Not Insane escrita por AnneLice


Capítulo 17
Capítulo 17




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Heaven's gates won't open up for me

With these broken wings I'm fallin'

And all I see is you

These city walls ain't got no love for me

I'm on the ledge of the eighteenth story

And oh I scream for you

Come please I'm callin'

And all I need from you

Hurry I'm fallin'

...I'm fallin'

Os portões do paraíso não se abrirão para mim

Com essas asas quebradas estou caindo

E tudo que eu vejo é você

Nas paredes da cidade não há amor para mim

Eu estou na borda da 18ª história

E, oh, eu grito por você

Venha, por favor, estou chamando

E tudo que eu preciso de você

Apresse-se, estou caindo

...Estou caindo

Savin’ Me - Nickelback

Eu estava agonizando. Era a pior dor de todas, do mundo inteiro. Morrer sendo torturada não doeria tanto quanto isto. Todos meus ossos estavam quebrando, descolando, depois voltando ao lugar, e fazendo tudo novamente. Eu estava queimando, como se tivesse ingerido ácido. Queria gritar para parar, para me matarem, mas eu não tinha voz. Eu estava presa numa escuridão de dor, sofrimento, miséria, tormento. Eu preferia morrer, mas eu não conseguia achar a saída. Eu estava presa. Eu não aguentava mais resistir, mas era a única coisa que eu fazia. E isto era interminável...

Jack

Eu havia transformado Alice dois dias atrás. Não conseguia pensar nela mais, na minha pequena sofrendo terrível sofrimento. Eu esperava que ela conseguisse completar a transição. Eu fizera tudo corretamente, consegui resistir ao sangue mais doce e puro que eu já havia experimentado e necessitado, e injetei veneno em suas veias em quantidade mais que suficiente. Daqui a dois dias, tudo estaria certo. Daqui a dois dias, eu já não estaria mais aqui.

Eu fui para o lado oposto do porto, afastando para o mais longe que eu conseguisse o cheiro de Alice. Eu tinha vários vestidos espalhados pelo carro, e pedaços de seu cabelo. O cheiro era intoxicante, embriagante. Era maravilhoso, e me fazia lembrar dela. Tão sozinha, com suas memórias roubadas. Eu era realmente um monstro. Se ela não tivesse me conhecido, sua vida estaria perfeita, humana, com seus pensamentos no lugar a que pertenciam. Não estaria no porão de um navio prestes a explodir, sozinha, nua, sofrendo. Mas eu não podia mudar o passado, apenas o futuro. Continuei dirigindo, e quando achei que o carro já não estava rápido o suficiente, roubei outro. Sempre mais longe, mais perto do meu fim.

Há alguns dias atrás, eu me encontrei com um “amigo” numa fazenda, enquanto eu levava Alice para seu navio. Este amigo era um vampiro, e ele havia me prometido explodir o navio daqui a um dia, quando a transição estivesse completa. Isto iria acabar com o rastro de cheiro da Alice, e James não teria o que farejar quando ele descobrisse que eu o havia enganado. Esta era minha esperança final, de que ele nunca a encontraria. Ele não conheceria o cheiro novo, vampírico dela. E Alice acordaria no meio do oceano, perto de uma ilha, se meus cálculos estivessem corretos. A tripulação explodiria, mas isto era apenas um detalhe para mim. Condenar mais vidas à morte não fazia diferença, já que eu não tinha esperanças para minha alma.

Eu me alimentei algumas horas depois que deixei Alice. Quando encontrasse James precisaria estar forte. Afinal, eu prometi que iria ao menos tentar. Mas me alimentei principalmente para experimentar pela última vez o gosto de sangue. Era o meu fim, eu tinha que me despedir deste mundo. A alimentação foi tão boa... Mas não quero pensar nisto. Continuar dirigindo até o fim desta interminável estrada e até o fim da minha vida...

E James enfim me encontrou. Eu o ouvi primeiro antes de vê-lo. Ele vinha, acompanhado de alguns outros passos. Talvez mais umas dez pessoas estivessem com ele. E então ele parou, na frente do carro, me convidando a sair.

–Olá, James. Vejo que trouxe acompanhantes. Então, você conseguiu me encontrar. Não é tão incompetente quanto eu esperava.

–Sempre um prazer te deixar orgulhoso, papai. Mas vamos aos negócios. Estou sentindo falta de alguém... Cadê Alice? – ele me olhou de um modo indagador.

–Não aqui, pelo que você pode perceber. E não adianta procurar. Ela não está escondida no porta-malas, ou algo do tipo.

–Victória, Diego, procurem. Deixem que dele eu cuido. Olhem no carro. –E ele estava ordenando aos seus capangas. Seria cômico, se eu não estivesse à beira da morte. Eles foram até o carro, e começaram a rasgar o estofado e a quebrar o porta-malas. Encontraram os vestidos, e os jogaram para fora do carro. Depois encontraram o chumaço de cabelo. O levaram até James.

–Mas o que é isto? Cadê a Alice?-Ele pareceu começar a entender que eu o havia enganado.

–Não está aqui, como eu disse anteriormente. Agora, se você pudesse ir direto ao ponto, pois eu não quero passar meus últimos momentos ouvindo um vampiro resmungando que não conseguiu encontrar uma simples humana indefesa. Enganado, justo você. Incrível, né? Parece que tudo é possível. O “maior rastreador da Terra”, parece que você não é tão bom como dizem. Não é mesmo?- e eu comecei a rir histericamente.

–Vocês, segurem-no! –James gritou quando eu comecei a correr.

Três vampiros vieram em minha direção. Comecei a lutar. Arranquei o braço de um deles, e depois quebrei o pescoço de outro. Não adiantava, eles se regeneravam. Mordi a mão do terceiro, e joguei bem longe. Depois dei chutes e socos aleatoriamente. Eu não sabia mais o que eu estava fazendo. Outros vampiros vieram. Eu não conseguia lutar contra todos eles. Não havia espaço para eu fugir, e isto não adiantaria, pois James sempre iria me encontrar. E fui sendo imobilizado aos poucos, e eu não conseguia... Fui posto de joelhos, com os dois braços para trás. Minha garganta estava exposta. James veio, e eu senti o fim próximo.

–E é assim que você morre. –Ele colocou as mãos ao redor de meu pescoço... e o puxou.


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