e acabam tirando um ou dois dias de vida dela), nunca havia super lotação em Concluán.

-Eles estavam atrás de nós, devem ter revirado cada pedra para nos achar – Alice considerou, dando uma explicação para os duzentos presos.

-Mas se só em Concluán temos esses números, e se para lá só vão aqueles que o governo tem certeza que são da oposição, imagine quantas pessoas não foram presas e postas em prisões normais – percebi espantada.

-Vocês não estão entendendo – Seth falou com a voz mais morta que eu já tinha ouvido na vida – Eles não vão fazer um julgamento normal, não haverá direito de defesa, todos os presos serão condenados a morte.

-Mas isso é ilegal! – Jacob exclamou contrariado – Isso… Eles não podem matar duzentas pessoas em apenas dois dias, não sem um julgamento correto!

-Eles podem tudo – Edward discordou – Eles são o Partido, eles mandam e desmandam. Eles mataram muito mais do que duzentas pessoas…

-Vocês ainda não perceberam o que está acontecendo – Seth interrompeu a briga deles.

-Eu percebi – Alice sussurrou – Entendi aonde você quer chegar, eles não estão apenas matando gente, eles estão queimando as provas, apagando as evidências de seus crimes, destruindo com violência a oposição.

-Meu Deus, vai ser outro holocausto! – eu percebi horrorizada.

         -Holocausto? Do que é que você está falando? – Emmet perguntou confuso.

         -Quando Hitler viu que estava perdendo o poder e a guerra, ele mandou matar todos os judeus, estivessem eles presos ou, como na maior parte, trabalhando nos campos de concentração. Essa matança foi chamada de holocausto – Jacob explicou enjoado – É isso que vai acontecer Isabella?

         Olhei para Seth por um breve momento, depois para a tela do computador antes de voltar minha atenção para a pista. Ele estava, agora, invadindo algum sistema e vendo ordens de “limpeza” para campos de trabalho forçado.

-Sim, eles estão começando um segundo holocausto, e vai ser tão hediondo como o primeiro.

-O que faremos? – Jacob perguntou.

-Não podemos fazer nada – Seth respondeu fechando todas as janelas abertas e voltando para a tela com os mapas – Se tentarmos fazer alguma coisa, será muita estupidez. Temos que seguir com o plano…

-Eles vão morrer, toda aquela gente vai morrer! – Emmet esbravejou – Como pode ficar tão calmo quando as pessoas estão morrendo.

-Cala boca Emmet – Alice mandou.

Eu ouvi o som de corpos se chocando, mais ou menos parecido com o som de um tapa, só que mais forte e ardido.

-Seth está certo, se nos dividirmos agora, se tentarmos ajudá-los, nós vamos ser pegos e mortos com eles, o Partido espera nosso ataque, espera que invadamos Concluán novamente, não podemos fazer o jogo deles, temos que continuar com o plano, é o único jeito de ajudar.

-Não podemos impedir essas mortes. É desumano, mas não há nada que possamos fazer – Seth bufou.

-Estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance. Não podemos fazer tudo, mas, pelo menos, estamos fazendo nossa parte – Edward murmurou com cansaço.

Eu me senti pequena e inútil. Pessoas iriam morrer, muitas pessoas, e não haveria nada que eu pudesse fazer para impedir aquilo.

Seres humanos, pessoas como eu, Alice, Seth, Edward, Jacob, Carlisle, Peter, Charlote, Erick, Laura, Esperança, Emmet, Jasper; iriam morrer, e tudo por quê? Por que defendiam um mundo mais justo? Por que não achavam certa a exploração do mais fraco para sustentar o mais forte? Por que se importavam com o próximo? Por que eram humanos? Pois não havia maior traço de humanidade do que o de se importar com outro ser humano.

Mas não era por isso, não somente por isso. Eles morreriam por causa de idéias.

Eu nuca duvidei do poder de idéias. Na escola, os professores nos ensinavam coisas como a gravidade e suas leis, a queda livre, o capitalismo, o socialismo, a diferença entre ditadura e democracia, o absolutismo, o nazismo, não importava o que eles nos ensinavam, sempre chegávamos a um ponto em comum: tudo começou com idéias.

Os sonhos começaram com idéias, o movimento hippie era uma idéia, a guerra era uma idéia. O Partido veio de uma idéia.

Uma idéia simples e praticamente invencível: conseguir o poder se aliando com as classes dominantes e usando toda e qualquer forma de mídia a seu favor.

Avançamos, nosso país se tornou uma grande potência e nós acreditamos na idéia do milagre que era vendida todos os dias pela mídia. Crescemos por milagre, nos desenvolvemos por um milagre, nos tornamos um povo melhor por milagre, e alguns até mesmo nomeavam esse milagre por Aro Volturi.

E era tudo uma mentira! Pelo menos em parte.

Sim, nos tornamos uma grande potência, sim, economicamente o país era desenvolvido. Mas, socialmente, nunca as pessoas foram tão massacradas e destruídas como agora. E o pior: muitas pessoas estavam nessa categoria. Nosso desenvolvimento era carregado nas costas de homens e mulheres pobres, pessoas cujo sangue era roubado para encher taças de vinho e molho vermelho nas comidas refinadas que eram postas na mesa das mansões.

Alguns eram ricos, mas completamente miseráveis no quesito verdade. E, quando sabiam, então eram ricos em dinheiro, mas miseráveis em caráter.

Mas há um pequeno problema nas idéias, algo que eu aprendi muito com meu pai e com os livros de física: idéias podem ser contestadas e aniquiladas. Leis da física foram feitas várias vezes, sendo igualmente abandonadas quando uma idéia superior, ou, no caso, uma lei física superior, vinha e acabava com a primeira. Na medicina, tratamentos eram abandonados por outros mais modernos e direcionados, da sangria até a cirurgia do cérebro, idéias foram feitas e destruídas para que outras mais corretas surgissem. E, meu exemplo preferido, durante muito tempo se questionou o que era o átomo, desde a época dos gregos já havia idéias sobre isso, até que alguém finalmente estabeleceu a idéia superior e destruiu todas as outras.

Idéias não atuam eternamente. Podem até entrar para a história, mas como algo velho, inválido.

O Partido criou sua idéia, mas ela não era perfeita, e eu estava pronta para mostrar isso ao mundo.

Aquelas pessoas não morreriam por uma idéia estúpida de poder. Se não havia como impedir o holocausto, pelo menos eu daria a elas o direito de morrer pela idéia pura da verdade!

-Bella – Seth chamou.

-Sim.

-Pegue a um zero nove.

-Tudo bem.

-E, Bella.

-O que?

-Nós vamos conseguir.

Sorri para ele.

-Eu nunca duvidei que o plano era perfeito!


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Comentem ^^



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