Karakuri Burst Of Lass And Mari escrita por Ao Kiri Day


Capítulo 2
Passo 1: Morte ao Senhor Feudal




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A Noite…Meia-Noite…

As badaladas invadiam-me os ouvidos como um chamado incessante…A Lua sangrenta pairava no céu.

“Você deve destruir o Senhor Feudal…destrua o mundo em que ele vive…Destrua tudo…”

Aquela moça a qual não fazia não. Era sempre a patroa que tinha razão. Aquele tapa-olho detestável…uma raiva gigantesca por detrás dele…

O caminho estava livre para minha passagem sorrateira e silenciosa. Minha mira impecável me levava a ser quem eu sou…uma mercenária…uma boneca, uma marionete controlada pela Elesis-sama. Eu era a estrela principal do show da minha mestra…E eu adorava.

Japão…eu precisava destruir, afinal era tudo o que eu sabia fazer. Eu mesma me adorava por ser tão fria e sádica…

Aqueles belos héterocromáticos olhos, azul e vermelho, via-os nas poças de sangue em que deixava os meus lindos cadáveres. Isso fora antes de ser cegada no olho esquerdo, o azul…agora era tampado por faixas brancas. Restara um olho vermelho e sanguinário.

Meu inseparável revólver junto ao kimono branco…

Eu simplesmente não conseguia controlar aquele impulso.

Algo a frente em minha estrada se tornou uma sombra ameaçadora, eu iria descontar tudo…

_Quem está aí?

_Eu que pergunto. O que pretende entrando na Casa do Senhor Feudal?

A voz masculina da sombra era quase excitante…daria um belo cadáver qual fosse sua aparência…e como estava certa. Par de olhos azuis profundos me invadiram…uma lente de aro prateado no olho direito, o outro olho, assim como o meu, cego.

Aquele impulso incontrolável me arrebatou. Era ele… a minha vontade de sangue nesta noite…

Sorri…ele deveria estar percebendo o quanto sou perigosa. Avancei lentamente, o kimono curto me revelava as pernas torneadas…

Aquele homem ignorava tudo em mim, e isso me fazia mais sedenta…minha arma entre os dedos, apontando o céu…

As badaladas não haviam cessado ainda…estava acabando. E quando chegasse à décima segunda, eu atiraria, matando aquele infeliz.

Os cabelos brancos eram reluzentes, mas não era velho. Sua farda já me explicava muita coisa, sem importância…o Exército Nazista. Ele deveria ser muito fiel àqueles canalhas.

E quando ele sacou sua Katana, de fina lâmina branca, eu atirei, não esperando que ele pudesse desviar meu tiro.

Rosnei nervosa…era o meu primeiro erro.

Por um lado achei que seria bom ter um adversário à altura, só que lembrei-me de meu objetivo, desaparecendo enquanto a nuvem negra tapava a Lua incandescente.

Pulando sobre os telhados, percebia o quanto a vida era injusta e o quanto as pessoas eram egoístas. Eu mesma me sentia egoísta…eu iria descontar tudo…meu desejo era ver o sangue jorrar neste mundo.

E aquele rapaz…ele não iria atrapalhar-me mais…

As portas de entrada. Abri-as, e como esperado, um bando de guardas armados com lanças a apontar em minha direção. Por trás daquelas máscaras eu via a marca de medo que o meu nome deixava por aquele país.

_Sabiam que é feio apontar? Especialmente para uma legítima Dama…

Saquei rapidamente minha única amiga e eliminei aqueles seres inúteis. Suspirei gostosamente…aquilo fazia muito bem para a alma.

Passei minhas unhas, decoradas em azul-claro cintilante e desenhos brancos de florais, sobre minha longa franja, arrumando os fios desalinhados devido ao impacto sônico de minha arma.

_E agora…o aperitivo final…

Caminhei. Sabia que a uma altura dessas, o traste havia fugido pelas portas secretas de sua sala…sou especialista nisso, e sei que qualquer um cairia nesses truques e armadilhas. Pisei em passos leves por pontos estratégicos e cheguei até a trava camuflada na parede. Assim que a alavanca foi abaixada, vi um túnel se abrir no chão.

Desci por ele. Minha missão deveria ser terminada antes que o sol nascesse por trás das montanhas.

Claro, uma floresta…meu primeiro passo foi o último para tal pessoa. Eu o percebi de cara…e ele foi sentenciado pelo som de um disparo.

_Humanos…são muito fracos.

Minhas palavras ecoavam pelas folhas das árvores. Elas iriam manter segredo e fazer um túmulo digno para minha vítima.

Aquele belo sangue sujava meus dedos...Eu adorava essa sensação de sentir o sangue quente se esfriando…

Distraí-me. Eram dias sucessivos dessa forma, desde anos…eu sempre me lavava na mesma cachoeira.

Aquela parte da floresta era perigosa demais para humanos comuns. Infiltrei-me nas águas, roubando um pouco de sua paz…

A paz me enjoava demais. E o rosto daquela pessoa me olhou diretamente através do espelho d’água. Mordi o lábio…ele era totalmente diferente de minhas suposições…

_Sendo capaz de chegar até aqui…acha que vai sobreviver?

Eu estava nua…o frio cortante deixava meu espírito trêmulo…mas o fervor com que eu queria matá-lo me deixava extremamente aquecida.

Levantei-me…aquela lâmina estava encostada em meu pescoço. Ele não falava nada.

Lambi o lábio, minha arma apontada em seu rosto…Ele observava minha ação por detrás daquela lente direita.

_Por que fez aquilo? Não entendo seus motivos.

_Eu faço tudo agora por que devo fazer. Lass…

Ele parecia tão perturbado…até me diverti com a expressão que ele fez. Ele devia se lembrar de tudo também.

Bons tempos, curto demais. E nós temos a vida inteira para viver…

_Não são todos que merecem viver…isso é o que minha mestra diz. Esse é o motivo.

_Ou talvez porque goste de matar pelo puro prazer de destruir…Mari.

Engatilhei o revólver…ele afundou a lâmina, me cortando levemente. A fina linha vermelha que escorreu foi suficiente.

_Talvez não precise te executar hoje. –Mari.

Lass. O nome dele era inesquecível, assim como o meu para ele…somos os únicos a saber nossos reais nomes.

O chefe dele não fazia idéia de que pudéssemos nos conhecer intimamente. E fazíamos questão de esconder isso em qualquer situação. Porém nosso reencontro tinha sido esclarecedor o suficiente para sabermos que íamos ser inimigos.

Ele afastou a lâmina ainda receoso, eu mantendo meu leve sorriso de escárnio. O albino me tocou na nuca e aproximou seus lábios do corte.

Todo aquele frio se acendeu em chamas. Senti a língua dele limpar me sangue, e sugar meu ferimento. Ele parou e afastou sua boca, levando-a até meu ouvido.

_Da próxima vez…nós não teremos trégua.

Sorri mais ainda. Um inimigo declarado em minha frente. Um amigo esquecido no passado.

Continua


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Notas finais do capítulo

E aí? Me saí bem? Deu pra entender? Eu expliquei no 1ºcap.né! Ó o review hein?!



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