Salvando O Mundo Com Um Casamento escrita por rafaela-snape


Capítulo 33
Tragédia




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A vida parecia muito mais tranqüila e um mês passou muito lento ao lado da minha família.

Mas claro que não podia ficar assim.

No meio das férias, logo após o jantar n’A Toca, Severo e Draco me deixaram com os bebes em casa e foram pra mais uma interminável reunião da ordem.

A casa estava silenciosa e eu estava entediada. Resolvi me deitar em meu quarto e ler um pouco, mas como já estava virando rotina, Thomas começou a resmungar alto de seu berço no quarto do lado e logo viria o choro de Jason.

Fui ate ele antes de acordar os outros dois, mas não teve jeito, Jason já estava com os olhinhos abertos e me se preparando pra chorar a plenos pulmões quando os peguei no colo e levei comigo.

–Meus príncipes, quietinhos… vão acordar a irmã de vocês assim! – eu já tinha me acostumado a segurar dois de uma vez e conversar com eles.

Conjurei um berço grande o suficiente pros dois e os coloquei lá. Peguei uns bichinhos de pelúcia que ficaram no meu quarto e estava fazendo os bichinhos flutuarem em cima do berço, ora alto ora baixo.

Os dois gargalhavam, tentando pegar os bichinhos com as mãozinhas tão pequenininhas. Eu estava rindo, a brincadeira, a princípio sem graça alguma, conseguia fazer a diversão deles, incrível como as crianças, ainda mais os bebes, se divertem com tão pouca coisa, com coisas tão bobas.

Depois de um tempo, fui dar uma espiada em minha princesinha, ela já estava dormindo quietinha a um bom tempo. Meus filhos são lindos, tanto que eu poderia ficar ali vendo a dormir ou eles brincarem por dias e não me cansaria.

Sorrindo fechei a porta e voltei pro quarto, mudando a brincadeira, agora eu fazia caretas e ria junto com eles de cada uma.

Depois de brincar muito eles voltaram a dormir e eu voltei a ler meu livro na cama. Me concentrar não era difícil, o ruim era ler, entender tudo e não esquecer do mundo, conseguir ouvir qualquer barulho e transformar as palavras em imagens.

Eu já sabia que iria acontecer, mas não consegui evitar, mergulhei no livro e nem percebi quando cai no sono, com o livro no colo.

Só acordei com um movimento na cama que me deixou assustada, dei um pulo com medo.

–Calma, sou só eu Hermione – sussurrou Severo mal humorado.

–O que aconteceu, ta tudo bem? – estranhei a hostilidade dele, ele não é assim à muito tempo comigo.

–Claro, o que poderia ter acontecido? Volta a dormir, a noite foi longa. – suspirou cansado.

–Eu só vou dar uma olhada na Charlotte e já volto pra cama.

Saí de mansinho do quarto enquanto ele se arrumava na cama e fechava os olhos, cansado e tenso. Não sei o que aconteceu, mas alguma coisa muito ruim é, algum problema grande…

Fui devagar até o quarto dos bebes ainda pensando no estado de Severo quando parei de repente antes mesmo de abrir a porta. O vento que passava por baixo da porta não estava ali antes, a janela estava fechada e não havia como o vento entrar de outro modo e gelar meus pés.

Meu coração apertou dolorosamente e eu entrei igual um furacão no quarto, só pra encontrar uma cena que pra mim parecia de terror.

Acortina delicada da janela estava jogada de qualquer jeito no chão, a própria janela estava escancarada, algumas coisas estavam caídas, gavetas fora do lugar e o que mais me chocou: o berço, onde antes repousava uma linda garotinha, estava vazio. Meus joelhos amoleceram e eu me apoiei no portal pra não cair no chão, paralisada.

–SEVERO! – gritei com uma pequena reserva de forças.

Ouvi o barulho dele vindo correndo, não tirei os olhos do berço.

–O que foi? – ele colocou uma mão em meu ombro.

–Charlotte... – sussurrei com lagrimas nos olhos – onde ela está?

–Como assim onde? – confuso, entrou no quarto e paralisou ao entender sobre o que eu falava. – O que aconteceu aqui...?

– Não sei! Eu peguei os meninos e os levei pro quarto, mas ela dormia tão bem que preferi não mexer nela, acabei dormindo enquanto lia e agora... – comecei a me desesperar.

–Calma... shhh... – ele me abraçou apertado e as lagrimas caíram. – Vamos encontrá-la.

–Severo, foram eles? – perguntei com medo – Foi por ordem de Voldemort?

Ele apenas me apertou mais, pensando em uma resposta, parecia me esconder algo.

–Hermione...

–Severo Snape, o que está acontecendo? – tentei manter a calma mesmo me sentindo desmoronar.

–Não consigo esconder isso de você mesmo, então vou contar. O Lorde das Trevas descobriu sobre as crianças, não sei como, mas descobriu e o pior de tudo: não falou nada, não me castigou nem nada do tipo, pareceu algo próximo de contente. Ele esta planejando alguma coisa, acho que agora temos alguma idéia do que possa ser. – ele me olhou com um misto de emoções no rosto, todas sombrias.

–Severo… - comecei a chorar desesperada – o que vão fazer com nossa menininha?

–Não sei – ele me abraçou – mas aqui não é mais seguro, temos que ir pra outro lugar. Agora.

–O que…? – assustei – Ir? Sair da nossa casa?

–Sim, se ficarmos aqui, podem voltar e acabar fazendo mau aos meninos, ou a você…

Concordei com a cabeça e ele foi chamar Draco pra arrumarem tudo, eu não consegui fazer nada, nem sair do lugar.

Doía, muito, eu não sabia o que fazer, pela primeira vez, a sabe tudo não sabia nada.

Finalmente os dois homens acabaram de arrumar tudo e eu consegui me mexer, colocando um pouco da minha mente pra funcionar, fui ate Jason e Thomas e peguei ambos no colo sorrindo pra não assustá-los.

O destino era a mansão Black, que já deveria estar quase vazia, a não ser por seus moradores e por alguns que sempre preferem ficar lá depois das reuniões a voltar pra casa.

Quando entramos vimos que ainda tinha sons de conversa e risos na cozinha, uma discussão animada rolava por lá e eu podia apostar que eram os meninos discutindo sobre quadribol como sempre.

–…Como não Harry?! Pirou? Claro que… MIONE! – gritou Ron no meio de uma frase assim que me viu na porta.

–O que a Mione tem a ver com a vassoura mais rápida do mundo? - Perguntou Gina rindo deitada no ombro de Harry.

–Oi. – falei com a voz falhando um pouco, antes de qualquer um responder a ruivinha.

–Mione! – agora todos os Weasley, Harry, Luna, meus pais, Dumbledore e até alguns outros membros da ordem vieram nos cumprimentar.

Não demorou muito pra perceberem que tinha alguma coisa errada, foi Dumbledore quem percebeu primeiro que de três bebes, estávamos com dois.

–Severo, o que aconteceu? – perguntou o ancião com a testa enrugada.

–Alguns comensais – a menção da palavra, todos prestaram atenção até de mais – atacaram a casa enquanto a reunião acontecia. Hermione estava com Thomas e Jason no nosso quarto dormindo e Charlotte ficou sozinha no quarto. Parece que a levaram.

A mascara fria em seu rosto me mostrava quão bom espião ele era, mas eu por algum motivo, vi atrás daquilo, por trás do vazio em seus olhos, e lá estava a dor da perda, a raiva por não saber como fazer alguma coisa pra salvar nossa filha.

Com a agitação, os meninos acordaram em meu colo, um pouco assustados e eu tive que subir pra fazer os dois dormirem de novo. Pela primeira vez em muito tempo, quem me ajudou foram Harry e Ron, como era nos nossos primeiros anos em Hogwarts, eles levaram as malas pra cima atrás de mim e conjuraram uns berços confortáveis pros dois pequeninos em meus braços.

–Mione… - começou Harry com cuidado. Tentei sorrir pra eles, acalmá-los, mas as lagrimas vieram ainda mais fortes e me joguei no abraço q os dois me deram, me apertando segura entre eles.

Eu me sentia péssima, estava cansada e já não tinha mais lágrimas pra deixar cair, então, eles sentaram comigo na cama e ficaram lá, me mimando um pouco, até que a bem vinda inconsciência chegou.

Eu passei três longos dias andando feito um zumbi pela casa, tentei me fingir de feliz no primeiro dia, mas não enganei ninguém, então parei com isso, a única hora em que eu conseguia ficar um pouco feliz era quando cuidava dos meus dois menininhos lindos, que estavam muito agitados e brincalhões.

Numa das minhas caminhadas sem rumo pela casa, encontrei uma porta que não reconheci, era mais velha que o normal e estava silencioso lá dentro.

Não achei que fosse um problema entrar e dar uma olhada no que estava lá dentro, fosse o que fosse, entoa apenas girei a maçaneta e empurrei a porta, com a varinha nas mãos.

Era uma espécie de sótão pra coisas empoeiradas e sem graças, que irritaram meu nariz logo de cara, mas antes de eu sair dali, uma coisinha brilhando dourada no meio da poeira chamou minha atenção.

Andei até ele com cuidado, já aprendi como objetos simples podem ser perigosos no mundo mágico, só parei quando me abaixei bem do lado do brilho dourado que se revelou um simples e bonito colar, apenas um cordão com um pingente em forma de coração e grosso.

Estendi a varinha e apontei pra ele verificando se possuía magia negra ou qualquer coisa que pudesse me ferir, não era possível ninguém nunca ter visto ele ali nem mesmo durante as limpezas da casa.

Depois de varias tentativas de achar alguma coisa no cordão eu o peguei com cuidado e atenta, mas nada aconteceu, era apenas um cordão, um cordão simples e bonito, jogado no sótão de uma casa velha e empoeirada.

Ouvi minha mãe me gritar com pressa do térreo e percebi que ela só poderia estar na cozinha, onde passava grande parte do tempo, quando não mimava os netos.

Esse pensamento me fez sorrir, mas lembrei de minha pequenina e lagrimas vieram, lagrimas que eu prendi com toda minha força e fiz voltarem pro lugar de onde saíram antes de concluírem o caminho que queriam por meu rosto.

Desci as escadas correndo só pra ver uns dez membros mais velhos da ordem sentados em volta da mesa da cozinha observando as mulheres cozinharem e batendo um papo leve, que vi ser só pra aliviar a tensão de algo muito ruim que acontecia.

O jantar foi servido em silencio repentino, não me incomodei, não andava com humor nem muita cabeça pra conversa fiada, só comi em silencio e subi pra alimentar meus filhos antes de fazê-los dormir.

Quando eles estavam calmos e no décimo sono Severo apareceu no quarto abatido. Me abraçou forte sem falar nada, o que me assustou e me fez perguntar o que tinha acontecido.

–Temos uma reunião da ordem agora e você precisa estar presente, eu não posso explicar ainda, mas temos que descer agora mesmo.

Ele não me deu tempo pra responder e já foi me levando escada abaixo com pressa e voltando a ficar com sua mascara de espião. Cheguei toda descabelada na cozinha, eu tive q correr pra alcançar o ritmo de Severo e não sair rolando até o pé da escada.

Na cozinha tinha uma enorme discussão, eu ano estava entendendo nenhuma das palavras gritadas e nem pude entender, porque quando eu entrei, eles ficaram em silencio profundo, parecia que estava em um enterro.

E do nada, alguém, que eu não conhecia, começou a falar.

–É melhor mantermos a fachada, não temos como perder uma vantagem dessas…

–Mas estamos falando aqui não só de uma vantagem, tem muitas vidas envolvidas – minha mãe rebateu.

–Por que não discutimos isso depois? – meu pai perguntou olhando disfarçadamente pra mim.

–A questão não vai ser discutida, a decisão já foi tomada e pelo que eu sei, só quem deve pensar sobre sou eu e o diretor. – Severo disse seco.

–O que esta acontecendo? – perguntei sem entender.

–Nada – respondeu o homem ao meu lado rapidamente me puxando mais pra dentro da cozinha.

Estreitei os olhos sem entender nada, mas ano disse uma única palavra sobre o assunto, mais tarde eu pergunto pro Severo e ele me conta, acho que tem alguma coisa mais séria pra ser discutida aqui.

–Muito bem, então vamos ao que interessa? – disse uma voz conhecida no canto da cozinha que eu só percebi quando vi. Nick! – Porque eu nunca vi a Mione com uma cara mais morta que essa aí dela…

–NICK! – gritei com ele – Muito delicado você…

–Eu sei. – ele disse sorrindo travesso.

E aí a reunião começou de verdade, pelo jeito os comensais estão atrás de alguma coisa que faz parte de uma espécie de ritual por aí, não entendi muito bem, mas pelo que eu percebi minha filha estava no meio disso tudo, então não importa como temos que achá-la antes da próxima lua cheia.

Ninguém fazia a mínima idéia de onde meu bebezinho poderia estar e eu menos ainda e agora isso era uma das maiores prioridades pra acabar com uma das armas pra salvar o mundo.

Assim que acabaram de dar a noticia, Nick avisou que iria me carregar pra cama antes mesmo de eu me despedir de todos e me pegou no colo. O mais estranho foi Severo ter assentindo de leve com a cabeça pra ele.

–Mas antes de subirmos, deseje boa sorte ao seu marido, não dá pra saber se você vai ver ele de novo…

–Como assim?! – estranhei a fala de Nick procurando os olhos de Severo.

–Nada!

–Ele – falaram juntos - vai se arriscar a voltar lá naquele covil de cobras mesmo com a ameaça de morte…

–O QUE?

–… pra conseguir alguma coisa do paradeiro da Charlotte.

–SEVERO SNAPE! – eu me soltei do colo do meu amigo – COMO ASSIM VOCÊ VAI VOLTAR LÁ NESSAS CONDIÇOES?!

–Hermione, se acalme.

–ME ACALMAR O CARAMBA!

–Podemos falar disso lá em cima, a sós?

–NÃO TEM O QUE FALAR! VOCÊ NÃO VAI LÁ!

–Hermione… - ele dizia no tom baixo e controlado que usava quando estava nervoso e eu gritava desesperada e brava.

–HERMIONE NADA! E NÃO FALA ASSIM COMIGO! – eu sabia que estava vermelha e com lagrimas nos olhos – Eu já perdi minha filha, não quero perder meu marido também…

Todos seguraram as respirações depois disso e a expressão dele se suavizou, desabei em uma cadeira e ele se ajoelhou na minha frente falando o mais baixo possível.

–Eu não posso ficar aqui sem fazer nada enquanto a Charlotte está desaparecida – ele me olhava nos olhos – eu vou sim até lá, mas eu tenho experiência nisso, ninguém vai me pegar, eu prometo, eu vou voltar, ta bom?

–Não, não ta bom, mas você vai mesmo assim, não vai?

–Vou.

–Cuidado, por favor, muito cuidado.

Ele me abraçou forte e não pude mais me segurar, não importava se tinha mais alguém vendo, se iriam fazer caretas ou qualquer coisa, só importava nós dois ali e o longo beijo cheio de carinho e algo mais.

Sem aviso ele me pegou no colo e fomos até nosso quarto onde os meninos dormiam tranqüilos, sem a menor noção do que estava acontecendo. Severo pegou os dois no colo e deu um beijo na testa de cada um.

–O papai vai atrás da irmã de vocês e volta logo, tomem conta da mamãe. – eu sorri observando a doce cena e peguei os dois no colo quando ele disse que teria que sair e fiquei ali parada com eles perto da cama.

Sorri pra ele preocupada e com um ultimo e longo olhar ele saiu do quarto, um olhar de despedida.


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Notas finais do capítulo

Ola pessoas lindas do meu coraçao!!! Eu sei, esse nao é um dos meus capitulos preferidos, acho muito triste, mas é importantissimo pra história...
Eu sinto muito por demorar muito a postar, mas anda realmente apertado, mau tenho tempo de ficar na minha casa :( mas prometo TENTAR portar mais rapido, quem sabe um outro capitulo essa semana ainda... ;)
Quero saber o que acharam, nem que seja pra falar mau desta pessoa aqui, ok?!
bjss amoras!