Enquanto no intervalo eu e Sakura Traçávamos um plano para Gaara não ir embora daquela escola, Ino traçava um plano para descobrir o nosso, junto com toda a escola, que agora ficaria em nosso andarilho, ou seja, sem sossego e sem descanso. Bom pra ninguém ficar perdido, tinha dias que eu estudava de noite e dias em que eu estudava de manhã, e alguns dias que os professores denominavam reuniões de professores e alunos, que era feita somente para eles e nós ficarmos em casa, sem aula e eles sem dar.

A tarde estava em uma monotonia desesperadora, e eu estava em um entediante romance clássico de um livro, já no começo estava chato o livro se chamava Duas Vidas. É mesmo? Grande Coisa! Guardei o livro, tomei um banho e troquei a roupa de escola por uma camiseta e uma calça social para que eu pudesse ir trabalhar. Peguei o ônibus até o portão do escritório da empresa “Melle Cord – Ellis” e então entrei na minúscula sala onde só eu ficava para trabalhar, ou seja, checar e separar documentos até as 5 horas, e agora era exatamente 3 horas da tarde, tinha levado minha garrafa de café e alguns biscoitos para tomar um café da tarde, já que tinha saído atrasada de casa.

Peguei um bloco de notas e escrevi “Tédio” umas 20 vezes e depois a chefa chegou com uma pilha de papéis, todos muito coloridos para separar e verificar as redações de jornal daquela semana, na primeira vez localizei um erro bem grande, numa redação de terceiro colegial. Lá estava escrito” Fez” com “S”, depois os seguintes erros:

“Sozinho” com “S” onde era pra ser com “Z” e, “Barril” com um “R” só.

Tantos foram os erros, mas terminei tudo em 1 hora, e estava livre. Sai um pouco do                                                                                                                                                                    escritório e fui ao galpão onde minha chefa estava para que nos pudéssemos conversar:

- Terminou tudo? – Disse Dercy (Nome da minha chefa) – O que vai fazer hoje?

- Sim, Senhora Dercy, já acabei – eu disse meio desapontada – Hã, como assim?

- É que sabe Hinata, tenho visto que você se esforça bastante, trabalha por você e pelos outros, portanto te dou folga pelo resto do dia de Hoje.

- Mas chefe – eu disse por fora sufocante, mas por dentro agradecendo a compreensão dela – Eu já não folguei a semana passada, quase inteirinha?

- Não tem problema, qualquer coisa eu ligo pra você – ela disse com um sorriso de canto – E outra aqui no escritório as coisas andam meio paradas mesmo, pode folgar hoje.

- Obrigada, Senhora. Vou aproveitar para visitar um amigo especial que está no Hospital.

- Amigo? Sei, aquele ruivinho ta mais pra namorado – ela disse colocando as mãos em cima do balcão- Principalmente depois que eu vi vocês dois se agarrando no parque, num dia em que você teve excursão, espera ai é ele que foi internado ou eu estou boiando?

- Sim, é ele, dona Dercy. E como você viu se era dia de aula bem de tarde, quando você estava trabalhando?

- Lembra que a senhorita me disse que se eu quisesse ir eu podia?- ela disse contorcendo um pouco os lábios e piscando os olhos. – você não se lembra senhorita Hinata?

- Me lembro muito bem, quer dizer me lembrei agora que me falou – eu disse divertida – Afinal, chefa tem como você concertar um violão quebrado? Ou uma Guitarra? Os instrumentos são do Ruivinho, porque quando o carro o atropelou, o instrumento dele se quebrou em muitas partes e isso me fez ficar triste, por que ele tocava musicas pra mim.

- Tem sim, traz amanhã que eu já levo pra minha oficina. – Ela disse mantendo o olhar concentrado no portão da empresa- Vem cá, aquele ali não é o Naruto atravessando a rua? Algumas pessoas dizem que você não quer nem mais ouvir falar no nome dele. É verdade?

-É ele mesmo, nossa que cara de preocupado- Queria evitar uma confusão maior, então já me afastando da porta para ele não me ver e fui saindo pelos portões do fundo da empresa, bem de fininho – não, é tudo mentira Dercy. A gente ainda é amigo. Ate logo, venho trabalhar amanhã então.

Minha chefa é uma mulher de cabelos curtos e avermelhados, repicados em Chanel que usa uma luva branca e curta, de olhos serenos e ela é morena, por natureza. Seus olhos castanhos acalmam qualquer pessoa. Sai da empresa e fui até um mercadinho perto dali, entrei falei boa tarde para a caixa, e fui direto na seção de doces, procurei uma barra de chocolate com castanhas de caju mas infelizmente as pessoas tinham comprado as ultimas barras. Então fui até o refrigerador e tirei de lá uma garrafa de água e um sorvete de flocos, tirei da minha mochila minha carteira de oncinhas, um tique taque para prender minha franja e um laço para prender meu cabelo num coque. O dia estava ensolarado, e eu morrendo de calor.

Paguei minha pequena compra e um bloquinho de notas e sai do mercado, passei em casa e tomei um banho e coloquei um leve vestido de algodão, azul com laços e um chinelinho branco. Lavei minha roupa de Trabalho e coloquei no varal. Dei água para o meu cachorro e para meu Bichano, e fui em direção do Hospital. Vi Sakura na tenda da cartomante e acenei para ela, no mesmo instante a mulher de idade avançada e olhos alvos olhou para mim, senti um grande arrepio contrair meu corpo e logo minha amiga estava perto de mim.

- Hinata, como você está? – ela disse me entregando uma garrafa de coca- cola – Sabe, é que na aula você estava tão calada e sem motivação, logo tu que adora responder as questões da aula de História com o professor louco!

- A Sakura! – Eu disse- Sabe o que o é? É que não consigo me concentrar na aula. Faz muito tempo que não vejo meus pais e nem minha irmã, e o acidente de Gaara me fez lembrar algo muito ruim, algo que já aconteceu muitas vezes com minha família, algo que matou minha avó e meu avô, no ano passado e eles ficaram internados durante Dois meses, antes de partirem.

- Nossa Hinata, é mesmo, eu me lembro quando aconteceu isso você ficou tão ruim. –ela disse enquanto eu chorava igual a uma criança, na verdade acho que sou ainda uma no corpo de mulher – Você não se alimentava direito, não falava muito nem comigo, ignorava muito as pessoas, e até entrou em depressão. Mas tenho certeza Hina, não é isso que vai acontecer com ele. Bom agora tenho que ir, você saiu mais cedo do serviço e eu entro mais cedo no meu. Tchau amiga, se cuida.

- Você também, se cuida.

Sai andando vagarosamente pelas ruas até encontrar o Hospital Hosami, na qual Gaara estava internado.

Segui pelos corredores até a recepção. Uma mulher baixinha de cabelos loiros e olhos enevoados por um preto abundante me encarou e me atendeu:

- Pois não, o que a senhorita deseja?

- Queria visitar um jovem! – eu disse mantendo minhas mãos firmes e olhos arregalados para não chorar ali, quando as recordações vinham à tona em minha cabeça.

- Seu Nome e o do paciente, por favor! – ela disse esperando com os dedos ágeis no teclado do computador antigo, pronta para digitar meu nome.

- Hyuuga Hinata, e vim ver o paciente Sabaku no Gaara! – eu disse enquanto ela teclava, presumindo ela anotava meu nome e o dele.

- Desculpe a pergunta mas o que a senhorita é dele? – Ô pergunta essa viu.

- Eu sou a namorada dele! – Para a chefa eu podia até tentar mentir, mas para que mentir para uma pessoa que eu nem conhecia?

- A tudo bem então- Ela disse mais tranqüila – Mais você vai ter que esperar um pouco, pois ele saiu da sala de cirurgia faz uma meia hora, só espere mais meia hora, ta bom? Já vou deixar sua ficha pronta e avisar ao medico que pelo menos alguém veio visita- lo, pois o Doutor precisa falar – lhe algumas coisas antes da visita.

- Bom tudo bem então eu espero. Pode chamar o medico então.

Me sentei na poltrona de espera, e peguei meu celular e mandei uma mensagem para a Sakura;

“ Não vou poder ir hoje ao restaurante, jantar com você, te ligo mais tarde. Beijos amiga”.

Guardei meu celular, pois o medico vinha em minha direção. A mulher da recepção voltou para a . E o medico falou:

- Vamos para o meu escritório. – Ele se dirigiu na frente e chegando no escritório ele fez me sentar- me. – Senhorita Hyuuga, tenho duas noticias sobre seu namorado, uma boa e uma ruim, qual delas quer ouvir primeiro?

Continua no próximo capitulo.