56th Hunger Games Begin escrita por Muitaz


Capítulo 8
Bombas e cadáveres


Notas iniciais do capítulo

Nesse capitulo não esclareço quais serão, e nem se ela vai ter parcerias, e nem vou até os jogos que devem vir no capitulo 12 ou 11.
Boa leitura, espero que gostem, eu gostei desse capitulo.



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Subi no elevador com a cabeça atordoada, e com as orelhar queimando de irritação, eu estava em ponto de ebulição. Talvez eu pudesse partir a cara da próxima pessoa que eu visse, ou talvez cair no choro em seu ombro, tudo estava tão confuso, mas não tinha por que estar confuso, era tão simples, estava ali para matar ou para morrer, emoções como o medo ou a raiva não deveriam ser envolvidos, eu sempre fora a pessoa mais fria  que já conheci, e olhe que já conheci muitas pessoas frias, mas aquela situação me deixava frágil de tal forma que eu chegava aos limites de minha tão prezada sanidade. O número 3 brilhou azul, e as portas se abriram e lá estava Beetee, a única pessoa ali pela qual eu exercia algum respeito.

-Esta tudo bem? – Ele perguntou como se enxergasse por dentro de mim, ou então eu era péssima em esconder minhas emoções, não ler mentes era mais provável.

-Mais ou menos – Disse pondo a mão em meu cotovelo, como era meu costume quando estava nervosa.

Ele riu, não debochado, mas amigavelmente.

-Se eu fosse você, aproveitaria melhor meus últimos dias de vida – Ele disse, acendendo novamente a fagulha recém apagada do ódio.

-Então você pensa que eu irei morrer? – Perguntei frívola e dura.

Ele sorriu se divertindo, como se ele fosse um velho sábio que ensinasse a uma criança particularmente ignorante a caminhar.

-Não minha querida, isso é um pensamento um tanto inocente, é. Com os últimos dias de sua vida quero dizer que mesmo que se vencer lá perdera a sua vida, sacrifícios são necessários para conquistar a vitória. Mas nos jogos você sacrifica a sua humanidade, a sua inocência e a sua sanidade. Como eu disse, eu aproveitaria melhor os seus últimos dias com tais bênçãos – Ele disse dando um leve empurrão no meu ombro, e se aproximando docilmente do meu ouvido – Na verdade, eu acredito sinceramente na sua vistoria, sei da sua engenhosidade com relógios, e também com bombas.

Um grande temor invadiu-me o corpo, como ele sabia? as bombas foram um segredo meu e de Ted, será que ele havia me dedurado aos pacificadores e por isso eu estivesse nossos jogos? Isso explicava o por que dele ter se despedido de mim, talvez um pouco de arrependimento tivesse arrebatado o seu ser. O ódio novamente invadiu-me, e as cenas da minha última briga com Ted me voltaram à mente.

Lá estávamos nós escondidos no porão – que ninguém sabia que existia – da minha casa, onde eu tinha aprendido sozinha tudo que sabia. Ted tinha sempre uma face admirada quando entrava ali, ele nunca tivera muito talento com construções. Mostrei-o então meu último invento, que fizera sem querer.

-O que é isso – Ele sussurrou.

-É um relógio, a diferença é que ele explode quando eu ponho um despertador – Disse travessa – Essa está mais forte, então não posso explodi-lo aqui, pensei que podíamos usar a passagem da sua casa.

Ele me fitou desconfiado.

-Vamos, por favor, por favor Ted! – Implorei.

Ele abriu um sorriso bobo, como sempre fazia quando eu implorava com meus grandes olhos. Então ele me conduziu até a parte de trás da sua casa que era vizinha da minha, e nós fomos para além dos limites onde havia uma pequena ruina rebelde com minas desativadas, que me forneceram material para as “bombas”. A ruina tinha o tamanho de um banheiro e era meio esbranquiçada, nunca nos atrevemos a entrar ali, por que certas vezes barulhos estranhos vinham dali. Tinha uma pedra com alguma coisa escrita, mas a passagem do tempo deixara a leitura da tal impossível.

-Está pronto para descobrir o que o fantasma tem a dizer? – Perguntei risonha, mas Ted não parecia tão feliz, na verdade estava tremendo – Ah qual é Teddie... por favor.

-Você joga – Ele disse tentando parecer confiante.

Dei de ombros, e tirei a “bomba” que havia guardado na bolsa, ajustei o medidor para cinco toques e joguei dentro do buraco do tamanho de um punho cerrado que dava para dentro da casinha. Tic... tic... tic... eu corri para o mais longe possível com Ted e me abaixei. Então um grande estrondo nos assombrou. Ficamos mais alguns minutos abaixados, depois voltamos a casinha e eu olhei pelo buraco, lá havia a cena mais assombrosa que poderia imaginar, um corpo humano em chamas.

-O que aconteceu? – Perguntou Ted ansioso.

-Acho que matei alguém  – Eu disse.

Ted arregalou seus olhos claros com o espanto e nojo.

-V-você é uma assassina – Ele definiu, tentei toca-lo, me desculpar ele deu passos exagerados para trás – Nunca mais fale comigo... eu tenho... nojo de você – Lágrimas brilhantes marejavam seus olhos, eu me fiz de forte, empinei a cabeça e sai andando.

Depois daquele dia nunca mais nos falamos até a colheita.

Não ele não estava arrependido, se tivesse feito algo ele se orgulharia até a morte, por que ele pensava no que fazia cem vezes antes de fazer e por que era dotado de orgulho desigual. Mas seu ato, eu demorei muito para reconhecer isso, foi compreensível. Eu falei de uma morte como quem pede o sal, mas entenda aquilo era normal para mim. Eu, que via pacificadores matando todos os dias, e eles continuavam poderosos. Eles tiravam vidas pelo simples prazer, então o que havia de errado em eu tirar uma vida por acidente? Quer dizer, se todos eles tinham o direito liberal de matar, por que eu não tinha também? Isso era o que se passava na minha mente na época, mas agora as coisas estavam bem diferentes. Eu seria jogada numa arena com 23 pessoas,  e eu já não tinha mais pensamentos tão inocentes. Ou talvez meus pensamentos fossem mais inocentes agora, depois de assistir a morte da minha irmã recém nascida.

Deitei-me na cama, a minha cabeça latejava de tal forma que até pensar doía, mas os pensamentos, as lembranças e as ideias atordoavam a minha mente. Então tentei dormir, mal sabia qual era o tamanho daquele erro, afinal sonhos eram bem piores que as lembranças, por que lembranças eram só pedaços que eu já havia vivido, enquanto nos sonhos cadáveres se levantavam e jogavam bombas em mim.

Acordei suando frio, eram nove da manha, não podia ter dormido tanto pareceram no máximo 20 minutos, a minha cabeça ainda latejava e parecia que meus olhos iam saltar das orbitas, faltava somente um dia para a minha entrevista e dois para os jogos, e eu ainda não sabia diferenciar plantas, e se fosse jogada na arena hoje, ou caçaria algo, ou morreria de fome. E eu não era uma caçadora exemplar.

Vesti minhas roupas de olhos fechados, e sai do quarto da mesma forma. Na verdade só fui abrir os olhos quando me choquei contra a mesa da sala. Então me sentei à mesa do café, lá estavam Gui, Beetee e Ady, os cabelos azuis da representante fizeram minha dor de cabeça aumentar, me levando novamente fechar os olhos.

-Você não parece estar muito bem – Definiu uma voz que eu não me dei ao trabalho de reconhecer.

Confirmei com a cabeça.

-Beetee será que nós poderíamos conversar? – Perguntei abrindo os olhos – à sós – Acrescentei quando notei as caras de curiosidade de Ady e Gui.

Beetee confirmou com a cabeça, eu peguei um pão e nos retiramos da mesa. Me dirigi até o meu quarto.

-Que é? – Ele perguntou amigável.

-Quero que me ensine tudo que puder sobre bombas – Falei.

Ele sorriu, e indicou para eu me sentar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, falem o que acharam :D



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