Not Insane escrita por AnneLice


Capítulo 7
Capítulo 7




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/210365/chapter/7


–Me explica o que está acontecendo... Jack... Não pode ser.

Eu estava soluçando. Era uma cena chocante, toda sua família morta. Quando você percebe o real significado daquilo, você perde seu chão. Toda sua realidade parece errada e vazia. Eu não queria acreditar. Eu previra aquilo, e não pude impedir, porque eu era uma inútil no meio dessa história.

–Mary, tenta se acalmar, por favor. Senta, vamos. -Ele me ajudou a sentar. Não consegui perceber que ele era quem estava me dando apoio, que minhas pernas estavam tremendo. Eu estava devastada.

–Mas o que fez isso? Quem foi o monstro? Qual o sentido? -Eu estava começando a ficar histérica.-Mary, vamos sair daqui. Não é seguro. Essa pessoa ainda pode estar por perto. Vamos.

Ele me levantou e me colocou em seus braços. Eu não conseguia andar, não conseguia parar de chorar, não conseguia fazer parar de doer. Ninguém conseguiria. Uma dor assim, nem o tempo aliviaria.

Voltamos ao sanatório em poucos minutos. Jack me levou ao meu quarto, vigiou se ninguém tinha notado nossa chegada e trancou a porta. Ele parecia alerta.

–Jack, foi minha culpa! Eu não consegui evitar...

–Alice, mais uma de suas visões se realizou. Isso deve ser terrível para você, mas não foi sua culpa. Foi culpa apenas desse monstro. Eu realmente sinto muito, por tudo. Por ter te colocado nessa. Você não sabe o quanto eu me culpo. Mas você não pode contar isso a ninguém.

–Como assim? Meus pais estão mortos, tem um assassino a solta e eu não posso contar a ninguém? Eu tenho que contar... -comecei a ficar confusa. Onde ele queria chegar?

–Esse assassino, ele não estava apenas a procura de seus pais, não acha? Ele pode estar atrás de você, e isso pode ter sido apenas um aviso. Você não pode deixar que ele saiba como isso te afetou, quão frágil você está. Ele usaria você, a atrairia para a morte. Ele é um monstro -ele parecia sincero. Mas essas palavras não faziam sentido.

–Por que alguém queria chegar a mim? Eu sou só uma louca internada em um hospício. Eu não atraio assassinos. Não é isso. Mas eu quero descobrir quem foi, e fazer a vida dessa pessoa um inferno. Matá-lo!

–Não Alice, você não conseguiria matá-lo. Você é apenas humana.

–E você é algum tipo de super-herói? Não Jack, eu sou a única que se importa. Eu quero vingança. Ele não pode sair impune. Não digo matá-lo, mas eu irei contar ao diretor e ele tomará providências. Contará a policiais, não sei.

–Alice, você mesma disse, internada em um hospício. Sabe o que fariam se você saísse por ai declarando que viu seus pais mortos em cima de uma árvore no meio da floresta?

–Você está de testemunha! Tem que me ajudar! Não pode omitir a verdade Jack. São meus pais. Eles merecem justiça. -eu estava chorando denovo. Será que ele não entendia? Eu não podia deixar isso em branco.

–Essa coisa nem sequer é humana! Qualquer um que o tentasse matar, seria morto. Ouça o que eu digo Alice! Não quero este lugar banhado em sangue. Principalmente seu sangue. Você é a pessoa mais importante para mim. Não me deixe te perder.

–O que você está dizendo? Mais de uma vez você insinuou que essa coisa não é humana. O que é então? Você está omitindo alguma coisa Jack, eu posso sentir. Me conte. Ou eu mesma me arriscarei a achá-lo e descobrir.

–Não posso Alice. Não saia a procura dele. Agora eu tenho que ir.

–Não se atreva a deixar meu quarto! -Mas ele já tinha saído, trancando a porta rapidamente. A janela também estava trancada. Eu estava oficialmente presa.


Eu comecei a pensar. Pensamentos filosóficos sobre o mundo e a morte. Pensei no quanto eu odiava meus pais. Não era de verdade. Eu os amava, mais do que tudo. Eles não eram culpados de ter uma filha como eu. E minha doce irmãzinha, tão pequena. Mal tinha vivido. E agora estava morta...

E comecei a analisar as palavras de Jack. Não humano. Monstro. Culpa dele. Como uma coisa dessas poderia ser culpa de um enfermeiro? E sobre essa coisa estar atrás de mim, isso ser apenas um aviso. Não poderia ser real, mas por alguma razão eu não podia deixar de duvidar. Mas o que eu fizera a esse alguém? Nada, eu nem sequer o conhecia.

Então eu lembrei da visão. Olhos vermelhos... Alto, forte, loiro. Lembrei de suas palavras: "Você não a salvará. Você é fraca." E a mordida no pescoço da minha irmã.

Comecei a me lembrar de lendas de quando eu era criança. Meninos tentavam me assustar com histórias de terror. Histórias de lobisomens, fantasmas e vampiros. Me lembrei do Conde Drácula, o vampiro mais famoso. E comecei a formar teorias irreais.

Acordei do sonho com um barulho de chaves na porta. Segundos depois, Jack entrou, trazendo uma bandeja de comida.

Meu sonho ainda estava claro em minha memória. Vampiros, exterminando uma cidade. Calçadas banhadas em sangue. Criaturas belas, com rostos de anjos, matando por prazer. Uma lua cheia no céu iluminando a matança. Um caos. Mas agora estava claro em minha mente.

–Eu sei o que ele é. -esse foi meu cumprimento ao ver Jack passar pela porta.

–Como é? -ele parecia assustado.

–Vampiro. Acertei?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!