- Oquê?? - Perguntei assustada.

- E, Juh. Porque nós três não saimos juntos, pode ser a oportunidade perfeita para que eu e o seu namorado nos entendermos. Certo ? - Que fofo da parte dele, Nicolas é tão legal, ele quer ser amigo do Daniel... mas, o gênio forte do Daniel sempre complica as coisas...

- Ahh... não sei.. eu acho que... - Ele me interrompeu.

- Então tá marcado! Cinema ? 

Bom, pelo menos no cimena vai ser duas horas de silêncio total...

- Tá, pode ser. - Respondi, tensa.

A aula acabou, fui para a casa, ainda pensativa sobre a situação, eu sei que isso não iria dar certo, eu precisava falar com o Daniel, precisava descobrir o real motivo de sua mentira. Cheguei em casa, troquei de roupa, e fui até a edicula, lá estava ele, tocando guitarra.

- ooi - Diz ele, mexendo na guitarra, ele mal olha para mim.

- ooi, podemos conversar ?

- Tanto faz... - Daniel diz, friamente.

- Você não sabe o problema que sua mentira me causou!

- é mesmo ? que bom... - Sua irônia me tira do sério.

- JÁ CHEGA ! - Puxei sua guitarra com força de seus braços.

- Devolve ! - Ele se aproxima de mim, estavamos bem próximos.

- Me escuta, por favor. - Disse com uma voz calma.

- Não quero ouvir você falar sobre o cretino...

- Daniel, você... tem ciumes do Nicolas ?

Minha pergunta o deixou sem reação.

- Claro que não. - Responde ele, depois de um bom tempo.

- Então, porque você disse a ele que eu sou sua namorada ? - O fitei. Estava a ponto de ouvir sua explicação.

- Julie, entenda que... ele te trata como uma qualquer, e isso eu não vou admitir, eu disse aquilo porque... porque queria te proteger. - Responde ele, encarando meus olhos. Fiquei sem palavras depois de seu discurço, admito que fiquei um pouco triste ao saber que não era ciumes de sua parte.

- Ah, mas que fofo... - Sussurrei.

- O quê?

- Nada. 

Na hora, não sei o que me deu, apenas coloquei sua guitarra no descanço, e o abraçei. Daniel retribuiu aquele abraço, que estava cada vez mais quente. Fechei os olhos, e encostei minha cabeça no seu ombro, Daniel chega mais perto do meu rosto, e cochicha algo no meu ouvido, algo que na verdade, não deu para escutar, aquilo só me fez causar arrepios...

O abraçei mais forte, e coloquei minha mão sobre sua nuca, não sei porque, mas esses dias eu estava com uma vontade de toca-lo. Ele ainda me abraçava, conseguia sentir seus lábios bem proximos do meu pescoço, abri os olhos, senti o calor do momento, e um desejo repentino em mente: Beija-lo. 

Toquei seu rosto, iria fazer algo, mas parei no meio do caminho, afinal, o que eu estava pensando ?! '' Devo estar confundindo o Daniel com o Nicolas, só pode ! '' Com esse pensamento, me afastei um pouco de seus braços, porém, não totalmente, ele ainda me segurava. 

#Daniel: 

Enquanto Julie estava ao meu lado, eu apenas desejava que o tempo parasse... Tentava encarar aqueles olhos castanhos, mas por algum motivo, Juliana só olhava para o chão...

- Tá tudo bem ? - Toquei seu rosto com carinho. 

- É... tá, tá sim. - Sua resposta não me convenceu, Julie parecia estar nervosa, confusa. 

- Tem certeza ?

- Preciso ir. - Ela se liberta de mim com força, a morena sai da edicula cabisbaixa e pensativa, até fiquei preocupado. 

'' Lá se vai mais uma chance de contar a verdade... '' Eu refletia, enquanto via Julie passar pela porta e a fechar. 

Respirei fundo, o que eu estava pensando ? Porque estou perdendo tanto tempo escondendo isso... Afinal, estou vivo, e sou bem melhor do que o Nicolas, que é um nerd, mané, idiota, cretino... 

Tomei mais um pouco de fôlego, pois eu não iria mais esconder isso, a Julie precisava saber o que eu sentia por ela, mesmo não sendo retribuido, eu preciso dizer. Preciso dizer a verdade. Sai da edicula, determinado a proucura-lá, a qualquer custo. Eu estava no quintal da Julie, já quase entrando em sua casa, quando sou parado pelo Demétrius.

- Olá, Daniel. - Ele dá um sorriso torto.

- Não deveria aparecer só para os fantasmas ? - Perguntei, em um tom de irônia, já que Demétrius estava quebrando sua propria regra ao aparecer para mim.

- Sim, sim. Realmente. - Concorda ele. - Mas você é um caso a parte. Já que sua ' vida ' tem prazo de validade. 

- Como assim ? - Admito que fiquei com medo, porém, não demonstrei, e apenas o encarei, de braços cruzados.

- Esqueça, é uma longa história... - Realmente eu não estava afim de ouvir suas ameaças ou historinhas, eu tinha algo melhor a fazer.

- Então me dê lincença. - Tentei o empurrar, para abrir a porta de Juliana, mas ele me impediu.

- O que está fazendo ? 

- Perdendo o meu tempo, falando com você. - O respondi, Demétrius me encarou com raiva.

- Ok, vá em frente. - Ele me deu passagem para eu abrir a porta. Porém, assim que eu abri, ele falou. - Vá se declarar para a viva... - Me virei para ele, e o encarei. 

- Como você sabe que eu iria fazer isso ?

- Daniel..Daniel.. eu sei de tudo. Sei até, que... ela não vai retribuir seu sentimento. 

- Não me importo, apenas vou dizer a verdade. 

- Tem certeza que não se importa?

- Tenho. - Menti. A pior coisa para mim, era não ser retribuido.

- Ótimo. - Ele dá um sorriso torto. - Vá em frente. - Demétrius some.

Respirei fundo, fiquei um pouco pensativo depois do diálogo com Demétrius, porém, ainda estava confiante em mim mesmo. Fui andando até o seu quarto, e bati na porta. Passou uns dois segundos, ela não havia me respondido, bati novamente na porta, pois eu era bem apressado.

- Já vai, Já vai. Meu Deus... - Ouvi Julie reclamar.

Ela abriu a porta, e eu entrei de imediato, Por um momento, Juliana se assustou, pois eu estava bem nervoso, parecia que eu iria confessar um crime.

A admirei por longos segundos, encantado com a sua beleza, Julie me joga um olhar de dúvida, '' Afinal, o que ele está fazendo aqui ? '' Ela devia estar se perguntando. 

Respirei fundo, era agora que iria contar a verdade, ela me fitava, como se quisesse dizer algo também. 

- Eu preciso falar com você. - Nós dois falamos juntos. 

Nos olhamos curiosos, eu sabia muito bem o que queria falar com a morena, mas o que Julie queria me dizer ?

- Então, diz você . - A respondi, quebrando o silêncio que se formou.

Juliana respira fundo, e fecha os olhos, os abre novamente, e me encara, aquele suspense todo estava me matando.

- Você precisa me ajudar... - Ela faz uma pausa. - A conquistar o Nicolas.