Um Amor Pra Se Recordar escrita por Marry


Capítulo 20
Não importa a reação, sempre conte a verdade.


Notas iniciais do capítulo

Yo pessoal!
Desculpa ter deixado de postar por um longo tempo... peço perdão à vocês que nem sei se continuam esperando por atualizações da fic.
E sim, eu estava morrendo de falta de idéias para continuar, mas dai surgiu a inspiração e decidi postar.
Bom, nao tenho mais nada a falar.. sei que vão me xingar e querer me bater, mas ta ai..



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Hinata acordou um pouco dolorida, seu corpo estava inchado e ardia ao menor movimento de pernas e braços. Olhou para os lados e viu paredes pintadas em branco e o teto igualmente, percebeu que estava num quarto de hospital. O local

estava arejado e as janelas estavam abertas, a porta que até então estava fechada, foi abrindo-se vagarosamente, mostrando a silhueta de uma jovem a qual custou muito reconhecer. Era Sakura. Hinata tinha consciência de tudo o que havia acontecido e o porque estava ali. Passou algumas horas sendo espancada por Karin, mas não se lembrava do que havia acontecido depois que os policiais haviam chego. Ela precisava saber quem, quando e porque salvou-lhe a vida. Se ficasse lá no cárcere privado, teria a certeza de que não sairia de lá com vida. A garota de cabelos róseos se aproximou da amiga e foi fazendo cafuné nela até sentar-se do lado da mesma.

– você está bem flor? – Sakura parou para analisar o rosto e as expressões da amiga que estava um pouco paralisada pela situação e por estar distraída com seus pensamentos – Hinata sua mãe pediu para que eu lhe entregasse isto – Sakura estendeu a mão que estava com um envelope de camurça.

Hinata pegou com dificuldade o papel e rasgou bem devagar. Depois tirou o conteúdo e começou a ler rapidamente. Lagrimas brotaram de seus olhos e ela ficou muito triste com tudo que leu.

“Filha do meu coração,

Se você esta lendo esta carta,

Certamente é porque já está de alta.

Gostaria de te dar uma triste noticia,

Mas pessoalmente eu não tenho coragem,

Então gostaria que soubesse que precisar eu estou ai,

Mas infelizmente teu pai faleceu.

Se você estiver em bom estado,

E puder ir ao velório com teu noivo,

Tenho certeza que teu pai gostaria que o fizesse.

Atenciosamente, sua mãe”

Sakura se embalou nas lagrimas da amiga e chorou também. Então a menina de olhos perolados tomou uma chocante decisão; Iria falar com Gaara e com dificuldades e ajuda da rosada saiu do quarto e caminhou pelos vastos corredores do hospital e foi caminhando até achar seu noivo sentado num dos bancos com um guarda-chuva, tomando um café e olhando para baixo. Ela se aproximou sorrateiramente para perto dele e o mesmo desviou seu olhar para ela, que estava ainda com as vestes trazidas por Temari no dia anterior. Ele então se levantou do banco e pegou da mão de Hinata, com suave pressão o envelope e disse para ela “sim, se você estiver em estados adequados para participar deste funeral, eu irei junto, afinal ele me ajudou muito”. E então Gaara pegou a mala da mão de Sakura, preencheu alguns formulários na recepção, pegou alguns remédios e receitas e calado caminhava com a mão de Hinata na sua, olhando para a rua à procura de algum táxi. A rua estava um pouco movimentada.,o que facilitou verem um táxi. Eles entraram, ele colocou a mochila dentro do lado oposto e ele se sentou. Foi então que Hinata viu Gaara olhar fixamente para ela e contraiu o olhar, deixando-o quase perigoso.

– Você sabe que tive parte de culpa neste seqüestro não é Hinata? – Ele olhou para ela e tirou sua mão da dela – sabe também que Karin fugiu não é? E que levou Sandy com ela?

Eram muitas perguntas para a Hyuuga processar e responder, então o Sabaku permaneceu muito quieto e distante até pararem na frente da casa dela. Ela a ajudou a descer e descarregou a bolsa que continha alguns pertences de Hinata, que ele mesmo havia separado. Então com poucos detalhes o Sabaku contou a ela quantos dias esta já havia ficado no hospital e como ia a saúde “Dos bebês”. Sim, eram Gêmeos e pelo o que a medica dissera a ele, nasceriam saudáveis daqui a alguns meses. Mas não era com isso que Hinata se preocupava. As palavras pouco tempo ditas pareciam mais ativas em sua mente e ela refletia “Sabe que eu tive parte de culpa neste seqüestro não é Hinata?”. “levou Sandy com ela?”. Ambos caminharam até a casa e entraram. Suaves lagrimas corriam por seu rosto que ainda ardiam de quatro dias atrás. E ela também estava triste com a morte de seu pai, que conheceu realmente há pouco tempo e que nem teve tempo de ver seu neto nascer e nem de vê-los se casar na igreja que senhor Hiashi se casou com sua mãe. Realmente estava muito abatida e cansada. Decidiu que ia tomar um banho e esfriar a cabeça com um bom livro de romance, onde todas as coisas no final dariam certo. Já Gaara estava um tanto intrigado com a morte do Sogro e com o seqüestro de Sandy, decidiu ele que iria averiguar o caso quando der. Deu de costas e trancou a porta da sala. Foi caminhando silenciosamente até perto do banheiro e encostou o ouvido na porta. Ouviu gemidos e o choro de Hinata, que era silencioso para que ele não percebesse e sem cerimônias o ruivo entrou no banheiro e a viu... E viu o seu ventre, que até então jamais havia reparado. Os quase cinco meses de gestação dos Gêmeos deram a Hinata uma barriga perfeita e redonda, e ele então ficou imaginando os fetos e os seus desenvolvimentos. Ele chegou até o Box e olhou meio que disfarçando para Hinata, para que ela percebesse sua presença ali sem ficar constrangida. Mas ela nem ligou: estava com os olhos fechados lavando os cabelos que chegavam até sua cintura, as lagrimas se fundiam com a água do chuveiro, e mesmo a imagem de uma mulher nua não parecia nada erótico, e sim uma bela cena de uma garota que carregava seus primeiros filhos no ventre e que parecia uma criança amedrontada com tantas responsabilidades.

Ele ia saindo do banheiro quando Hinata segurou fortemente um de seus braços. As mãos delicadas dela ainda molhadas o fizeram virar e encara-la, olhar aqueles olhos perolados assustados como um cão com medo. Sim, era verdade, a morena estava com medo de seu noivo e mais ainda, estava insegura de si com relação de como seguiria dali para frente. Ela o encarou ainda com uma expressão de raiva e de medo, teve que desviar o olhar para não chorar ainda mais. Seu coração estava ferido ao mesmo modo que seu corpo doía, e ela soltou o braço dele, recuando e pegando a toalha e se enrolando nela.

– G-a-a-r-a! o q-u-e você teve a ver com o meu seqüestro? – A voz dela era tremula e expressava também um pouco do seu nervosismo ao tocar nesse assunto, era a primeira vez que falava desde que recebera alta. – Por favor meu amor, não esconda nada de mim, você já me contou seu passado e eu estive junto de ti mesmo depois de saber da verdade, então por favor não me oculte nada.

Gaara calou-se olhou fundo aos olhos dela. Então realmente chegaram a este ponto: mais uma conversa seria sobre o seu passado ocultado sobre pedras e obstáculos e pessoas malévolas. Distante ele permaneceu até que ela se retirou do banheiro indo ao quarto já vestida, ela estava com o corpo tremendo e chiados baixinhos, A Hyuuga estava muito transtornada e magoada com ele e este podia sentir em sua alma o acumulo de coisas erradas que ele havia feito por todos os anos e com outras pessoas, pensou em Karin, pensou em Sandy e por fim em Hinata. Relembrou da garota de cabelos ruivos que certa vez o parou na escola e se insinuou para ele. Não ouviu o que era havia dito depois para ele, mas algo agora chamava a atenção dele. A culpa reinou seu coração e ele se controlou para ficar em pé, suas pernas tremiam e ele estava suando lembrou-se então das palavras da Psicopata, Karin “Guarde as minhas palavras Gaara. Se eu não posso te ter, então não vou deixar com que alguém se aproxime também... começando por essa lerda, que roubou minha fama”.

Ele era o culpado por tantas desgraças acontecendo na vida de sua amada e ele não podia mudar ninguém, realmente ele era um garoto - problema, colocando todas as pessoas a sua volta em seus problemas também. Começando por Sandy, depois Hinata e assim, todo mundo, incluindo as amigas da mesma. “Seria tão mais fácil não tê-la conhecido, nem a amado tanto... E agora poderia estar partindo, mas sei que a essa altura, tudo que eu faço a magoa, a decepciona, e até mesmo partir com ela parece arriscado, OH droga de vida!”- Gaara pensou e socou a parede neste mesmo instante. . .

Então ele olhou para dentro do quarto e a viu arrumando a cama e olhando o pequeno espaço que já estava sendo guardado para os bebes... Ele sabia que agora ele teria que contar tudo para ela, desde o começo sem ocultar nada, sem mentir sobre ele mesmo, como tinha feito da primeira vez, como havia feito seus irmãos mentirem também... A mentira naquele instante não parecia ser a salvação para os seus problemas e sim um agravante para o seu futuro.

Caminhou com passos firmes até a porta e retirou sua blusa de frio, Fitou-a pela primeira vez e analisou o rosto cansado dela. Imaginou como ela ficaria ao saber que ele havia mentido todo a sua Historia.

– Hinata... Hinata olhe para mim, não chore querida! – ele pegou e segurou o rosto dela no meio de suas mãos e a fez encostar a cabeça em seu ombro – Precisamos conversar mais uma vez... há coisas que eu não contei, mas que são essências que você saiba agora.

Eles se encararam, ela com lagrimas nos olhos e ele determinado, com raiva de si mesmo:

– Eu nasci assim Hinata, não pintei o cabelo, desde que nasci eles tiveram essa cor. Não é o que dizem pra você, eu sei. Mas um gene muito mal faz parte do meu corpo. Não matei somente o cara que matou minha família, não matei só por vingança, matei por prazer também, confesso, ele não foi o único. Na verdade o que mais eu apreciava naquela época era libertar o monstro que havia dentro de mim, e sentir o sangue das pessoas em minhas mãos, seus corações pulsantes ainda quentes nelas. E por muito tempo eu fiquei vagando sozinho, sem meus irmãos me acharem - Hinata o observava ainda mais assustada e queria se afastar dele, mas tinha uma força que não a deixava, e uma parte de seu coração dizia que ela devia ficar e escutar o que aquele pobre coração atormentado tinha a dizer – Eu não conseguia segurar a fera que existia e ficava vagando, até que um dia encontrei Karin sendo espancada por algumas meninas em um beco. Eu não descontei em ninguém, simplesmente elas saíram correndo quando me viram. Então levei a garota de óculos para o hospital e desde aquele dia, nós nos juntamos e viramos psicopatas... até o dia que percebi que ela não queria ser apenas “a” minha companheira de assassinatos, ela queria algo que eu não tinha como dar para ela: o amor. E então resolvemos cortar o pacto de dupla Serial Killer. Ela ficou com ódio de mim, e começou a me perseguir de todas as formas. Daí eu me mudei, e conheci a Sandy, namorávamos, e até fiquei em paz por dois meses, mas depois a ruiva voltou a me perseguir, tive que largar minha ex, tanto porque ela se cansou de mim, quando porque eu prezava a segurança dela. Há mais ou menos 7 meses atrás, quando me mudei para cá... Pensei que estaria livre de qualquer confusão, mas na verdade, o coração de um assassino jamais é deixado em paz, e acho que o pior castigo que temos é quando realmente amamos, porque nos tornamos mais frágeis que nossas vitimas e o vingador sempre sabe disso. Por isso ao invés deles virem direto no alvo, eles vão matando as pessoas que você aprendeu a amar, só pra ver você sofrendo, tendo seu coração arrancado e sofrendo. E é assim, quando você mata, sua mente começa a ser perseguida por fantasmas.

Hinata não sabia muito bem o que dizer à ele, mas sabia que tudo que ele precisava naquele momento era de um abraço. Mas esperou ele terminar de contar o que realmente estava acontecendo em si mesmo para poder enfim fazer aquilo.

–Eu te amo muito Hinata, e não quero que ninguém te machuque, talvez se eu tivesse partido antes de me apaixonar por você, não teria problemas com ela agora. E talvez você estivesse bem melhor do que está agora. Não teria que enfrentar uma gravidez na adolescência, não teria sido seqüestrada, mantida em cárcere, não tinha sido espancada. Teria uma vida normal. Desculpa se estraguei tudo Hinata!

Ele então chorava e soluçava, tento a cabeça dela ainda encostada-se a seu ombro. Era uma verdade muito forte para ser contada, mas sentia que se não contasse carregaria a sua cruz pela vida inteira sem nunca se redimir, sem nunca confessar ter errado. Ser a futura Sabaku agora, deixava Hinata um pouco receosa, mas quem não ficaria? Relutou em não chorar junto, mas o que estava feito estava feito e não havia volta, mas se existe um sentido para tudo que fazemos, esse é o sentido: os sentimentos. O medo, o amor, a tristeza, a esperança, a dor... tudo nos faz sentirmos vivos todo dia... E se existem os obstáculos, são para testar nossa resistência. Se errarmos, a vida nos dá uma oportunidade de tampar este buraco com a coragem que faltava para contarmos a verdade. Um sorriso pode omitir a tristeza, mas não pode esconder tua solidão. Nós não podemos fugir do passado, mas podemos mudar o futuro. Isso era o que Hinata pensava, e sabe o que eu acho? Que ela estava inteiramente certa.



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Notas finais do capítulo

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